segunda-feira, janeiro 23, 2006

A terra vista da terra:Atenas


E depois também se descobre a infinita variedade da terra

sábado, janeiro 14, 2006

Natal

Filhas:
Entendam-se. Eu já disse que não morri, quem morreu foi a Jane Bushi, uma inglesa.
Sabem, em certos países, creio até que em todos os da América, os homicidas matam sobretudo os desconhecidos. Aí, em Portugal, mata-se sobretudo a família e os amigos. Basta ver as estatísticas.
Entendam-se, minhas queridas. Tão bem, como se fossem desconhecidas.
Mares da China, Janeiro de 2006 Marcinha.

Natal

Tia Nadinha:
Eu tenho a certeza que a Márcia de Nordeste morreu comida por um tubarão, aliás, até veio nos jornais, não se lembra?
Essa que diz ser ela, pediu-lhe dinheiro? Tenha cuidado, a fotografia do cargueiro tanto pode ter sido tirada no mar da China como em Cascais (visto da terra em Portugal)!... Cuidado!
Desta que se assina: Catinha
- A minha única herdeira, Catinha, tem muito receio de que eu gaste o meu dinheiro mal gasto… E o computador novo que eu te dei no Natal? E o MP3? E o Ipode? Isso já não é dinheiro mal gasto? Ah!!!???
- E a chapada nas trombas que a tia Nadinha me deu no Natal? Ai isso não conta???!!!
- Estavas a pedi-las.
- E a lambada nas trombas que a tia deu à minha mãe no Natal do ano passado, depois da Missa do Galo? Ai isso não conta???!!!
- É que a gente só se vê no Natal…

Mares de Homeros

Eu nunca entendi a razão por que Homero diz mil vezes na Odisseia que o mar é cor de vinho. Será que o vinho nessa época era azul? Ou verde? Não é inconcebível, já que o misturavam sempre com água. Então, devia ser bem diferente do actual.
Também se refere à “aurora de róseos dedos”
Aí vai um por do sol (que original) de perto de Ítaca. Sabiam que Ítaca existe mesmo???!!! Ou de róseos dedos ou de cor de vinho… é mais ou menos assim.
Nadinha
(Falta a imagem, há-de vir depois)

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Concurso de Beleza

Os pescadores da Terra Nova ( e outros) queixam-se dos ambientalistas, que não protegem o bacalhau (e outros bichos) por não serem bichos bonitos. Pelo menos, é esse o argumento, que não me parece descabido de todo. Realmente, eu gosto mais das borboletas do que dos tubarões…
E então depois eu pensei assim, oh!:
Nós podíamos fazer aqui, na blogosfera, um concurso para eleger os peixes mais bonitos!Aceitam-se propostas para os Top 10 (em português, Tope Tene)!!!!!!! Oh!!!!!!!!
Eu sou a favor do polvo : Vejam o que diz o Padre António Vieira sobre o assunto!


"Mas já que estamos nas covas do mar, antes que saiamos delas, temos lá o irmão polvo, contra o qual têm suas queixas, e grandes, não menos que S. Basílio e Santo Ambrósio. O polvo com aquele seu capelo na cabeça, parece um monge; com aqueles seus raios estendidos, parece uma estrela; com aquele não ter osso nem espinha, parece a mesma brandura, a mesma mansidão. E debaixo desta aparência tão modesta, ou desta hipocrisia tão santa, testemunham constantemente os dois grandes Doutores da Igreja latina e grega, que o dito polvo é o maior traidor do mar. Consiste esta traição do polvo primeiramente em se vestir ou pintar das mesmas cores de todas aquelas cores a que está pegado. "

"Sermão de santo António aos Peixes", Padre António Vieira.

Ora, coitado do tio polvo, filhihos! Esta “ hipocrisia tão santa”?????

1ª Epístola Portuguesa (de Márcia de Nordeste)


Nadinha:

Eu não morri comida por um tubarão. Isso foi um boato, porque me confundiram com uma inglesa que também ia no barco. Essa inglesa bebia demais, fumava demais, comia demais – todos lhe diziam que ia acabar por ter um enfarte.
Enfim… de qualquer maneira tivemos de matar o bicho, senão era ele que nos matava a todos. Ou era ele, ou éramos nós! Nem o comemos, por causa da inglesa, mas tirámos fotografias… e depois cortámo-lo às postas!
Entretanto, deixei-me de protecções dos ambientes, mas continuei a ser marinheira, uma vez que já havia descoberto a minha vocação marítima.
Esta sou eu, a bordo do navio em que agora trabalho: o outro cargueiro, que se vê na foto, ia a passar.
Um grande abraço para ti, minha grande amiga Nadinha, tu que és tão porreira! E eu até sempre gostei de ti...
Marcinha

domingo, janeiro 08, 2006

Tubarões: Os meus fantasmas mais recentes

Tive uma amiga chamada Márcia de Nordeste, que se dedicava à protecção de animais marinhos em vias de extinção. Foi comida por um tubarão que era o único exemplar da sua espécie. Como a pobre da mulher nunca fumou nem bebeu, foi, para o pobre do bicho, uma alimentação estremamente saudável.

Vi anteontem, no Corte Inglês, dois tubarões. Um já estava cortado às postas e podíamos comprar algumas postas, o outro estava inteiro e podíamos trazê-lo inteiro. Eram pequenos. Talvez não acreditem, mas é verdade.
Pensei: mais depressa vos como eu a vocês do que me comem vocês a mim.
Nem comi, mas gostei.

Francamente, não percebo essa mania de proteger bichos que comem gente! Por amor de (Aquele Que Os Cristãos Não Deveriam Invocar Nunca Em Vão) (embora invoquem todos os dias)!!! (e os ateus também)!!!!!!!

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Em resposta a C: excessivo como algumas almas


Estas sãofotografias do estreito de Messina durante a noite. Os efeitos especiais são duma máquina Lomo. http://www.lomografiaportugal.com/

Dos burros e dos homens

Já pensaram nisto?
Os burros estão em vias de extinção porque nós já não precisamos deles.
Sendo assim, se todos nos tornássemos vegetarianos, as galinhas, os bois, os porcos, as cabras, etc., acabavam todos por ser extintos.
Então, quando eu como galinha, posso pensar assim: se eu não comesse galinhas, esta não teria sido morta. Por outro lado, se eu fosse vegetariana, ela nem sequer teria nascido.
Como eu sou meia budista, deparo-me com este trilema: como carne, não como carne, como só um nadinha de carne? Eu, Nádia.
O meu trilema resolver-se-ia facilmente se eu não apreciasse tanto os prazeres da mesa. Nesse caso, todos estes bichos ficavam tão raros como os burros e outros que tais.
Vocês perceberam mal: eu não quis sugerir nem insinuar que deveríamos começar todos a comer carne de burro.
O que eu quero dizer é que os burros são burros.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Terra Imunda: Mar visto da Ilha de Santorini

Terra Imunda: Mar visto da Ilha de Santorini


E isto aqui é o mar visto de cima daquelas escadas. Não é belo?

Vi-me Grega


Esta sou eu, a navegar montada no dorso duma burra (ou talvez dum burro, não sei bem…), enquanto descíamos, (mais ela que eu), as escadas intermináveis da ilha de Santorini.
O senhor que puxa por ela – chamar-se-á por isso burriqueiro, muleteiro?- disse-me que a burra (ou o burro) se chama Marika. Foi a única informação que lhe consegui extorquir, pois vi-me grega para o entender, por duas razões, que passo a citar:

1ª - O senhor (burriqueiro, muleteiro?) é grego.
2ª - Eu não falo grego
3ª - Estávamos na Grécia
4ª - Pelo aspecto e pela atitude (que não se notam de costas) é de supor que este senhor não fale bem nenhuma das línguas do mundo. O que não significa que não tenha caridade.

Antigamente havia, de certeza, uma designação em língua portuguesa para este tipo de trabalho e para a pessoa que o fazia, e ainda há-de existir …

segunda-feira, janeiro 02, 2006

outra imagem do mar vista do mar, mais bela e menos sinistra que a anterior.


Assim que descobri a minha vocação marítima, comecei a ter medo dos tubarões. Era bicho em que nunca me tinha preocupado antes…

Enfim, acrescentei os terrores que são próprios do mar salgado aos receios que são próprios da terra imunda.

domingo, janeiro 01, 2006

A imagem que se vê é o mar visto do mar, claro, na minha primeira navegação fora do porto seco. E ao chegar a terra, verifiquei pela primeira vez que a terra é imunda. E enjoei.

Terra Imunda

Como dizia o tio Fernando, "Navegar é preciso".
Durante uma parte grande da minha vida tentei navegar e descobrir o que era isso, uma vez que nunca saíra da terra.
Descobri que andava a navegar num porto seco ("Porto Dry"). Depois resolvi navegar a sério e descobri que a melhor maneira de navegar é:
- Pelo mar.
Agora, no dia 1/1/2006 decidi navegar doutro modo: fazer um blogue. Muito contribuiu para isso o ter encontrado na passagem de ano uma amiga que já fazia um. E que é fan do tio Fernando. E que até vive na casa de Bernardo Soares. Tudo muito inspirador.
E é este o meu modo de começar 2006.