sexta-feira, julho 28, 2006

Fica aqui este sorriso

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O caminho é a fazer

Mas também não devemos esquecer os poetas portugueses e demais portugueses que elogiam a diferença, ou mesmo a loucura, se for essa a diferença. E que nos ensinam o caminho, ou nos dizem que não há caminho. Que o caminho é a fazer.
Para recordar um desses magníficos poemas, ver o blogue brasileiro.
http://jeremias-o-bom.blogspot.com/

Gisberta está viva

O Ministério público decidiu que não houve homicídio no caso Gisberta. Como a senhora (o senhor) não morreu de morte natural nem de acidente, resta concluir que está viva.
Qualquer dia aparece na televisão a dizer que gosta de Portugal e que as crianças portuguesas são amorosas e que foi tudo uma brincadeira. Também pode ser uma pessoa parecida a dizer isso. Nós ficamos tão felizes quando os estrangeiros dizem bem de nós! E tão irritados quando dizem mal!
Há 500 anos andávamos aqui em Portugal a matar judeus, mas agora somos um povo muito civilizado. Só o problema é que não gostamos de gente esquisita. Solução: criar uns bandos de criancinhas amorosas, lideradas por padres, para eliminarem tudo o que for esquisito. E tudo o que mexe.(Idade máxima das criancinhas: 25, 30 anos, se forem jovens agricultores, podem ir até aos 40).

quinta-feira, julho 27, 2006

Bem-vindos

Já vi que reapareceram aqui no blog pessoas que estiveram de férias. Issop nota-se ao ler com atenção o "sitemeter".
Bem vindos! Não se esqueçam de que eu tenho outro blog (mais pacífico). é só clicar em "my complete profile" e logo se vê.
Beijinhos.

Inteligência média-baixa

Nesta terra, Portugal chamada, que já teve melhores dias e que merecia melhor sorte, fala-se muito, por exemplo, da classe média baixa: por parecer que somos todos da classe alta-alta, salvo raras excepções.
Mas nunca se fala da inteligência média-baixa ou da memória média baixa e de outras coisas mentais e intelectuais médias-baixas. Não se fala disso, porque é o normal, o vulgar e o bem aceite.
Poderia dar mil exemplos, só destes últimos 2 ou 3 dias, mas basta dar o exemplo dos exames do 12º ano.
Foram feitos por inteligências médias-baixas, destinados a alunos de esperteza e memória médias baixas (e que copiam), destinados a serem corrigidos por mentes médias-baixas.
E é suposto ninguém protestar muito, porque a mediania é altamente desejável. E até mesmo vulgar.

segunda-feira, julho 24, 2006

Todo o cais é uma saudade de pedra (Tio Fernando)

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Por acaso acertei

Parabéns a mim, Nadinha, porque há meses, no meu "rimance" "Estado da nação" levantei uma questão que é hoje notícia no DN: "Aumentam casamentos para obter passaporte da UE". E na página 5 diz assim: "Futebolistas Kostov e Bukovac casaram-se para contornar o limite de estrangeiros do Sporting". Página 3: "redes recrutam mulheres para casar com paquistaneses, homens preferem as brasileiras".
E ainda dizem que eu sou distraída...

domingo, julho 23, 2006

Consolação

Espero que as histórias que eu vou contar sirvam de consolação a muitos.
Quando era suposto eu ter entrado para a Universidade, ou seja, há mil anos, nesse ano exacto o Governo decidiu que não entraria ninguém para o 1º ano da Universidade.Estávamos em pleno PREC. E então, que fazer às milhares de pessoas que, como eu, não tinham que fazer?
A mim, deram-me 3 ou 4 bolas diferentes, umas maiores outras mais pequenas, dois ou três livros fininhos e com muitas figuras, 20 ou 30 ganapos da minha terra e mandaram-me ensinar-lhes futebol, andebol, basquetebol e mais não sei o quê. Ainda hoje não entendo nada disso nem quero entender. Perguntei:
- E agora o que é que eu faço?
Responderam-me:
- Eu não sei, eu estou só a cumprir ordens.
Creio que também me deram umas redes, que eu também não entendi para que serviam, nem eu nem as minhas duas ou três colegas de infortúnio, todas raparigas, que rapidamente sumiram por razões várias. Até essa data eu tinha tido 6 ou 7 aulas de ginástica, no total (também é verdade que me baldava).
Enfim, para encurtar a história, os miúdos acabaram por decidir que eu era guarda-redes, por ser alta, e eles lá se entendiam para jogar futebol. Chegar à rede foi canja, o pior era que quando eu batia na bola me doía a mão, portanto retirava a mão e a bola entrava. A minha outra função era levá-los à farmácia quando algum sangrava pelo nariz ou por qualquer outro lugar.
Eu havia pedido que me pusessem a fazer alfabetização de adultos, uma vez que era vocacionada para as letras e que nessa época havia muitos analfabetos, mas...

Cenas dos próximos capítulos: Eu e a Alfabetização de adultos. Mas só conto se vocês pedirem.

A Cavaleira da Triste Figura

Vocês viram a pobre e triste figura que fez no Parlamento a assim designada Ministra da Educação? No ano iniciado por ela e que agora termina, chumbou toda a gente, incluindo ela.
isto é uma terra imunda em que os competentes pagam pelos idiotas.

A despropósito: ninguém gostou do meu "rimance" Shiatsu. Ainda estava só no princípio, mas já acabou por falta de fregueses.

sexta-feira, julho 21, 2006

Shiatsu III

- Ó filha, eu acho uma seca estarmos aqui a empecer e a falar dessa coisa…
- Ó filho, a gente está à espera das raparigas das Amoreiras…
- Bem, nem queiras saber, o Mem e a mulher andam por aí a dizer, eu nem digo.
-Ele só me aleijou porque era o fogo amigo.
- Mas ele agora parece que é o ministro da Educação…?
- Quem? O Mem?
- Não, a mulher.
- Porra!!!?

Pergunto...

Vou aproveitar estes tempos mortos dos blogues, para tenta descobrir algo que me interessa.
Poema inglês

I thraw* an arrow into the air
It fell to earth, I knew not where.

I thraw a song into the air
It fell to earth, I knew not where.

Há outra coisa q ele atira ao ar

And the arrow, the …. And the song
I found them again in the heart of a friend.


* talvez threw
Sei de cor este poema, faltando-me o bocadinho, é um dos poemas mais inspiradores de que me lembro, mas não sei quem é o autor. Sei que o li numa antologia de 11º ano, for ages, ou de poesia inglesa ou, mais provavelmente, norte- americana.
Aproveito as potencialidades do blog para tentar descobrir. Digam-me, nem que seja daqui por um ano.

segunda-feira, julho 17, 2006

Shiatsu

Quando eu comecei a escrever que D. Afonso Henriques não precisava de massagens de Shiatsu, realmente não sabia da história que era notícia, que pensavam desenterrá-lo.
Eu não vejo muita televisão e sou selectiva com o que leio nos jornais. Apenas aconteceu que nessa época fui ao Castelo de S. Jorge, como disse, e por isso pensei na figura, que sempre achei engraçada. Também me impressionou a nossa busca de felicidade e de conforto, por contraste com a atitude de pessoas, algumas contemporâneas, que só esperam viver, sem nunca terem pensado que viver pode ser uma opção. E estávamos todos a pensar no nacionalismo do futebol, levando-o tão a sério como se fosse tudo a mesma coisa, daí a ironia.
Quanto à ideia de o desenterrarem, só acho 2 coisas:
1º Têm que o enterrar outra vez;
2º Seria conveniente compará-lo com pessoas dessa época, não? Vão comparar as ossadas com as de quem?
Como sou alérgica a rituais de morte e a restos mortais, congratulo-me por haver em Portugal modos de fazer cremação, o que evitaria quase todos estes procedimentos ultra-modernos. Gosto dos Orientais, que inventaram isso há milénios.
E mais não digo, pois a minha especialista em história é a Tanitita, que provavelmente não tem tido tempo para ler isto.

domingo, julho 16, 2006

Uma senhora, claro!

Há nas Amoreiras um café em que todos os empregados são lindos e amorosos.
Eu não sei se vocês já notaram que em certas lojas só há empregados lindíssimos, sobretudo lojas de moda: creio que são recrutados nos cursos de modelo, que custam uma grana e não servem para nada.
Neste caso, não sei se é coincidência. Hoje, enquanto eu lia atentamente o Expresso, ouvi uma terrível discussão ao meu lado: a rapariguinha acusava uma senhora chiquérrima de que passava lá demasiadas horas, consumindo apenas um café e bebendo muitos copos de água gratuitos e reclamando se a água não tinha gelo suficiente.
A senhoreca gabava-se de que tinha amigos importantes que iam deixar de lá ir: não acredito, custa muito deixar um poiso habitual.
Desde que vim para Lisboa, fiquei a saber que uma verdadeira senhora, também aqui nesta terra designada por uma lady,
1. Nunca discute com ninguém. (Cá entre nós, mais depressa leva duas lambadas nas trombas), excepto:
1.1. Com a criadagem (que não conta)
1.2. Com todos os inferiores e demais ínfimos, que pode insultar à vontade, com palavrões (que também não contam).
1.3. O difícil, às vezes, é fazer a destrinça.
Eu, Nadinha, já desisti há muito de ser uma verdadeira senhora!!!
Vocês já me conhecem: no meio desta guerra de gritos e insultos, eu fiquei a olhar para o jornal com uma tal atenção, que… até parecia uma verdadeira senhora!

segunda-feira, julho 10, 2006

Tolerância aos molhos

Em Portugal as crianças podem fazer tudo oque lhes apetecer, pois nunca são responsabilizadas.
Entenda-se por criança: alguém com menos de 22, 23 anos...
Os que mataram o travesti brasileiro Gisberta estão a ser julgados, mas têm duas desculpas:
1- Só fizeram aquilo para se divertirem;
2- Realmente não a mataram: só a abandonaram sozinha, muito ferida por eles, sem tratamento, sem comida nem água. Claro que não a mataram!
Em países como a Inglaterra e a América do Norte, que não são propriamente atrasados, as crianças podem quase ser condenadas a prisão perpétua. É um exagero? E aqui, não há exagero?

domingo, julho 09, 2006

visitas

O "Terra Imunda" atingiu hoje e ultrapassou as 700 visitas, não desde que existe, mas desde que tem contador. Nada mau, a meu ver.
O 701 é um site engraçado, de Israel:
http://hadasastoler.blogspot.com/2006_07_01_hadasastoler_archive.html
Tem boas imagens. Os "Escrevedoiros" têm muito menos, mas são mais novos.

Estranhas notícias

O fundador do IKEA, diz no Expresso, o 4º homem mais rico do mundo, veio a Lisboa e ficou hospedado numa pensão barata: pensão Alegria na Praça da Alegria. E deslocou-se de autocarro dos transportes públicos.
Há anos, Wim Wenders, ao realizar o filme "Lisboa" ficou hospedado numa pensão dita "rasca", O Ninho das Águias, que fica encostada ao castelo de S. Jorge. Desde então há uma lista de espera de anos para dormir no quarto da torre dessa pensão, que deve ter uma vista maravilhosa. E barata, ainda hoje.
Vocês não conhecem pessoas que se endividam para viajar, ficando sempre em hotéis de 3, 4 e 5 estrelas?
Tenho conhecido franceses ricos que viajam muito, mas também ficam em pensões. Guiam-se pelo Guia Michelin, que tem uma boa escolha.
Também é verdade que os portugueses não têm tradições de viajar: ou é o bairro da lata dos imigrantes, ou é o hotel caro das agências de viagens. Mas isso no fundo não é viajar: ir com um grupo de portugueses, ficar num hotel onde só há americanos e agora chineses, ser levado pela mão do guia ver palácios e ruínas... se vocês não perceberam bem o que disse o guia turístico, escusam de perguntar ao do lado: ninguém ouviu nada!
Mais vale ficar no sofá da sala a ver isso tudo na televisão.

Estranhas notícias

(Isto está mau para os blogs: o computador é uma coisa... quente. Ainda mais os meus, que são portáteis).
Há na televisão estranhas notícias, sobretudo se as relacionarmos entre si.
Morreram seis bombeiros em Portugal. Cinco eram chilenos. Eu nem sabia que havia chilenos em Portugal... país recentemente cosmopolita, para o bem e para o mal.
Logo a seguir: os Espanhóis começam a dominar a pesca portuguesa, e dizem os pescadores:
- Pois. Ninguém quer ser pescador! Os pescadores são quase todos reformados...
Depois: o desemprego em Portugal é muito grande.
Antes: nas escolas portuguesas os alunos batem nos professores e uns nos outros.
Pouco depois:
- Pois é, os professores bons só gostam dos alunos bons!- Diz a Ministra da Educação.
Então e os outros que vão pescar, em vez de andarem até aos vinte anos a empecer as escolas! Não é?
Vocês não acham que isto é um país esquisito?
Odeio dar razão ao meu avô, quando ele dizia que agora ninguém quer trabalhar!

quinta-feira, julho 06, 2006

Shiatsu II

Entrementes, no palácio real, mas noutra sala.
- Ó filho, que é essa ferida aí no ombro?
- Isto não é nada.
- Foi um mouro?
- Não, isto é o fogo amigo!
- Fogo amigo???????? Foi o Mem?
- Foi.
- Grande amigo! Já te falta um bocado de carne numa perna, tens uma cicatriz horrorosa na cara e foi sempre o Mem.
- Ele ia dar uma espadeirada num sarraceno para lhe cortar rente o pescoço e o tipo baixou-se de repente e a espada do Mem raspou-me o ombro. O que me valeu foi a cota de malha, senão tinha morrido…
- É sempre assim! Então e os mouros nunca te acertam?
- Sim, mas é em sítios onde não se vê. O Mem é que é um despassarado, isto do fogo amigo, quer-se dizer…
- O Mem é um amigo de Peniche!
- Ele não é de Peniche, quer dizer, a gente só há pouco tempo é que conquistou Peniche.
- Fogo amigo, fogo amigo… Mau! A Urraca e a Sancha estão fartas de me dizer:
- Vocês tenham cuidado com o Mem! Com o Mem e com a mulher. Como é que ela se chama?
- Briolanja.
- O Mem é um grande amigo que nós temos. Então e as massagistas das Amoreiras nunca mais vêm?
- Está a chover muito, há muita lama no Rossio, coitadas das raparigas! Devem estar atoladinhas até aos joelhos dos cavalos.
- Se calhar ainda estão na rua D. Pedro V.
-Quem?
- Ó Sanchinho e Urraquita, ide brincar lá para fora. Com a ama. Ui que chatas que são as crianças!
- Ai, quem me dera que inventassem uma coisa moderna em que se pudesse ver o que acontece noutros sítios. [televisão, percebem? :)]
- Isso é uma coisa velha: uma bola de cristal.

As pessoas nessa época tinham nomes esquisitos porque havia o costume de escolher os inimigos para padrinhos?

terça-feira, julho 04, 2006

Aulas de Ginástica em grupo

Desde há 2 anos, dedico-me ao desporto, mas odeio as aulas de ginástica. Perguntem-me porquê. Eu não sabia porquê, mas acabo de descobrir.
No meu ginásio há aulas de hora a hora. Os professores são jovens, alguns são belos, alguns são elegantes, etc. E começam as aulas assim: com um ar alegre e feliz:
- Alguém aqui tem alguma doença? Não?! Vocês agora não dizem, mas depois acabam por dizer. Digam lá!
A resposta a esta pergunta deveria ser assim: com um ar igualmente feliz, a pessoa levantava o braço no ar e respondia alegremente:
- Eu tenho um cancro no pulmão!
- Eu tenho uma cirrose!
- Eu sou atrasado mental!
Escusado será dizer que quase todos os outros são jovens, mais ou menos elegantes e muito saudáveis. Não dá.

segunda-feira, julho 03, 2006

Shiatsu I (Introdução)

Fizeram-me uma demonstração duma massagem de Shiatsu. Gostei, achei giro, mas fiquei tão dorida e com tanta preguiça que vi quase todo o jogo Portugal - Inglaterra, alternando com o Lawrence da Arábia noutro canal. Será normal pessoas modernas como nós andarmos a valorizar técnicas milenares como esta?

Pergunto-me se D. Afonso Henriques também faria massagens de Shiatsu quando chegava ao castelo completamente esbodegado de lutar. Elas já existiam muito antes disso (no Oriente).
-Ó Urraca – dizia o rei, enquanto atirava com a armadura de ferro,  com o capacete (elmo de ferro) e com o espadão para cima dos poucos móveis do palácio – Eu preciso urgentemente de fazer uma massagem de Shiatsu ou uma massagem Ayurvédica. Que eu não aguento! Ui os meus pés!
-Então e eu, que fico aqui todo o dia sem fazer nada, só a aturar estas galdérias?Estas chatas!Que só sabem falar de bordados...
- Entretém-te a ler um livro…
- Mas eu nem sei ler…
- Manda ler um livro
- Já mandei ler os dois que temos e são ambos uma seca!
- Ui os meus joelhos!
- Ui a minha cabeça!
- Então, manda um pajem às Amoreiras com dois cavalos e diz-lhe que traga de lá duas massagistas de Shiatsu.
- Ai que bom, assim, aproveito para fazer a depilação!

Como toda a gente escreve romances históricos, não vejo outro jeito que não fazer o mesmo.

Tanitita, você que é entendida em história, acha que convém mudar algum pormenor?