sábado, setembro 29, 2007

1º Dia de Outono

Hoje foi o 1º dia do Outono em Lisboa. Não no calendário, mas na realidade.
Um céu completamente escuro que depois se abriu em escuros aguaceiros... uma frescura que ainda não é frio... nem calor...
Um desejo de ficar em casa a ler um bom romance "A Catedral do Mar" e a ouvir a chuva bater no telhado e nas vidraças...
Uma preguiça...
Ah, que bom! A vida é bela!

quinta-feira, setembro 27, 2007

Curso de doente ou o doente diplomado

Como estarão lembrados os meus amigos, eu caí em Cabo Verde, há mais de um mês. Como não sei andar na praia, achei a água quentinha e fui tomar banho num sítio com ondas ferozes.
Fiquei com o nariz preto, o lábio rachado e um dedo torto. Ir ao hospital em Cabo Verde? Pareceu-me mais perigoso do que ficar com as dores.
Agora continuo com o dedo inchado e a doer. Aconselham-me a ir ao médico, pois pode estar partido... tudo bem.
Informo-me: não posso ir à urgência do hospital, porque já parti o dedo há um mês! não é nada urgente...
Posso ir à urgência do Centro de Saúde: vou lá e de lá telefono à minha médica de família. Diz-me que o assunto não é urgente, mas que marque uma consulta de urgência.
- Amanhã, você  telefona para cá e depois falta ao trabalho e vem à consulta.
- E depois?
- E depois, como não é urgente, marca um raio-X. E alguns dias depois faz o raio X e espera 15 dias pelo resultado do raio X.

-Mas o raio do raio X vai-me atrasar mais um mês!
-Aviso-a já de que a única coisa que lhe posso fazer aqui é colar-lhe esse dedo a outro dedo com adesivo. Mas só depois de ver o Raio X.
-Obrigada!

Escusado será dizer que todos, no centro de saúde, ma trataram como se me fizessem um favor impagável. Como se eu fosse uma espécie de escrava Isaura e eles umas cleópatras importantes.

Alternativa: uma amiga diz-me que há um hospital ortopédico em Lisboa. Telefono.
Perguntam-me se foi acidente de trabalho. Não. Então não pode vir cá, porque isto é para casos de seguro...

Mil horas depois, uma alma caridosa do clínica CUF aconselhou-me a ir a outa clínica da CUF, onde pelo menos não esperei. Nem tinha que esperar, depois de fazer dois raios X que me custaram um raio de uns 125 Euros, constatou-se que é só uma tendinite. A solução é não mexer a mão durante uns dias... Qual é a dificuldade de não mexer uma mão durante uns dias?

Conclusão: em Portugal, para estar doente é preciso tirar um curso. Para saber onde devemos ir, quando ir, se é urgente ou não é urgente, se amarram os dedos ou se põem uma tala, se fazem o raio do raio, ou se não fazem.
Começo até a suspeitar de que se trata de um curso superior.
Quem não souber estar doente que emigre. Ainda bem que não preciso de atestado médico, porque nesse caso precisava de tirar outro curso.
Bem, logo que caí, disse-me uma amiga:
-Não deve estar partido, porque um dedo partido dói muito.
-Quanta dor é doer muito?

segunda-feira, setembro 24, 2007

Uma ajudinha informática...

Achei giro, há uns posts atrás, a viviane de souza ter escrito como comentário:
obrigado, você salvou a vida do meu pc com essa sua ajuda !!hehehehe!!

Eu expliquei como se abre a gaveta de Cds do computador. A Viviane, que não conheço, poupou um computador, eu poupei talvez muito dinheiro ou mesmo este computador...

quinta-feira, setembro 20, 2007

Ainda Maddie

Às vezes deixo de ver os telejornais e de ler jornais e revistas, quando me parece que se está a ultrapassar, ou já se ultrapassou, o bom-senso e o bom-gosto.

Espero e desejo que a Maddie esteja viva e de saúde, espero que, se assim não for, se descubram os culpados, espero que os culpados não sejam os pais. Espero que, se forem, tudo se esclareça.

Mas parece-me absurda esta guerra Portugal-Inglaterra (X), ou este campeonato Portugal-Inglaterra (X).

Sempre ouvi dizer que a nossa polícia Judiciária é das melhores do mundo, mas juro-vos que pensei muitas vezes nisto: é das melhores do mundo porquê? Ganhou algum concurso, algum festival, algum campeonato?

Creio que será das polícias que mais encontram os culpados, mas não nos devemos esquecer disto:
1.- Esta fama já vem do tempo de Salazar, quando a tortura e a delacção eram práticas normais de todas as polícias portuguesas.
2.- A Amnistia Internacional tem denunciado, reiteradamente, que as polícias em Portugal praticam a tortura. Mas ninguém parece dar grande importância ao caso.
3.- O que é que vocês chamam a um interrogatório de 14 horas sem intervalos, em que insistentemente perguntam a uma mãe se matou a filha?
4.- Seria possível o "Gang do Multibanco" ter confessado o que confessou se não tivesse sido violentamente torturado? Não estou a dizer que eram inocentes, apenas que nunca teriam confessado espontaneamente o que confessaram. Esses elementos do gang foram depois assassinados na prisão. Li nos jornais as descrições das torturas: foram muito semelhantes às que praticadas na Idade Média, com a diferença que já não usavam o aparelho, que julgo ter-se chamado, então, tripálio, ou talvez se chamasse polé.
5.- E se outras polícias não usarem estes métodos, terão os mesmos resultados?
6.- Ao contrário do que acontece noutros países, não temos livros nem qualquer outra investigação sobre casos de inocentes injustamente condenados. E tivemos de certeza inocentes injustamente condenados.
7.- Não teremos nós demasiadamente o desejo de que os "criminosos" estejam "lá dentro"?
E que nos importa quem está "lá dentro", desde que esteja alguém "lá dentro"?
Somos um povo de brandos costumes? Às vezes duvido.
Não seremos apenas um povo de falas mansas? Só um povo que perdeu a vergonha de ter medo?

terça-feira, setembro 18, 2007

As Confissões de Leontina

 

 

 


Aparecem-me aqui, com alguma frequência, pessoas que procuram informação sobre As "Confissões de Leontina".
Dependendo da situação, ora se referem ao conto da Lygia Fagundes Telles, ora à peça de teatro brasileira baseada nesse conto, que esteve em Lisboa, no Teatro Nacional D.maria II em Novembro de 2006, representada pela actriz Kelzy Ecard.

Gostei muito dessa peça e dessa actriz, como já tive a ocasião de expor aqui.

Narra a história, ou dramatiza a história de uma mulher ingénua e ignorante, que é apanhada nas malhas variadas da cidade e do mal, malhas nas quais não se sabe mover. Ficamos na dúvida se é uma santa, uma prostituta, as duas ou / e uma criminosa. A vantagem desta complexidade é obviamente do texto, mas é também da representação magistral da actriz.
Ficam aqui três imagens, que me foram fornecidas, a meu pedido

segunda-feira, setembro 17, 2007

O tio Idrisi

 

 


Andei por Ceuta à procura do olho que Camões lá perdeu. Não o encontrei, mas julgo ter chegado à conclusão provisória de que quem perde um olho em Ceuta talvez adquira uma visão em que vê o que os outros não vêem. Digo eu.

A outra conclusão provisória é que aquilo que se conquista pelas armas é efémero, como por exemplo: Ceuta já foi território português conquistado pelas armas.

Não achei o olho do tio Luís, mas achei o IDRISI. Do qual andava à procura. Não da estátua, mas dos livros que escreveu, numa versão que eu entenda.

Quem foi o tio Idrisi? Qual o seu interesse para nós, que perdemos Ceuta para Espanha, infelizmente, há séculos?

Quem acertar nas respostas, ganhará os seguintes prémios:
1º Prémio - um balangandan (atenção brasileiros, português nenhum imagina o que seja isto!)
2º Prémio - um Komboloi.

domingo, setembro 16, 2007

Ceuta

 

 

 

 


Gostei desta terra, onde a pedra e a água se conjugam, onde se dão bem a Europa e a África muçulmana.
Apeteceu-me passar lá alguns dias, há por lá uns hotéis...
Como saberão, Ceuta é território espanhol enxertado no Norte de África.
(Era neste canal que iam a passar aqueles pescadores simpáticos a caminho do mar alto.)
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sábado, setembro 15, 2007

Como abrir a gaveta do Cd Rom do computador

Como abrir a gaveta do Cd Rom do computador

R: A gaveta tem um furinho. É só espetar lá um alfinete.
Perguntem-me se dá choque.
- Ó nadinha, dá choque????????
- Não.

Este post vai ter muitos fregueses. Ao menos, digam: Obrigada Nadinha.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Ode Marítima

 

 

 


Quem me mete aqui uns versos da Ode Marítima?
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Agradeço a C. e à Maria os versos tão lindos que até me fizeram arrepiar a espinha. Ver Comentários.

terça-feira, setembro 11, 2007

Chuva de Verão

Chove torrencialmente sobre Lisboa desde há momentos.
A trovoada é tão intensa, que só não pensamos numa guerra e num bombardeamento porque nunca tivemos uma guerra nem um bombardeamento.
Os relâmpagos fazem desenhos brancos e rectilíneos no preto da noite.


É bom pensar que vem aí o Outono e depois o Inverno com o Natal e o frio e as roupas felpudas e castanhas. É bom pensar na mudança.


É bom pensar que o aconchego do Natal e do Inverno nos farão desejar o calor, o Verão e os países tropicais.


É bom desejar...

Luzes: Ceuta

 

 

 


A igreja que fica perto de casa e onde se vai por hábito ou por vício...
A mim fez-me lembrar "O sino da minha aldeia" de Fernando Pessoa, ele que não tinha aldeia.
Onde se confessam as misérias do quotidiano, grandes ou pequenas e os pequenos crimes.
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Cabo Verde

Quando fui a Cabo Verde, houve pessoas que me aconselharam a levar lápis e canetas, porque as crianças pediam essas coisas.
Isso tinha-me acontecido no Brasil quando eu só levava uma esferográfica para simplificar a bagagem pois tenho sempre 4 ou 5.
Levei algumas coisas, mas ninguém me pediu nada. As crianças pareciam tão normais que não pensavam na escola, mas sim em brincar na praia e só pediam gelados e choco lates.
Entreguei esses objectos no Centro Paroquial, onde me prometeram entregá-los a quem precisar e no momento oportuno.
Tenciono enviar mais, incluindo algumas das ofertas do DN, para:

Centro Paroquial da igreja de Santa Maria
Ilha do Sal
Cabo Verde

Vocês também podem mandar alguma coisa para este endereço, se quiserem.
Como os cabo-verdianos ainda dependem muito de Portugal neste e noutros sectores, há pensões para os que vêm cá tratar-se de doenças graves que não têm cura em Cabo Verde. Nesses lugares é bom dar roupas de Inverno para usarem enquanto cá estão, mas que levam consigo, cobertores e mais o que se quiser.
Penso que não devo escrever aqui a direcção, mas há um na Rua de S. Paulo.

domingo, setembro 09, 2007

quinta-feira, setembro 06, 2007

Regresso a casa

É muito agradável regressar à cidade que amo e que escolhi para mim e a um trabalho que não me desagrada e que me diverte.

Imagino que o oposto disto deve ser horrendo, sobretudo agora que o governo tornou a reforma numa miragem…

Tenciono descobrir, redescobrir e reinventar os grandes mistérios que esta cidade esconde. E fotografá-la.
Perpassei nestas férias por várias cidades que me pareceram esconder grandes segredos...

Tempestade

E diz-me um rapaz a certa altura:
- Desculpe a pergunta: o navio hoje abana mais do que o normal, ou sou eu que estou bêbado?
- Resposta: o navio hoje oscila muito mais do que o normal e você está bêbado.


Este blog está com tantos fregueses e tão participativos que parece uma lareira electrónica. Resolvi dar uma de antipática para variar um pouco.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Ceuta: Henry The Navigator

 

 


Os portugueses que chegam a Ceuta, logo à entrada de quem vem do mar, perguntam assim:
- Este será mesmo o nosso Infante D. Henrique?

Há várias razões a justificar esta perplexidade, mas uma delas e não a menor é que o D. Henrique "The Navigator" e o tio Fernando Pessoa distinguem-se, não pela cara, mas pela roupa. E Camões por ter um olho tapado.

O que me parece uma vergonha para a imagética portuguesa...
Se eu fosse pintora, acho que os representava com a cara deles...
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Vaidade

Vocês acreditam?
A Lori, do blog americano Chattoyance, um dos meus favoritos, colocou-me também nos favoritos, não ao blog mas a mim, com estas palavras:
"Nádia's Blog (Mysterious photographer who reminds us Portugal is an ocean-singing land)"

Se alguém me traduzir isto, agradeço... eu não saberia traduzir, mas acho que entendi e morri de vaidade.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Em todo o lado há gente simpática

 

 

 


CEUTA: Barcos de pesca
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Estreito de Gibraltar

 


Estreito de Gibraltar com névoa, lado sul.
Uma das colunas de Hércules, sendo a outra o Rochedo de Gibraltar.
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Resposta a comentários

Respondendo à nova freguesa e nova comentadora deste blogue, Maria ou MCe, que me foi apresentada por Neptuno sobre as ondas, por duas vezes.

Pergunta ela por que regressamos sempre a terra.
R: regressamos até ver.
Pergunta também se o mar é pai ou mãe.
Resposta:

“Zeus é macho. Zeus é esposa imortal” in Hino Órfico (citado por Natália Correia como epígrafe do seu romance As Núpcias, cuja leitura recomendo vivamente)

Diria eu então que o mar é macho para as fêmeas e fêmea para os machos, ou vice-versa, de acordo com as preferências.

Souvenirs: Cabo Verde

 


Souvenirs de Cabo Verde
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domingo, setembro 02, 2007

Hello Again

Navegar é preciso, mas não é necessário

Você já alguma vez pensou na incrível qualidade que tem a sua cama de não se mexer nunca? E até mesmo o seu quarto e a casa onde mora, nunca oscilam para cima e para baixo, nem para a direita nem para a esquerda, melhor ainda, nunca oscilam ao mesmo tempo para cima e para baixo, e para a direita e para a esquerda.

Já pensou que debaixo da sua cama não nadam tubarões nem baleias nem mesmo espiam polvos nem lulas? Nem se estendem dez quilómetros de água?

-Não, Nadinha, nunca pensei nisso.

Bem, nesse caso, sou obrigada a concluir que você nunca navegou e nunca dormiu no alto-mar.
Tenho pena de si. Não sabe apreciar o que tem.

Eu, desde a última viagem por mar, acho a minha cama tão maravilhosa!
Estou a pensar leiloá-la.(Não devemos apegar-nos aos bens materiais).