segunda-feira, setembro 13, 2010

A Pilota





Pelo menos em Cannes foi giro: tivemos uma pilota.
É assim: ao desembarcar e ao zarpar, precisamos dum rebocador e dum piloto da barra.
Parece que alguns navios modernos (e enormes) já conseguem manobrar sem nada disto, porque têm hélices colocadas de lado, que lhes permitem uma abordagem sempre na vertical, mesmo que seja de lado. Não é o caso do Navio Funchal, em que naveguei na última viagem marítima que fiz.
Há o piloto da barra, que neste caso nem chega a entrar no navio, limitando-se a dar instruções (por telemóvel?). Como era a vida quotidiana antes de haver telemóveis?
Há o rebocador, que puxa o navio para o lado direito ou esquerdo, para a frente ou para trás, fazendo o trabalho do leme dos barcos pequenos e dos grandes quando têm espaço de manobra. O que não é o caso: o porto não permite a velocidade nem fornece espaço para manobrar. Neste caso nem estávamos no porto, apenas ao largo da terra, mas há regras a cumprir...

Ficou todo o mundo muito feliz e a dizer adeus a Madame la Pilote, que retribuiu os adeuses.
Bem, os franceses são realmente evoluídos no que diz respeito aos direitos da mulher, nomeadamente em relação aos muito equívocos direitos sexuais... mas a gramática francesa não tem o feminino de termos como professor ou doutor... pode?
Ou piloto. Ou capitão, ou coronel. As profissões nobres não existem no feminino.

Dizer que uma mulher tem o direito de fazer amor quando e com quem lhe apetece, como dizem e acham os nossos vizinhos franceses, terra da liberdade, talvez seja, de certa forma, obrigá-la a fazer amor quando não quer ou com quem não lhe apetece.
Pois se é assim tão saudável, agradável e bom, como recusar? Com que argumentos? Antes será caso para agradecer...

Vocês não acham?

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