domingo, fevereiro 27, 2011

Precious


Acabo de ver no Tv Cine um óptimo filme de 2010: Precious.
É o retrato duma América (USA) que não conhecemos e dificilmente imaginamos, pois parece ser pior do que tudo o que conhecemos. Passado no Harlem, embora, como filme, capte a beleza de lugares degradados e mesmo sórdidos, mostra a história de uma jovem negra, obesa, abusada pelos pais... e grávida do segundo filho (chamam Monga à primeira, como diminutivo de mongolóide).
A protagonista tem 17 anos e não sabe ler, embora tenha frequentado sempre a escola. Vive com a mãe à custa da Segurança Social.
Ficamos a perceber melhor a importância da educação...
Com a ajuda de uma professora para adultos, consegue libertar-se dos condicionalismos do nascimento.

VER AQUI O TRAILER

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Miséria poética

Navegando imaginariamente, enquanto janto, comendo e bebendo em frente às minhas janelas e olhando para o Monsanto, imagino e sonho que singro num navio no Mediterrâneo Oriental. Ou ao largo da Sicília.
As montanhas que vejo, (o Monsanto), ora são os montes gregos do Parnaso, ora as rivas escarpadas de certas regiões italianas, cujas cidades e vilarejos trepam a pique pelas encostas, alcandoradas nos penedos e ribanceiras, quais impacientes cabras monteses.


E ocorrem-me músicas e canções italianas: Torna a Surriento *... filmes italianos, telenovelas brasileiras em que entram pobres italianos, I Malavoglia **, magnífico retrato da miséria dos pescadores italianos. 


É uma miséria poética. Bella. 


Como hoje em dia tudo se vende, ou nada se vende, temos uma miséria vendável, literária e bela. Das regiões pobres de Itália. E a miséria comum, feia, escura e medonha. Nojenta e suja... Invendável, portanto! Como a nossa. E como todas as outras.



* No vídeo por Pavarotti, canção sobre a emigração italiana, de Nápoles, letra em dialecto napolitano. Ver letra em Escrevedoiros Clicar


**  Romance de Giuseppe Verga, autor também do libretto da ópera Cavaleria Rusticana... * (Trad. Cavalaria rústica / ou cavalheirismo rústico)


terça-feira, fevereiro 22, 2011

Cansados de descansar? Mini-maratona na ponte 25 de Abril

Como tenho andado meia lesionada num pé e como o Inverno tem sido esquisito, estou farta de descansar.
Quem quer ir caminhar / correr na Mini-maratona na ponte 25 de Abril, dia 20 de Março?
Para deitar fora o mofo do Outono e do Inverno e para arejar a moleirinha. 
Desde a estação do comboio até ao Restelo devem ser uns 10 Km. Mas podemos ir devagar, ganhamos na mesma uma medalha de participação.
Não estou a sugerir que nos encontremos antes de começar a corrida, não vale a pena, pois uns correm muito e outros pouco... 
Encontramo-nos, com milhares de pessoas, lá.
É para festejar a Primavera, fora e dentro de nós.


Inscrições no Banco Banif, 18 Euros, com direito a T shirt da Adidas alusiva ao evento, para estilar... ver aqui e medalha bonita. 


Ver reportagem neste blogue sobre a corrida de 2009

Ou mesmo aqui

domingo, fevereiro 20, 2011

Lei do Malawi: anti-flatulência

O Malawi está a pensar criar uma lei, a lei anti-flatulência, que proibe soltar gases em locais públicos.
Ver Aqui
Fiquei na dúvida: ai em Portugal é permitido?
O Sócrates ainda não se lembrou dessa, senão já teria criado um imposto para quem deseje dedicar-se a esta barulhenta actividade. Ou teria feito um referendo, criando inimizades para o resto da vida entre os que são a favor e os que são contra.
Os humoristas agradecem. Nunca eles se lembravam de tal.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Que parvos que nós somos!

Em Portugal está tudo óptimo! Os juros da dívida pública não podiam ultrapassar os sete por cento a dez anos,  já os ultrapassaram, não só a dez anos como também a cinco, mas tudo bem. O Primeiro Ministro diz que está tudo óptimo, o PR e a oposição parecem concordar... está tudo óptimo para eles, como para o presidente do Burkina Faso.
A propósito: tenho um amigo virtual no Facebook que é desse país improvável.
Fecham empresas, desaparecem jornais e revistas...
A imprensa internacional diz que Portugal se está a afundar, mas o PM afirma que a venda da dívida foi um grande sucesso e que está tudo óptimo.


Há uns anos, se uma rapariga fosse para a televisão dizer "Que parva que eu sou", considerava-se que era uma invasão da privacidade (dela). Como os tempos são outros, o privado passou a público e todos nos identificamos com a parvalheira.


Que parvos que nós somos!

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Vida Humana Longe Daqui



Belíssima reportagem da BBC sobre vida em condições extremas. Impressionante no minuto dois, (2' 50'') um rapaz a atravessar um rio em duas cordas. E há outros assim... Mas é muito belo.


(Clicar duas vezes no écran para o ampliar.)

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Não claro e Não profundo, Não humano, não etc...

Qualquer bom professor de Português ensina aos seus alunos que os adjectivos e os advérbios não podem ser utilizados quando se pretende objectividade.
Mas o Ministério da Educação utiliza até à exaustão adjectivos e advérbios no documento de avaliação dos professores, sendo um adjectivos ou um advérbio o que distingue o Bom do Muito Bom e do Excelente.
Esta situação é simultaneamente gozada e muito rigorosamente indiciada como um óbice a este sistema.
Dou exemplos:


Qual é a diferença entre demonstração clara, que dá direito a Muito Bom, e uma demonstração, que só dá direito a BOM? estão a gozar?
Ou
Entre um profundo comprometimento e um comprometimento que não seja profundo como deve ser medida a diferença?


Este texto é apresentado pela Escola Secundária da Amora. Eu nunca tinha ouvido falar da Amora. Onde é que fica a Amora?
Quero ir para lá!!!

domingo, fevereiro 13, 2011

Os Ladrões

Antigamente os ladrões eram metidos na cadeia, ou então andavam a monte pelas selvas.
Só os seus netos chegavam, às vezes, o poder, já revestidos de uma patine de cultura, civilização e honestidade.

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Glória ao Egipto- Marcha Triunfal


Gloria all' Egitto - Coro y Marcha Triunfal
Precisávamos de uma revolução igual à do Egipto.
Há voluntários para se imolarem pelo fogo?
Às vezes há boas notícias!
Gosto de manifestações e de revoluções. Quem me dera estar no meio daquela bagunça!!!

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Incêndio perto do Arco do Carvalhão




Incêndio perto do Arco do Carvalhão, Lisboa, hoje às 21 horas.
Os bombeiros vieram logo e correu tudo bem.
Mas aluz do fogo faz ver coisas que não se viam. Ampliar primeira foto.

O chato do Eça

Eça de Queirós tem a mania de ser muito actual. Que chato! Senão, vejamos.


" (...) O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já se não crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos vão abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Todo o viver espiritual, intelectual, parado. O tédio invadiu as almas. A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce... O comércio definha, A indústria enfraquece. O salário diminui. A renda diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguel. A agiotagem explora o juro…(…)"
— Uma Campanha Alegre (1890-1891)

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Nessun Dorma


Il principe ignoto
Nessun dorma! Nessun dorma! Tu pure, o Principessa,
nella tua fredda stanza
guardi le stelle
che tremano d'amore e di speranza...
Ma il mio mistero è chiuso in me,
il nome mio nessun saprà!
No, no, sulla tua bocca lo dirò,
quando la luce splenderà!
Ed il mio bacio scioglierà il silenzio
che ti fa mia.
Voci di donne
Il nome suo nessun saprà...
E noi dovrem, ahimè, morir, morir!
Il principe ignoto
Dilegua, o notte! Tramontate, stelle!
Tramontate, stelle! All'alba vincerò!
Vincerò! Vincerò!

sábado, fevereiro 05, 2011

A Quinta Juventude (no mínimo)

Terceira Idade? E porque não quarta ou quinta?
Já me fizeram a pergunta  a respeito do Terceiro Mundo, fez-ma uma brasileira, quando o Brasil ainda era Terceiro Mundo, agora o Terceiro Mundo é talvez o nosso. Perguntou-me qual era o Segundo Mundo. E a Segunda Idade? Respondi que não existia tal coisa:
- Porque eu sou a primeira pessoa, tu és a segunda e ele ou ela é a terceira.
Óbvio, não É(ra)?  Então, o Primeiro Mundo é o Nosso, (eu/nós). Mas nós é igual a Eu e Tu. O Terceiro mundo são eles. Pronto. Então:
A Terceira Idade são eles. Ou mais vulgarmente, são elas. Porque eles morrem no princípio da terceira idade e elas continuam, na boa... Prefiro chamar-lhe 3ª, 4ª ou 5ª juventude. Dependendo de cada caso.


Mas tudo isso está também a mudar. Se estes meus blogues têm algum interesse, é esse o principal: mostrar o que muda. Todo o mundo acha que nada muda, ou se mudar, é para pior... só quando é evidente ou mau, ou vem nos jornais e telejornais é que percebem. E é claro que não acreditam em mim.


Bom ou mau, é assim: grande parte dos programas televisivos, cineásticos e geralmente comerciais são feitos para jovens. Como toda a gente sabe, claro.
Mas tudo começa a mudar. Uns cineastas americanos que parecem tão invulgares, exóticos e inovadores, descobriram que começa a haver muita gente dessa Terceira Idade e que essa gente tem muito mais tempo livre e muito mais poder económico do que os jovens. Claro que as agências de viagens também já perceberam isso...
E começa a mostrar-se também a beleza que existe nas pessoas mais velhas. Até agora não se via nada disso, pela ditadura da juventude. Quem fica no meio é que não existe. (Também já não é no meio que está a virtude).