sexta-feira, setembro 02, 2011

O Tigre Branco





Está na moda este autor, que ganhou o Booker Prize, exatamente com este livro, O Tigre Branco: Aravind Adiga.
A obra apresenta um retrato da Índia bem diferente daquele que imaginamos e que é simultaneamente exótico e místico. 
Surge-nos uma Índia terrível, imunda, corrupta, em que o crime e a miséria se relacionam de formas perversas, variadas e estranhas. Para só dar um exemplo, os ricos levam os pobres a assinar confissões em que assumem as culpas dos seus crimes. Por dinheiro e por medo de retaliações sobre toda a família. 
O vício de mascar um produto vermelho e cuspir por todo o lado uma saliva vermelha é constantemente referido.

Não deixa de ser curioso e mesmo irónico, que sejam estes autores indianos a ganharem os prémios da  escrita em língua inglesa. No fundo, sente-se neles a nostalgia da Inglaterra, país considerado civilizado. E sabemos todos do que dependem os prémios. Sendo uma avaliação, está dependente dos conceitos e preconceitos dos avaliadores.

Acontece o mesmo com os livros de Arundhati Roy, que também ganhou esse prémio com O Deus das Pequenas Coisas. É também um retrato desencantado da miséria, da segregação de castas, da imitação do Ocidente. Neste caso, a escritora é considerada anti-globalização, mas, depois de ler estes livros, somos levados a perguntamo-nos qual é o problema da globalização... quando o tão imitado Ocidente não tem problemas destes...

Se o que a Índia tem de tão estranho, invulgar e místico nunca é referido, a não ser como caricatura... sobressai nestes livros a luta entre religiões e o desprezo entre castas.

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