quarta-feira, agosto 14, 2013

Cadeiras




Esquecendo que ainda não estou na União Europeia (digo ainda, porque a Turquia já pediu a sua entrada pela segunda vez), procuro várias coisas que não existem. Um sítio para dar informações aos turistas, uma planta da cidade. O rapaz do restaurante onde almocei foi comigo a uma espécie de papelaria, onde me mostraram um atlas do mundo. Mas não tinha  planta de Istambul. Só nas paragens de autocarro e não há também no sítio de táxis para turistas.

Em contrapartida, encontrei várias coisas que não procurei. Como, por exemplo, estas e outras cadeiras colocadas na rua, incluindo os dois banquinhos, à porta de uma loja fechada, um deles já esmagado, talvez por um automóvel. Suspeito, neste momento, que as cadeiras estão a guardar o lugar de motorizadas, mas ainda não sei bem.

Esta ausência de receio de colocar muitas coisas na rua da quarta maior cidade do mundo, que também se verifica no mobiliário de jardim, é tanto mais estranha, quanto, no hotel, não me queriam devolver o passaporte. Porque há muitos carteiristas e é melhor deixá-lo aqui. Colocavam-no num sítio onde era facílimo roubá-lo, por trás da rececionista. Recusei, claro. Como solução de compromisso, aluguei um cofre e deixei-o lá, com alguns cartões.
- E se a polícia me pedir o passaporte?
- Diga que está no hotel!

Já me têm dito que gostam dos diários de viagem deste blogue, porque mostram muitos aspetos invulgares que os outros não mostram, em vez de mostrarem o que é idêntico em toda a parte.

Mas para isso é preciso fazer o tipo de viagem que os outros não fazem. Sem guias locais a mostrarem-nos o que querem que vejamos.

Hoje, 15 de Agosto, descobri o mistério das cadeiras, que também vi na avenida moderna onde fica o meu hotel. Qualquer pessoa as pode utilizar e utiliza. Até se marcam encontros nelas. Nesse e noutros aspetos este país é muito civilizado e temos muito a aprender e a imitar. Ideia simples e boa.

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