sábado, junho 25, 2016

Brexit: não saem. Não saiam ainda que fossem corridos a pontapés

Não Eu sempre disse e por estranho que pareça, volto a dizer que os Britânicos não saem da União Europeia. Nao sairiam, ainda que fossem corridos a pontapés. E não são.
Desde o início da UE, os British estão sempre a fazer ameaças, de saída, de dissidência, etc., mas nunca cumpriram a ameaça. Quanto ao Euro, não saíram, só não entraram. 
 Depois não digam que não avisei.

Há neste momento uma perdição com um milhão de assinaturas a pedir a repetição do referendo.
E agora, com a demissão do primeiro ministro, com a ameaça de saída da Escócia, etc., não saem mesmo.

VER AQUI  


E AQ U I 
http://www.sabado.pt/mundo/europa/detalhe/e_possivel_novo_referendo_peticao_alcanca_um_milhao_de_assinaturas.html

quinta-feira, junho 16, 2016

Onde dormir, para passear pelo Rio Tejo? Na Quinta do Massapez.










Esta foto ficou tremida, mas dá uma ideia

Quando pensamos em ir navegar no rio Tejo, a partir da aldeia de Escaroupim, do concelho / vila de Salvaterra de Magos, várias perguntas se colocam.


A principal: ir e vir no mesmo dia? De Lisboa é fácil, até se pode ir de transportes públicos, os autocarros da Ribatejana. Mas nova interrogação se coloca: depois da tranquilidade absoluta, da paz serena, do silêncio entrecortado do canto das aves, regressamos de imediato ao bulício do trânsito e da capital? Resposta: 

- Claro que Não. que horror!


Fazendo uma pesquisa na net, não há muito por onde escolher, mas salta à vista uma hipótese tentadora. A ser verdade, claro, pois parece demasiado bom para ser verdade.



A Casa do Massapez, situada na Quinta do Massapez. (Clicar por cima para site do Facebook).



Trata-se de uma unidade de turismo rural, situada numa maravilhosa quinta de criação de cavalos lusitanos.

Tem uns quartos para alugar, nuns módulos em separado, uma espécie de bungalows, todos eles ao rés do chão, podendo nós sair descalços da casa e andar pela relva. Em vez de quartos ou além disso, há também umas casinhas com dois quartos, cozinha e sala, que podem ser alugado por uma família. Não é caro.

Podemos adormecer mal os passarinhos acabam de cantar e acordar quando eles acordam, pois o dono da quinta confessa não ser capaz de desligar esse despertador. Ouvem-se milhares de pássaros  cantar muito alto, mas esse som inscreve-se num silêncio repousante. Muito bom para quem precisa de fugir do bulício da cidade para a tranquilidade absoluta. 

Outra boa surpresa é precisamente o dono da quinta, veterinário e tratador de cavalos, muito atencioso, atento e delicado, sempre precedido por um engraçadíssimo e abelhudo cão, da raça Barbado da Terceira, chamado Café. Que se vê na imagem. E que nos raspa a pata na porta se não nos vê por ali durante muito tempo. Atrás vem o dono, se nos apetece conversar, capaz de nos maravilhar com as suas histórias. E com as suas cicatrizes, várias marcas de mordeduras na mão de vacas, de cães, etc., e de cavalos nas costas. Cada uma delas com uma história que fala de animais. E do amor pelos animais.

A quinta oferece também atividades com cavalos, não entendi muito bem, mas acho que podemos perguntar, passeios de barco pelo Tejo, concorrentes com os já mencionados da empresa Rio Adentro, uma piscina de água salgada, no verão e o que mais pudermos imaginar. 

Li o livro das visitas. Toda a gente diz maravilhas. Algumas pessoas passam lá o Réveillon e adoram, mas são elas que fazem a festa, não a quinta. Há também famílias que passam lá semanas e que regressam anos mais tarde, famílias e indivíduos, portugueses e estrangeiros.

Sentimo-nos em casa.


(Os cavalos não ficaram muito bem na foto, por falta de luz). Há um branco que se confundia com a parede branca.



terça-feira, junho 14, 2016

Passear Navegar pelo rio Tejo - Parte 2


















Creio que este é um Colhereiro. Com um bico tão grande, só pode ser um dos maus

Mas não há só aves no Tejo. Há muitas outras coisas belas e sobretudo a sensação de navegar deslizar na superfície plana e azul das águas.

 E a imensa tranquilidade, só se ouvindo o deslizar das águas e os cantos, quase sempre suaves, dos pássaros.

As árvores, muitas delas salgueiros, os ninhos nos pouco muros de terra que bordejam o rio e os cavalos. Sobretudo os cavalos, nesta terra dos cavalos lusitanos, cavalos com tanta história.
O que se vê nas fotos é uma ilha com éguas, acompanhadas das crias, dos potros. Podem andar em liberdade, ao contrário dos machos, que exigem cuidados constantes, até porque, se não forem casados,a nadam sempre atrás delas. Chama-se aguada este conjunto de éguas.

Nas duas últimas fotos podemos ver, se as ampliarmos, uma tainha a saltar, em dois saltos para fora da água. Chegaram  mesmo saltar para dentro do barco e, como é indicado noutro post deste blog, podem ser saboreadas no restaurante Taberna dos Magos, em Salvaterra de Magos.



VER TAMBÉM AQUI


Salvaterra de Magos









Salvaterra de Magos é uma terra lindíssima, carregada de pássaros de que tem grande variedade e enorme quantidade, mas ainda muito desconhecida. 


A 60 Km de Lisboa e com vários transportes regulares por dia, para quem lá vive poder trabalhar aqui, mesmo assim passa despercebida. Mas é um lugar importante para quem queira observar pássaros em plena natureza, ou navegar pelo Tejo, que ali é esplendoroso.

E por isso tem alguns aspetos muito provincianos, que se tornam engraçados. É difícil obter informações, as quais têm de ser pedidas de modo muito explicito e com o cuidado de não parecermos ignorantes ou estúpidos, cuidado que não tive.


Como os restaurantes nem têm ementa nem preços, embora a comida idêntica possa ter os preços mais diversificados, muito barata ou cara, podemos atrever-nos a perguntar. Resposta:

- O preço depende do que você comer e da quantidade que você comer. Se comer muito, paga mais , se comer pouco, paga menos.
- Como assim? Se comer muito pago mais?!
- Claro. Se comer meia dose, o preço é um, se comer uma dose, o preço é outro.


Eu nunca poderia imaginar uma coisa destas, mas saio de lá sem saber a ementa nem o preço, apesar de a senhora me olhar de alto a baixo  a tentar imaginar se como muito ou pouco e se tenho muito ou pouco dinheiro, o que aconteceu várias vezes em diferentes sítios.

Como me indicaram que há um restaurante onde se comem tainhas do rio, tainhas que vimos a saltar para fora da água e que chegam ao ponto de saltar para dentro dos barcos, pergunto se me indicam onde fica o Restaurante Magos.

- Magros?
- Magos.
- Magros? Não percebo...
- Como se chama esta terra? 
- Salvaterra de Magos.
- Então, por causa do nome, o restaurante chama-se Máááá - guuus. 
- Ah, não deve ser aqui. Volta-se para dentro e pergunta:
- Sabes onde fica o restaurante Magos? 
- Magros? 
- Magos!!!
- Magros? 

Pronto, o erro foi meu, afinal chamava-se Taberna dos Magos. Ou seria Taberma dos Magros? E lá comi a tainha, que não constava do cardápio, mas que havia. Frita e boa. O pior na comida desta terra são os acompanhamentos, um arroz grosso e empastelado, um bocado passado... mas o preço total do almoço... 6 Euros. Muito melhor e muito mais barato do que o almoço da véspera, noutro sítio.

Fotos: esta terra é conhecida pelas touradas, não se vendo aqui um único estrangeiro, apesar do boom turístico que Lisboa vive. Fotos do Campo de Touros, à beira do cemitério e da escultura de homenagem ao Campino Ribatejano, aquele rapaz que trata dos cavalos e dos touros.

Enfim, isto é a minha visão de Salvaterra de Magos. Ou será de Magros?

VER TAMBÉM AQUI

Passear Navegar pelo rio Tejo




Ilha das Garças



Íbis


Perto de Salvaterra de Magos, na margem do Tejo, existe uma pequena aldeia chamada Escaroupim ou Escaropim.

Olhando dessa terra para o rio, vemos uma ilha que parece completamente povoada de flores brancas. Olhando com mais atenção, as flores levantam-se e atravessam os ares. Pois não são flores. São aves.

É a Ilha das Garças. A colónia onde fazem ninho.

Dizem-me depois que estas centenas de garças pouca coisa são, pois ao pôr-do-sol há milhares. Dizem-me também que esta viagem será diferente ao pôr-do-sol, mais colorida e também será diferente em finais de julho e agosto, com cores provenientes das flores que desabrocham nessa altura.


Como fazer a viagem? Creio que há duas maneiras, neste post falarei da empresa recém criada Rio a Dentro. Dir-se-ia que o nome lhe vem por analogia com o filme Mar Adentro, mas é apenas uma coincidência. É que, para além das aves, também vemos a vida intensa, deslumbrante e ao mesmo tempo discreta do rio: as árvores, muitos salgueiros estendendo as suas barbas verdes para a água, alguns cortados de forma geométrica, sendo horizontais por baixo. Pergunto porquê.
O Rui, do Rio adentro, explica que são os cavalos que comem as folhas e os ramos até onde lhes chega o pescoço. E continua a explicar a enorme diferença, ao que parece, entre uma garça papa-ratos, raríssima, e uma vulgar garça não sei de quê. Ou mesmo uma garça vermelha, que só se vê no Egito. Noutras viagens tem uma clientela atentíssima, mas nós só gostamos de ver pássaros, pouco nos importa essas diferenças, próprias de biólogos e ornitólogos. Então muda o discurso, que um dia há-de ser poético de tanto o variar.
Também há bandos de Íbis, são aquelas aves pretas da imagem. Mas há também uma preta que é um milhafre, pássaro mau que come as garças e as crias e também uóutro pássaro mau, o colhereiro. Todos estão nestas fotografias, procurem e vão encontrar :)

Este senhor e o irmão formaram esta empresa, que já tem dois ou três barcos e que faz excursões para ver aves todos os dias, ou para ver o Tejo, aos fins de semana. Talvez muitas pessoas não conheçam o termo e a atividade Birdwatching. Consiste em fazer viagens para observar pássaros. 

E aqui, nesta parte do rio Tejo e nas margens, há tantos pássaros que só o som do seu canto é ensurdecedor. Até apetece às vezes desligar ou baixar o som :)

Bem, para fazer estes percursos, é ir a Salvaterra de Magos e deslocar-se até à aldeia de Escaroupim, não sem antes ter marcado a visita através deste site.

Como eu não tinha transporte próprio, o senhor foi-me buscar e levar de carro a Salvaterra de Magos, sem levar mais dinheiro por isso e entretendo-me ainda com uma conversa agradabilíssima. É gente que trabalha com uma missão e com um ideal. E que nos permite conhecer um mundo deslumbrante, até há pouco inacessível a nossos sentidos.


Continua... 


Onde ficar? Isso é o tema dos próximos posts. 







domingo, junho 05, 2016

Nuon puôde tal sôzinha!

- Nuon puôde tal sôzinha! Noun, Noun! 
- Olá.
- Olá! Queles 2 kilos de ciléjia?
- Não, não, só este bocado, esta mão cheia de cerejas. Um nadinha.
Começa então, a senhora chinesa, mulher muito bonita do Tchan, homem engraçadíssimo que nos trata por tu e que todos tratamos por tu,  a falar  muito nervosamente, a agitar os braços, com ar transtornado.
- Nuon puôde tal sôzinha! Noun, Noun, Noun!
Será que me está a criticar por não levar os dois kilos de cerejas? Mas não parece. Sobretudo porque é simpática e querida.
- Quem é que não pode estar sozinha?
Apontando com o braço para fora da porta
- Sinhôla!
Lembro-me então de ter visto, ao entrar, duas ambulâncias a porta, uma delas da polícia. Esperei dentro da loja, até que voltaram todos para dentro.
- A senhora morreu? - pergunto.
- Noun, só caiu da escada, estava sozinha. Noun puôde! Non puôde .
- Chinês nunca está sozinho? - pergunto eu.
- Chinês não. Filho, neto, filho, neto, não sozinho. Nunca. 
- Nuon puôde, Noun puôde. Sozinho, Noun.- agita muito os braços, de expressão transtornada. 
Deve pensar que esta terra é muito esquisita é perigosa. 
O perigo, claro, é o de um chinês poder não ter filhos nem netos, se ficar aqui...