domingo, agosto 21, 2016

O erro do Ocidente é tolerar mentalidades que não toleram a nossa.

II
Quem defende o uso do burquini na Europa também defende que as mulheres possam fazer nudismo no Irão e na Arabia Saudita, ou a sua tolerância tem dois pesos e duas medidas? 

Saberá que há feministas muçulmanas que protestam contra todos estes trajes ridículos, niqab, burka, burkini? Que as mulheres são obrigadas a usá-los, sob pena de serem agredidas na rua? Que nós temos de nos vestir como elas, se formos a esses países? 

Saberá que uma mulher de unhas pintadas pode ser impedida de rezar por "não poder lavar as mãos" e corre o risco de lhe cortarem os dedos?

"O burquini não é uma vestimenta como outra qualquer (...) faz parte de uma estratégia, que se não vier a ser desencorajada por medidas preventivas acabará por alcançar o seu objectivo final: interditar o espaço público às mulheres! " - afirma uma jurista muçulmana. Di também que já poucas mulheres em Marrocos se atrevem a ir a praia de fato de banho, com medo de ser agredida por fanáticos que são obcecados pelo sexo. 

Ver Aqui: http://www.huffingtonpost.fr/fatiha-daoudi/non-monsieur-plenel-le-burkini-nest-pas-un-vetement-comme-les-autres_b_11603446.html

O erro do Ocidente é tolerar mentalidades que não toleram a nossa.

Ver também aqui : http://www.elmundo.es/sociedad/2016/08/26/57bf31f222601dab718b45bc.html

7 comentários:

Konigvs disse...

O que eu acho é que, proibir nunca é boa política. Nem acho que devemos reger a nossa opinião em função do que os outros fazem ou dizem de nós.
Se somos de uma cultura de de tolerância e liberdade, devemos deixar os outros agir em função da sua cultura e da sua liberdade. Obrigar e proibir não me parece digno de alguém que diz defender os valores da liberdade.

Mas o que eu vejo é que são todos muito "Charie" quando dá jeito.
Até Erdogan era "Charlie"!

Será que também vão proibir os fatos dos surfistas e mergulhadores?

Nadinha disse...

Você diz "devemos deixar os outros agir em função da sua cultura e da sua liberdade."
Cortar / amputar os dedos as mulheres que pintam as unhas porque é imoral pintar as unhas e obrigar as mulheres a vestir roupas ridículas e sufocantes é liberdade dos homens, que devemos respeitar? Pense bem antes de ter opiniões, é fácil fazer analogias simplistas como essa.
Todas as pessoas têm vaidade e gostam de se mostrar com roupas bonitas e elegantes. Você gostava de andar de cara tapada e corpo escondido? Acha que é uma opção?

Konigvs disse...

Eu vou-me explicar melhor.

Cada país tem as suas leis certo? Portugal, por exemplo, tem as suas leis, e os diferentes países têm as suas certo? Pois o que eu acho é que em Portugal, cada pessoa deve cumprir a nossa lei, tal como nós temos de cumprir as dos outros países se lá formos.
Mas tem de a cumprir como qualquer outro cidadão português, com direitos e obrigações. O que a Nadinha, como muitas outras pessoas, levadas por esta onda histérica e xenófoba querem, é criar leis específicas só para estrangeiros ou para determinadas culturas, e isso para mim é uma descriminação inaceitável num Estado livre como o nosso.

Se eu estou a ser simplista, vou-lhe fazer uma pergunta muito simples. Responda-me então. Vivemos num estado laico certo? Existe separação (ainda que suposta) entre religião e Estado certo? Então que lhe parece de proibir toda a gente em Portugal de usar cruzinhas ao peito em lugares públicos? E quem diz cruzinhas diz todo outro e qualquer elemento que se possa associar a uma religião ou crença religiosa?

E não me respondeu. Quer também proibir os fatos de mergulhador ou de surfista? É que esses também tapam o corpo todo!

E sabe o que diz a Constituição da República Portuguesa?

Art. 13:
"Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual."

Concluindo, uma lei xenófoba desse tipo, pelo menos em Portugal, só juntando 2/3 dos deputados e mudando a Constituição. Sem isso, é completamente inconstitucional.

Nadinha disse...


Continua sem entender que nao se trata de respeitar os direitos, mas bem pelo contrário, de colaborar em retirar as mulheres direitos que têm ou tiveram.
Quanto aos surfistas, não diga disparates pois uma coisa nao tem nada a ver com a outra.
Quando uma terra se liberta do Estado Islanico, qual é a primeira coisa que as pessoas fazem? As mulheres deitam fora ou queimam os trajes, burcas, niqabs, etc. e os homens cortam a barba. Ao que parece, são eles que não querem aquilo a que você chama direitos. São mesmo "direitos" que ninguém quer. Ponha-se no lugar deles, não é difícil imaginar.
Leia o que acrescentei no texto, a opinião\ protesto de uma jurista muçulmana.

Konigvs disse...

Como lhe disse, era óbvio para mim, que não é preciso fazer um curso de direito para perceber que proibir o uso de determinada roupa é completamente atentatório das liberdades individuais.
E por esse motivo, qualquer Estado que se diga democrático e defensor dos valores da liberdade, não podem pactuar com leis completamente arbitrárias, racistas e xenófobas. Por isso mesmo, hoje, numa decisão que se aplaude, a justiça francesa proibiu a proibição das pessoas se terem de vestir desta ou daquela maneira nas praias francesas.

Nadinha disse...

"A procissão ainda vai no adro". Se ainda me é permitido usar uma metáfora católica. :)

Nadinha disse...

Não é preciso ser muito. Inteligente para perceber que os franceses têm cometido erros demasiado graves em relação a este aspeto, por ingenuidade e raciocínio básico. Incluindo a ingenuidade e o raciocínio básico dos juristas. Erros que pagam muito caro: fornecendo soldados para o Daesh, rapazes que vivem em França à custa do abono de família, em famílias com um marido, várias esposas e dezenas de filhos, rapazes que atacam a França por dentro e a democracia por dentro. Isto, só por um lado. Por outro lado, potencia o aumento da extrema direita na Europa e no mundo, quando até as feministas de esquerda e os de militantes de extrema direita estão inteiramente de acordo em vários aspetos...