segunda-feira, outubro 19, 2020

Outra vez Tancos

 



O rapaz que roubou as armas de Tancos resolveu devolver mais algumas. 

Quando precisar delas, vem buscá-las outra vez.


Imagem da Internet

sexta-feira, outubro 16, 2020

Sété Ué não sei quê... 500 aéreos de multa...Humor involuntário?



O MEU TELEFONE É ASSIM. Será que tenho de andar sempre com ele, para o caso de a polícia mo pedir, para ver se eu tenho o coiso...? Aquilo que é Seté Ué Não sei quê.
E os fios? Também tenho de levar os fios quando for ao Mini-Preço?

Eu não quero pagar 500 aéreos de multa, porque eu só ganho 360 aéreos da reforma, mais o meu homem que não ganha nenhum porque é patrão e agora já não tem fregueses na tasca porque a tasca tem que fechar às 8 da noite e os fregueses só vinham depois do comer.
Não se pode vender álcool, não se pode vender álcool, 
dizem eles, depois das 8 da noite, mas a gente nunca vendemos álcool, a gente só vendemos vinho, cerveja e aguardente. 
- Ai você quer álcool?- diz o meu - Então vá à farmácia! Nós aqui só temos vinho!

quinta-feira, outubro 15, 2020

Muito belo poema de Louise Gluck: "O lírio prateado"

 


Foto da Internet Papoilas Brancas

"O lírio prateado"
As noites ficaram frias de novo, como as noites
de começo de primavera, e quietas de novo.
Será que a conversa te incomoda? Estamos
sozinhos agora; não temos razão para silêncio.
Vês, sobre o jardim — a lua cheia nasce.
Não verei a próxima lua cheia.
Na primavera, quando a lua nascia, significava
que o tempo era infinito. Anêmonas
abriam e fechavam, as sementes
em cachos caíam dos bordos em pálidas lufadas.
Branco sobre branco, a lua nascia sobre o vidoeiro.
E no arco em que a árvore se divide,
folhas dos primeiros narcisos, ao luar
prata-verde-claras.
Juntos, chegamos
perto demais do fim para agora
temermos o fim.
Nessas noites, não estou nem mesmo certa
de que sei o que significa o fim.
E tu, que estiveste com um homem —
depois dos primeiros gritos,
não faz a alegria, como o medo,
barulho algum?"

Louise Gluck in Revista Bula

segunda-feira, outubro 12, 2020

Louise Gluck - Paisagem 3




Jean François Millet "Les Glaneuses" ou "as Respigadoras"


Louise Gluck, escritora que ganhou o Prémio Nobel 2020, escrevendo sobre a atualidade e inspirada na mitologia grega.

"Paisagem/3
Nos fins do outono uma rapariga deitou fogo
a um trigal. O outono
fora muito seco; o campo
ardeu como palha.
Depois não sobrou nada.
Se o atravessávamos, não víamos nada.
Nada havia para colher, para cheirar.
Os cavalos não compreendem –
Onde está o campo, parecem dizer.
Como tu ou eu a perguntar
onde está a nossa casa.
Ninguém sabe responder-lhes.
Não sobra nada;
resta-nos esperar, a bem do lavrador,
que o seguro pague.
É como perder um ano de vida.
Em que perderias um ano da tua vida?
Mais tarde regressas ao velho lugar –
só restam cinzas: negrume e vazio.
Pensas: como pude viver aqui?
Mas na altura era diferente,
mesmo no último verão. A terra agia
como se nada de mal pudesse acontecer-lhe.
Um único fósforo foi quanto bastou.
Mas no momento certo – teve de ser no momento certo.
O campo crestado, seco –
a morte já a postos
por assim dizer."
*Terceira parte do poema “Landscape”, de Averno (2006), traduzido por Rui Pires Cabral. Os versos foram publicados no n.º 12 da revista Telhados de Vidro, da editora Averno, em maio de 2009

domingo, outubro 11, 2020

Louise Gluck

 


Circe de Wright Barker, 1889

Louise Gluck: lúcida, clássica e moderna, vendo o nosso tempo sob inspiração da mitologia grega.

O Poder de Circe
Nunca transformei ninguém em porco.
Algumas pessoas são porcos; faço-os
parecerem-se a porcos.
Estou farta do vosso mundo
que permite que o exterior disfarce o interior.
Os teus homens não eram maus;
uma vida indisciplinada
fez-lhes isso. Como porcos,
sob o meu cuidado
E das minhas ajudantes,
tornaram-se mais dóceis.
Depois reverti o encanto,
mostrando-te a minha boa vontade
e o meu poder. Eu vi
que poderíamos ser aqui felizes,
como o são os homens e as mulheres
de exigências simples. Ao mesmo tempo,
previ a tua partida,
os teus homens, com a minha ajuda, sujeitando
o mar ruidoso e sobressaltado. Pensas
que algumas lágrimas me perturbam? Meu amigo,
toda a feiticeira tem
um coração pragmático; ninguém
vê o essencial que não possa
enfrentar os limites. Se apenas te quisesse ter
podia ter-te aprisionado.
*Poema publicado originalmente na coletânea Meadowlands (1996), com o título “Circe’s Power”. Editado em Portugal na antologia Rosa do Mundo. 2001 Poemas Para o Futuro (2001), da Assírio & Alvim, numa tradução de José Alberto Oliveira. A antologia encontra-se atualmente esgotada

sexta-feira, outubro 09, 2020

Marcelo propõe um Carnaval em dezembro, em vez do Natal em família





Vamos fazer um Carnaval em família em vez do Natal. Um Carnaval mascarado, em que fingimos não perceber o que significa aquela tragédia nacional do tribunal de contas. Aquela mascarada de quem ganha o quê com as vacinas, com os testes de Covide, com os dinheiros da UE. Mais testes! Mais testes! Mais grana da UE! Mais vacinas obrigatórias! Mas nem todos são parvos ou hipocondríacos! 

VER AQUI:


Foto da Internet

sábado, outubro 03, 2020

Medidas anti-covid: "esquerda, direita e volver"

 Há muitas pessoas de esquerda que julgam não poder pôr em causa as medidas anti-covid e todo este fundamentalismo, todas estas restrições de direitos, por ser a extrema direita que o faz. Vejam o que diz a esse respeito um filósofo italiano de esquerda, aqui citado:

“ O grau de confusão que atingiu os espíritos que se deveriam ter mantido mais lúcidos, levou ao paradoxo de vermos organizações de esquerda, que deveriam reivindicar direitos e denunciar violações das constituições, aceitar sem reservas a limitação de liberdades essenciais decidida por decreto ministerial, sem qualquer legalidade – coisa que jamais o fascismo sonhou poder impor -, e dirigentes de direita – Trump e Bolsonaro – serem os que mais se opuseram às medidas de confinamento; demonstrando-se, assim, que a diferença entre direita e esquerda se esvaziou de qualquer conteúdo político real; a verdade é a verdade, seja dita à direita ou à esquerda”.

Giorgio Agamben


Ver o texto completo aqui:


Médicos pela Verdade