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quinta-feira, julho 22, 2010

Betânia na Casa Fernando Pessoa




Fui ontem ver e ouvir a Maria Betânia a ler poesia na Casa Fernado Pessoa, aqui ao pé.
Parêntesis para afirmar o seguinte: a Inês Pedrosa tem feito coisas extraordinárias pela Casa Fernado Pessoa, que estava às moscas antes de ser ela a directora e mesmo quando era a Clara Ferreira Alves. Não há comparação possível. É o que se pode chamar uma gestão criativa.
Por exemplo: inventou uma medalha de mérito para distinguir gente que fez muito pela poesia de Pessoa ou pela poesia em geral e chamou-lhe "Medalha do Desassossego", por causa do Livro do Desassossego de Fernando Pessoa - Bernardo Soares. Ofereceu-a no Brasil a Maria Betânia, que ficou tão orgulhosa com a distinção, ao ponto de a trazer ontem ao peito, de a mostrar e de se oferecer para fazer este magnífico espectáculo. Grátis. Para quem está habituado a pagar bem caros os espectáculos desta diva...
Betânia mostrou-se diferente, mais familiar, mais natural e até modesta. É claro que as condições acústicas e outras não eram as ideais, mas a voz é a mesma que era há 10 ou 20 anos, o que é surpreendente. E a inspiração também é a mesma.
Gostei particularmente da ideia que teve de homenagear um seu professor de português do liceu, liceu esse situado naquilo a que chamou "o recôncavo da Baía", afirmando que o ensino público (no Brasil) pode ser óptimo. Disse o nome do professor, declamou um poema dele e informou que o irmão, Caetano Veloso, também seu ex-aluno, musicou alguns dos seus poemas e que ambos lhe estão agradecidos por lhes ter desvendado a poesia.
Foi bom ouvir isto, todos sabemos que alguns professores podem ser estruturantes da nossa personalidade e inspiradores da nossa sensibilidade, mas poucos o afirmam assim alegremente, a esta distância temporal.

O problema foi mesmo encontrar lugar. Algumas pessoas foram para a fila às 11 horas, o espectáculo era às 17:30 e começou às 18. Pessoas que chegaram às 15 horas não entraram, mas houve quem chegasse às 17:15 e entrasse. Por mim, confiei na inventiva da Inês Pedrosa, que já me surpreendeu várias vezes. Cheguei às 16:45 e esperei. Parecia impossível entrar, mas, vejamos: houve muitas pessoas que desistiram; a certa altura, abriu-se a sala de baixo, onde foi colocado um plasma gigante e muitas cadeiras; mais tarde, abriu-se a porta para o jardim, onde foram colocadas colunas de som - como estas pessoas não viam nada, só ouviam, tiveram direito a bebidas grátis.

Enfim, quem não tem cão caça com gato. Nunca tive nenhuma admiração especial pela Inês Pedrosa, mas neste aspecto não tem igual: revela uma grande modéstia, também, uma simplicidade, uma criatividade e um engenho, que a colocam a milénios-luz das eminências-pardas a que estamos habituados, sem ideias, sem capacidade de agir, mas cheios de farroncas.

Esperemos os desenvolvimentos... o que há-de vir...

domingo, outubro 11, 2009

Votei na Ofélia. Evidentemente!



Precisamos de políticos em condições, daqueles que não confessam nada, mesmo que sejam torturados até à morte e não daqueles que só fazem um contrato se lhes derem uma grande percentagem dos lucros.
Naqueles que acreditam em grandes ideais e nos fazem sonhar e não naqueles que mudam de partido para terem um cargo em que podem surripiar mais um tanto (muito ou pouco, são todos iguais).


E por isso eu votei na Ofélia. Como o último partido que me despertou confiança foi o Bloco de Esquerda, risquei o nome, escrevi Ofélia e votei. Era o boletim amarelo, nem vi para que serve. Nos outros dois escrevi um A de anarquista com a roda em volta e saí muito feliz da secção de voto, sentindo-me rejuvenescida, pois costumava fazer coisas destas na minha primeira juventude. Estou agora na segunda ou terceira juventude. Haverá uma quarta e uma quinta, espero.





PS. (salvo seja): O Ofélia foi a única namorada de Fernando Pessoa e é a gatinha da casa Fernando Pessoa da fotografia.

sábado, setembro 19, 2009

Casa Fernando Pessoa: Ofélia

A


A criatura mais pequena é a Ofélia. Não sei se conhecem a outra...
Só uma dica: não fui eu que tirei essa fotografia.
A Ofélia gosta de se deitar na cama de Fernando Pessoa, o que parece mal quando há visitas...
O local da foto é a Casa Fernando Pessoa. A gatinha é a mascote da casa.

Casa Fernando Pessoa (Continuação)




São fotografias do interior da casa. O poema é sempre o mesmo, mas apresenta variantes que estão explicadas na primeira foto. Se ampliarem, clicando por cima, vêem perfeitamente.
Nesta última, atrás da porta, nem é preciso ampliar.
Na sua variante de Ricardo Reis, Fernando Pessoa considera que todos vamos morrer e por isso somos todos moribundos. Rimos e divertimo-nos porque é Entrudo. A vida é o Entrudo?

Casa Fernando Pessoa (Continuação)



Tal como prometi no post anterior, fui lá hoje tirar fotografias e cá estão elas.
Gostei tanto deste arranjo gráfico e da originalidade da coisa, que não resisti a postar muitas.
Posted by Picasa

quinta-feira, setembro 17, 2009

Espectáculo Inédito na Casa Fernando Pessoa

Por estes dias, que têm sido para mim muito preenchidos (não falo de tudo nestes blogues, ainda que possa parecer) fui assistir a um espectáculo inédito na Casa Fernando Pessoa.
Esta casa tem tido vários curadores, todos fracos para não dizer péssimos, mas agora tem uma muito boa. A Inês Pedrosa é, de facto, uma presidente sem precedentes e sem semelhança com os anteriores. Não quer isto dizer que a aprecie noutros aspectos: cada um de nós tem um dom. O da maioria é talvez o de procriar. E também o sabem fazer bem. O de outros é outra coisa.
A Inês Pedrosa é polémica, também num aspecto de que me sinto mais participante, uma estranha reportagem que fez sobre Natália Correia, há uns tempos largos. Talvez demasiado cedo, tendo em conta as mentalidades...


Vem isto a propósito desta última iniciativa: pintar o exterior e o interior da casa Fernando Pessoa com palavras, mais exactamente com um único e pequeno poema de Ricardo Reis. Esse poema tem emendas e correcções. Então foram aproveitadas essas emendas e correcções, como se todas as hipóteses fossem válidas e o conjunto das várias possibilidades fosse enriquecedor. Nunca vi nada assim. Raramente fico agradavelmente surpreendida, mas fiquei.
Vou tentar pôr neste blogue ou no outro, o poema e as suas variantes.
Oh!!! Nem levei a máquina fotográfica.
Houve um espectáculo óptimo na rua (Coelho da Rocha) um espectáculo de rua. Os actores estavam à janela da casa e os espectadores estavam sentados em cadeiras na rua ( a rua do poema "A Tabacaria"). Mas de repente ficou muito frio e vento. Havia uma boutique mesmo em frente e algumas pessoas foram lá comprar umas camisolas de lã. Giras. Eu ia de casaco de algodão, mas morri de frio. Mesmo assim, não arredei pé e achei a representação de um bom gosto invulgar.
Que me desculpem os meus amigos e amigas de não os ter convidado para isto, mas pensei que talvez fosse uma seca. Como moro perto...
E vou lá tirar fotografias para pôr aqui.