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quarta-feira, novembro 22, 2023

O país das lagartixas II Continuação: as rãs de focinho pontiagudo

 




Mas afinal, parece que seria possível deslocar as lagartixas e as rãs de focinho pontiagudo para outro sítio, por exemplo, mais para dentro da zona protegida, já que o empreendimento Google, de dois mil milhões de euros, só queria utilizar um cantinho dessa imensa zona de proteção das lagartixas. É claro que as lagartixas não iriam gostar de serem deslocada, mas podemos sempre consideras que, “quem cala, consente”. Mas quem cala, consente no quê? 


Se as lagartixas calam, podemos considerar que consentem em serem deslocadas, sem problema, ou então, que consentem na decisão da Procuradora Geral da República em fazer cair um governo de maioria absoluta para que as lagartixas não sejam incomodadas. Quem cala consente. Prontus! 


Enfim, ninguém se sente muito bem neste país, muito menos os deslocados migrantes que só querem ficar em Portugal o tempo que for necessário até poderem ir para qualquer outro lado, dentro da União Europeia.

Ninguém, não. As lagartixas sentem-se muito à vontade e muito à larga! O mesmo não direi das rãs de focinho pontiagudo. Um focinho pontiagudo não é nada recomendável em termos de beleza plástica. Será que as rãs de focinho pontiagudo não se sentem demasiado diferentes das outras, demasiado feias? Será que não desejam procriar com rãs de focinho plano, para que as filhas tenham um focinho menos esquisito? Os gatos, que toda a gente adora, têm o focinho redondo! 


Todas estas questões se levantam em relação ao atual governo de Portugal, ao atual Presidente da República, mais preocupado com as lagartixas do que com a conjuntura política mundial e com as suas selfies na praia, à atual Assembleia da República, que já foi extinta para que as lagartixas não sejam extintas, etc., ao nosso atual primeiro-ministro, impedido de ter ambições políticas no futuro para que as rãs de focinho pontiagudo possam ficar à larga.

sexta-feira, novembro 17, 2023

O país das lagartixas

 



Alguns empresários conseguiram trazer para Portugal um investimento multimilionário da Google. Havia, contudo, um problema: era necessário construir um edifício junto de outro que já existia, mas este novo iria invadir parte de um terreno protegido. Esse terreno era protegido porque tinha rãs e lagartixas que iriam desaparecer com a construção. A partir daqui, a decisão é política: Portugal precisa mais de grandes investimentos estrangeiros, ou de conservar as lagartixas que tem? Pergunta-se. Como a maioria dos campos agrícolas e das florestas estão ao abandono, lagartixas é o que não deve faltar nesta terra. Rãs, talvez haja menos… enfim… os empresários tentam convencer os políticos a tomar uma decisão política a favor do empreendimento da Google, que põe em causa as rãs e lagartixas daquela área. Oferecem mesmo um jantar caro. 

O Ministério Público (MP) manda logo prender os empresários e os políticos, que imediatamente são libertados pelo juiz. Como há várias gralhas no processo e confusão de nomes parecidos, o MP afirma que o primeiro-ministro, figura de prestígio mundial, que está para ser lidera da União Europeia, está sob investigação. Com isto, caí o governo de maioria absoluta e talvez daqui por uns 20 anos se fique a saber se meia dúzia de lagartixas valem mais do que a reputação de uma pessoa de prestígio mundial.

domingo, junho 04, 2023

“- Ou tens dinheiro para pagar, ou vais-te embora. “

 


A cadela de um amigo meu foi atropelada. Até agora, já gastou 800 Euros e ainda não sabe quanto custará a cirurgia. 

Vi a radiografia dos ossos partidos e fora do sítio da pata. Há umas décadas, sem radiografia, os médicos puxavam pela perna ou pelo braço do doente humano e punham os ossos no sítio. Agora é necessária uma cirurgia para a cadela, tão cara que o dono não sabe se pode pagar. Disseram-lhe, enfim, deram-lhe a entender com muita clareza: 

“- Ou tens dinheiro para pagar, ou vais-te embora. “

Fiz-lhe ver que as colónias  de gatos (gosto mais de gatos e por isso estou mais a par) têm veterinários que fazem castração das gatas gratuitamente. Esses nunca dirão:

“- Ou tens dinheiro para pagar, ou vais-te embora.’

Sim, há sítios mais baratos e que nunca dirão tal coisa. Toda a gente que conheço fica horrorizada perante esta frase, coitadinhos dos cães e dos gatos… o porco, o bacalhau, as galinhas também são animais, mas não são bonitos nem queridinhos… 

Nos Estafos Unidos, o que se nota bem, se prestarmos atenção, nas séries que decorrem em hospitais ou clínicas, quando lhes aparece alguém com cancro, dizem-lhe:


“- Ou tens dinheiro para pagar, ou tens um seguro de saúde que pague, ou vais-te embora.”


Na série com o título poético Virgin River, uma mulher com Lúpus não quer ir ao médico, por saber o que a espera, mas o marido insiste. Então, médico explica ao marido: o tratamento do Lúpus custa 36 mil euros por ano. O casal não poupa nem um cêntimo por mês, portanto, a senhora não poderá tratar-se. Sim, pode: naquele lugar idílico, vão fazer uma festa cujos lucros revertem para o tratamento. Fica tudo ótimo, na série.

Aparentemente, os americanos acham normal, que alguma pessoa não seja tratada porque não tem nem dinheiro nem seguro para se tratar, como acham normal darem biliões de dólares dos seus impostos para provocarem e manterem guerras em solo alheio. 

Guerras em lugares em que ninguém tem seguro de saúde e muito menos dinheiro, em que ninguém acha estranho que lhe digam, quando está a morrer:

“- Ou tens dinheiro para pagar, ou vais-te embora.”

Sabem-me dizer em que mundo vivemos? Em que século? 

- Por favor, em que século estamos? Em que planeta? Please?!

(Em Portugal também era assim no século XIX e depois, se lermos com atenção o livro de Eça de Queirós, O Crime do Padre Amaro.)

segunda-feira, maio 08, 2023

A coroação

 









Os novos reis de Inglaterra são feiitos e com uma ar nada majestático nem régio, mas as roupagens maravilhosas e o barulho das luzes tornam tudo deslumbrante.

Quanto ao povão inglês, nem sequer consegue chegar perto, mas sentem-se todos muito felizes vestidos de formas ridículas, por contraste com aqueles seres vestidos e coroados com milhões de libras, como querendo demonstrar que não pertencem à mesma espécie.

Entretanto, a polícia encarregou-se de meter na cadeia quem pensa e se exprime de modo diferente, como os republicanos e os ecologistas, num país que se gaba de ser democrático. 

Lol. Assim vai o planeta!

segunda-feira, março 20, 2023

A marinha de guerra é muito perigosa!

 



Os nossos soldados marinheiros só participam em missões que não impliquem qualquer risco de vida para eles próprios, mas isso não é grave, porque há muitas: coser meias, tratar de bebés, fazer croché…

Cozinhar implica o risco de incêndio, os agricultores e jardineiros correm o risco de apanhar uma pneumonia ou uma entorse, o mesmo para os cantoneiros, os médicos e enfermeiros podem contrair doenças contagiosas… é tudo perigisíssimo! 

(Imagem: Foto retirada da Internet)

sábado, março 26, 2022

1984 Livro de George Orwell

 Sugiro a todos os meus amigos que leiam, ou releiam se já leram, o livro 1984. 

Nele se descreve uma sociedade imaginária e distópica, situada no futuro, em 1984, em que existe o pensamento único, não pode haver opiniões diferentes, pois isso configura “crime de pensamento”.

Este controle, exercido pelo poder, é conseguido através da televisão (ainda não havia Internet quando George Orwell escreveu), que controla toda a população através da manipulação das emoções: medo, ódio e amor. O ódio exprime-se coletivamente pelo grande inimigo, o amor pelo Grande Irmão (Big Brother). É de lá que vem esse conceito.

Muito interessante



terça-feira, março 22, 2022

O povo português e o trabalho


 Falando há bocado com uma rapariga da Letónia, que já tem nacionalidade portuguesa, perguntei-lhe se gostava de viver aqui. Sim… gosta de algumas coisas… o clima, as pessoas são simpáticas, eu até já me sinto portuguesa, “mas trabalhar é uma merda”. Portugueses só trabalham bem para empresas estrangeiras. Logo a seguir atende o telefone e exclama, muito alto e muito irritada: - Ele é que poder ser despedida e tu é quem sofrer. Tu é quem fazer o trabalho dela para ele não ser despedida! 

Este episódio poderia trazer-me à ideia muitas recordações, mas trouxe apenas uma. Eu trabalhava com uma colega duas ou três horas por semana, mas quando entrava algum aluno (que tinha sido posto na rua por se portar mal) ela apontava para mim e dizia que era eu quem tratava do assunto. Um dia perguntei-lhe, por bem, por que razão empurrava para mim todo o trabalho, para ficar de braços cruzados a olhar para a parede, pois não lia livros, jornais nem vê-los e também não tinha internet, que ainda era rara. Respondeu:

- Porque tu gostas de trabalhar e até te aborreces se não tiveres nada para fazer, ao passo que eu prefiro mil vezes não fazer nada.

Na verdade, eu adoro não fazer nada se não tiver nada para fazer, mas como o trabalho era pouco, fácil e importante, não protestei dessa vez. 

Esta mulher protagonizou, como podem calcular, inúmeros casos de balda total, mas, se eu não tivesse mudado de local de trabalho (em parte por isso), no ano seguinte, teria sido avaliada por ela.

Portanto, a rapariga da Letónia, ainda muito ingénua, deveria dizer: 

- Tu é que sofrer para ele não ser despedida, tu é que fazer o trabalho dela, mas tu é que vai ser avaliada por ele.

domingo, fevereiro 13, 2022

Terroristas à portuguesa


 Não percebi muito bem aquilo do terrorista. A besta ocupava-lhe as duas mãos e tinha de parar para procurar as setas 3 segurar na coisa que tinha dentro as setas e escolher uma. Com que mãos iria utilizar as facas? E como ia levar aquilo tudo para um exame sem dar demasiado nas vistas? 

- Segura-me nesta botija de gás enquanto eu abro esta coisa da gasolina e pego nas duas facas. Segura na mochila para eu puxar a besta que está muito atafulhada lá dentro e não sai.

- Mas porque é que trouxeste esta tralha toda para o exame de informática? Eu não trouxe nada! O setôr disse que era preciso? Ó Joana, tu também trouxeste uma besta, 4 facas, 3 latas de gasolina e uma botija de gás e … ? 

- Não, eu só trouxe uma caneta. Ó Tiago, tu trouxeste para o exame 4 facas e… é mais o quê? 

Estou convencida de que o atentado ia falhar redondamente. A menos que o mocinho tivesse tantos braços azuis como a deusa Kali (na imagem).  

Enfim, os nossos terroristas não prestam para nada. Sonham explodir tudo, mas não explodem nada... que vergonha!


Imagem: deusa Kali, da religião hindu, imagem da net.

sexta-feira, julho 23, 2021

Dar “sarna a gato“

Existe um ditado popular, um pouco impopular, talvez do Alentejo ou Ribatejo, que só ouvi a uma pessoa. Conhecem?

“ Só dá um “chórisso” a quem lhe der um porco gordo”.

Fartei-me de rir, anos depois entendi a metáfora e vou mais longe: alguns pedem o porco gordo, mas não dão nada a ninguém. Não têm vergonha de pedir, não têm limites no que pedem, nem têm vergonha de não dar “sarna a gato”, como se diz na minha terra. Em uma das minhas terras.

quinta-feira, junho 24, 2021

Os donos da loja

Habituada a ir a clínicas particulares e mesmo aí, poucas vezes, habituada a ser atendida por toda a gente com grande amabilidade, fico abismada quando agora tenho de telefonar para o sns 24, por não haver alternativa.

Algumas pessoas que atendem o telefone comportam-se como se fossem os donos da loja, tratando os utentes como fregueses que lhes queriam roubar um sabonete ou um pacote de bolachas.

Outros são simpáticos e delicados. Cada um mostra-se como é, bom, mau, antipático, amoroso. E o profissionalismo, onde para?

Chamei a atenção a um deles para o facto de que a chamada estava a ser gravada e que ele não tinha o direito de tratar assim os utentes. Mesmo assim, rangeu os dentes e continuou a falar num tom irritadíssimo, só porque eu lhe disse que, no link que me enviaram, clicando no botão “Lista de Laboratórios” não existia nenhuma lista de laboratórios. Depois de muito insistir, explicou-me onde encontrar a lista de laboratórios pagos pelo SNS 24. O teste custa 90 Euros, se não for pago pelo SNS e não vale para o efeito de parar o isolamento profilático.

Outra questão: quem faz estes sites e por que razão funcionam assim, tão mal, que nem eu os entendo…

Apesar do muito mal que se diz dos professores e embora não me identifique com todos, talvez nem com a maioria, não vejo os professores do ensino público a tratarem as pessoas conforme os seus caprichos e impulsos… a não aceitarem críticas e sugestões…

Talvez sejam os donos da loja, porque são mesmo. Mas não se comportam como donos da loja… geralmente, tratam bem os “fregueses”.

terça-feira, março 30, 2021

Distância muitíssimo social - os gadjós

 Na fila do supermercado há uma senhora grudada em mim. Resisto a dizer-lhe que se afaste um bocadinho, em parte, por uma delicadeza que poucos me conhecem, em parte por falta de medo do COVID. Mas ela não tem desses pruridos

- Esta cigana não me larga! Veja lá se pode avançar um bocadinho na fila, mais para a frente.

Avanço um grande bocado, para constatar que a dita senhora está outra vez encostada a mim


- Esta cigana não tem qualquer noção! Não a vê colada a mim outra vez? 


Não, não vejo. O que vejo é que esta senhora prefere estar encostada a mim do que estar a meio metro da cigana. Ou a ir para o fim da curta fila.


Talvez porque eu sou... reflito: sou o quê? Caucasiana? Não, nem deve saber o que quer dizer isso. Branca? Os ciganos não são pretos. Europeia? Os ciganos vivem na Europa. Então, eu sou o quê, para esta seletiva criatura? 

Ah, já sei, os ciganos têm um termo para isso, uma palavra que diz logo tudo. Eu Sou... eu sou... 

  • Gadjó! *
Esta senhora só se encosta a gadjós, com ou sem COVID 19.


  • Palavra cigana que designa logo de uma vez todas as pessoas que não sejam ciganas. Lol. 

segunda-feira, fevereiro 15, 2021

O Covid e a mangedoura

 A partir de hoje, 15 de fevereiro, já podem desembarcar em Lisboa passageiros e tripulação de navios de cruzeiro.
Podem ver a cidade, podem ir aos supermercados comprar um kilo de batatas... podem trazer as novas variantes do covid, etc...

Vantagens para Portugal? 

Os paquetes pagam para entrar no porto de Lisboa, um dos mais caros do mundo.

Os endinheirados turistas poderão comprar um kilo de batatas nos supermercados, uma cerveja a preço promocional, ou mesmo algum livro num hipermercado.

E ainda poderão trazer para cá as variantes novas do COVID: sul-americana, brasileira, etc. .

Livros proibidos por causa do COVID, exceto nas grandes superfícies

 Qual é a lógica de as livrarias não poderem vender livros e os supermercados sim?
Para além da lógica do favorecimento do grande capital, a lógica de promover a literatura light.
Também não se entende por que razão fecharam as bibliotecas, tudo quando mais precisamos de livros para nos entretermos. 

Depois queixam-se de que vai tudo passear para a rua. Então, que havemos de fazer?
Ver televisão e sermos submetidos à lavagem ao cérebro das notícias?

domingo, janeiro 31, 2021

O Covid e a mangedoura: Na cauda da Europa e na cauda do mundo, outra vez... Ou, pelo contrário...

Ainda não sabemos muita coisa sobre esta catástrofe que nos une e que nos separa, mas sabemos que tudo está a proceder-se da maneira normal no nosso país: alguns comem da mangedoura, outros não.

Todos comem: uns pouco, mas comidas que engordam muito, tendo nós chegado ao ponto em que os nossos pobres são gordos, ao contrário do modelo intemporal e internacional dos pobres muito magros porque comem pouco... embora esses mesmos só comam hidratos de carbono... batatas, arroz, pão...

Sabemos apenas isto: a vacina, que é acessível a muito poucos, tornou-se acessível à gente que se meteu na política exatamente para isso: para ter acesso a bens inacessíveis à "escumalha".

E todos os jornais trazem notícias dessas, o responsável que, qual rei, mandou vacinar os funcionários do café que frequenta, a assistência social que, por saber que os pobres que a ela recorrem, não podem pagar a um advogado para se queixarem e que não têm outro modo para se queixar, manda vacinar-se a si e a todos os que a rodeiam... 

Em Setúbal isso aconteceu, segundo as notícias da comunicação social, fora as vezes em que aconteceu e nada sabemos... alegadamente, pois muita gente sabe...

Este compadrio...

Na cauda da Europa e do mundo... Ou, pelo contrário...

Não gosto nada desta minha opinião, sou um nadinha poética, mas até os poetas se debatem, dentro de si, entre a realidade e o ideal...

Do milagre à catástrofe

Não há dúvida que vivemos em tempos de quase catástrofe, mas vale a pena pensar e trocar ideias sobre isto. Como é que se passou do “milagre português” ao desastre de sermos os piores do mundo em alguns aspetos (não todos)?

No princípio, muitas pessoas tinham medo, agora têm menos medo, ou têm outra vez muito medo, mas o medo nunca pode ser a medida de todas as coisas.

Será que temos culpa (sem dolo), ou será que tudo isto nos ultrapassa? Nunca ninguém percebeu por que razão o pior sítio do mundo em termos de Covid foi a parte mais rica de Itália. Mas não há dúvida de que as opiniões diferentes das veiculadas pela comunicação social ( que tm funcionado em uníssono) têm sido ignoradas. E isto é uma parte da catástrofe: a falta de liberdade de expressão, que pode levar a extremos de reivindicação.

Nas últimas aulas presenciais que dei, sabendo que os jovens andaram em festas com muita gente na passagem de ano, estando com alguns desses numa cave em que as janelas, lá muito em cima, pouco abrem, disse-lhes que deveríamos todos ter mais cuidado do que nunca, explicando que ter cuidado não é o mesmo que ter medo. Ainda hoje não tenho medo, mas abdiquei da Páscoa e do Natal, que sempre passei no Norte, exceto os últimos.

Ocorre-me que não é a primeira vez que isto acontece, o passarmos do milagre ao desastre: a certa altura, fomos o milagre económico português, éramos o bom aluno da CEE e pouco depois estávamos à beira da bancarrota. Neste último caso, a culpa só pode ter sido nossa... 

Agora pode ser ou não ser, quase parece ser o destino e o fado, por isso devemos trocar opiniões, se eu não vos convencer, convencem-me vocês a mim, sem que pareça derrota a mudança de opinião, que é apenas conciliação e paz.

Será que Portugal continua a ser simbolizado por Gonçalo Mendes Ramires, personagem central do livro de Eça de Queirós a Cidade e as Serras? Passo a citar:

“Como acertadamente observa a personagem João Gouveia, no final do romance, Gonçalo Ramires, o Fidalgo da Torre, com "a generosidade, o desleixo, a constante trapalhada nos negócios", "a esperança constante nalgum milagre", "a desconfiança terrível de si mesmo, que o acobarda, o encolhe", "aquela antiguidade de raça", "aquele arranque para a África", simboliza o Portugal contemporâneo de Eça, dilacerado entre o passado glorioso e a miséria presente.”

Será que isto nos carateriza? Isto: “a generosidade, o desleixo, a constante trapalhada nos negócios", "a esperança constante nalgum milagre", "a desconfiança terrível de si mesmo, que o acobarda, o encolhe"?

P.S: Este post não tem nenhuma atitude político-partidária, pois essa, sim, é a nossa cegueira específica. Desde o 25 de abril que pouca gente pensa fora desta caixa.

sexta-feira, novembro 06, 2020

Você está doente? Então desapareça daqui! E depressa, ouviu??!!

 Às vezes, muito raramente, vou almoçar com amigos à cantina dos Funcionários dei Estado, com comida barata e às vezes boa, a que nós chamamos a "cantina dos pobres" e que fica muito perto do meu local de trabalho. Medem-nos  temperatura à entrada e, se estivermos com febre, não nos deixam entrar.

- Obrigada! Quanta bondade!!!!

- Você tem febre? Não lhe dou de comer! Vá-se embora! Vá comer a casa do diabo mais velho! Vá-se tratar!

Uma vez disseram-me: 

- Tem 35,6!

- Tão pouco? Devo estar doente!!!

Todos se riram, pois a vontade de rir é o que nos vale!!!

Antigamente, quero dizer, há talvez uns 10 meses, seria ao contrário, não? Está doente? Sente-se aqui. Vou buscar-lhe um copinho de água com açúcar... pode não fazer bem, mas não deve fazer mal...


segunda-feira, setembro 28, 2020

As posses das ratazanas: questões filosóficas e legais


 (Foto da Comunicação Social)

Esta ratazana gigante foi condecorada com esta medalha de ouro britânica por ter detetado 67 artefactos, entre minas anti-pessoal e outros explosivos. Detecta-as pelo faro e faz gestos a chamar o homem, o treinador, ela e as suas colegas. Lol. Como são muito leves, o seu peso não faz detonar o explosivo. 

A ideia é muito engraçada, mas levanta uma questão, ou várias, não só filosóficas, mas também legais.

Se as ratazanas podem possuir objetos de valor, como uma medalha de ouro com valor material e simbólico, então, como preservar estes valores?

- Podem as ratazanas queixar-se de que foram roubadas?

- Podem as ratazanas queixar-se de que foram vítimas de excesso de confiança, se alguém ficar indevidamente com a medalha para si?

- Podem as ratazanas deixar estes objetos como herança? A quem?

Já existiu, na história, um julgamento civil contra ratos, em França, os quais ganharam o caso, graças ao extraordinário advogado que os defendia.

Mas ratazanas queixosas, ou herdeiros de ratazanas queixosos, creio que isso não está previsto... nem mesmo nos direitos dos animais...

VER AQUI


Em Autun, diversos roedores foram intimados a comparecer ao tribunal e até tiveram um advogado

segunda-feira, julho 06, 2020

Diário da quarentena e do desconfinamento: Os Doentes Imaginários (de Molière, por exemplo)

Estou em crer que, embora tenham morrido mais algumas pessoas por Covid ( até agora, em Portugal, só 1600, o que é cerca de metade das que morrem com gripe em Portugal todos os anos), embora morram mais pessoas por outras doenças porque têm medo de ir ao hospital, embora morram muitas pessoas por medo e por tédio, estou em crer que Estou em crer que, embora tenham morrido mais algumas pessoas por Covid ( até agora só 1500, que é metade das que morrem com gripe em Portugal todos os anos), embora morram mais pessoas por outras doenças porque têm medo de ir ao hospital, embora morram muitas pessoas por medo e por tédio, estou em crer que se vão safar muitas outras pessoas porque, em vez tomarem de remédios da farmácia, vão tomar chazinhos, ou não tomar nada.Como nas peças de Molière em que são os médicos que põem as pessoas doentes.


Que me desculpem os farmacêuticos e farmacêuticas, mas os que são bons já perceberam isto. E já vendem chazinhos e quejandos.se vão safar muitas outras pessoas porque, em vez tomarem de remédios da farmácia, vão tomar chazinhos, ou não tomar nada.
Como nas peças de Moliere em que são os médicos que põem as pessoas doentes.
Que me desculpem os farmacêuticos e farmacêuticas, mas os que são bons já perceberam isto. E já vendem chazinhos e quejandos.

terça-feira, junho 09, 2020

Diário da quarentena e do desconfinamento: alguém espera ficar cá para sempre?



Existe a ideia de fazer um passaporte para quem já teve o Covid 19, ou para quem passou num teste de imunidade. essas pessoas poderiam ir a todo o lado, mesmo em caso de nova quarentena.
Vem logo alguém dizer que nada disso conta, quem já teve pode voltar a ter, etc…
A OMS afirma que os assintomáticos não constituem perigo, pois não contagiam, vem logo uma criatura, médico, investigador, jornalista dizer que os assintomáticos são perigosíssimos. 
Alguém aguenta isto? 
A culpa é dos confinados por vocação, que dão ouvidos a esta gente e que permitem todo o tipo de lavagem ao cérebro. A eles e a todos.
Vamos tentar vivera nossa vida sem o terror das doenças? 
Todos podemos morrer. De susto, de medo, de tédio, de gripe, de coronavirus, de acidente, afogados na praia, de terramoto com o telhado em cima da cabeça…
Alguém espera ficar cá para sempre? Não? 

Então, coragem!

sexta-feira, abril 17, 2020

Professores alunos, tudo ao natural em "Txitxas Life"






Acho este site engraçadíssimo, alguns alunos tratam a professora de inglês como teacher, Às vezes com má pronuncia do Inglês, portanto, este site chama-se Txitxas Life.
Os próximos tempos vão trazer matéria risível aos molhos para esta txitxa, que está em casa, sozinha e feliz com os gatos, ao contrário dos alunos, pais, mães, etc. que estão na maior bagunça , digamos, na real life.
Os alunos têm nomes improváveis, mas parecidos com os nomes reais.
Esta banda desenhada é um misto de "Criada Malcriada" (com desenhos muito mal feitos mas engraçados por isso mesmo) e de outros programas humorísticos, como os de Hermano José, mas mais ingénua.
O Arlindo Ricardo ou o Arnaldo Sérgio não são propriamente criaturas ridículas por se chamarem assim,  por pertencerem a um determinado nível sócio-económico como nos programas do Hermano José, são miúdos a quem puseram este nome por qualquer razão. Que culpa tem alguém do nome que lhe foi posto e que tem de ostentar toda a vida, com sentidos e significados diferentes de década para década