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terça-feira, junho 13, 2023

A Gata do Titanic

 

Imagem: pintura de Célia Pike

Conhecem a história da Jenny do Totanic? 

Era uma gata que levaram para o Titanic para comer ratos (trabalhar) e como mascote, transferida de outro navio. Era tratado por um tripulante chamado Jim Mulholland e teve logo uma ninhada de gatinhos.

Quando aportaram a Southampton, a Jenny saiu e levou a ninhada, transportando um por um os gatinhos.

Ao ver isto, Jim Mulholland pensou que a gata deveria saber algo que ninguem mais sabia e saiu também. História gira, não é?


segunda-feira, dezembro 03, 2018

Veneza: cor e movimento ao pôr-do-sol



Não há cidade tão fotogênica como Veneza, em que a cor e a luz parecem bailar constantemente. Nem há cidade tão cinematográfica. Movimento constante de barcos a deslizar pelo água, aves marinhas e até cigarras como fundo. Bem como a bela língua italiana, claro!

Autora do vídeo: Nadinha

terça-feira, junho 14, 2016

Passear Navegar pelo rio Tejo - Parte 2


















Creio que este é um Colhereiro. Com um bico tão grande, só pode ser um dos maus

Mas não há só aves no Tejo. Há muitas outras coisas belas e sobretudo a sensação de navegar deslizar na superfície plana e azul das águas.

 E a imensa tranquilidade, só se ouvindo o deslizar das águas e os cantos, quase sempre suaves, dos pássaros.

As árvores, muitas delas salgueiros, os ninhos nos pouco muros de terra que bordejam o rio e os cavalos. Sobretudo os cavalos, nesta terra dos cavalos lusitanos, cavalos com tanta história.
O que se vê nas fotos é uma ilha com éguas, acompanhadas das crias, dos potros. Podem andar em liberdade, ao contrário dos machos, que exigem cuidados constantes, até porque, se não forem casados,a nadam sempre atrás delas. Chama-se aguada este conjunto de éguas.

Nas duas últimas fotos podemos ver, se as ampliarmos, uma tainha a saltar, em dois saltos para fora da água. Chegaram  mesmo saltar para dentro do barco e, como é indicado noutro post deste blog, podem ser saboreadas no restaurante Taberna dos Magos, em Salvaterra de Magos.



VER TAMBÉM AQUI


Salvaterra de Magos









Salvaterra de Magos é uma terra lindíssima, carregada de pássaros de que tem grande variedade e enorme quantidade, mas ainda muito desconhecida. 


A 60 Km de Lisboa e com vários transportes regulares por dia, para quem lá vive poder trabalhar aqui, mesmo assim passa despercebida. Mas é um lugar importante para quem queira observar pássaros em plena natureza, ou navegar pelo Tejo, que ali é esplendoroso.

E por isso tem alguns aspetos muito provincianos, que se tornam engraçados. É difícil obter informações, as quais têm de ser pedidas de modo muito explicito e com o cuidado de não parecermos ignorantes ou estúpidos, cuidado que não tive.


Como os restaurantes nem têm ementa nem preços, embora a comida idêntica possa ter os preços mais diversificados, muito barata ou cara, podemos atrever-nos a perguntar. Resposta:

- O preço depende do que você comer e da quantidade que você comer. Se comer muito, paga mais , se comer pouco, paga menos.
- Como assim? Se comer muito pago mais?!
- Claro. Se comer meia dose, o preço é um, se comer uma dose, o preço é outro.


Eu nunca poderia imaginar uma coisa destas, mas saio de lá sem saber a ementa nem o preço, apesar de a senhora me olhar de alto a baixo  a tentar imaginar se como muito ou pouco e se tenho muito ou pouco dinheiro, o que aconteceu várias vezes em diferentes sítios.

Como me indicaram que há um restaurante onde se comem tainhas do rio, tainhas que vimos a saltar para fora da água e que chegam ao ponto de saltar para dentro dos barcos, pergunto se me indicam onde fica o Restaurante Magos.

- Magros?
- Magos.
- Magros? Não percebo...
- Como se chama esta terra? 
- Salvaterra de Magos.
- Então, por causa do nome, o restaurante chama-se Máááá - guuus. 
- Ah, não deve ser aqui. Volta-se para dentro e pergunta:
- Sabes onde fica o restaurante Magos? 
- Magros? 
- Magos!!!
- Magros? 

Pronto, o erro foi meu, afinal chamava-se Taberna dos Magos. Ou seria Taberma dos Magros? E lá comi a tainha, que não constava do cardápio, mas que havia. Frita e boa. O pior na comida desta terra são os acompanhamentos, um arroz grosso e empastelado, um bocado passado... mas o preço total do almoço... 6 Euros. Muito melhor e muito mais barato do que o almoço da véspera, noutro sítio.

Fotos: esta terra é conhecida pelas touradas, não se vendo aqui um único estrangeiro, apesar do boom turístico que Lisboa vive. Fotos do Campo de Touros, à beira do cemitério e da escultura de homenagem ao Campino Ribatejano, aquele rapaz que trata dos cavalos e dos touros.

Enfim, isto é a minha visão de Salvaterra de Magos. Ou será de Magros?

VER TAMBÉM AQUI

Passear Navegar pelo rio Tejo




Ilha das Garças



Íbis


Perto de Salvaterra de Magos, na margem do Tejo, existe uma pequena aldeia chamada Escaroupim ou Escaropim.

Olhando dessa terra para o rio, vemos uma ilha que parece completamente povoada de flores brancas. Olhando com mais atenção, as flores levantam-se e atravessam os ares. Pois não são flores. São aves.

É a Ilha das Garças. A colónia onde fazem ninho.

Dizem-me depois que estas centenas de garças pouca coisa são, pois ao pôr-do-sol há milhares. Dizem-me também que esta viagem será diferente ao pôr-do-sol, mais colorida e também será diferente em finais de julho e agosto, com cores provenientes das flores que desabrocham nessa altura.


Como fazer a viagem? Creio que há duas maneiras, neste post falarei da empresa recém criada Rio a Dentro. Dir-se-ia que o nome lhe vem por analogia com o filme Mar Adentro, mas é apenas uma coincidência. É que, para além das aves, também vemos a vida intensa, deslumbrante e ao mesmo tempo discreta do rio: as árvores, muitos salgueiros estendendo as suas barbas verdes para a água, alguns cortados de forma geométrica, sendo horizontais por baixo. Pergunto porquê.
O Rui, do Rio adentro, explica que são os cavalos que comem as folhas e os ramos até onde lhes chega o pescoço. E continua a explicar a enorme diferença, ao que parece, entre uma garça papa-ratos, raríssima, e uma vulgar garça não sei de quê. Ou mesmo uma garça vermelha, que só se vê no Egito. Noutras viagens tem uma clientela atentíssima, mas nós só gostamos de ver pássaros, pouco nos importa essas diferenças, próprias de biólogos e ornitólogos. Então muda o discurso, que um dia há-de ser poético de tanto o variar.
Também há bandos de Íbis, são aquelas aves pretas da imagem. Mas há também uma preta que é um milhafre, pássaro mau que come as garças e as crias e também uóutro pássaro mau, o colhereiro. Todos estão nestas fotografias, procurem e vão encontrar :)

Este senhor e o irmão formaram esta empresa, que já tem dois ou três barcos e que faz excursões para ver aves todos os dias, ou para ver o Tejo, aos fins de semana. Talvez muitas pessoas não conheçam o termo e a atividade Birdwatching. Consiste em fazer viagens para observar pássaros. 

E aqui, nesta parte do rio Tejo e nas margens, há tantos pássaros que só o som do seu canto é ensurdecedor. Até apetece às vezes desligar ou baixar o som :)

Bem, para fazer estes percursos, é ir a Salvaterra de Magos e deslocar-se até à aldeia de Escaroupim, não sem antes ter marcado a visita através deste site.

Como eu não tinha transporte próprio, o senhor foi-me buscar e levar de carro a Salvaterra de Magos, sem levar mais dinheiro por isso e entretendo-me ainda com uma conversa agradabilíssima. É gente que trabalha com uma missão e com um ideal. E que nos permite conhecer um mundo deslumbrante, até há pouco inacessível a nossos sentidos.


Continua... 


Onde ficar? Isso é o tema dos próximos posts. 







quarta-feira, setembro 03, 2014

Cinema americano sobre emigrantes portugueses na América

Cinema americano sobre emigrantes portugueses (sobretudo açorianos) na América: por que razão não o conhecemos?

Baseiam-se na aventura marítima destes destemidos portugueses, que impressionaram América.

Sobre os emigrantes açorianos com Spencer Tracy, o filme Captain Courageous.







Filme completo AQUI

Ou este, intitulado Tiger Shark, baseado na vida de Mark Mascarenhas.





segunda-feira, setembro 01, 2014

Pelo Rio Douro








 Régua: chapéus há muitos. Feitos nos chineses, a 2 Euros e 50 cada dois. Rebuçados da Régua há muitos! Serão chineses?


 Porto Sandeman: quinta vinícola em Valença do Douro. Também tem azeite e carradas de rosmaninho.




Ui! Tão ao pé do abismo!?



Para definir em cinco palavras esta viagem pelo Douro, subindo do Porto até à Régua, diria:
Azul escuro, verde, azul claro. Ou talvez antes: verde, verde, verde, verde, verde.

Os esquimós têm muitíssimas palavras para distinguir muitos tons de branco, os durienses deveriam ter milhares de palavras para definir os muitos tons de verde. E já agora, umas dezenas para os tons de azul...

Estas fotos mostram uma viagem feita no navio Vale do Douro, da companhia Rota do Douro. Foi tudo bom, correu tudo bem. Mesmo para a Nadinha, que tem algum sentido crítico. Um nadinha dele.

Feita marinheira de água doce...

sábado, agosto 03, 2013

O pirata Long John Silver




Há dois anos por esta altura, li em Cabo Verde, ilha e cidade de São Vicente, um livro intitulado História Geral dos Piratas, que chegou  a ser erradamente atribuído a Daniel Defoe, autor de Robinson Crusoe. Para ver o que escrevi neste blogue sobre essa obra, clicar por cima.

O livro, que li com grande prazer e entusiasmo, até por estar numa ilha onde esses piratas terão aportado várias vezes, é assinado por um alegado pirata arrependido, chamado Johnson.

Leio agora com igual prazer o livro Long John Silver, que frequentemente se refere ao anterior, sendo uma das personagens o próprio Daniel Defoe, como autor da História Geral dos Piratas.

É um romance razoavelmente bem escrito, com  a vantagem de o seu autor Bjorn Larsson, ter passado vários anos a navegar, pelo que todo o percurso marítimo não soa a falso, nem a cenário de cinema.

Não sendo nenhum must read, a não ser para quem gosta do tema (mar, marinheiros, piratas), tem também a vantagem de estar em saldo, com aqueles descontos especiais de fim de coleção, daquelas que não se venderam muito.

Conta a história fictícia do terrível pirata Long John Silver, amigo do escritor Daniel Defoe, escrita pelo próprio (pirata).
Este Long John Silver é também protagonisa do famosíssimo romance A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson.


(Algumas das informações que aqui forneço, não as tinha quando comecei a ler, pelo que você partirá em vantagem. Pode optar por ler primeiro, ou depois, qualquer um dos outros.) Com a particularidade de que todos os três representam ótimas leituras para férias, por apelarem ao espírito de aventura, ao mar, às viagens.  


Mas não a viagens como turistas...

domingo, julho 22, 2012

A retranca









Sabem o que é  a retranca? Bem, eu sabia que estar na retranca era estar no contra, era ser agressivo, mas nunca imaginei que fosse tão... tão... vejamos:


A retranca é isto que se vê na imagem: uma espécie de tronco, antigamente seria um tronco, que fica por debaixo das velas e que as sustenta. Quando o vento vira, nada mais natural que uma pessoa distraída apanhar com a retranca na cabeça!!! UI!!!


Aquela espécie de roldana que segura  a retranca chama-se burro. Por razões óbvias. Quem quer segurar e aguentar a retranca? Só um burro.


OH! Tanta filosofia no velame dos navios: "à terra onde fores ter, faz como vires fazer" - mais um ditado que terá sido ditado pelas longas viagens marítimas.


(Bem, a palavra também significa: 

- Tranca de porta ou janela
- Correia que passa por debaixo da cauda das cavalgaduras e impede que a sela ou o selim escorregue para a frente)

Enfim, a retranca é algo pouco simpático. Figurativamente, estar na retranca ainda significa estar desconfiado.

Pudera: com uma correia como a referida, com uma tranca que bate na cabeça, com uma tranca na porta ou janela: o melhor é ficar mesmo e sempre "na retranca".

Tall Ship Race Lisboa 2012











Fotos tiradas a bordo do navio (lugre) Príncipe Perfeito.

sábado, abril 14, 2012

Titanic: e depois? Uma herdeira da companhia de navegação, uma freira clarissa...









Não poderia este blogue, que tanto ama os mares, deixar passar, sem o referir, o centenário do naufrágio do Titanic.

O Titanic, que naufragou faz hoje cem anos, pertencia à companhia de navegação White Star Lines.

A herdeira dessa companhia, filha adotiva do principal proprietário, chamava-se Amy Pollard (Amy Elizabeth Rosalie Imrie), e era oriunda da Guiana Inglesa.

Apesar da fortuna que herdou, entrou para a irmandade católica das Clarissas descalças, uma ordem contemplativa que faz voto de pobreza. Morreu em 1944, após uma vida de abnegação, tendo doado o dinheiro para a construção de igrejas e capelas, como a de Santa Maria dos anjos, em Liverpool, cidade que hoje a venera. Para além de muitas obras de caridade que financiou e da doação da mansão familiar para ser transformada em convento (franciscano) das Clarissas, o primeiro nos Estados Unidos.


segunda-feira, janeiro 16, 2012

Naufrágios: o passado e o presente



Vou publicar aqui mais posts sobre naufrágios, já tenho vários, como se pode ver clicando na tag abaixo "Naufrágios".
Este, no vídeo, o do navio Sírio, também já aqui referido, aconteceu há cem anos com um navio italiano a caminho do Brasil, também por culpa do comandante. 
Mas a criatividade napolitana transformou este dramático episódio, que de outro modo ficaria sem história (só tem história o que é narrado) num momento interessante do canto napolitano, os Cantastorie - histórias cantadas, quase parecidas com a nossa "literatura de cordel", mas musicada com grande emoção, inteligível mesmo para quem não entenda a língua.
O Costa Concordia tinha 4000 tripulantes, o que é hoje em dia muitíssimo, por ser um dos maiores navios do mundo, mas o Sírius ou Sírio já tinha 2000. A diferença, muito pequena se pensarmos em dimensões oceânicas com cem anos de diferença, explica-se contudo: na terceira classe viajavam a monte "ao molho" e sem condições mínimas, centenas ou milhares de emigrantes, que, se morressem na viagem, o problema era deles. 
(Como agora, com o neo-liberalismo introduzido em Portugal pelo bem intencionado, simpático e muito ingénuo coelho, em italiano coniglio, ler conilho).

Ver actualizações sobre o Costa Concordia ( o navio da Discórdia)
AQUI

sábado, janeiro 14, 2012

Naufrágios e heroísmo. Ou a falta dele





Não sei se já contei isto aqui, mas creio que não. 
No início de cada cruzeiro há uma simulação de acidente ou naufrágio, situação em que seria necessário abandonar o navio, o que assusta muita gente, por fazer lembrar o filme do Titanic. Por sua vez, os tripulantes têm vários treinos de simulação, para além deste, nomeadamente quando o navio está fundeado. Quanto às baleeiras salva-vidas, elas são removidas e içadas de cada vez que se utilizam como barcos de transporte.

Numa dessas simulações que são muito lentas e demoradas, no Princess Danae, uma criança comentou:
- Se isto fosse a sério, já tínhamos naufragado.
Um elemento da tripulação que estava a coordenar a situação, um homem já com bastante idade, respondeu:
- Se isto fosse a sério, eu já não estava aqui. - E começou a contar um episódio em que naufragou e só sobreviveu porque não esperou por ninguém.
A mãe da criança agradeceu a sinceridade... 

Como diz o filósofo José Gil, uma caraterística da mentalidade portuguesa é o burgessismo (qualidade do burgesso), que, de facto é muito bem aceite na sociedade portuguesa, provocando frequentemente um riso coletivo. Como foi o caso.

O programa humorístico em que Hermano José criticava isso mesmo, pessoas a rirem em coro de piadas sem graça, por serem ditas por alguém a quem queriam agradar, ou por serem apenas grosseiras, gerou demissões dos actores e a mais completa indiferença do público. Masoquisticamente, preferimos aceitar o "burgessismo" de forma acrítica.

É claro que reclamei desta declaração, até por ser sincera, porque a sinceridade não é uma qualidade "per si". E é claro que admiro os tripulantes deste navio, que ajudaram os passageiros, ao contrário do que disse o tipo referido, o criaturo.

E vi na RAI que uma tripulante, pelo menos uma, fugiu a nado. Para além do execrável comandante. Que só podia estar bêbado...

Quantas inconfessáveis cobardias, quantos não exaltados heroísmos. Sobretudo de alguns que morreram (refiro-me aos naufrágios em que muita gente morreu, incluindo os que deram o lugar a outros para os salvar)...





Naufrágio do Costa Concórdia


Imagem: Costa Victoria (o navio grande) fundeado ao largo da ilha grega de Santorini


Viajei no Costa Victoria, navio da Costa Cruzeiros, com partida de Veneza. Vi na televisão de Veneza, na véspera da viagem, que tinha havido uma tentativa da Al Qaeda para colocar uma bomba num desses navios, fundeados no porto, notícia que não circulou, talvez por motivos de segurança *.

Nunca tive tanto medo de navegar, nos vários cruzeiros que fiz, quando nos pediam que não aceitássemos presentes de estranhos, podia ser uma bomba, nunca aceitássemos embrulhos fechados, ao comprar qq coisa, deveríamos pedir que embrulhassem à nossa frente, etc. Há sempre um certo receio, claro,  num chão que bamboleia, mas sem motivo aparente.

Creio que nunca contei isso aqui, até porque ainda não tinha blogues, só há algumas fotos dessas viagens nos primeiros posts. E não haveria, ou eu não tinha, máquinas fotográficas digitais.



Como a viagem foi muito bela, beleza acentuada pelo sentido da aventura, de que o medo é o ingrediente e a especiaria principal, hei-de digitalizar e colocar aqui algumas fotos "analógicas". Não sendo saudosista, e muito menos saudosista de acontecimentos nefastos, creio não ter guardado os jornais de bordo, que faziam os referidos avisos. Hei-de contactar uma amiga que viajou comigo.



* - Soube, mais tarde, que várias tentativas da Al Kaeda de concretizar os muitos atentados bombistas ameaçados pela organização para serem levados a cabo em Itália, foram gorados pela colaboração da Máfia napolitana com a polícia. Atacar Itália? Só passando sobre o cadáver da Máfia.



VER AQUI imagens  do naufrágio.
VER AQUI a notícia no Jornal Público
Neste blogue, tenho um post sobre um naufrágio ocorrido há 100 anos, com um navio indo de Itália para o Brasil, o Sírius. VER AQUI



domingo, setembro 11, 2011

O Porto de Nova Iorque em Directo

Aqui se pode ver o porto de Nova Iorque em Directo. Vi o nascer do sol e o amanhecer nessa cidade, sobre o mar, sem sair da minha casa, em Lisboa. Podemos mesmo saber quais são os navios que entram e que saem, pelo esquema colocado por baixo do vídeo..

AQUI: NY Harbor Webcam

Se quiser saber se é dia ou noite noutro local do globo, poderá ver 


AQUI

É o sitemeter deste blogue e, portanto, inclui as partes do mundo que mais o visitam com uma bola verde e  a parte do visitante mais recente, com bola vermelha: você, claro.

sábado, setembro 03, 2011

Filme Ondine



Vi agora na televisão, Tevecine, um filme lindíssimo, de grande beleza plástica, em que a realidade e a fantasia se entrelaçam de forma invulgar.
É quase todo filmado no mar ou nas margens. A música, de Sigur Ros (minuto 3:30), faz pensar no canto das baleias ou dos golfinhos.
Chama-se Ondine, é de 2009, realizador Neil Jordan e  a ficha técnica está aqui:
CLICAR
Resumindo: narra  a história de um pescador irlandês que pesca uma mulher na rede e acredita, ele e a filha doente, que se trata de uma "selke", uma ninfa do mar irlandesa.

domingo, agosto 14, 2011

Os Piratas

Não é fácil escrever um romance, ou mesmo fazer um filme cuja acção decorra no mar, mas a tentação é grande, dada a apetência pelos temas marítimos. 
Vejamos: para haver uma história, tem de haver um problema; ora, os problemas no mar nunca são pequenos: tempestades, naufrágios... diria mesmo que são definitivos.

Há uma história muito interessante em si, a dos descobrimentos, mas ainda não se conseguiu ultrapassar uma dificuldade romanesca: a ausência de mulheres a bordo. O amor, não sendo indispensável num romance, é quase sempre o seu centro e ainda não se escreveram, que eu saiba, romances em que o comandante se tenha apaixonado pelo grumete ou pelo cozinheiro. O único mais ou menos interessante que li sobre os descobrimentos narrava as viagens de Diogo Cão, mas metia três mulheres, numa situação muito forçada e pouco verosímil, não pela sua presença ali, de facto havia mulheres nesses navios, mas pelas insólitas relações que se estabeleciam.

Existindo o relato autêntico da viagem de Vasco da Gama à Índia, a sua ficção romanesca apresenta dois problemas: o terrível feitio de Vasco da Gama, a diferença de mentalidades entre essa época e a nossa e, principalmente, a ausência de mulheres numa história muito longa. Camões resolveu isto à sua maneira: introduzindo as deusas, as ninfas, os amores e desamores entre os deuses, o episódio de Inês de Castro, etc...

Restam os piratas e, mais ainda, as piratas. Como quase todos os romancistas escrevem hoje para satisfazer o suposto gosto do público e do comércio, o tema dos e das alegadas piratas contorna a situação. Eles não têm problema nenhum, o leitor identifica-se com as personagens, deseja a sua vitória... é o que acontece com o filme Piratas das Caraíbas. Quanto às piratas, embora tenham existido, têm dado motivo a romances, desde ridículos a absurdos. Ver aqui um exemplo. Alguns interessantes, sim, mas só pela história e não pelas referências ao mar.
Há um filme maravilhoso sobre o tema, um dos meus preferidos, no geral, Cantando Por detrás das Cortinas, ou Cantando dietro i paraventi do qual coloquei excertos aqui e no Escrevedoiros.

Vem isto a propósito de um dos livros que ando a ler. Não é ficcional, é muito real, ao ponto de se supor que o seu autor teria sido pirata.
História Geral dos Piratas, Capitão Johnson. - Lisboa: Cavalo de Ferro, 2011


terça-feira, novembro 02, 2010

Viajar... sozinho, talvez seja a melhor maneira de estar fora


Esta senhora é exactamente o que parece. E também o que não se imagina.
Parece uma minúscula inglesa, parece típica, foi e talvez pareça, enfermeira na Segunda Guerra Mundial...
Não parece ter noventa e tal anos, 95 ou 96, talvez não pareça que viaja sozinha, tendo vindo de Inglaterra a Lisboa apanhar o navio Funchal e regressando ao seu país.
Sozinha é uma maneira de dizer... acarinhada por toda a gente, desde viajantes a tripulantes, pois é muito querida e muito alegre.
E inspira-nos.
Algumas pessoas, talvez muitas, estão-se nas tintas para o que é normal ou deixa de ser... normal é quase sempre sinónimo de vulgar.
Não é vulgar chegar a esta idade e poder viajar sozinha, mas muita gente não acha normal viajar sozinho em nenhuma idade.

E chegar a esta idade com uma enorme doçura...

Conheci-a num encontro promovido pelo navio, de pessoas que viajavam sozinhas, ou seja, "singles".
Fui ver o que havia, não esperando grande coisa, mas na promessa de haver um drink grátis, quando as bebidas são todas caras, incluindo a água, ao contrário da alimentação, que é toda grátis. E havia tempestade, tudo baloiçava, o melhor era estar confortavelmente sentado.

O que encontrei ali foi: um ambiente hiper-deprimente de mulheres divorciadas, um único homem viúvo e deprimido, e esta mulher e outra de oitenta e tal anos, muitíssimo bem dispostas, que despertaram toda a minha admiração. 

Quando fizemos um brinde, esta senhora, empoleirada no braço da minha poltrona, tocou no meu copo e disse-me, em voz baixa:

- Taste this moment.

Alheada da tristeza que os outros contavam, num português que não entendia, quantos "moments" terá esta mulher saboreado, feliz, fora do mundo?
Viajar sozinho talvez seja a melhor maneira de estar fora.

(P.S.: Coloquei aqui alguns posts sob o tema Vivíssimas. Clicar em baixo nessa palavra. Surpreendente.)