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domingo, junho 19, 2022

Guerra na Ucrânia: o Capuchinho Vermelho é o Lobo Mau

 

A ideia de que esta guerra é uma guerra entre os bons e os maus (ou como diz o Papa, entre o Capuchinho Vermelho e o lobo mau), conduz à ideia de que a guerra tem de continuar até vencerem os bons, o que é uma ideia absurda e cruel. Além de muito romântica.

Os chamados bons (que incluem grande número de torcionários neo-nazis, todos eles tatuados com a cruz gamada) estão a perder mil soldados por dia (entre mortos e feridos) para além de perderem uma grande quantidade de soldados desertores. Estes militares estão a ser substituídos por pessoas sem qualquer experiência, treinadas à pressa e tudo isto tem sido noticiado. Estes substitutos são chamados “voluntários” e incluem todos os homens ucranianos civis entre os 18 anos e os 60, recrutados e proibidos de saírem do país, fora os muitos que fugiram.

Acreditar que estes homens, com as armas americanas sofisticadas que vão chegar em fim de outubro (exigindo grande especialização militar), vão recuperar tudo o que os militares experimentados e frescos perderam e ainda vão derrotar a Rússia, o que vai acontecer no dia de São Nunca, faz prolongar indefinidamente o sofrimento dos ucranianos, a destruição da Ucrânia (agora também já feita pelos próprios ucranianos contra os territórios ocupados), faz aumentar exponencialmente a poluição do planeta. 

É preciso alterar esta narrativa do Capuchinho Vermelho, pressionar os governos com a opinião pública, acabar com a guerra, esta e outras. 

Os fabricantes de armas que estavam, até há pouco tempo, em crise, estão agora nas suas sete quintas … são os únicos vencedores de todas as guerras. 

Se isto é teoria da conspiração, partilhada pelo Papa, por Kissinger, pelos generais de todo o mundo, gostaria de saber quais são os argumentos lógicos que a contradizem. Lógicos, não emocionais.

(Imagem da Internet)

sexta-feira, abril 11, 2014

Rosarinho Rodrigues revela um herói de La Lys









Rosarinho Rodrigues recebeu, como presente da sogra, o espólio de um tio da mesma, morto precocemente na Batalha de La Lys, com milhares de outros portugueses. *


Eduardo da Fonseca Guerreiro tinha uma forte ligação afetiva à sua mãe, o que o levou a escrever-lhe um postal enm todos os dias da sua breve vida, desde a partida de Portugal até dois dias antes da sua morte, que partilhou com cerca de sete mil portugueses. Foram todos posteriormente considerados heróis, bem como os sobreviventes, o último dos quais morreu há pouco tempo, com mais de cem anos.


É uma história bonita de amor. Filial e maternal. 
Mas é, não menos, um testemunho da época, constituído por centenas de documentos. Escrevia todos os dias um postal, alguns com imagens alusivas à guerra, feitos de propósito para a ocasião, outros não, num total de 527

Às vezes escrevia sobre a imagem, algumas vezes apenas a data, para dizer à mãe que estava vivo nessa data. Quanto os postais deixaram de ser recebidos, não foi necessária outra informação adicional. Era como se fosse um Facebook primitivo.

Quase sempre escrevia lápis, por ser difícil encontrar tinta. Devia ser tudo difícil, nesta época, mas os milagres existem e fazem-se. Às vezes. Por amor.

A Rosarinho Rodrigues continua esse milagre da comunicação por amor, selecionando, partilhando, dando a conhecer esta história, doando o espólio do combatente. Como se pode ver aqui:

Eduardo da Fonseca Guerreiro - as palavras de um combatente caído em La Lys

* A Batalha de La Lys, ou o "O Desastre de La Lys", deu-se entre 9 e 29 de abril de 1918, no vale da ribeira da La Lys, na região da Flandres, Bélgica. Nela foram mortos. Considerada a maior catástrofe militar portuguesa, depois da batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.  Morreram 7.000 homens, entre soldados e oficias e foram feitos seis mil prisioneiros.

Ver também aqui: Desastre de "La Lys"
Ou no Jornal Público 
Contem-nos como foi a Primeira Guerra Mundial

P.S.: Dir-se-ia que foi para este rapaz que Fernando Pessoa escreveu o poema "O Menino de Sua mãe", 
poema que ficaria perfeitamente ilustrado com os três primeiros postais. Provavelmente inspirou-se neles.

quinta-feira, abril 10, 2014

A NOSSA HERÓICA DERROTA EM LA LYS (FAZ AGORA 100 ANOS, A GUERRA DE 14-18)





Não muitos portugueses ouviram falar deste episódio trágico da nossa história recente, a batalha de La Lys, embora esta derrota portuguesa seja comparada à de Alcácer Quibir. Pelo desastre que foram as duas.

Primeira foto: Soldados portugueses feitos prisioneiros pelos alemães. "São capturados cerca de seis mil portugueses da segunda divisão e quase 100 peças de artilharia". Fotografia de Anselmo Franco

Segunda Foto: Corpo expedicionário português (CEP), ainda em Lisboa.

Para citar alguns pormenores, o corpo expedicionário português (CEP), com precisamente um ano de trincheiras sem repouso ou rendição, mal apetrechado desde a origem, esperava ser substituído, já no fim da guerra, em 1918, após a colaboração americana com os aliados. 

Os alemães decidiram atacar por saberem o estado em que se encontravam as tropas. 

Foi uma derrota esplendorosa.

Salazar, na impossibilidade de a admitir, determinou que se consideravam heróis todos os que caíram nessa "batalha". Que foi esquecida. Ao ponto de muitos portugueses ignorarem tudo sobre o assunto. 

Este episódio situa-se num período rocambolesco da nossa história, pouco após a queda da monarquia, 1910, sendo que existia uma propaganda contra esta participação, que levou muitos a desertarem. Como o meu avô, que já tinha um filho e uma esposa.
Esta é a minha pessoal colaboração, contar a história do meu (heróico) avô.


Consultar os links abaixo
Europeana 1914-1918 – untold stories & official histories of WW1 Momentos de História
Contem-nos como foi a Primeira Guerra Mundial
Lisboa de Antigamente (Fotos)

(Este assunto continua noutros posts deste blogue - clicar em baixo nos temas).