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terça-feira, janeiro 02, 2018

O Paciente Português ( não confundir com o Paciente Inglês)


Todos nós, portugueses, sabemos que, se temos uma consulta médica marcada para as duas da tarde, a dita consulta só se realiza as seis ou sete da tarde. É claro que não nos passa pela cabeça perguntar a razão de tão inusitada demora, porque sabemos que não há nenhuma : é tradição dos médicos atrasaram-se.
No outro extremo da "classe social", passamos por situação idêntica: perguntamos a um empreiteiro quanto tempo poderá levar a fazer uma obra na nossa casa. Dois dias no máximo passam logo para duas semanas no mínimo, depois de feito o contrato (verbal! Ui!). 
Não passa pela nossa pobre cabeça perguntar a razão de tal demora: é tradição dos empreiteiros, ou trolhas ou canalizadores. Tal como não atenderem o telemóvel quando tentamos resolver o "nosso" problema, ou aumentarem para o dobro a quantia do orçamento, se não houve tempo para fazer tudo por escrito, ou mesmo se houve tempo. 
Conclusão provisória: é tradição comerem-nos as papas na cabeça e é tradição nós deixarmos. De portugueses para portugueses. A bem da naçom! 
Entretanto, contam-me que enfermeiros espanhóis a trabalhar aqui, ou outros a actuarem em Espanha com doentes portugueses, dizem que os doentes portugueses são muito obedientes e submissos: se os mandam tomar banho, vão logo, sem lhes passar pela cabeça dizerem que não lhes apetece, ou que não vão tomar banho nenhum porque estão doentes. Ou algo assim.
Enfim, somos mesmo pacientes. 

terça-feira, março 31, 2015

Ser Português, ser do mundo, etc...


José Gil, que publicou há anos um livro extremamente lúcido sobre o ser português, Portugal Hoje o Medo de Existir, deu recentemente 




dos mais variados temas, desde a política até à loucura. 

O tema da loucura é apaixonante, mas poucos ousam abordá-lo.




"É um tema que lhe interessa, o da loucura? 

Um tema fundamental, porque há uma correlação entre o pensamento e a loucura. 
Como há da alegria para a felicidade. 
Um pouco a mesma coisa. No pensamento devemos passar fronteiras de realidade. E voltar. Por vezes é difícil regressar, há quem não volte. Muitos psiquiatras heterodoxos viram existir um trauma entre certas experiências traumáticas e a descoberta. Os sonhos de Kepler, do Descartes, de Wittgenstein: após um trauma há uma pujança que pode ser fértil para a criação de um mundo que não existia. Pode existir então um trauma que seja fecundo e outro que nos transporta para o asilo. Estou convencido de que Fernando Pessoa estava constantemente em estado de trauma… 
Isso é novo. 
Sei isso. Mas existe uma correlação entre a sua louca criatividade e os traumas da sua vida pessoal. 
O tempo tem-me ensinado que todas estas coisas não podem ser ditas muito alto. 
Também a mim, Luís. O mundo tenta domesticar quem pensa o que não é o pensamento único."

Clicar abaixo para a entrevista toda


Para José Gil pensar voltou a ser uma questão de vida ou de morte

sábado, junho 30, 2007

Os Portugueses

"Os portugueses, em vez de transformarem os problemas em soluções, transformam os problemas em depressões. [...]
Os problemas são desafios, não são fossas. As mudanças não são fatalidades, são oportunidades". António Pinto Leite

in Jornal Expresso, 30 de junho de 2007, 1º Caderno, p. 44.

Filhos, esta é das melhores que eu tenho lido!


No mesmo Expresso também se demonstra com clareza que, nos séculos XVI e XVII, os portugueses, excepcionalmente, perceberam isso, ou alguém por eles...

Eu devo ser uma das poucas mulheres que ainda compram o Expresso, mas ele está realmente bom, cada vez melhor! Juro!

A diferença é que eu, embora ainda seja um bocado lingrinhas, faço musculação no ginásio e portanto aguento os 5 Kg de papel. Mas vejo-me grega!