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sexta-feira, janeiro 13, 2012

Medicina Rústica

Ando a ler, com grande prazer, um livro muito interessante. Medicina Rústica. O autor, brasileiro, Alceu Maynard Araújo publicou-o em 1961, tendo-se tornado uma obra de referência essencial da medicina popular brasileira.
Muito bem escrito, revela todo um universo folclórico interessante, variado e rico, embora se restrinja a uma pequena região, com um nome estrambólico, pelo menos para nós: Piaçabuçu. Esta terra, com cerca de 2000 habitantes, era sede do município, mas toda a região foi observada.
Não demonstra ainda muito respeito por estas tradições, antes simpatia e grande curiosidade, na intenção de contribuir para que a medicina "verdadeira" possa vir a utilizar alguma erva ou outro produto, por se comprovar que faz bem.
Indica que esta Medicina Rústica tem influências africanas e por isso também da medicina árabe, influências portuguesas e indígenas. Mas é sobretudo composta por rituais mágicos e por amuletos que se usam, ou como profilaxia, ou como cura. Não se chamam amuletos, mas sim bentinhos, mochilinhas, etc... por exemplo, saquinhos com orações impressas, dentes de jacarés, presas de aranha, etc... destacando-se objectos relacionados com o Padre Cícero (Meu Padrim Cirço), desde farrapos de batina até rosários ou água benzidos num local relacionado com ele.
Algumas das rezas e benzeduras só podem ser feitas por algumas pessoas, que só as podem ensinar aos discípulos em determinados dias do ano, como Sexta-Feira Santa, Natal e, curiosamente, 25 de Março. Esta data misteriosa talvez esteja relacionada com o padre Cirço.
Há também termos e expressões muito giros, como estes: "Outras vezes é a "benzinheira" a pessoa que tem força para mandar o quebranto para as "areias gordas do mar sagrado". O curador de cobras torna a pessoa imune ao veneno da cobra, ou cura-a de uma picada de serpente.

domingo, outubro 31, 2010

Feliz Halloween / Dia dos finados

Já pensaram nisto? Enquanto aqui celebramos angustiadamente o dia dos Finados e depois o dia de Todos os Santos, indo ao cemitério pôr flores... (pergunto-me quantas pessoas ainda farão isso... na capital, na província...)
Enquanto aqui celebramos angustiadamente o dia dos Finados, tal como em todos os países de religião predominantemente católica, nos USA divertem-se com... quase a mesma coisa: fantasmas, medos, superstições, dia das bruxas.
Nada mais natural. Esconjuram a angústia da morte e o medo dos fantasmas, festejam e dão presentes uns aos outros. E até dizem:
Feliz Halloween


Como estamos na aldeia global, que quase inaugurámos, nós os portugueses, a crer em alguns historiadores e filósofos, ligamos a net no Google e aparece-nos logo uma macacada muito divertida sobre o assunto. Contrastando com o nossa triste comemoração.

quinta-feira, agosto 06, 2009

Ainda as amoras

Falando outro dia com uma senhora de idade, descobri que ela não conhecia uma tradição, que deve ser só do Norte, ali pela zona de Amarante e de que já falei aqui.
A ideia de que o diabo anda à solta no dia de São Bartolomeu e urina nas amoras, portanto elas não se podem comer depois desse dia.

AQUI

Falo de Amarante, porque esta terra tem uma grande igreja que tem várias representações do Diabo e ouvi falar de qualquer coisa a respeito do assunto, que já esqueci.
Apesar de ter esquecido, tem a ver com o culto do Diabo. Satanismo? Creio que ouvi falar disto como investigação ao nível da cultura popular...

sexta-feira, junho 29, 2007

Tresorelho

Vêm muitas pessoas a este blogue à procura do tressolho e da cura para ele. Muitas são do Brasil e de África. Gostaria que algumas me dissessem por que procuram isso, para além daquelas que querem mesmo a solução.
e lembrei-me do TRESORELHO!


Parece que é a papeira e existia um modo antigo de o talhar. Utilizava-se um jugo dos bois. pedi emprestado a um outro blogue o palavreado que se dizia, depois de colocar o jugo no pescoço da pessoa que está doente com o tresorelho. Acho a palavra gira...


Talhar o "tresosorelho" (Papeira): Coloca-se o jugo dos bois , ainda quente (do uso), no pescoço do doente e com uma faca faz-se o sinal da cruz 9 vezes, dizendo a seguinte crença:Tresorelho, sai-te daqui assim como boi e vaca "carregou aqui".


vide
http://crencasemitosdefelgueiras.blogspot.com/

quinta-feira, maio 17, 2007

DIA DA ESPIGA

Hoje foi o DIA DA ESPIGA . Para aí a 2ª quinta-feira de Maio, ou assim...
Quando já vivia em Lisboa há vários anos, descobri isto.
Era tradição as pessopas, alíás, as raparigas, irem para os campos fazerem estes raminhos.
Os raminhos têm uma papoila (talvez simbolize a beleza, espero!), uma espiga, que simboliza o pão, os malmequeres, ou brancos ou amarelos, ou quase secos ou quase frescos, creio que simbolizam, para aí, talvez, a beleza... digo eu...
E etc....
A gente compra o raminho e coloca-o na casa, de cabeça para baixo, como se vê na foto.
As fotografias referem-se a este assunto, claro...


Afinal parece que é assim:


Papoilas – o amor e vida
Malmequeres amarelos e brancos – o ouro e prata
Ramo de oliveira - simboliza a paz
Videira – o vinho e alegria
Alecrim – simboliza a saúde e a força .


O meu não tem videira nem alecrim. Vou reclamar!

segunda-feira, maio 14, 2007

Tressolho

Aparecem aqui muitas pessoas à procura da palavra tressolho, que só utilizei a despropósito num texto cómico, "O Estado da Nação".
Para esclarecimento dessas e outras pessoas, creio que são brasileiras, vou dizer o pouco que sei a respeito do assunto.
Há muito tempo que não vejo nem ouço falar do tressolho, que era uma inflamação num olho, creio que na pálpebra, que ficava vermelha e inchada. As pessoas levavam esse assunto mais a brincar do que a sério, como se fosse muito normal, embora tenha deixado de o ser.
As mezinhas para o curar eram muito simples e resultavam sempre. Uma delas era assim:esfregava-se num pano um anel de ouro até ficar quente e depois encostava-se no olho. se calhar dizia-se alguma frase de que não me lembro. Uma menina de 19 anos disse-me que aprendeu uma frase no infantário e é essa que uso no texto referido: "Tressolho, tressolho, passa para aquele olho". E aponta-se o olho. Essa menina é muito querida. Chama-se Carlota.
E mais não sei. Se vocês souberem alguma coisa, escrevam-na como comentário, está bem? se calhar o lado científico não interessa, porque há-de andar por aí, na net.

Agora mais rescentemente foi-me dito que se deve imediatamente aplicar sobre o tresolho uma pomada antibiótica, própria para esse e outros efeitos.

sábado, setembro 16, 2006

São Bertolameu

Pouco se sabe da vida de São Bartolomeu, apóstolo de Cristo, também designado por Natanael. Talvez por pouco se saber, muito se imagina.
No Norte, na região do Douro, dizem que no dia de “São Bertolameu” anda o Diabo à solta. É nesse dia que "mija" nas amoras. Perdoem-me a expressão, mas não ficaria bem qualquer outra. Se não acreditam experimentem mudá-la.
Qualquer pessoa diz, muito naturalmente, que não se pode comer amoras silvestres depois desse dia.
Enfim, relacionam São Bartolomeu com o diabo, por razões que ainda desconheço...
A propósito: é o dia 24 de Agosto.

terça-feira, setembro 05, 2006

Pois, como dizia...

Interesso-me às vezes pelas reminiscências pagãs do catolicismo, que são muitas, toleradas às vezes e mesmo incentivadas pelo clero católico, como é o caso da Iemanjá (vide meu outro blogue). De facto, Iemanjá é a Nossa Senhora dos Navegantes, com direito a missa e isso tudo, no dia da deusa.
Isto agora passa-se em Portugal, em Miramar, perto do Porto. É a capela do Senhor da Pedra.
Já existia como templo pagão antes do Cristianismo, devido à sua situação privilegiada em relação às pedras sagradas dos cultos antigos, como se verá nas fotos aqui mostradas.
Curiosamente, o paganismo mantém-se até hoje, nas práticas mágicas do que é designado por “amarração”.
Nos pilares da balaustrada, os bruxos e as bruxas amarram cordas e arames e o que mais inventem. Ao fazerem isso, de um lado fica o espírito do outro mundo que anda aqui a empecer e do outro fica o Senhor da Pedra, que, a pedido, enviará o espírito, “desterrado” ou mesmo “requintado” para o mar coalhado.
Se alguém me souber dar informações sobre esse mar, agradeço.






É claro que também podem amarrar para sempre um homem a uma mulher, muito mais raramente uma mulher a um homem (vejamos a história! (económica!)).
Como em muitos outros lugares do género, são também amarradas e sacrificadas galinhas.
Estas são mortas, para desempenharem o papel de psicopompo, ou seja, condutor das almas para o outro mundo, função que partilham com os cães.
Esta tradição também é muito comum na Bahia, como se constatará facilmente.
(Ver a propósito o Dicionário de Símbolos).
Vocês alguma vez imaginaram que este humilde e parvo bicho pudesse ser tão esperto?
Oh! Como o mundo é diverso e vário!