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segunda-feira, fevereiro 13, 2023

Pensamento único Covid Ucrânia - Rhinocéros

 



Os comentadores e cronistas que defendiam a versão oficial e quase única sobre o Covid, defendem agora a versão oficial e quase única da guerra e estão muito bem na vida. 

Quem não gosta de interpretações oficiais e únicas da realidade, informa-se e tenta contrariá-las: Covid, guerra e o que vier. Como comentador, filósofo, escritor, quem assim fala não tem futuro… 

Isto faz-me lembrar a peça de teatro Rhinocéros de Ionesco, em que todas as pessoas se transformam em rinocerontes. As que tentam resistir acabam por ceder para serem iguais à maioria.

A União Soviética, para permitir a representação desta peça nos seus teatros, pediu a Ionesco que declarasse não ter intenção de a criticar, o que foi recusado. Não, Rhinocéros não é só uma crítica à União Soviética, embora também o seja. 

Rhinocéros é também uma crítica ao pensamento único que se está a instalar nas “democracias” ocidentais: Covid, guerra e o mais que aí vem. E há-de vir. Aparentemente, seguem-se os OVNIS. 

sexta-feira, dezembro 16, 2016

Fim da Cornucópia?


Fui uma vez a Cornucópia, fora outras vezes, convidada como delegada de português, ou seja, esperavam se que eu comprasse uns duzentos bilhetes. 
Trataram-me como se fosse uma fã do tipo Luís Miguel Cintra, como se toda a gente fosse fã dessa criatura, como se fosse eu a agradecer por lhes ir dar uma grana. Arrogância, prepotência...  
Eu era a única convidada do género que estava presente e diverti-me imenso a conversar com a Beatriz Costa, que se encontrava entre o público.
Voltei lá outras vezes, outras tantas secas.
Para que público representavam estas criaturas? Para mártires? Para submissos? Para proletários eruditos?
No dia que menciono apareceu uma professora, não convidada, que se mostrou muitíssimo honrada e orgulhosa por poder falar com a criatura. Elogiou, elogiou, mas foi tratada como aquilo que era e como aquilo que se mostrava: como um ser inferior.
Nem sei como esta companhia teatral aguentou tanto tempo. 
Não, seguramente, pelas receitas próprias. Nem talvez por méritos próprios.
Muito menos pelo público.

A Cornucópia foi agora encerrada: VER NOTÍCIA NESTE LINK

segunda-feira, março 16, 2015

Natália Correia: O Homúnculo



Faz hoje anos que Natália Correia morreu. Faz 22 anos.

E vai agora ao palco pela primeira vez uma sua peça, que só foi representada À porta fechada durante a ditadura salazarista.
Porque o homúnculo ("chulo" é um diminutivo, como em "corpúsculo"), ou seja, o homenzinho minúsculo, é Salazar.

Mas também podem ser estes homenzinhos minúsculos: Sócrates, Passos Coelho, Cavaco Silva e tantos outros, que nem têm conta.

A mim parece-me que é pena ser esta  aprimeira representação da peça, semq ue Natália nunca tenha visto nenhuma, mas é bom que finalmente aconteça.

Em Setúbal
VER AQUI

(Fotografia tirada pelo primo, José manuel Correia)

quarta-feira, outubro 17, 2012

Diálogo entre Colbert e Mazarino durante o reinado de Luís XIV, na peça teatral Le Diable Rouge, de Antoine Rault:

Colbert: - Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço... Mazarino: - Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas, vai parar à prisão. Mas o Estado é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem! Colbert: - Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?... Mazarino: - Criando outros. Colbert: - Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres. Mazarino: - Sim, é impossível. Colbert: - E sobre os ricos? Mazarino: - Os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres. Colbert: - Então, como faremos? Mazarino: - Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!

ENCONTREI ISTO NO MURAL DO FACEBOOK DA MARINA!

sábado, maio 19, 2012

Teatro em exibição: Vânia



A peça de Anton Tchekhov é muito expressiva da complexidade da natureza humana, da pequena diferença que pode existir, às vezes, entre o amor e o ódio, entre a admiração e a inveja, entre a emulação e o desprezo por si mesmo e pelo outro... da pequena diferença que pode existir entre um santo e um ser maléfico, cohabitando os dois, talvez, no mesmo homem: "O TioVânia", que vai da mesquinhez à abnegação e regressa ao mesmo em pouco tempo. 
Tudo isto adquire uma dimensão dramática através do conflito entre as personagens.
 A palavra tio foi retirada ao título, talvez devido às conotações que tem hoje este conceito de tios e tias...
Assisti à estreia da peça e a representação estava já muito amadurecida e sem falhas. Os atores são bons, a encenadora e dramaturga, Isabel Medina, apresenta-nos aqui um dos seus melhores trabalhos de sempre.
Recomenda-se.

segunda-feira, março 07, 2011

Esta coisa linda da interactividade...

Quero compartilhar convosco uma coisa linda que acaba de acontecer neste blogue.


Há bocado, uma pessoa, que eu não conhecia, descobriu uma pequena reportagem que fiz da Feira de Arte Contemporânea de Lisboa, em Novembro de 2010, gostou imenso de uma obra fotografada e resolveu partilhá-la no Facebook. Apareceram vários amigos dela a ver o post, tiveram a  amabilidade de deixar comentários no próprio blogue e, por minha sugestão, procuraram a escultora no Facebook.
Passado um bocado, apareceu a própria artista, muito satisfeita. Deixou um comentário emocionado e o endereço de email, com  a promessa de enviar convites para a sua nova exposição, a quem lhe escrever.


VER AQUI: A crise desperta a criatividade

Por sorte, fiquei hoje metida em casa quase todo o dia, porque tenho uma infecção num pé e aproveitei para me dedicar a este Blogue e ao Facebook. O pé dói-me, acho que não poderei ir à Mini-Maratona da Ponte, mas não é grave.


Já uma vez tinha acontecido algo idêntico com uma actriz brasileira, que agora é minha amiga...


VER AQUI: As Confissões de Leontina - teatro


A propósito, esta peça está actualmente em exibição no Rio de Janeiro. Gostaria muito de a rever...
E também partilho aqui uma entrevista com a escultora no Sapo

quinta-feira, setembro 02, 2010

Minha peça de teatro

Interrupção das navegações para dizer:

Foi publicada na Revista Triplov a minha peça de teatro, inédita até agora

Aldeia das Cavernas


Pretende demonstrar a ideia de que a aldeia global também pode ser considerada uma aldeia de cavernas, tanto no sentido do primitivismo das relações, como no sentido platónico das ilusões.
Essa não é necessariamente a minha opinião, é apenas um ponto de vista, que me surgiu na escrita desse texto.

Um enorme agradecimento a Estela Guedes, directora da Revista.

quinta-feira, julho 02, 2009

E Ainda...


Cá está o original, A Estalagem e mais uma peça, A Ilha das Cruzes. Uma tragédia seguida de uma comédia.
Andava há Séculos para publicar estes dois textos, mas há sempre um momento para tudo.
Agora que já não estou doente, vou descansar.

CLICAR AQUI

terça-feira, junho 30, 2009

Mais um dos meus livros: outros virão


Cá está como prometido no blogue Escrevedoiros. Ver o que lá digo sobre o assunto, na mesma data, 30 de Junho de 2009.

Com tudo isto, sinto-me muito satisfeita: nariz novo e livro novo. LOL.

segunda-feira, julho 21, 2008

"Diz-me como a chuva"


Fui à estreia da peça de teatro "Diz-me como a chuva".

Com diversos textos de Tennessee Wiliams, tem encenação de Marta Lapa e é interpretada por Isabel Medina Cucha Carvalheiro.

Assumindo quase sempre o ser humano como ferido na relação com os outros, como um pássaro de asa quebrada que só deseja fugir e esconder-se, são muito belos esses textos. Não existe a crueldade nem o mal, nas personagens, apenas uma desadaptação e incapacidade para o relacionamento, sobressaindo o homem como ser solitário, um ser que talvez nem necessite dos outros, mas que também não consegue passar sem eles.

De salientar o óptimo trabalho mimético das actrizes, que, sem mudarem de caracterização, fazem o papel de homem, de mulher e de criança, fazendo-nos despertar um sorriso neste último papel, mas sem os tiques que às vezes se notam noutros actores que imitam crianças. E sem qualquer vulgaridade na passagem de um papel a outro. Muitos actores poderiam aprender alguma coisa ao ver esta peça.

Particularmente interessantes os textos seleccionados da peça "Um Eléctrico Chamado Desejo", de "Diz-me como a chuva" e desse texto com crianças à beira da linha de um caminho-de-ferro, simbolicamente à beira de todas as passagens e de todos os perigos, "à beira-mágoa", já também marcadas pelo receio e pela rejeição.

Obrigada Isabel. E já agora, obrigada Cucha Carvalheiro.

(Em cena no Teatro da Comuna até ao dia 9 de Agosto.)

terça-feira, novembro 27, 2007

Sonata de Outono

Só ontem fui ver a peça de teatro Sonata umaOutono, baseada no filme homónimo de Ingmar Bergman. Como a actriz principal era a Fernanda Lapa, uma das minhas actrizes preferidas, eu já sabia que ia gostar muito, mesmo se a encenadora não fosse também a Fernanda Lapa. E isto é para não referir que as primeiras exibições, incluindo a estreia, nunca são as melhores.

É claro que gostei da peça. É sobre uma mulher, pianista, que descura o papel de mãe e de esposa para se dedicar à arte para a qual é dotada.
É sobre a arte, essa tirana que não permite que alguém possa conformar-se à rotina, ao dia-a-dia convencional e a uma vidinha boa.
É sobre a condição feminina, sobre a mulher que não pode amar incondicional e imoderadamente.

É sobre a arte, essa maravilhosa tirana que não deixa repousar aqueles que a amam, condenando-os à inquietação, à solidão, à tristeza, talvez à culpa, mas também à insubmissão, à felicidade buscada sem trégua, mesmo à custa do desejo de viver, à ressurreição.

É sobre a beleza, essa maravilhosa tirana que não permite que alguns a amem moderadamente.
É sobre a arte, essa que não pode nem deve ser partilhada, não pode ser dividida, não pode ser amada moderadamente por aqueles que são escolhidos para a servir.
É sobre as mulheres, que só devem amar de forma moderada e doméstica.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Dentadas



Fui ver a peça Dentadas, de Kay Adshead, ao Teatro da Comuna.
Um muito interessante e ao mesmo tempo angustiante e até mesmo embaraçoso, confrangedor e às vezes divertido libelo acusatório contra a violência do nosso tempo: desde a mais básica até à mais escondida.
Mas é também algo que nos recorda que o amor e a beleza e o sonho da beleza também são possíveis no meio de tudo isto.
Estão de parabéns os actores e a encenadora Isabel Medina.
A ver.

terça-feira, setembro 18, 2007

As Confissões de Leontina

 

 

 


Aparecem-me aqui, com alguma frequência, pessoas que procuram informação sobre As "Confissões de Leontina".
Dependendo da situação, ora se referem ao conto da Lygia Fagundes Telles, ora à peça de teatro brasileira baseada nesse conto, que esteve em Lisboa, no Teatro Nacional D.maria II em Novembro de 2006, representada pela actriz Kelzy Ecard.

Gostei muito dessa peça e dessa actriz, como já tive a ocasião de expor aqui.

Narra a história, ou dramatiza a história de uma mulher ingénua e ignorante, que é apanhada nas malhas variadas da cidade e do mal, malhas nas quais não se sabe mover. Ficamos na dúvida se é uma santa, uma prostituta, as duas ou / e uma criminosa. A vantagem desta complexidade é obviamente do texto, mas é também da representação magistral da actriz.
Ficam aqui três imagens, que me foram fornecidas, a meu pedido

segunda-feira, julho 09, 2007

Surpresas tropicais e belas

Após a surpresa encantadora de ter encontrado na rua um pássaro tropical e belo, que tive a ilusão de ter ajudado (VER AQUI), surgiu-me agora outra incrível surpresa, não menos tropical e nem menos bela.
Deu-se o caso de que, em Novembro, fui à estreia de uma peça brasileira, no Teatro Nacional, que adorei .
Como fiquei muito impressionada, escrevi um comentário neste blogue sob a forma de carta dirigida, talvez à actriz, talvez à personagem, creio que às duas, pois era tal a mimese, que se tornava difícil distinguir uma da outra.
Agora a actriz, Kelzi Ecart, respondeu-nos num comentário a esse post.
Se querem ler, o post chama-se "As Confissões de Leontina - teatro" e
está aqui:

http://terraimunda.blogspot.com/2006_11_01_archive.html

Kelzi, prometo responder-lhe individualmente para o e-mail que deixou.

sexta-feira, novembro 10, 2006

As Confissões de Leontina - teatro

Fui ontem ver uma peça extraordinária, As Confissões de Leontina , no Teatro Nacional D. Maria II, com a actriz brasileira Kelzi Ecard, que não conhecia, mas adorei.
Vou escrever o meu comentário sob a forma de carta a esta actriz.


Talvez Você:


Este Verão fui a São Salvador à procura de Jorge Amado, mas não o encontrei lá.
Não gostei do que vi e morri de medo do mundo em que vivemos: um oásis perdido em imensos desertos.
Ao ver a sua peça, encontrei, na primeira pessoa, aquilo que suspeitei, imaginei e pressagiei sem ter desejado fazê-lo, na minha muito breve estadia por essas terras. A miséria nua e crua, a ausência da beleza, o isolamento absoluto de tudo. E a fragilidade dos oásis.


Mas também encontrei o afecto, a beleza, a alegria pura, a sensação completa.
No fim da peça, senti o impulso de a abraçar, talvez a si, talvez à personagem, talvez às duas.


Mas sinto que ainda não vivemos no tempo dos abraços.