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sábado, novembro 26, 2016

Cuba "à vol d'oiseau"

Uma minha amiga foi a Cuba no tempo do Fidel e veio de lá encantada: a segurança era tanta, que viu prender muitas pessoas só porque se aproximavam do grupo de turistas. 

Ainda assim, conseguiu falar com um padre dentro de uma igreja. 
O padre aproveitou logo a oportunidade para lhe dar uma carta para a América, pedindo-lhe quer pusesse no correio. 

Fui eu que a pus no correio meses depois, resistindo à imensa vontade de a ler, porque ela não me deixou. 
A amiga que foi com ela ficou tão impressionada com a miséria, que deu uma mala cheia de roupa e ainda a mala. Divertiram-se imenso. Adoraram Cuba. E tudo nela.
Ainda assim, a minha homenagem à minha falecida amiga: por ter trazido a carta, apesar de isso ser contrário às suas opiniões políticas, por não a ter lido, por ter tido a intenção de a colocar no correio. 

sábado, setembro 03, 2016

Vergonha, malícia e inocência: ainda sobre o burquini, burka e quejandos



Quando, em 1500, Pêro Vaz Caminha chegou ao Brasil, escreveu uma carta a D. Manuel, em que se mostra surpreendido com as pessoas que encontrou.
Embora andem nuas, não mostram vergonha nem têm malícia. O que o leva a concluir que são inocentes e que será fácil ensina-lhes a doutrina de Cristo.
Cinco ou seis séculos depois ( creio que 1500 ainda era século XV, sendo século XVI em 1501, voltamos a esta questão da malícia e da vergonha. 
Brincando com o caso dos burquini, alguns não conseguem disfarçar que o consideram mais decente do que o biquini, mostrando crianças ao pé de adultas nesta indumentária.
Mas é aí que reside a diferença. 
Conseguimos andar de biquini, ou nuas, sem vergonha nem malícia, sem corrermos o risco de um homem nos violar por não ser capaz de se controlar e isto, apesar de a nossa sociedade dar grande importância ao sexo e ao sex- appeal.

Por outro lado, a exibição desses espantalhos em burquini nas cidades e praias europeias é uma afirmação de uma política que nos é adversa e mesmo inimiga. 
Uma política em que não se separa o religioso do profano, a privacidade da promiscuidade, em que a polícia religiosa entra na casa das pessoas para ver o que estão a comer e a beber, ou se estão a comer quando deviam estar em jejum, etc.
Não se trata de liberdade religiosa, trata-se de aceitar a política dos inimigos da modernidade, do laicismo  das mulheres e dos inimigos do cosmopolitismo.

Mas sobretudo, são inimigos das mulheres.

terça-feira, agosto 16, 2016

Portugal mudou para melhor, neste século

Quando vim viver para esta casa, já no século XXI, houve uma noite em que um grupo de arruaceiros virou ao contrário todos os caixotes do lixo da rua e partiu os vidros da nossa porta de entrada. Telefonei para a polícia, contra o conselho duma vizinha velhinha, de que não valia a pena. Eu acho sempre que vale a pena. Quanto mais não seja, para observar. E para poder criticar outra vez, já com mais informação.
Quando acabo de explicar o caso, o senhor polícia pergunta:
- É quem me garante que não foi você que partiu os vidros? 
- Eu?! Então se eu tivesse partido os vidros ia telefonar para a polícia? 
- Claro, telefonava para acusar outra pessoa.
- Mas eu não estou a acusar ninguém, nem vi quem foi...
- Está a ver? Mais me ajuda.
- Então o senhor não vai ao menos tomar nota da queixa?
- Não tomo nota, porque nos telefonam para aqui muitas senhoras a dizer coisas dessas, por isso nós achamos que são elas que partem as coisas e depois...
- Ah, o problema é serem as senhoras a protestar? 

Pela mesma altura, fui abordada na rua por um policia enorme, que disse ter sido meu aluno e estar muito contente por guardar a minha casa. Mas gostava mais de trabalhar numa outra esquadra onde esteve e onde prendiam muitos pretos. Gostava muito de pretos, até aprendeu crioulo, eles falavam entre si em crioulo pensando que ninguém os entendia, enfim, ele gostava imenso de bater nos pretos. Perguntei aos meus botões que educação teria eu dado àquela criatura. Essa não foi.

Fui recentemente à polícia, pedir que me vigiem a casa enquanto estou por fora, como tenho feito nos últimos anos. Fui atendida por uma raparigona simpaticíssima, delicada. Estava a atender amorosamente uma velhinha que chorava e gritava: - "Roubaram-me tudo!". Passou-a a outro polícia mais velho, mas também simpático e só então me atendeu.
Mostrou-me os papeis, pois não conseguia encontrar o impresso, ajudei-a procurar, nem me pediu o documento de identificação.

 Portugal mudou assim tanto para melhor neste princípio de século? Será que temos a noção disso?

quinta-feira, novembro 12, 2015

Obrigada, criaturas do Neandertal, por nos fazerem reparar que... estamos noutra era

Uma criatura chamada Pedro Arroja fez rir o país e sobretudo o Facebook pelo ridículo das suas declarações, que seriam muito vulgares em inícios ou meados do Século XX.

Diz a avantesma que não queria aquelas mulheres do Bloco de Esquerda, sem se perguntar se passaria  pela cabeça das mulheres do Bloco de Esquerda interessarem-se por semelhante criatura.

O BE exige que o senhor peça desculpa, mas ninguém pede desculpa por ser ridículo. E mesmo que peça...

Obrigada, criaturas do Neandertal, por nos fazerem reparar que somos tão civilizados, tão modernos...
Que estamos noutra era.



Muito interessante o post deste blogue  sobre o assunto

Praça do Bocage

Citando : ""Há um enxame de medíocres vespas asiáticas ao assalto em defesa de uma nova barbárie política económica e social totalitária que quer comandar o mundo""


quinta-feira, junho 04, 2015

Mulheres "de pêlo na venta"







Esta expressão significa mulheres com coragem, com força, mulheres como se fossem homens.
Talvez tenha sido inventada a propósito da mulher da primeira imagem deste post, A Baronesa da Silva, patrocinadora da revolução liberal, cujo retrato se encontra no Museu Grão Vasco, em Viseu. Mulher viajada e aventureira, como se vê aqui.

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Eugénia_Cândida_da_Fonseca_da_Silva_Mendes

A segunda pertence à nobreza brasileira e a terceira todos conhecem, é a pintora Frida Khalo, num seu auto-retrato.

domingo, outubro 26, 2014

Devemos aceitar as outras culturas? É ridículo ser feminista?




Até ao Sec XXI, sempre tive a impressão de viver num mundo atrasado. Quando me apetecia ir sozinha a qualquer lugar, sobretudo à noite, parecia estar a fazer algo de muito estranho. 
Respondiam-me:

- Mas pensas que em Nova Iorque ou Londres é diferente? 

- Eu não tenho a impressão de viver num país atrasado, e sim num mundo atrasado! Nova Iorque, Londres, (Paris - incluo Paris?) são lugares atrasados, em que uma mulher não pode fazer o que lhe apetece. Onde as mulheres ficam em casa, talvez a chorar, porque estão a perder a vida. Onde as mulheres casam porque é convencional fazer isso, sem perceberem que pode ser também uma maneira de perder a vida.

- Que vos parece esta notícia?

Nestes países, se a mulher é violada, pode ser morta pela família, pois é uma desonra para a família.
Devemos aceitar estas "culturas"? Não deveríamos fazer algo mais?


Aceitar as outras culturas e ser feminista? E de esquerda? 

Não nos parece tudo isto demasiado inconciliável? 

sábado, outubro 11, 2014

Portugal Moderno


Há uma ou duas décadas, a Avenida da Liberdade era um local de habitação degradada, de prostituição, agora é a 10ª mais luxuosa do mundo.

Há uma ou duas décadas, abriram em Portugal umas fábricas de sapatos estrangeiras, por um curto período, com incentivos da UE. Todos diziam que, passado esse período, nada restaria.

Resta o calçado português, já com fama no mundo.

VER AQUI:

33 razões para adorar Portugal

Também muito interessante esta frase de Vítor Hugo, a propósito de ter sido Portugal o 1º país da Europa a abolir a pena de morte, em 1867 (3º no mundo):


"Morte à morte! Vida à vida"

sexta-feira, setembro 05, 2014

Em tempo de figos...



Foto 1: figos. Prato marca SPAL com poema de "Ode Marítima", de Fernando Pessoa




Foto 2: Figueira e nogueira com dois gaios. Existe noutro post deste blogue.



"Em tempo de figos, não há amigos" - ditado popular.
Começou o tempo dos figos. 
Nas esquinas das ruas de Campo de Ourique, aparecem, por esta altura, homens ou mulheres a vender figos de cor verde, pesando-os numa balança rudimentar, pois existem aqui muitas figueiras dessas.


Como vejo da minha janela uma carregadinha deles, aquela onde vi os gaios, fico com vontade de os provar. Peço meio quilo. Quando acho que já tem demais, digo, mas a senhora continua a encher o saco e responde:

- Depois conversamos.


Esta generosidade com os figos nem sempre existiu e bem ao contrário, como insinua o ditado popular já citado. Dado que os figos se podem secar e guardar todo o ano, constituíam uma das formas de matar a fome, em tempos de fomes que já lá vão. 


Daí estes outros ditados, do mesmo género:



Tinha um figo para dar ao meu amigo, mas vi-o, comi-o.
Uns comem os figos, a outros rebenta-lhes a boca.
Figo caído, para o senhorio; figo quedo, para mim.

E já agora, mais estes, de tipo diferente:
O figo, para ser bom, deve ter pescoço de enforcado, roupa de pobre e olho de viúva.
Ano de Figo temporão, ano de pão. (Deve ser este ano)

Acrescento aqui a palavra "Sicofanta"(de syko = figo), que tem uma origem grega interessante: como o figo era muito importante para a alimentação da Ática, era proibido vendê-los para outras terras. Sicofanta era o que denunciava os que vendiam figos. Ou o que denunciava os que roubavam  figos das figueiras sagradas. 

Eram grandes as penas para os sicofantas que dessem falsas informações, mas isso não os demovia, pois o ato em si também dava grande lucro. Daí que a palavra também possa significar pessoa caluniadora.

Enfim, é um termo erudito para significar delator, ou, usando termos menos próprios, "chibos" ou "bufos" :) Não gosta destes últimos? Então diga: sicofanta. 
Já que nunca disse...

Sobre a figueira: muitas vezes referida na Bíblia, desde a primeira vez, quando Adão e Eva, envergonhados da sua nudez, a ocultaram com as suas folhas, foi considerada árvore sagrada pelos antigos romanos, algumas eram também sagradas para os  gregos e ainda hoje é a árvore sagrada para as religiões de inspiração budista, já que foi debaixo de uma delas que o Buda obteve  iluminação, após vários dias de espera e de meditação.



Buda em meditação à sombra da figueira sagrada

terça-feira, janeiro 21, 2014

SÓ SOBREVIVE QUEM É DO SEU TEMPO? OU CONTINUA A VIVER NO TEMPO DOS OUTROS

ÀS VEZES LEMBRO-ME DE UMAS VELHAS MUITO VELHAS QUE HAVIA NA MINHA PEQUENA TERRA QUANDO EU ERA MUITO JOVEM. 
VELHAS POR IDADE E POR ATITUDE. COM UMA MENTALIDADE HORRENDA. 
QUE PENSARIAM ELAS DA CO-ADOÇÃO, DA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO, DO FACEBOOK, ETC? 

ELAS QUE ERAM CONTRA A MINI-SAIA, O BIKINI E CONTRA FUMAR, QUE ERA, À ÉPOCA, APARENTEMENTE, UM DIREITO. UM DIREITO DA MULHER. E POR ISSO EU FUMAVA. 

ALGUMAS AINDA ESTÃO VIVAS. SERÁ QUE MUDARAM DE ATITUDE? SERÁ QUE AS DESATUALIZADAS MORRERAM E QUE SOBREVIVERAM AS OUTRAS? INCLINO-ME PARA ACREDITAR NISTO. 

UMA DAS POUCAS COISAS QUE EU APRENDI NESTA P. DESTA VIDA, FOI ESTA: 


SÓ SOBREVIVE QUEM É DO SEU TEMPO.

OU SEJA : QUANDO ALGUÉM PROFERE ESTAS PALAVRAS : "NO MEU TEMPO", QUER DIZER QUE CONTINUA VIVO, SIM, MAS A VIVER NO TEMPO DOS OUTROS.


domingo, dezembro 29, 2013

A Amizade no Facebook


Conheci pessoas que morreram por não terem conseguido adaptar-se aos novos tempos. Porque já nasceram desadaptadas, oriundas de um passado remoto. Outras nasceram desadaptadas deste tempo, porque já vieram formatadas para o futuro. poderão lamentar muitas coisas, criticar muitas coisas, mas nunca a modernidade e o progresso.

O Facebook desperta em muitos a insatisfação e a revolta que sempre acontece perante as coisas inevitáveis, perante a evolução inevitável. Sobretudo da parte dos velhos (não necessariamente em idade)É "fácil desconectar os amigos", essa é uma evidência, mas também é fácil reconectá-los. A intimidade com amigos/amigas sempre me pareceu aborrecida e mesmo insuportável. E outra vantagem é a partilha de opiniões, objetos como fotos, vídeos e informações. Conhecemos quase bem pessoas que não suportaríamos em intimidade e aprendemos a respeitá-las.. Aprendemos muito no Facebook.É um novo paradigma nas relações humanas e ainda mal começou.Vem este post a propósito do artigo sobre este filósofo Bauman3 MINUTOS COM BAUMAN: AS AMIZADES DE FACEBOOK

Ainda recordo o tempo em que era tudo muito aborrecido, tudo muito lento, a solidão não existia como coisa positiva, aliás, a solidão física não existia. Estávamos sempre rodeados de pessoas enfadonhas, sendo continuamente obrigados a conviver com elas. O tempo passava lentamente. Para o bem ou para o mal, esse tempo acabou.

Só quem for muito chato irá desejar ser aceite sem ter opiniões, sem dar nada, ser aceite numa presença incómoda, obrigatória e talvez até mal cheirosa. Mas ninguém voltará a ser obrigado a  ter apenas dois "bons amigos". Os que deram provas. E quando esses dois se fartassem, o que aconteceria? E os que não deram provas de amizade poderão vir a dar provas, ou de amizade, ou de bondade. Numa sociedade corrupta como a nossa, é muito mais importante a bondade do que a simpatia.

P.S.: Claro que ninguém pode fazer 500 amigos num dia, essa é a ingenuidade das crianças.

segunda-feira, agosto 19, 2013

Istambul, a cidade do outro lado







Saímos de Istambul enriquecidos, não pelo muito que aprendemos, mas abismados pela nossa ignorância de toda a parte oriental do mundo.

Enriquecidos de curiosidade pelo outro, que é o reverso dos livros de história. Ou de geografia, ou do que for.

Porque as pedras só se tornam humanas se virmos nelas a inscrição, não só do humano, mas também do divino. Como neste mosteiro da Capadócia.

Istambul já foi Bizâncio e já foi Constantinopla, cidades quase míticas. Com uma história que é a nossa história. Istambul significa, etimologicamente, "a cidade que fica do outro lado". Do outro lado do Bósforo. A cidade estranha e estrangeira.

A cidade que fica do outro lado, também para nós ocidentais, do outro lado do mundo, é a cidade do passado.
Mas o passado talvez se transforme em futuro e talvez o futuro nos surja do Oriente. Como uma renovação.



 




domingo, fevereiro 24, 2013

Série "Os Tudors"

Passa atualmente no Tv5 Series uma série intitulada Os Tudors, que se calhar já é repetida, pois dá aos domingos de manhã.

Conta a história de Henrique Oitavo e suas mulheres. Henrique Oitavo, o rei que obrigou os ingleses a separarem-se da igreja de Roma para poder abandonar umas esposas e casar com outras, matando as anteriores. Inventou uma espécie de religião adequada aos seus propósitos, sacrificando os que lhe eram contrários, incluindo o escritor, humanista e político Thomas More, considerado santo e mártir pela Igreja Católica, porque foi executado na Torre de Londres, tal como algumas das novas esposas do rei..

E o povo inglês converteu-se.

Apetece perguntar: o que argumentam os ingleses aos filhos, quando estes lhes perguntam por que razão não cortaram a cabeça a esse rei, nem a nenhum rei depois desse, ao contrário do que fizeram os países republicanos.

Aparentemente, os ingleses continuam a considerar que existe uma família inglesa superior a todas as outras famílias inglesas (se calhar até têm razão) e, aparentemente, estão dispostos a converter-se a qualquer outra coisa, para fazer a vontade a essa família.


E ASSIM VAMOS ALEGREMENTE, A CAMINHO DO NAUFRÁGIO DA EUROPA

segunda-feira, agosto 06, 2012

Como era antigamente? Como será no futuro?






Das últimas vezes que pesquisei no Google, procurei temas tão variados como: como abrir as conchas das ostras, tomar ou não medicamentos para a malária, quando se  viaja, o que são as lesmas do mar (lindíssimas), como colorir o cabelo com henna, fotografias antigas e máquinas fotográficas última geração, etc.


Quando algumas pessoas que conhecemos, profissionalmente ativas, começaram a trabalhar, ainda nem se usavam fotocópias, que já existiam mas não tinham um preço aceitável, ainda não havia computadores pessoais (um computador ocupava, nessa época uma enorme sala e muitas pessoas, (com empregos que deixaram de existir e existiram pouco tempo), muito menos havia telemóveis... E tudo isto há relativamente pouco tempo.

Mas todas estas limitações  já estão esquecidas. é fácil adaptarmo-nos ao melhor.

Porque é que outros aspetos da vida e da tecnologia não evoluíram quase nada?

Por exemplo, não deixou de haver agressividade e até mesmo violência entre pessoas que se estimam, os automóveis não mudaram muito, não ficaram muito mais baratos, muito mais rápidos, não voam... as casas não são muito mais baratas (pelo contrário), nem mil vezes melhores... a ideia é esperar que tudo isto venha a melhorar muito. Não melhoraram muito porque o seu melhoramento iria contra os interesses instalados. Quem quer casas e automóveis muito baratos e muitíssimo bons? Como escravizar criaturas, se tudo lhes é acessível por pouco que ganhem? 

(Nas imagens acima, vemos uma ficção: em 1900 julgavam, talvez com razão, que voar seria a nossa maneira mais comum de viajar, no ano 2000. Ou então viajava-se em comboios-navios que continuavam na terra a viagem iniciada no mar.)

quinta-feira, junho 14, 2012

Madonna Mia!




Senhora de 54 anos (Madonna) mostra "nipples" e algo mais, deixando todo o mundo passado dos carretos! 
Creio que a palavra "sexagenária" vai desaparecer de todas as línguas, dentro de seis anos.
E um Sinal dos Tempos.
Isto há-de vir a constar dos livros de História e das enciclopédias. 

domingo, abril 08, 2012

Páscoa no Norte (de Portugal)






Visita Pascal, tradição muito bonita, que já se perdeu em muitos lugares.


Mas os tempos modernos começam a querer recuperar modos antigos de vida.

terça-feira, abril 03, 2012

Quem tem sorte, envelhece: a idade no tempo





Não creio que seja um ditado popular, antes uma citação de autor desconhecido, ou talvez um lugar comum dos nossos tempos: "Quem tem sorte, envelhece."
Ocorre-me sempre, por analogia com esta, uma a frase de Nero Woolf (personagem dos policiais de Rex Stout), referindo-se a uma jovem, que morreu logo a seguir, assassinada: "não compreendo como é que uma pessoa tão estúpida é capaz de sobreviver!"

Vem isto a propósito desta notícia do Expresso, referindo que uma alemã de 86 anos foi notícia pela sua brilhante participação numa competição desportiva de ginástica, como se vê no vídeo e 



Estes episódios só nos parecem estranhos se esquecermos outros do mesmo género, fazendo parte dos tempos atuais.

Como a da nadadora de 61 anos que tentou, recentemente, bater o seu próprio recorde de natação, também referido neste blogue e


Há poucos dias, ouvi criticar umas velhinhas de cabelos vermelhos e cor de rosa e comentei, um pouco a brincar, que eu também gostaria de usar o cabelo assim, ou azul, quando o tivesse todo branco. Constatei que um dos terrores das minhas amigas e conhecidas é o de fazerem isso, ou seja, de perderem a noção do ridículo e da idade. 
Qual noção da idade? Qual é a noção correta da idade? Não é algo que está em mudança, como tudo no mundo?

quinta-feira, setembro 08, 2011

A Morgadinha dos Canaviais: Como de repente e em pouco tempo tudo se estragou???!!!

Estou a ler, com entusiasmo e alegria, A Morgadinha dos Canaviais. Pela nostalgia do campo.
A primeira vez que li e talvez mesmo a segunda, eu vivia no campo e o campo era assim. As descrições coincidiam, embora com um século de atraso. Bom ou mau, era assim.

Agora os campos estão ao abandono. Não existem quase diferenças entre o campo e a cidade. E gosto de imaginar um passado futuro em que os campos eram cultivados, em que a natureza era intacta, em que as pessoas viviam as horas de Deus, as horas do mundo, o tempo da natureza. Rezavam para adormecer, quando a noite caía, acordavam com o sol.
Continuarei a falar sobre isto e vou citar excertos da obra que me encantam.

Como de repente e em pouco tempo tudo se estragou???!!!

terça-feira, setembro 06, 2011

Filme Uma flor no deserto



Agora que muitas pessoas desistiram do Telecine, por causa da crise, finalmente começam a  passar filmes bons, tal como acontecia quando aderi. Filmes não necessariamente comerciais.
É o caso do que referi no post anterior e também de Uma Flor no Deserto. Narra a história da modelo Waris Dirie, da Somália, que foi excisada aos três anos.
Ficou também conhecida por ter sido a primeira pessoa a denunciar a excisão (mutilação genital feminina). É agora representante das Nações Unidas.
Esta mutilação faz-se hoje em dia nas nossas barbas, na Europa e nos Estados Unidos.


quinta-feira, julho 21, 2011

Sinal dos Tempos

Esta época de contínua mudança traz-nos sinais muito positivos. Que podem sempre ser vistos ao contrário, como negativos,  mas existem maneiras mais modernas e mais antiquadas de ver as coisas.

É o caso desta notícia que me parece um sinal dos tempos, entre muitos outros.
Uma atleta,  Diana Nyad,  vai tentar percorrer a nado 165 quilómetros em 60 horas, desde Cuba até à Flórida. Se atingir a meta,  superará o recorde mundial de nado em oceano, sem jaula, conquistado pela própria em 1979.

Terá apoio de várias pessoas e equipamentos, o que é caríssimo, ainda nem angariou todos os fundos necessários, mas fá-lo-á. Não podemos comparar esta situação com a de alguém que conta só com a cara e com a coragem.

Então, o que é que me extasiou nesta notícia? É que a senhora terá nessa altura 61 anos. Tentou antes, mas não deu, preparou-se bem e cá vai ela.

Também me encanta o acto de nadar, a  que me tenho dedicado em exclusivo em termos de treino desportivo (ainda só em piscina aquecida), e que ela expõe como sendo assim:
“Nadar é a última forma de privação sensorial. És deixada sozinha com os teus pensamentos de um modo muito severo".

Talvez possa ser mesmo considerada uma forma de ascetismo, digo eu. Para aguentar a monotonia, canta mentalmente as músicas de que gosta e diz:

“Fisicamente, estou mais forte do que antes, embora fosse mais rápida quando tinha vinte e tal anos. Hoje sinto-me forte, poderosa e com sabedoria para lidar com as horas de resistência”- afirma.

É certo que já outros tentaram a mesma distância, mas dentro de jaulas, para os pretegerem dos tubarões. As jaulas são puxadas por barcos, o que facilita muito o esforço do nadador, claro.

Diana Nyad tentará fazer a viagem em 60 horas sem parar, são 164 Kilómetros, sem jaulas, e logo se verá. Se for comida por um tubarão, morrerá em glória e a tentar dar o máximo. 

Aparentemente, o percurso não tem simbolismo político, apenas se considera a distância. 
Se, na realidade, tiver dimensão política, então deve ser anarquista. 




Gosto. Gosto Muito.


(Escrito em setembro de 2013: desta vez teve de desistir por causa de uma dor persistente numa perna, causada pelas medusas e finalmente conseguiu, aos 64 anos, sem gaiola de tubarões)




terça-feira, março 08, 2011

Nos outros dias do ano, onde é que se escondem os mascarados?

Hoje, dia de Carnaval, ao olhar pela janela e ao ver um dia cinzento, triste e lúgubre, lembro-me da minha infância.
Num dia de Carnaval igual a este, fomos dar a "volta dos tristes" na minha terra, na província e no Norte: a minha mãe, uma minha tia, os filhos dela e eu. Era um dia desolado, pontuado às vezes por uns mascarados tristes, que agora se chamam caretos e estão a ser recuperados, na moda, quase. Até que o meu primo, mais novo que eu, apontando para um ou dois caretos*, entrapados de roupa e ainda com panos na cara,  perguntou à mãe:
- Nos outros dias do ano, onde é que vivem os mascarados?
A mãe e a tia olharam uma para a outra embaraçadas, risonhas e melancólicas . Depois, vendo um bidon de alcatrão que ali estava perto (nessa altura havia sempre muitos bidons vazios por toda a  parte, não sei porquê), uma delas respondeu:
- Vivem dentro dos bidons de alcatrão!

Foi um dos Carnavais mais desolados da minha vida.
Foi num século passado e atrasado. Num tempo que, felizmente, não voltará.
O meu primo não chegou a entender que havia feito uma pergunta filosófica. Vou perguntar-lhe, através da net, se se lembra disto.


*Resolvendo o problema do frio (e já agora sem custos adicionais), mascaravam-se com muitas camadas de roupa, parecendo bonecas de pano e cobriam a cara com meias. Metiam medo...). Creio que é a isto que chamam caretos.