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sábado, outubro 28, 2017

Violência doméstica, na opinião de Eça de Queirós, falecido em 1900




Eça de Queiroz ironiza, daquela maneira tão subtil e tão cómica, contra um juiz que condenou a limpar as ruas da sua aldeola, (Gouveia), um homem que matou, partiu e escaqueirou em bocados a sua esposa. Pena pouco pesada? Veremos.

Leiam isto: lol

"Talvez mesmo o juiz - por lhe parecer insuficiente degredo perpétuo - rompesse no excesso arbitraria de entregar aquele facínora ao suplício imenso de limpar as ruas da sua vila. Bem pode ser que aquele marido esteja cumprindo uma sentença pavorosa, e que o devamos lastimar mais que os infelizes que S.M. Alexandre II da Rússia (que Deus guarde e muitos anos conserve em prosperidade e gloria) manda trabalhar, ao estalo do chicote, nas minas de Orilieff! A imundice da província tem mistérios.
Limpar as ruas de Gouveia será talvez a pena que de futuro adoptem, em substituição da pena morte, os códigos da Europa."


A continuação está aqui:

https://iurisdictio-lexmalacitana.blogspot.pt/2010/03/violencia-de-genero-y-penas-ejemplares.html

sábado, setembro 24, 2016

Amor de mãe? De pai? Distração? Preguiça?

Uma minha amiga contou-me isto:

"Trabalhei como professora em duas escolas em que o nível sócio-económico dos alunos é elevadíssimo. 
Um dia, uma aluna do oitavo ano escreveu-me numa redação que tinha sempre perante os olhos aquele momento em que viu o irmaozinho, dizia o nome, morto na piscina da casa, por culpa dela e da irmã, que se distraíram a ver a telenovela. 
Meses depois, conta-me noutra redação que ela e a irmã escaparam por pouco de morrer num incêndio numa estância de esqui. Aqui, a culpa não era delas: o hotel tinha dois prédios, elas estavam num, os pais no outro. Foram salvas por um camareiro, ficaram muito felizes quando se juntaram todos. Por acaso, estas meninas chegaram a adultas."


"Uma outra minha aluna contou-me que os pais se adoram um ao outro e que a veem como uma intrusa à sua intimidade. Detestam-na, embora não façam nada de concreto para o demonstrar: demonstram-no todos os dias, várias vezes por dia."

quarta-feira, março 21, 2012

Até custa a crer

ASSINE A PETIÇÃO ONLINE




  "Amina Filali, 16 anos, estuprada, espancada e forçada a se casar com seu estuprador, se suicidou -- a única forma que ela encontrou de escapar dessa armadilha montada pelo seu estuprador e pela lei. Se agirmos agora, podemos impedir essa tragédia indescritível de acontecer com mais alguém. 


O artigo 475 do código penal do Marrocos permite que um estuprador escape da acusação e de uma longa sentença de prisão ao se casar com a sua vítima, se ela for menor de idade. Desde 2006, o governo prometeu derrubar esse artigo e aprovar uma legislação que proibisse a violência contra mulheres, mas isso não aconteceu."




Clicar por cima do primeiro parágrafo, para ler mais e assinara a petição.

terça-feira, novembro 17, 2009

Violência doméstica e casamento homossexual

Os nossos honoráveis ministros e restantes admiráveis e admirados políticos andam tão preocupados com o funeral dos homossexuais (ditado popular: "casou-se, matou-se") que deixam de lado outras questões legais bem mais importantes e urgentes. Já aqui disse o que vou expor, mas repito.
Todos os anos morrem em Portugal (e no mundo) muitas mulheres que são vítimas de violência doméstica. Para não esquecer as que morrem aparentemente por outras causas, mas que também são vítimas de violência doméstica não denunciada e portanto impune. Restrinjamo-nos aos casos em que há condenação.

Quem herda os bens da vítima? Sabem? É o assassino.
Ainda há pouco tempo saiu na Visão uma horrível reportagem, em que o marido fez à mulher um seguro milionário e a seguir mandou matá-la. Mesmo assim, a família dela não aceitou o divórcio.
Esta questão da herança no caso do marido que mata a mulher, do filho que mata o pai, etc., foi debatida há uns meses em Espanha e em Itália, mas aqui estamos todos muito preocupados com assuntos mais polémicos, que façam esquecer as faces ocultas dos nossos honoráveis representantes políticos

segunda-feira, março 30, 2009

Mãe odeia filha

Achei curioso um caso que li no MSN, no Slate. É a carta de uma mulher para uma conselheira de maneiras e de moral chamada Prudence.
Conta que abandonou uma filha à nascença, para adopção e resolveu ir conhecê-la agora que a jovem tem 23 anos e a outra filha, que criou, 19. Não gostou nada dela, quanto mais a conhece menos gosta, acha indecente que ainda viva com os pais adoptivos (que diferença da América para cá!, aos 23 anos ser indecente viver com os pais), acha-a grosseira, malcriada e egoísta. E sente-se culpada por não gostar da sua própria filha.
A Prudence responde-lhe que deve ser de família porque a mãe também está a ser egoísta e pouco delicada. Está escrito em inglês
AQUI
Parece que já está provado há uns anos que o instinto maternal não existe, sendo prova disso que muitas mulheres não o têm, nem mesmo em relação aos próprios filhos. Quem o diz é Elisabeth Badinter, no livro Le Conflit, La Femme et La Mère, onde afirma:"L'environnement, les pressions sociales, l'itinéraire psychologique semblent toujours peser plus lourd que la faible voix de "notre mère Nature".
Para não falar daqueles pais e mães que tratam os filhos tão mal como as pessoas comuns não tratariam um inimigo. Mas espanta sempre, este tema.


quarta-feira, março 14, 2007

Juízes Analfabrutos

Caros fregueses deste blogue oriundos de outros países, sobretudo países de expressão portuguesa e espanhola:

Se por acaso vocês ouviram dizer que Portugal é um país civilizado, não acreditem.
Recentemente, uns juízes dum tribunal da Relação consideraram um homem inocente da acusação de agressão física e maus tratos à esposa, apesar de se ter provado que isto aconteceu várias vezes.
Motivos? nem saberei explicar as pérolas de retórica que levaram a tal conclusão.
Uma me basta: foram provadas duas agressões, mas uma delas não pôde ser considerada, visto que foi feita depois de a vítima ter apresentado queixa. Como se este tipo de gente não fosse previsível!
Se não considerarmos esta última agressão, então só foi provada mais uma. Ora, caros amigos, se só foi provada uma agressão, não se pode dizer que houve agressões repetidas...
Não conheço a vítima, mas acho que todas as pessoas inteligentes se devem solidarizar com ela!
E com as vítimas que não apresentaram queixa nenhuma.

quarta-feira, março 07, 2007

Dia da Mulher: 8 de Março

Em vésperas de eu nascer, o meu pai, que já tinha duas filhas granditas, resolveu espalhar aos quatro ventos que queria um rapaz e que bateria na minha mãe se lhe nascesse outra menina.
Nasci eu e era uma menina.


A minha entrada neste mundo não foi gloriosa e triunfante nem invejável, mas, felizmente para nós, o meu pai viveu e morreu sem bater em ninguém, muito menos na minha mãe ou em mim. E amou-me muito.


Vejo as pessoas à minha volta sorrirem até à alma quando está para nascer ou já nasceu uma criança, seja menino ou menina, filha, sobrinha, neta, vizinha, filha da amiga...
- É natural - dirão vocês. - É o instinto maternal, paternal...


Todos os anos morrem, segundo o Jornal DN, talvez de 19 ou 20 de Março, enfim...
Repito: Todos os anos morrem dois milhões e meio de meninas na Índia, vítimas de:
- Meio milhão por aborto selectivo (Ver o que é) - Dois milhões por infanticídio, provocado pela família, ou com a sua conivência...
- É natural - dirão alguns. Algumas pessoas acham tudo natural...




A Ministra da Mulher, da Índia, resolveu criar berços onde as meninas possam ser abandonadas, como a antiga roda dos enjeitados.


Muitas pessoas no Ocidente, incluindo Portugal, tratam um cão ou um gato como se fosse um filho, sofrendo horrores quado o bicho morre. Porque não podemos nós, portugueses, adoptar uma destas meninas? Até se combatia o decréscimo de natalidade...
Mas em Portugal, o que conta é a maternidade / paternidade biológica. Mal podemos adoptar os portugueses, quanto mais as meninas do Oriente?

sábado, fevereiro 10, 2007

Violência Doméstica I

Convivi, há uns anos, com uma senhora de idade da região da Serra da Estrela, que vinha sempre passar os Invernos a Lisboa, por serem mais suaves. O marido, inválido, esse ficava lá.
Este pormenor intrigou-me: não eram gente de ter empregados, os filhos viviam todos em Lisboa...Embora vocês pensem que não, eu sou uma mulher delicada, por isso, numa das muitas vezes em que a mulher se referiu ao marido apenas perguntei:
- A Senhora deve ter sofrido muito quando o seu marido teve o acidente, não é?
- Não!
- Não?!!!!!!!
- Até pelo contrário, fiquei toda contente!
Julguei ter ouvido mal, como frequentemente acontece quando ouvimos alguma coisa que não estávamos à espera de ouvir.
- A Senhora ficou toda contente por o seu marido ter ficado entrevado?!!!!
- Claro, ele batia-me muito quando era são! Mas agora é ele quem as amarga. E bem! E bem!

Juro que esta história é verdadeira.