sexta-feira, julho 28, 2006

Fica aqui este sorriso

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O caminho é a fazer

Mas também não devemos esquecer os poetas portugueses e demais portugueses que elogiam a diferença, ou mesmo a loucura, se for essa a diferença. E que nos ensinam o caminho, ou nos dizem que não há caminho. Que o caminho é a fazer.
Para recordar um desses magníficos poemas, ver o blogue brasileiro.
http://jeremias-o-bom.blogspot.com/

Gisberta está viva

O Ministério público decidiu que não houve homicídio no caso Gisberta. Como a senhora (o senhor) não morreu de morte natural nem de acidente, resta concluir que está viva.
Qualquer dia aparece na televisão a dizer que gosta de Portugal e que as crianças portuguesas são amorosas e que foi tudo uma brincadeira. Também pode ser uma pessoa parecida a dizer isso. Nós ficamos tão felizes quando os estrangeiros dizem bem de nós! E tão irritados quando dizem mal!
Há 500 anos andávamos aqui em Portugal a matar judeus, mas agora somos um povo muito civilizado. Só o problema é que não gostamos de gente esquisita. Solução: criar uns bandos de criancinhas amorosas, lideradas por padres, para eliminarem tudo o que for esquisito. E tudo o que mexe.(Idade máxima das criancinhas: 25, 30 anos, se forem jovens agricultores, podem ir até aos 40).

quinta-feira, julho 27, 2006

Bem-vindos

Já vi que reapareceram aqui no blog pessoas que estiveram de férias. Issop nota-se ao ler com atenção o "sitemeter".
Bem vindos! Não se esqueçam de que eu tenho outro blog (mais pacífico). é só clicar em "my complete profile" e logo se vê.
Beijinhos.

Inteligência média-baixa

Nesta terra, Portugal chamada, que já teve melhores dias e que merecia melhor sorte, fala-se muito, por exemplo, da classe média baixa: por parecer que somos todos da classe alta-alta, salvo raras excepções.
Mas nunca se fala da inteligência média-baixa ou da memória média baixa e de outras coisas mentais e intelectuais médias-baixas. Não se fala disso, porque é o normal, o vulgar e o bem aceite.
Poderia dar mil exemplos, só destes últimos 2 ou 3 dias, mas basta dar o exemplo dos exames do 12º ano.
Foram feitos por inteligências médias-baixas, destinados a alunos de esperteza e memória médias baixas (e que copiam), destinados a serem corrigidos por mentes médias-baixas.
E é suposto ninguém protestar muito, porque a mediania é altamente desejável. E até mesmo vulgar.

segunda-feira, julho 24, 2006

Todo o cais é uma saudade de pedra (Tio Fernando)

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Por acaso acertei

Parabéns a mim, Nadinha, porque há meses, no meu "rimance" "Estado da nação" levantei uma questão que é hoje notícia no DN: "Aumentam casamentos para obter passaporte da UE". E na página 5 diz assim: "Futebolistas Kostov e Bukovac casaram-se para contornar o limite de estrangeiros do Sporting". Página 3: "redes recrutam mulheres para casar com paquistaneses, homens preferem as brasileiras".
E ainda dizem que eu sou distraída...

domingo, julho 23, 2006

Consolação

Espero que as histórias que eu vou contar sirvam de consolação a muitos.
Quando era suposto eu ter entrado para a Universidade, ou seja, há mil anos, nesse ano exacto o Governo decidiu que não entraria ninguém para o 1º ano da Universidade.Estávamos em pleno PREC. E então, que fazer às milhares de pessoas que, como eu, não tinham que fazer?
A mim, deram-me 3 ou 4 bolas diferentes, umas maiores outras mais pequenas, dois ou três livros fininhos e com muitas figuras, 20 ou 30 ganapos da minha terra e mandaram-me ensinar-lhes futebol, andebol, basquetebol e mais não sei o quê. Ainda hoje não entendo nada disso nem quero entender. Perguntei:
- E agora o que é que eu faço?
Responderam-me:
- Eu não sei, eu estou só a cumprir ordens.
Creio que também me deram umas redes, que eu também não entendi para que serviam, nem eu nem as minhas duas ou três colegas de infortúnio, todas raparigas, que rapidamente sumiram por razões várias. Até essa data eu tinha tido 6 ou 7 aulas de ginástica, no total (também é verdade que me baldava).
Enfim, para encurtar a história, os miúdos acabaram por decidir que eu era guarda-redes, por ser alta, e eles lá se entendiam para jogar futebol. Chegar à rede foi canja, o pior era que quando eu batia na bola me doía a mão, portanto retirava a mão e a bola entrava. A minha outra função era levá-los à farmácia quando algum sangrava pelo nariz ou por qualquer outro lugar.
Eu havia pedido que me pusessem a fazer alfabetização de adultos, uma vez que era vocacionada para as letras e que nessa época havia muitos analfabetos, mas...

Cenas dos próximos capítulos: Eu e a Alfabetização de adultos. Mas só conto se vocês pedirem.

A Cavaleira da Triste Figura

Vocês viram a pobre e triste figura que fez no Parlamento a assim designada Ministra da Educação? No ano iniciado por ela e que agora termina, chumbou toda a gente, incluindo ela.
isto é uma terra imunda em que os competentes pagam pelos idiotas.

A despropósito: ninguém gostou do meu "rimance" Shiatsu. Ainda estava só no princípio, mas já acabou por falta de fregueses.

sexta-feira, julho 21, 2006

Shiatsu III

- Ó filha, eu acho uma seca estarmos aqui a empecer e a falar dessa coisa…
- Ó filho, a gente está à espera das raparigas das Amoreiras…
- Bem, nem queiras saber, o Mem e a mulher andam por aí a dizer, eu nem digo.
-Ele só me aleijou porque era o fogo amigo.
- Mas ele agora parece que é o ministro da Educação…?
- Quem? O Mem?
- Não, a mulher.
- Porra!!!?

Pergunto...

Vou aproveitar estes tempos mortos dos blogues, para tenta descobrir algo que me interessa.
Poema inglês

I thraw* an arrow into the air
It fell to earth, I knew not where.

I thraw a song into the air
It fell to earth, I knew not where.

Há outra coisa q ele atira ao ar

And the arrow, the …. And the song
I found them again in the heart of a friend.


* talvez threw
Sei de cor este poema, faltando-me o bocadinho, é um dos poemas mais inspiradores de que me lembro, mas não sei quem é o autor. Sei que o li numa antologia de 11º ano, for ages, ou de poesia inglesa ou, mais provavelmente, norte- americana.
Aproveito as potencialidades do blog para tentar descobrir. Digam-me, nem que seja daqui por um ano.

segunda-feira, julho 17, 2006

Shiatsu

Quando eu comecei a escrever que D. Afonso Henriques não precisava de massagens de Shiatsu, realmente não sabia da história que era notícia, que pensavam desenterrá-lo.
Eu não vejo muita televisão e sou selectiva com o que leio nos jornais. Apenas aconteceu que nessa época fui ao Castelo de S. Jorge, como disse, e por isso pensei na figura, que sempre achei engraçada. Também me impressionou a nossa busca de felicidade e de conforto, por contraste com a atitude de pessoas, algumas contemporâneas, que só esperam viver, sem nunca terem pensado que viver pode ser uma opção. E estávamos todos a pensar no nacionalismo do futebol, levando-o tão a sério como se fosse tudo a mesma coisa, daí a ironia.
Quanto à ideia de o desenterrarem, só acho 2 coisas:
1º Têm que o enterrar outra vez;
2º Seria conveniente compará-lo com pessoas dessa época, não? Vão comparar as ossadas com as de quem?
Como sou alérgica a rituais de morte e a restos mortais, congratulo-me por haver em Portugal modos de fazer cremação, o que evitaria quase todos estes procedimentos ultra-modernos. Gosto dos Orientais, que inventaram isso há milénios.
E mais não digo, pois a minha especialista em história é a Tanitita, que provavelmente não tem tido tempo para ler isto.

domingo, julho 16, 2006

Uma senhora, claro!

Há nas Amoreiras um café em que todos os empregados são lindos e amorosos.
Eu não sei se vocês já notaram que em certas lojas só há empregados lindíssimos, sobretudo lojas de moda: creio que são recrutados nos cursos de modelo, que custam uma grana e não servem para nada.
Neste caso, não sei se é coincidência. Hoje, enquanto eu lia atentamente o Expresso, ouvi uma terrível discussão ao meu lado: a rapariguinha acusava uma senhora chiquérrima de que passava lá demasiadas horas, consumindo apenas um café e bebendo muitos copos de água gratuitos e reclamando se a água não tinha gelo suficiente.
A senhoreca gabava-se de que tinha amigos importantes que iam deixar de lá ir: não acredito, custa muito deixar um poiso habitual.
Desde que vim para Lisboa, fiquei a saber que uma verdadeira senhora, também aqui nesta terra designada por uma lady,
1. Nunca discute com ninguém. (Cá entre nós, mais depressa leva duas lambadas nas trombas), excepto:
1.1. Com a criadagem (que não conta)
1.2. Com todos os inferiores e demais ínfimos, que pode insultar à vontade, com palavrões (que também não contam).
1.3. O difícil, às vezes, é fazer a destrinça.
Eu, Nadinha, já desisti há muito de ser uma verdadeira senhora!!!
Vocês já me conhecem: no meio desta guerra de gritos e insultos, eu fiquei a olhar para o jornal com uma tal atenção, que… até parecia uma verdadeira senhora!

segunda-feira, julho 10, 2006

Tolerância aos molhos

Em Portugal as crianças podem fazer tudo oque lhes apetecer, pois nunca são responsabilizadas.
Entenda-se por criança: alguém com menos de 22, 23 anos...
Os que mataram o travesti brasileiro Gisberta estão a ser julgados, mas têm duas desculpas:
1- Só fizeram aquilo para se divertirem;
2- Realmente não a mataram: só a abandonaram sozinha, muito ferida por eles, sem tratamento, sem comida nem água. Claro que não a mataram!
Em países como a Inglaterra e a América do Norte, que não são propriamente atrasados, as crianças podem quase ser condenadas a prisão perpétua. É um exagero? E aqui, não há exagero?

domingo, julho 09, 2006

visitas

O "Terra Imunda" atingiu hoje e ultrapassou as 700 visitas, não desde que existe, mas desde que tem contador. Nada mau, a meu ver.
O 701 é um site engraçado, de Israel:
http://hadasastoler.blogspot.com/2006_07_01_hadasastoler_archive.html
Tem boas imagens. Os "Escrevedoiros" têm muito menos, mas são mais novos.

Estranhas notícias

O fundador do IKEA, diz no Expresso, o 4º homem mais rico do mundo, veio a Lisboa e ficou hospedado numa pensão barata: pensão Alegria na Praça da Alegria. E deslocou-se de autocarro dos transportes públicos.
Há anos, Wim Wenders, ao realizar o filme "Lisboa" ficou hospedado numa pensão dita "rasca", O Ninho das Águias, que fica encostada ao castelo de S. Jorge. Desde então há uma lista de espera de anos para dormir no quarto da torre dessa pensão, que deve ter uma vista maravilhosa. E barata, ainda hoje.
Vocês não conhecem pessoas que se endividam para viajar, ficando sempre em hotéis de 3, 4 e 5 estrelas?
Tenho conhecido franceses ricos que viajam muito, mas também ficam em pensões. Guiam-se pelo Guia Michelin, que tem uma boa escolha.
Também é verdade que os portugueses não têm tradições de viajar: ou é o bairro da lata dos imigrantes, ou é o hotel caro das agências de viagens. Mas isso no fundo não é viajar: ir com um grupo de portugueses, ficar num hotel onde só há americanos e agora chineses, ser levado pela mão do guia ver palácios e ruínas... se vocês não perceberam bem o que disse o guia turístico, escusam de perguntar ao do lado: ninguém ouviu nada!
Mais vale ficar no sofá da sala a ver isso tudo na televisão.

Estranhas notícias

(Isto está mau para os blogs: o computador é uma coisa... quente. Ainda mais os meus, que são portáteis).
Há na televisão estranhas notícias, sobretudo se as relacionarmos entre si.
Morreram seis bombeiros em Portugal. Cinco eram chilenos. Eu nem sabia que havia chilenos em Portugal... país recentemente cosmopolita, para o bem e para o mal.
Logo a seguir: os Espanhóis começam a dominar a pesca portuguesa, e dizem os pescadores:
- Pois. Ninguém quer ser pescador! Os pescadores são quase todos reformados...
Depois: o desemprego em Portugal é muito grande.
Antes: nas escolas portuguesas os alunos batem nos professores e uns nos outros.
Pouco depois:
- Pois é, os professores bons só gostam dos alunos bons!- Diz a Ministra da Educação.
Então e os outros que vão pescar, em vez de andarem até aos vinte anos a empecer as escolas! Não é?
Vocês não acham que isto é um país esquisito?
Odeio dar razão ao meu avô, quando ele dizia que agora ninguém quer trabalhar!

quinta-feira, julho 06, 2006

Shiatsu II

Entrementes, no palácio real, mas noutra sala.
- Ó filho, que é essa ferida aí no ombro?
- Isto não é nada.
- Foi um mouro?
- Não, isto é o fogo amigo!
- Fogo amigo???????? Foi o Mem?
- Foi.
- Grande amigo! Já te falta um bocado de carne numa perna, tens uma cicatriz horrorosa na cara e foi sempre o Mem.
- Ele ia dar uma espadeirada num sarraceno para lhe cortar rente o pescoço e o tipo baixou-se de repente e a espada do Mem raspou-me o ombro. O que me valeu foi a cota de malha, senão tinha morrido…
- É sempre assim! Então e os mouros nunca te acertam?
- Sim, mas é em sítios onde não se vê. O Mem é que é um despassarado, isto do fogo amigo, quer-se dizer…
- O Mem é um amigo de Peniche!
- Ele não é de Peniche, quer dizer, a gente só há pouco tempo é que conquistou Peniche.
- Fogo amigo, fogo amigo… Mau! A Urraca e a Sancha estão fartas de me dizer:
- Vocês tenham cuidado com o Mem! Com o Mem e com a mulher. Como é que ela se chama?
- Briolanja.
- O Mem é um grande amigo que nós temos. Então e as massagistas das Amoreiras nunca mais vêm?
- Está a chover muito, há muita lama no Rossio, coitadas das raparigas! Devem estar atoladinhas até aos joelhos dos cavalos.
- Se calhar ainda estão na rua D. Pedro V.
-Quem?
- Ó Sanchinho e Urraquita, ide brincar lá para fora. Com a ama. Ui que chatas que são as crianças!
- Ai, quem me dera que inventassem uma coisa moderna em que se pudesse ver o que acontece noutros sítios. [televisão, percebem? :)]
- Isso é uma coisa velha: uma bola de cristal.

As pessoas nessa época tinham nomes esquisitos porque havia o costume de escolher os inimigos para padrinhos?

terça-feira, julho 04, 2006

Aulas de Ginástica em grupo

Desde há 2 anos, dedico-me ao desporto, mas odeio as aulas de ginástica. Perguntem-me porquê. Eu não sabia porquê, mas acabo de descobrir.
No meu ginásio há aulas de hora a hora. Os professores são jovens, alguns são belos, alguns são elegantes, etc. E começam as aulas assim: com um ar alegre e feliz:
- Alguém aqui tem alguma doença? Não?! Vocês agora não dizem, mas depois acabam por dizer. Digam lá!
A resposta a esta pergunta deveria ser assim: com um ar igualmente feliz, a pessoa levantava o braço no ar e respondia alegremente:
- Eu tenho um cancro no pulmão!
- Eu tenho uma cirrose!
- Eu sou atrasado mental!
Escusado será dizer que quase todos os outros são jovens, mais ou menos elegantes e muito saudáveis. Não dá.

segunda-feira, julho 03, 2006

Shiatsu I (Introdução)

Fizeram-me uma demonstração duma massagem de Shiatsu. Gostei, achei giro, mas fiquei tão dorida e com tanta preguiça que vi quase todo o jogo Portugal - Inglaterra, alternando com o Lawrence da Arábia noutro canal. Será normal pessoas modernas como nós andarmos a valorizar técnicas milenares como esta?

Pergunto-me se D. Afonso Henriques também faria massagens de Shiatsu quando chegava ao castelo completamente esbodegado de lutar. Elas já existiam muito antes disso (no Oriente).
-Ó Urraca – dizia o rei, enquanto atirava com a armadura de ferro,  com o capacete (elmo de ferro) e com o espadão para cima dos poucos móveis do palácio – Eu preciso urgentemente de fazer uma massagem de Shiatsu ou uma massagem Ayurvédica. Que eu não aguento! Ui os meus pés!
-Então e eu, que fico aqui todo o dia sem fazer nada, só a aturar estas galdérias?Estas chatas!Que só sabem falar de bordados...
- Entretém-te a ler um livro…
- Mas eu nem sei ler…
- Manda ler um livro
- Já mandei ler os dois que temos e são ambos uma seca!
- Ui os meus joelhos!
- Ui a minha cabeça!
- Então, manda um pajem às Amoreiras com dois cavalos e diz-lhe que traga de lá duas massagistas de Shiatsu.
- Ai que bom, assim, aproveito para fazer a depilação!

Como toda a gente escreve romances históricos, não vejo outro jeito que não fazer o mesmo.

Tanitita, você que é entendida em história, acha que convém mudar algum pormenor?

sexta-feira, junho 30, 2006

Me again

E cá estou eu outra vez.para além da falta de tempo, tive um grave problema informático, mas parece que a minha mulher a dias o resolveu...
Não se riam: a porta do Cdrom não abria e agora abre. Perguntem-me porquê.

sexta-feira, junho 23, 2006

Fotos do blog

Comprei há dias uma máquina fotográfica digital, o que quer dizer que os meus blogs vão melhorar mil vezes em termos de imagem (versus telemóvel), mas não tenho tempo para ler o calhamaço que me deram com as instruções, nem para a experimentar.Ver última foto deste blog.
Peço desculpa às pessoas que não entendem bem francês, e já agora, inglês, italiano, etc., o importante, obviamente, é vir a saber. Isto das línguas resolve-se, ou com o dicionário ou com a fala e os gestos.
Estou a comer chocolate com avelãs e a espirrar, o que me leva a presumir que talvez seja alérgica a avelãs, porque, de facto, não tenho estado perto de "avelaneiras frolidas". Quem não entendeu esta referência a um dos poemas mais simples, mas mais bonitos da língua portuguesa, pode procurar o poema no
http://www.escrevedoirosemaluquices.blogspot.com/
Até lá, Nadinha.
Sinto-me um nadinha na obrigação de mostrar estes poemas medievais e maravilhosos...

Parabéns à Juanita

Parabéns à Juanita, auto-designada no blogue por Juanolla que hoje faz anos (hoje, 24 de Junho de 2004, dia de São João no Porto).
Que encontre tudo o que procura na terra, no espaço ou em qualquer outro lugar.
Mais importante: que saiba o que deve procurar!

domingo, junho 18, 2006

Baudelaire: les fleurs du mal: LXXVIII - Spleen

Quand le ciel bas et lourd pèse comme un couvercle
Sur l'esprit gémissant en proie aux longs ennuis,
Et que de l'horizon embrassant tout le cercle
Il nous verse un jour noir plus triste que les nuits;


Quand la terre est changée en un cachot humide,
Où l'Espérance, comme une chauve-souris,
S'en va battant les murs de son aile timide
Et se cognant la tête à des plafonds pourris;


Quand la pluie étalant ses immenses traînées
D'une vaste prison imite les barreaux,
Et qu'un peuple muet d'infâmes araignées
Vient tendre ses filets au fond de nos cerveaux,


Des cloches tout à coup sautent avec furie
Et lancent vers le ciel un affreux hurlement,
Ainsi que des esprits errants et sans patrie
Qui se mettent à geindre opiniâtrement.


- Et de longs corbillards, sans tambours ni musique,
Défilent lentement dans mon âme; l'Espoir,
Vaincu, pleure, et l'Angoisse atroce, despotique,
Sur mon crâne incliné plante son drapeau noir.




in http://t.dillenschneider.free.fr/Poesie/Baudelaire/Spleen78.html

Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.


O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...


Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.


Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!


Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.


O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...


Fernando Pessoa ele mesmo, in
http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/pessoa.html

Esta juventude!!!!!!

- Ó Nadinha, tu já reparastes que esta juventude não sabe ler nem escrever?
- Ai não? Eu tinha a ideia de que eles até sabem ler e escrever em inglês, pelo menos na Internet…
- Não sabem falar nem ler nem escrever português. Eu, por mim, quando andava na Escola Primária já não dava nenhum erro, dava zero erros.
- Ai sim?
- Eu e os outros, claro! Percebestes? Fostes tu mesma que me dissestes…
- Mas tu ainda outro dia disseste que um carro ficou “subterrado (1)debaixo de água”
- E ficou!
- Mas tu também disseste que os políticos “camufulam”(2) a realidade…
- E camufulam!
- E que a CEE não é uma “panaceira”(3) universal…
- Não é nenhuma panaceira, não é uma panaceira!
- Ó filha, se tu já não davas erros na Escola Primária, quando é que começaste a dar erros por uma pá velha? (4)

Tradução para português: (1) submerso ou imerso, (2) camuflar, camuflam; para evitar palavras esquisitas como esta e outras, usar o infinito, a perifrástica: tentam camuflar, estão a camuflar. (3) Panaceia universal: remédio para todos os males, como os procurados pelos alquimistas (não tem nada a ver com peneira). (4) Quando as pás estão velhas, ao apanhar terra ou areia, ela foge pelos buracos, em tanta quantidade como a aqui representada.
Todas estas palavras e expressões correspondem à realidade, foram ditas pela mesma pessoa e são apenas um exemplo entre muitos.

quinta-feira, junho 15, 2006

Masoquismo

Aproveitei o feriado de 15 de Junho para ir à esteticista-depiladora-torturadora, que me arrancou, um por um, quase todos os pêlos do pêlo. No fim, em vez de lhe dar duas chapadas, agradeci educadamente e paguei bem!
- Volte sempre, tive muito prazer!
- Eu também não!
Agora ouço dizer, dizem-me por lá, que os homens também fazem depilação, que alguns até tiram definitivamente a barba, com raios laser… então ter barbas não é o mesmo que, num homem, desculpem-me a expressão, ter coragem? Ser homem?
Tirar as barbas para sempre, ouviram isto? Parece que fazem comichão… e andava o nosso bom Afonso Henriques vestido com quilos de ferro e nunca se queixou de aquilo ser pesado ou frio, nem de fazer comichão(que tenha constado!)!

Esta vaca...

 


Esta vaca é das mais interessantes da cow parade, das mais artísticas, pois algumas são só bonitinhas ou engraçadinhas ou nem isso...
Esta vaca... está amarrada com o couro amarelo doutra vaca sua antepassada, que representa a esfera armilar.
Será que a esfera armilar é o couro duma vaca amarela, que nos amarra e nos tem manietados na cauda das vacas com cauda?
Não percebi a parte do futebol, creio que a coisa se chama Portucow, mas não é certo, pois desaparecem os nomes de algumas vacas. Posted by Picasa

Boas ideias (Há Muitas)

No dia de Santo António de Lisboa fui ao Castelo de são Jorge. Boa ideia: os estrangeiros pagam para entrar, nós não. Somos todos europeus, mas…
Sempre valeu a pena os Afonsinhos terem conquistado aquilo para nós. Podemos sempre aproveitar aquela pedra toda para fazer mais estádios de futebol e mais santuários de Fátima em Fátima.

segunda-feira, junho 12, 2006

Continuando... : Ritmo de Rap

O Governo e as "oposições", os sindicatos e os patrões, os jornais e as televisões,
Estão todos de acordo em que Portugal está na cauda de todos os bichos de cauda,
Que a solução está no sacrifício dos cidadãos e demais bichos de cauda,
Mas há uns anos atrás estavam todos de acordo em que era necessário fazer estádios de futebol novos em folha e caríssimos
E agora estão todos de acordo em que é preciso fazer um novo santuário de Fátima... e do Futebol e talvez mesmo do Fado
E viva o Destino e as touradas e o Mundial e a contenção orçamental!

(Não confundir isto com um poema, please!)

Eu

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Terra imunda!

Uma das minhas amigas mais antigas, que talvez leia estas linhas, disse-me um dia que a primeira frase que se lembra de me ter ouvido, e também a segunda, a terceira, a quarta, a quinta etc, foram variantes destas:
- Eu não aguento a estupidez das pessoas. Até as pessoas que parecem inteligentes são insuportavelmente estúpidas.
Tina, eu substitui estas formulações por esta máxima:
- Terra imunda!
É que eu nessa época ainda não conhecia o mar.

A assim designada ministra da educação: Part two

Todos nós recordamos com prazer ou com ódio os nossos melhores e os nossos piores professores. E quase sempre esquecemos os outros.
Esta senhora designada como ministra da educação decidiu, pela primeira vez, honra lhe seja feita, distinguir os bons dos maus.
Resultado: os professores que hoje têm 30 ou 40 anos e que são óptimos, por hipótese, nunca ganharão tanto como os professores que hoje têm 60, mesmo que estes últimos tenham sido uns baldas toda a vida.
Premiar o mérito, não é?

A terra vista da terra: Lisboa

Um dos problemas contemporâneos é a escassez dos recursos agrícolas, por exemplo de terreno agrário. Só numa terra como esta (rica de séculos) (não me chamem ingénua, ingénuos são vocês) é possível um chão agrário coberto de uma beleza inútil: os jacarandás e estas flores amarelas.
Lisboa e a beleza do mundo, talvez indevida.
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sábado, junho 10, 2006

A assim designada ministra da educação

Toda a gente já sabia que alguns professores se baldam para o trabalho, tal como outros profissionais das profissões em que ninguém é despedido só por isso. Tão pouco!
Os professores normais até já estão habituados a fazerem o trabalho destas abéculas e ainda a serem considerados todos iguais. Os professores que nunca faltam ao trabalho estão carecas de saber que têm fama de meterem atestados psiquiátricos por meses ou anos, sem estarem doentes.
Agora, o que ninguém esperava era que a assim designada ministra da educação reconhecesse que há professores bons: ou seja, há professores que não são maus: sabiam? Mas isto é apenas para a dita criatura poder à vontade criticar os professores bons.
Diz a luminária:
- Os médicos bons vão logo a correr tratar dos doentes que estão muito mal, mas os professores bons preocupam-se mais em ensinar bem os alunos bons…
Claro, os professores bons deveriam ir todos para o Intendente convencer os rapazes desviados a voltarem para a escola, o que nem me parece difícil:
- Ó meu, andas tu a vender o produto a estes pé-rapados, quando na nossa escola há tantos betinhos com dinheiro que te compram logo tudo, é só convencê-los a consumir.
Neste interim os alunos bons estão a ter aulas com os professores maus, ou melhor, estão no café da esquina a beber umas bejecas porque o stor faltou outra vez.
De facto, há toda uma tendência no sentido de segurar os alunos nas escolas, no receio de que eles vão lá para fora drogar-se ou agredir alguém: se podem fazer tudo isto cá dentro, para quê irem lá para fora?!
E depois há outra coisa, os professores bons, que talvez sejam os mais velhos e experientes e que agora vão chegar a trabalhar até aos sessenta e muitos anos, podem muito bem apanhar uma rasteira ou um murro e caírem ao chão e levantarem-se, pois não será por isso que vão mudar de profissão.

terça-feira, junho 06, 2006

Estado da Nação - Part Six e Final: Padamon e Padamona

De volta a casa, regressa tudo à normalidade. Apenas se descobre que a afegã, ou não é nadadora ou não quer nadar… na verdade não quer fazer nada. Como este é um assunto delicado, (sobretudo para uma feminista como eu), avancemos um pouco…
Casa do ex-futebolista português:
- ó Albira, o que é esta coisa que está debaixo deste pano e que cheira tão mal?
- Ah, isso… é a segunda esposa do Padamon.
- É bonita?
- Não sei, ela nunca tira o pano…
- E o que faz?
- Nada.
- Ah, é a tal nadadora?
- Não, filha, ela não faz mesmo nada. Nadinha. Ela nem deve saber nadar. O Padamon foi outra vez aldrabado. É um incompetente!
- Como se chama?
- Não sei, a gente chama-lhe Padamona.
- De que vive?
- Á minha custa.
Agora dava jeito uma receita de cozinha.


Tchan, tchan, tchan (isto é o passar do tempo).

Um belo dia em que a Padamona cheirava particularmente mal e não se mexia, resolveram tirar o pano da burka. Descobriram que, afinal, quem estava debaixo do pano era um homem. Um afegão, talvez taliban, enfim, quem sabe? (Desta já eu me safei!)
Passaram a chamar-lhe Padamon II, sendo o Tobias, Padamon I.
Revoltada e farta, um dia Albira passa-se dos carretos: resolve colocar uns explosivos à cintura e ir explodir para casa dos sogros. Como foi o Padamon que tratou dos explosivos, os mesmos não funcionaram, como é óbvio.
Albira foi presa e os filhinhos ficaram a viver em casa do Padamon I e do Padamon II, ambos de atestado médico. Aos domingos iam ver a mãe à prisão. Coitadinha!
E assim termina esta história.

Fim Provisório.
Autora: Nadinha

Gostaram?

segunda-feira, junho 05, 2006

Contenção orçamental

O actual primeiro-ministro desta terra devia seguir o exemplo de Salazar (embora este último nunca tenha fingido chamar-se Ptolomeu nem mesmo Aristóteles para fingir que era sábio).
Salazar (tão querido!) mandava a governanta (D. Maria) vender os ovos e as galinhas que ela criava em liberdade nos jardins do palácio de São Bento (qualquer semelhança com o Garcia Marquez é invenção do Garcia Marquez) e também a mandava remendar os cobertores e lençóis do palácio. Se alguma vez a rainha de Inglaterra dormiu em lençóis e cobertores remendados e acordou com o canto do galo, só lhe fez bem e só pode ter sido no nosso Palácio de São Bento (que nosso é como quem diz). Mas talvez agora esteja eu a inventar…
Em vez de roubar as reformas e os impostos e as idades das reformas e fechar maternidades e aumentar os impostos aos que não têm filhos e aos que têm muitos filhos, que compram muitas coisas, claro, e aumentar os impostos aos que nunca puderam ter filhos e aos que perderam os filhos que tinham (tão querido) (nem o tipo que não se chamava Arquimedes se atreveria a fazer tanta asneira junta).
Em vez de fazer esta ladroagem, que o ganhem e que o poupem.
Qualquer dia voltamos ao mesmo. Acabamos outra vez por ser mandados por um tipo vulgar e desta vez ainda temos que fingir que o homem é uma sumidade.

sábado, junho 03, 2006

Em que se trata da Europa e de outros bichos

Às vezes, por entre as estatísticas que nos colocam sempre na cauda de todos os bichos com cauda (CEE, OCDE, OTAN, etc.), aparecem algumas divergentes.
Estrangeiros e às vezes portugueses dizem por exemplo, com um ar envergonhado, que Portugal é um país seguro, que Lisboa é das poucas capitais do mundo em que se pode andar à vontade, mesmo de noite. Nem Londres, qual Paris, qual Nova Iorque?
Eu, Nadinha, acho que é realmente uma vergonha! Pelo que isto implica, percebem?
1º - Os nossos ladrões estão na cauda da Europa e dos outros bichos de cauda!
2º - São uns incompetentes e uns baldas!
3º - São uns cobardes!
4º - Já tem acontecido uma família mandar matar o pai e marido, mas o “jagunço”, em vez de fazer o servicinho como nos filmes e nas telenovelas, não: fica com o dinheiro e vai fazer queixa à polícia e à Sic, leva uma câmara oculta e lá estamos nós a ver e a ouvir a conversa toda, enquanto jantamos.
4.1º - Os nossos bandidos são todos uns queixinhas, só lhes falta também meterem atestado psiquiátrico para faltarem ao trabalho.
5º - Os nossos ladrões são uns corruptos: o absentismo de semelhante classe é de bradar aos céus! (Ao contrário dos ladrões americanos, italianos, etc, que são mais profissionais)

- Ó filha (oh dear) tu já viste algum bandido desde que nós entrámos em Portugal?
- Eu não, mas, como Portugal é um país pobre, se calhar emigraram todos, coitadinhos!
- Ó mamã (oh mum) isso não tem lógica! Mum, please!**
- Pois não, mas realmente, já que puseram as vacas da cow parade com os nomes em inglês, também podiam muito bem contratar alguns actores de teatro para fingirem que são ladrões e fingirem que roubam, para nós vermos [nós ingleses] e pensarmos que estamos num país civilizado!
Enfim… tanta coisa que fazemos para inglês ver, e afinal eles vêm cá e não vêem nada!
** Tradução: Ó mamã, não digas tantos disparates, por favor! É por estas e por outras que nós, ingleses, não saímos da cauda da Europa!

Cow Parade


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Meia dose de orgulho pátrio

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O chão do mundo coberto de flores de jacarandá

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O chão visto do chão: Lisboa

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A terra vista da terra com pétalas de jacarandá: Lisboa

Posted by Picasa Por favor, Carla, vai tirar fotografias aos jacarandás antes que lhes caiam todas as flores: estas foram tiradas com o telemóvel...

quarta-feira, maio 31, 2006

Contos populares: O Ancinho

Os ditados e contos populares são às vezes comicamente antiquados: “O que não mata engorda” – quem se guia agora por semelhante ideia?
Esta história foi-me contada quando eu vivia numa pequena terra onde nasci.


Uma rapariga da aldeia, filha de camponeses pobres, foi servir para o Porto. (Noutras versões poderá ter casado com um homem do Porto, o que seria um pouco estranho).
Um dia, quando voltou a casa, vinha de tal modo chiquérrima que já não se lembrava de nada e era preciso explicar-lhe tudo:
- Ó meu pai? O que é aquela coisa ali deitada no chão e cheia de picos????!
(Cá entre nós era um ancinho, uma coisa com picos que serve para apanhar as folhas que caem das árvores).
- Ai tu não sabes o que é aquilo?
- Não, meu pai. (A rapariga até era bem educada).
- Então põe o pé em cima dos picos.
A rapariga assim fez, mas, ao fazê-lo, o cabo do ancinho levantou-se e bateu-lhe no nariz. Ao sentir aquela sensação, muito desagradável mas muito familiar, a rapariga lembrou-se logo e disse assim:
- Ah, meu pai, é um inchinho! (corruptela de lá).


Moral da história:1º- Nunca devemos fingir-nos de chiquérrimos e fingir que não sabemos o que é um inchinho. 2ª- Não devemos esquecer / renegar as nossas raízes! 3ª- Convém sabermos onde pomos os pés.
Falta de moral da história: este conto foi-me narrado de forma interactiva: eu fingia que era a rapariga e punha o pé nos picos, para nunca mais me esquecer da sensação, realmente inolvidável (parece que foi ontem). Mas só o pus da primeira vez, porque eu não sou burra!
Ora, da última vez que experimentei, com muito cuidado, o cabo não me bateu no nariz, mas sim nas pernas, talvez nas ancas, no máximo. Daqui se conclui que a rapariga era criança. Quantas histórias e quantos ditados haverá, relativos ao trabalho infantil e outras coisas deste género?
“O trabalho do menino é pouco, mas quem o não aproveita é louco”.

Clicar abaixo no item Conto Popular para ler outros aqui no blogue

(Contos narrados pelo meu avô Manuel Daniel de Sousa, transcritos após a sua morte, com contribuições de várias pessoas da família. O avô contava estas historias milhares de vezes, enquanto os primos piscavam os olhos entre si, sentados em escabelos, na espreguiçadeira, ou deitados na carqueija, a ser queimada na lareira.)

domingo, maio 28, 2006

Estado da Nação: Part Five: Padamon no Afeganiston

De repente, o palácio é invadido e inundado pelas sogras das esposas de Rashid, que eram muitas. Estas mulheres, traumatizadas por séculos de exploração, mas espevitadas por décadas de modernidade, desataram à chapada e ao murro e ao pontapé a tudo quanto era homem, e sobretudo à Albira (não sei porquê) e sobretudo, também não sei porquê, ao Padamon. Que neste caso até não tinha culpa nenhuma, mas é sempre assim.
Aproveitando-se da confusão e das portas abertas, Albira escapulinzipou-se dali para fora à velocidade da luz.
Conseguiram os dois (marido e mulher) sumir daquela terra e, para não serem apanhados nos aeroportos, foram de boleia em boleia até ao Afeganistão.
Lá, então, no Afeganistão (rimou), para não virem de mãos a abanar, Padamon tem uma ideia! Cuidado! Uma ideia?!
Padamon decide casar-se com uma atleta nadadora afegã de alta competição. Quando chegar a Portugal como segunda esposa de Padamon, a rapariga será uma portuguesa genuína e fará parte da selecção portuguesa de natação, para a qual ganhará grandes prémios.
Andam os portugueses a queixar-se de que estão na cauda da Europa economicamente e depois começam a gabar-se de que estão nos cornos do mundo desportivamente, com base nestas selecções que, se por um lado nos custam os olhos da cara, por outro nos deixam bem vistos como um povo que só gosta de curtir.
Neste caso, a rapariga nem chegou a pagar nada, a selecção depois pagava quando eles cá chegassem.
A questão com os tribunais é a mesma: resolve-se quando vier cá o Papa.

Laurindinha, eu estava a precisar duma receita oriental fácil. Arranja-se?

Apesar do incómodo, havia um problema um tanto embaraçoso (sobretudo para uma feminista como eu): a rapariga nunca tirava a burka! Também não a queriam obrigar, mas, por favor!


Cenas dos próximos capítulos: Padamon e Padamona.

Lisboa: a mulher e a vida

Hoje estou muito mole porque sempre fui à tal corrida das mulhereres - até porque algumas das minhas conhecidas do ginásio me disseram que achavam mal os homens serem excluídos, ao que redargui: e as mulheres não estão excluídas de jogar no Mundial de Futebol?
Algumas pessoas parecem pensar que os homens não se safam se não forem protegidos. Há umas décadas havia manifestações feministas, mas não havia disto.
Enfim, como quase todas as mulheres adoram cantar, começámos a corrida a cantar a plenos pulmões: "We are the champions of the world", o que me pareceu apropriado. Depois, pelo caminho, havia umas raparigas giríssimas, parcamente vestidas a dançar aos saltos para animar.
Não sei quem ganhou: como estava lá, não vi a televisão, mas não fui eu.

terça-feira, maio 23, 2006

Língua portuguesa arrepiada

Descobri o blog da minha xará, com 2 posts e um comentário. Vale a pena ler tudo.
http://nadiavanessa.blog.com/2006/5/

Guarda o que não presta: por exemplo, a bandeira nacional

“Guarda o que não presta e terás o que precisas” é o que diz o ditado popular.
Os portugueses, segundo e seguindo o ditado, deixaram na janela ou na varanda um trapito esfarrapado e imundo, desde o último campeonato. (Não escrevo as palavras todas para não voltar a ser citada nos blogues dessa coisa). [Quando escrevi isto, em 2006, referia-me ao futebol, tendo este meu blogue aparecido num site de futebol, o que me deixou zonza].


Os estrangeiros, em viagem por Portugal, ficam admirados com isto e perguntam assim:


- Ó filha (oh dear), o que será aquele farrapito que todos os portugueses têm pendurado à janela?
- Deve ser alguma tradição portuguesa, talvez o pano das touradas…
- Mas o pano das touradas é vermelho e este é preto.
- Cinzento!
- Castanho!
- Depende, este, por exemplo, é todo verde!
- Talvez seja uma superstição portuguesa: quando uma rapariga casadoira quer marido, pindura à janela um panito esfarrapado e imundo!
- Ó mamã, (mom) não tem lógica!
- Ah, pois, como os portugueses são pobres, não deitam nada fora nem lavam nada.


Eu, Nadinha, espero que estes ingleses não tenham entendido que se tratava da bandeira da nossa selecção… (natural)… ou seja, da nossa pátria, para inglês ver.


Como diria o meu pai: “Guarda o que não presta e encontrarás o que não presta!”


A prova disto é que estes trapitos estão a ser substituídos por bandeiras novas, para durarem mais uns anos e se transformarem outra vez numa coisa, que não se percebe se é a expressão do orgulho nacional ou do desprezo... enfim...

domingo, maio 21, 2006

Estado da Nação: Padamon: Part Four

Lá na Índia, viviam as várias viúvas de Rashid num enorme palácio rodeado de jardins perfumados. E maior não era a sua felicidade, por andarem aborrecidas: como eram mulheres um tanto modernas, já não se identificavam muito com a tradição. Também não lhes agradava serem chamuscadas, mas a sua religião e a sua cultura lá as mantinham conformadas. Albira Alzira, porém, morria de medo! Um vago cristianismo e um claro materialismo não a haviam preparado para a adversidade.

Qualquer escritora moderna a sério, neste momento escreveria aqui uma receita de cozinha, para despertar sensações gustativas e olfactivas e tácteis e outras. Mas eu, que falho muito nesse ponto, enfim…
Durante muitos anos, como sempre gostei de ler livros de culinária, que me abrem o apetite (era eu magra e esqulética, o que já não sou), quando lia 2 colheres de sopa de azeite, uma colher de chá de vinagre ou de fermento, pensava que havia sopa de azeite e chá de vinagre, chá de fermento… a culinária parecia-me algo de esotérico, pois não via à venda nada disto. Porque é que ninguém explica estas coisas????????
Sopa de leite, sopa e açúcar, chá de pimenta, chá de vinagre, sopa de mel, chá de farinha…
Por favor, Laurindinha, eu e os meus leitores já estamos enjoados de mousse de manga! E de pão com queijo. Queremos outra receita de salgados, pouco engordativa e fácil. Salgados, a meu ver, serão o que não são doces, que eu não sou doceira.

Quem se sentia nas suas sete quintas era o Tobias. No palácio de Rashid, todas as suas viúvas tinham televisores, plasmas, DVDs, etc, e como andavam o seu tanto abstraídas e baralhadas, Tobias consolava-se, carregado de comandos.
As outras viúvas indianas não conseguiam dizer o nome dele, e portanto chamavam-lhe Padamon (o mesmo que murcom em português do norte (ultra versátil)). Aqui em Portugal, antes de ir, (Padamon (murcom mas nem tanto assim) ) meteu um atestado psiquiátrico e, portanto, não perdeu o emprego. Albira nem de tal se lembrou, o que significa, infelizmente que, se não morrer, perde o emprego. Eu parece que me deu a mania das vírgulas... que é quando a gente acha que faltam vírgulas...


Cenas dos próximos capítulos: a revolta das sogras.
Vocês querem ouvir os próximos capítulos? Esta história só tem mais dois, mas “quem faz um cesto, faz um cento”.

quinta-feira, maio 18, 2006

O meu outro blogue

Eu pensava que o meu outro blog tinha pouca freguesia por as pessoas não gostarem dele. Acabo de descobrir que algumas não sabem que existe. Dicas para os computadores e a net:
Clicar em "my complete profile" zuc, zuc. Aparece uma página toda interactiva: se clicarem em caminhar, aparecem outras pessoas que gostam de caminhar e que têm blogs. É clicar nos nomes dos blogs, zuc zuc.
Algumas pessoas pensam que a informática é imposível: não, é só fazer zuc zuc, zuc zuc, zuc zuc zuc. Não estraga o computador nem o blog.
O outro meu é:
http://escrevedoirosemaluquices.blogspot.com/

quarta-feira, maio 17, 2006

Futeboleiros e outras pragas

Vocês acreditam que este meu blog é citado num blogue do mundial de futebol?
Se não acreditam podem ver: http://pt.blogservatorio.info/mundial2006/
Juro que não tenho mesmo nada a ver com os outros.
Eu só espero não sermos invadidos por futeboleiros e outras pragas. (Pior ainda se forem do Benfica).
Estávamos aqui tão bem...
Aviso à navegação: se houver comentários muito chatos, elimino temporariamente a possibilidade de os fazer... o meu email está em "my complete profile". Se me chatearem também o apago, mas vocês podem escrevê-lo num papel… só me faltava esta!

Estado da Nação: Padamon: Part Three

Não sei se sabem que um negócio que está a dar é casar com emigrantes, pagando eles. Se forem jogadores de futebol, por exemplo, ganha-se bem.
A Albira Alzira resolveu então casar com um desses, para equilibrar o orçamento e escapar do Tobias..
Rashid dizia ser brasileiro, tinha cara de indiano, falava uma coisa que ninguém entendia e, depois de casar com Albira, passou a ser português e a jogar na selecção portuguesa, no Mundial de Futebol. Como ele tinha uma religião indiana, podia casar com várias mulheres. O ser a Albira também casada era algo que os advogados iriam depois resolver, da maneira como resolvem tudo: vão adiando até que o Papa venha a Fátima. Nessa altura há uma amnistia e os processos são arquivados.
O pior é que este Papa não parece ter grande vontade de sair de casa.

Quando o anterior Papa cá vinha (isto é para a Jubi, que não sabe), havia uma amnistia. Quem tinha multas para pagar esperava até haver a amnistia, quem tinha insultado o vizinho também esperava até o processo ser arquivado: o vizinho ficava insultado e o insultador ficava ilibado.
Durante 15 dias, Lisboa parecia um daqueles bairros perigosos de Nova Iorque (do tipo Hill Street). Os polícias andavam nova roda-viva, (pareciam os do CSI Miami), menos aqueles muitos polícias que eram como o nosso Tobias, uns padamões ( o mesmo que murcões). Mas depois voltava tudo à pacatez desta terra (imunda) e os amnistiados voltavam para a cadeia, desta vez com a pena agravada por terem feito mais alguma.

Qualquer escritora moderna a sério, neste momento escreveria aqui uma receita de cozinha, para despertar sensações gustativas e olfactivas e tácteis e outras. Mas eu, que falho muito nesse ponto, enfim…
Deveria ter ervas aromáticas e palavras de som esquisito como osso da suã, (não confundir com chez Swann) rabadilha, manzanilha… esfregar com força (sensações tácteis), etc.
Por favor, Laurindinha, eu e os meus leitores já estamos fartos de mousse de manga! Queremos uma receita de salgados, pouco engordativa e fácil de fazer.

Mudou-se a Albira Alzira para casa do brasileiro (no papel) jogador de futebol português e levou os filhinhos.
Uma semana depois apareceu por lá o Tobias Jaquim e pegou logo nos comandos todos da televisão, do DVD, do iPode, etc. Isto não estava previsto, portanto não foi controlado.
No Mundial de Futebol, pela primeira vez, estava a família toda reunida a ver o jogo, quando o recente marido da Albira Alzira cai morto com uma síncope.
Alegria geral na sala: estamos ricos!
Vários dias a Albira Alzira festejou com as amigas e com o amigo gay, até que começaram a aparecer muitas pessoas esquisitas, indianas. Eram os sogros, as sogras, os cunhados, as outras esposas, etc., do Rashid. Vinham todos com um ar abatido e, apesar do problema da tradução, lá acabaram por perceber que a Albira tinha que ir com eles para a Índia.
Quando lá chegou, veio então a descobrir que o marido pertencia àquela religião em que as viúvas são queimadas vivas, juntamente com o falecido, na pira funerária.
Coitadinha da Albira Alzira! Para se livrar duma chatice, acabou por "se meter em assados" (entre aspas) ainda piores. E tudo por vossa culpa! Da vossa vocação para o martírio!

Cenas dos próximos capítulos: que fazer com o viúvo Tobias Jaquim? Isto não estava previsto, portanto não foi controlado.

Só escrevo a continuação se vocês disserem que querem ouvir.

terça-feira, maio 16, 2006

Blogosfera Portuguesa

Estive a dar uma vista de olhos pela Blogosfera Portuguesa. Só os títulos já são uma seca. E a blogosfera não é universal?

Lisboa: a mulher e a vida 5 KM EDP

Filhas:
Eu hoje matriculei-me nesta corrida. Não juro que vou, da última vez doía-me uma perna, (a direita), e a corrida é num sábado de madrugada, tipo 10:30. Ainda parece um pouco estranho que muitas mulheres se juntem para fazer algo que não diga respeito a bordados, ou assim...
E se os chineses vissem tanta mulher junta, acho que se passavam. Os portugueses olham para o lado e falam do Benfica.
Pormenor giro: as inscrições, que são feitas no banco Banif, custam 10 euros, revertendo esta quantia para a compra de aparelhos de rastreio do cancro da mama. Sendo assim, as mulheres que "tenham tido qualquer tipo de cancro" não pagam a inscrição.
A parte gira, a meu ver, é esta: há mulheres que têm ou tiveram cancro e que vão correr 5 kilómetros... ou só caminhar, mas não é pouco...
As boas notícias passam sempre despercebidas.

domingo, maio 14, 2006

Escultura Eros e Psique, de Canova


Metade desta escultura é lindíssima, não é? Dirijo a pergunta aos homens que não sabem se os outros homens são bonitos ou feios. E às mulheres que não sabem se as outras mulheres são bonitas ou feias. Se as há. Há-as?

sábado, maio 13, 2006

Achas para a fogueira

Em muitos países orientais pratica-se hoje o aborto selectivo, também chamado feticídio: se for menina, aborta-se. Em aldeias remotas e pobres pode fazer-se uma ecografia para esse fim. Pior ainda, se nascer menina, abandona-se ou mata-se.
O resultado é haver, neste momento, milhões de homens sem qualquer possibilidade de um dia encontrarem uma mulher, número que crescerá no futuro (com o avanço da técnica…). Como são os mais pobres que ficam de fora, as autoridades começam a ficar preocupadas.

Os católicos e os outros

Portugal deve ser o único país em que os católicos falam como os ateus e os ateus pensam como os católicos: afinal, são ateus católicos… (a mousse de manga é boa).
Uns e outros acham muito mal que o Vaticano proponha a castidade e não se oponha ao sacrifício. Claro, os líderes religiosos deveriam dizer assim:
- Filhos, curti bué, que o que leva desta vida é o que se come e o que se bebe!

Estado da Nação: Padamon: Part Two


Quem me convenceu foi a Laurindinha com a receita da mousse de manga (já está no frigorífico). Eu tinha-lhe pedido, num blog muito giro que ela tem, que escrevesse receitas fáceis. Resolveu então prantá-la aqui como argumento.
Senti-me de tal modo inspirada, que inventei vários capítulos novos.A história aproxima-se agora mais do princípio do que do fim.


Esta atitude de extrema bondade e de abnegação, só comparável à das santas mártires dos primórdios do Cristianismo, deve-se ao facto de nós, pobres ingénuos, imaginarmos a situação idílica do Tobias Jaquim, da Albira Alzira e dos filhinhos. E até de pensarmos assim:
- Só eu é que não tenho uma vida tão sossegada, quem me dera a mim. Pomo-nos então a imaginar a seguinte situação, que não queremos estragar com os nossos protestos:

- Ó meu papá querido e amado, não quer ver o seu futebole?
- Não, meu filho adorado, minha flor de lótus perfumada, eu sei que tu queres jogar o teu “Age of Empires” com os teus amigos, online.
- Ai que suavíssimo cheiro! (de santidade?)
- Meu doce e amado esposo, queres tu ver o teu futebole?
- Minha doce e amada esposa, eu sei que tu queres ver o “Caldo de Nabiças com rojões de redenho”.
- Ó meu amore, essa é a telenovela brasileira, a minha é “caldo verde com chouriças”, nunca sabes essas coisas! Tão querido! ( Não confundir com Morangos com Açúcar, que já existia em 2006)
Dão um beijinho, após o que diz Albira:
- Tu, quanto mais tempo passas sem tomar banho, melhor cheiras. Pareces a Josefina do Napoleão Bonaparte! (Nota de rodapé: quando Napoleão se aproximava de casa, mandava recado à Josefina para não se lavar, pelo menos 3 dias… (gostos!))
- Já reparaste nos meus brincos novos?
- Se fui eu que tos dei! A propósito, quando vem cá jantar o teu amigo Lili? Tão simpático, mas não sei se é bonito, que eu cá não aprecio homens.
- Eu sei, meu amor, ainda me lembro da barraca que tu deste no museu quando disseste à guia que não percebias se as esculturas de Praxíteles eram bonita ou feias, porque…
- Porque não sei apreciar homens nus.
- Ai que dulcíssimo cheiro! (talvez de santidade!)

Se vocês imaginam que os baldas, incompetentes, vigaristas e parvos têm uma vida familiar invejável, melhor do que a vossa, ainda há aqui em Lisboa dois ou três sítios muito altos e que não têm uma rede a toda a volta. Já há poucos, ultimamente têm posto redes a toda a volta de todos os sítios muito altos, não sei porquê, mas eu ainda sei de alguns… em alternativa, podem seguir as instruções da Jubi e fazer como os japoneses, que furam as tripas. Esses também têm cá uma pancada!
Existe uma versão moderna, mas que não recomendo: a gente amarrar explosivos à cintura e ir explodir onde muito bem nos apetecer. Esta versão dá direito a ter 70 mulheres no outro mundo. Para quem acha que neste já há homens a menos…

Cenas dos próximos capítulos: de regresso à realidade, Albira Alzira encontra uma saída. Querem ouvir? Mas vou alternar com outras coisas.
imagem: Hermes de Praxíteles

quinta-feira, maio 11, 2006

Cenas dos próximos capítulos

Só escrevo as cenas dos próximos capítulos se vocês disserem que querem ouvir. Isto não é interactivo?

quarta-feira, maio 10, 2006

Estado da Nação - Part One: Albira Alzira e Tobias Jaquim

Este país funciona mal porque nós não protestamos quando somos maltratados.
Deve ser por causa do Salazar (que no entanto nunca se atreveu a chamar a ele mesmo Aristóteles nem Arquimedes) e que proibia todo o mundo de reclamar. E por causa da Pide: se alguém fosse justamente acusado de fazer qualquer coisa errada (ou certa), podia bater com os ossos nos infestos calabouços, nas horrendas masmorras desta infausta excrescência da direita volver.
Meus queridos, esse tempo já passou. Talvez esteja a voltar, disfarçadamente, mas isso depende de nós.
O problema no fundo, ou um deles no fundo, é que todos nós morremos de pena das pessoas incompetentes, baldas e / ou vígaras. Digo e ou porque ser incompetente e baldas é ser vígaro, mas convenho que alguns ainda acumulam.
- Oh filha… mas porque é que tu não fizeste queixa?!
- Tive pena do pobre do homem (Tobias Jaquim ) que tem mulher e filhinhos!!!
Vocês a falar assim parecem as minhas santas (ver meu outro blog), mas esquecem-se do pormenor. Se o tipo fosse preso, a mulher e os filhinhos viam-se logo livres dele, pelo menos por uns tempos…
A bem da verdade, a mulher (Albira Alzira) já tentou de tudo para obter o divórcio, as amigas até já lhe disseram que estão fartas de fazer falsos testemunhos em tribunal:
- Albira Alzira, eu sou muito tua amiga, mas eu acho que o juiz ainda me conhece desde a outra vez em que me enganei e que dei o dito por não dito! Tenho medo.
De facto, a Albira Alzira começou por acusar o marido de adultério. Impossível. O tipo é mesmo incapaz de olhar para outra mulher. Pois se nem sequer olha para a dele, a Albira Alzira, porque é que havia de olhar para outra?
Acusou-o depois de olhar para homens, mas o amigo e testemunha gay não foi nada credível no julgamento… o Tobias Jaquim realmente não olha mesmo para ninguém, e pronto. É o que nós no Norte chamamos um murcom.
A pobre da Albira Alzira acusou-o depois de bater na mulher e nos filhos. Também não. Na verdade é ele quem apanha da mulher e dos filhos quando não se desgruda da televisão e da Internet e do plasma e do sensarround e do leitor de discos e do leitor de DVD e do iPod, tudo ao mesmo tempo, em vez de ir trabalhar, malandro.
- Tobias Jaquim, eu quero ver a minha telenovela “Caldo Verde com chouriça”! Estou farta de trabalhar para vos sustentar a todos, que tu, o pouco que ganhas, bem no gastas!
- Cala-te mulher, que eu quero ver o campeonato! Chega-te para lá!
- Ui, que cheiro!
- Pai, a minha stora mandou-me fazer um trabalho na Internet (mentira!)(isto cá para nós).
- Cala-te, que eu quero estar no chat do Benfica! Chega-te para lá!
- Ui, que cheiro!
- Papá Papá, eu queria ouvir aquela cantiga que a gente canta na creche e que é assim: “Tressolho, tressolho, passa para aquele olho”!
- Cala-te, que eu estou a ouvir o hino do Benfica! Chega-te para lá!
- Ui, que cheiro! Ó mamã, que é este cheiro?
A Albira tentou expulsá-lo de casa sem mais delongas, mas ele não foi.
Vocês estão a rir? Mas é verdade! Ó filhas, vocês aguentavam um marido destes? E não fazem queixa do baldas porque têm pena da mulher e dos filhinhos?
Tenham pena da mulher e dos filhinhos e por isso mesmo corram com o Tobias Jaquim de todo o lado! Até para se acabarem de vez os Tobias Jaquins.

Cenas dos próximos capítulos: as razões pelas quais ninguém faz queixa do Tobias Jaquim, mesmo que ele faça tudo mal, nas raras vezes em que faz alguma coisa.

segunda-feira, maio 08, 2006

Terry Fox

Acabei por não ir á corrida do Terry Fox por não me sentir em forma, mas chamo a atenção para a biografia deste rapaz, quase tão incrível como a das minhas santas.
Muito jovem, foi-lhe amputada uma perna por ter um cancro. Preocupado com a falta de perspectivas dos jovens como ele, decidiu ganhar um dólar por cada canadiano (os cidadãos da sua terra), dinheiro que reverteria a favor da pesquisa do cancro.
Conseguiu isto antes de morrer, tendo feito entretanto muitas caminhadas com o auxílio de uma prótese, num total de 5000 Kilómetros. E ainda agora continua a haver corridas dessas! Há gente assim?????? Vocês sabiam?

Os alemães serão todos portugueses?

Foi noticiada, recentemente, uma grande recuperação económica da Alemanha (e aliás da Europa e dos estados Unidos e do Japão) por, espante-se quem não andar a par dos mercados, por os países asiáticos estarem em desenvolvimento e adquirirem poder de compra. Enfim… então não eram eles os inimigos económicos? Não. Talvez algumas pessoas se chateiem por os pobres deixarem de ser pobres (coitadinhos).
Em inquéritos de rua sobre o assunto, o alemão “de rua” respondeu assim:
- Ah! Até que enfim! Nós já estamos fartos de estarmos na cauda da Europa!
Vocês sabiam que os alemães estão na cauda da Europa? Então quem é que está nos cornos da Europa?
Quando foi eleito um papa alemão, os alemães "de rua" disseram (sic):
Até que enfim! Nós já estávamos fartos de ter vergonha de sermos alemães. Finalmente temos um motivo de orgulho!
Vocês nunca ouviram algo assim? Trocando a palavra alemães por outra (outras)?

quarta-feira, maio 03, 2006

Corrida Terry Fox

No próximo sábado, 6 de Maio, vai haver na Expo uma corrida / caminhada Terry Fox (ver net)às 11 da manhã. Acho que vale a pena levantar de madrugada (tipo 10 e meia) para participar.
http://www.parquedasnacoes.pt/pt/noticias/default.asp?Modo=Consulta&ID=126

Tio João Dois

O primeiro ministro desta terra, que de Sócrates só tem o nome (provavelmente posto como ironia à família) está a tentar resolver todos os problemas do universo ao mesmo tempo e à custa dos portugueses. Deve ser fã do D. João II. Quero dizer, o tio João Dois também tentou...

domingo, abril 30, 2006

Feira Biológica

Fala-se tanto e tão bem da feira biológica do Príncipe Real que fui lá vê-la: umas batatitas muito pequenitas e muito pretas, umas laranjitas raquíticas e escuras... aquilo é que é comida biológica?
Dizem-me que antigamente era tudo assim e que era mais saudável... mas a esperança de vida aumentou ou diminuiu?
Uma mulher, em Arouca, que se dedica a essas coisas, disse-me que tem porcos biológicos e que usa as suas fezes (deles) para adubar a terra dos legumes...
Terra Imunda!

sábado, abril 29, 2006

Em defesa da Literatura

Em defesa da Literatura e contra a imbecilidade que grassa nesta "terra assombrada" e imunda, é bom subscrever esta petição online.
http://www.petitiononline.com/mercurio/

quinta-feira, abril 20, 2006

Espécies de mau tempo

Fui ontem à manifestação convocada pelo blog http://ruadajudiaria.blogspot.com.
Fazia 500 anos sobre o massacre de milhares de judeus, no largo de S. Domingos.
Foi há muito tempo. Pois foi! E por isso estava lá pouca gente. E também porque ninguém sabia a que horas era. Podemos ir lá a qualquer hora, o que não é comum, entre os dias 19 e 21 de Abril.(Por esta data, abre o casino de Lisboa, o que distrai a atenção) (onde irei quando tiver tempo.)
Foi há muito tempo, 500 anos. Foi há pouco tempo. A prova disso é que apareceram lá uns tipos a falar alemão e a dar vivas ao Hitler.
Foi assim há tão pouco tempo???
Foi há relativamente pouco tempo que todos os canais de televisão noticiaram a notícia falsa de que tinha havido um arrastão de negros. E logo a seguir houve manifestações contra os negros. E depois toda a gente percebeu ( finalmente!!!!) que era mentira!
No caso dos judeus, há 500 anos, foi assim: como havia peste em Lisboa e a família real estava fora, o povão entendeu que tinha havido um milagre na igreja de S. Domingos. Alguém disse que não era milagre, mas apenas ilusão de óptica. Alguém achou (talvez dois frades de S. Domingos, que foram condenados à morte por terem achado), que os judeus deviam ser todos mortos.
Nessa época (como agora) não havia judeus em Portugal (todos tinham sido baptizados à força e transformados em cristãos-novos). Sendo assim, fizeram uma fogueira com vivos e mortos no Rossio e em são Domingos!!! Que fica ao lado do Rossio.
Terra Imunda

Citando o Dalai-Lama:
"Só existem dois dias em que não podemos fazer nada: ontem e amanhã, viva o presente" - Dalai Lama

quinta-feira, abril 06, 2006

Espécies de bom tempo

Aprendi ontem, no filme Casanova, que existem várias espécies de bom tempo. Gostei da ideia.
Hoje está uma espécie de bom tempo:
Chuva

quarta-feira, abril 05, 2006

Escrevedoiros e Maluquices

A minha maior amiga tem um blogue novo, chamado Escrevedoiros e Maluquices:
http://escrevedoiro.blogspot.com/

Lisboa: o chão do mundo visto do chão


A terra vista da terra

Mundo Imundo e Muito Belo





Devo confessar que, enquanto passava a ponte a pé, na Mini-Maratona, nem me lembrei, quase que não me lembrei, das pessoas que se atiraram de lá abaixo e que foram muitas.

Terá sido esta a última imagem que levaram deste mundo imundo e belo…
Para mergulharem nas águas que purificam das misérias do corpo e da tremenda monotonia da terra.

segunda-feira, abril 03, 2006

Secção de Culinária Part II

Prometido é devido:

http://tascadaelvira-links.blogspot.com/2005/09/blogs-en-portugais.html

Experimentem estas receitas, que eu depois provo.

Gruta no Tibete

Pela minha parte, apetece-me muitas vezes ir viver para uma gruta no Tibete, em vez de andar no meio desta gente toda.
Depois começo a pensar: a gruta no Tibete talvez tenha aranhas... e até mesmo cobras... acho que prefiro esta gente.
Depois penso assim: se calhar nem tem máquina de lavar roupa... nem Internet para eu fazer o meu blogue! Então é melhor ficar aqui sossegadinha e comunicar com esta gente através da net!

terça-feira, março 21, 2006

Secção de Culinária

Filhas:

Como, na minha última encarnação, eu fui um carroceiro irlandês (ver entrada de 20 /3 /2006), nunca fui muito dotada para a culinária.
É natural: a Irlanda não é conhecida pela sua cozinha (nem por nada, aliás… (a não ser a Irlanda do Norte que é curtida (mas eu, se calhar, era da Irlanda do Sul)))…
Por outro lado, os carroceiros irlandeses não sabem cozinhar, são as esposas que cozinham, e só sabem beber whiskey irlandês (a principal diferença é que eu agora prefiro o escocês), dizer palavrões e bater nas mulheres (evoluí muito nestes dois últimos aspectos) (só bati uma vez numa mulher, mas isso são águas passadas).
Enfim, refiro-me à culinária, porque agora está na moda (por mal dos meus pecados), misturar a literatura com a haute cuisine. É o que fazem, por exemplo, aquelas galdérias da Laura Esquível e da Joahne Harris, que mal sabem ler nem escrever… (isto não é inveja!) (eu não sou invejosa!)
Bem, admito que escrevem mais ou menos, mas não devem cozinhar nada de jeito! Eu não comia nada feito por elas! Nem morta! (Tenho lido os livros todos, mas isso é um segredo nosso.)

Enfim… as minhas amigas têm-me dado receitas, mas hoje a Margarida deu-me uma óptima!
Depois conto, primeiro vou experimentar.

segunda-feira, março 20, 2006

Vivendo e aprendendo!

Filhas:
Talvez este slogan pareça muito comum, mas eu acabo de descobrir que na minha última encarnação fui um carroceiro irlandês!
E eu a pensar que tinha sido alguma espécie de rainha... enfim, talvez na Papua Nova-Guiné, ou assim...
O pior é que isso já foi no século XVII. e então por onde terei andado entretanto???!!!
Eu preferia ter sido alguma princesa há menos tempo!
Se vocês querem obter informações como esta, vão ao seguinte endereço: http://planetadinamica.terra.com.br/site/

Gripe das Galinhas

Eu, como sou uma mulher moderna, quero morrer com uma doença moderna e esquisita. De preferência, uma que ainda não tenha sido inventada.
Outro dia li numa revista uma lista de sintomas duma doença estranhíssima. Estranhamente, eu sentia-os todos. Talvez exceptuando um ou dois…
Depois, para meu alívio, estava escrito no fim que aquela doença era genética e própria dos boxímanes. Respirei aliviada umas duas ou três vezes, mas imediatamente me surgiu o raciocínio lógico: talvez eu seja descendente dalgum bosquimane! Bem, o meu antepassado poderia ter vindo para a Europa, talvez como curiosidade a ser exibida nas feiras, como a mulher-serpente, ou assim. Parece que os bosquimanes são muito pequeninos, se não me engano… como eu não sou muito pequena, então, logicamente, ele deve ter-se casado com alguma sueca. Alta e loira.
Mais tarde, li outra revista sobre saúde e acabei por descobrir que a minha doença era outra, enfim, geneticamente própria dos esquimós…
Fiquei com a impressão de que o meu problema não é tão raro como parece, quando noutro dia, no meu trabalho, vi toda a gente a fitar, com um ar aterrorizado, uma pombinha branca, muito querida, que estava pousada em cima dum automóvel, com um ar doente, cansado, ou talvez apenas aborrecido, digamos, blasé. Talvez fosse estrangeira.
Eu ainda disse timidamente: talvez a pombinha esteja doente, mas com outra doença qualquer, talvez própria das pombinhas… mas ninguém me ouviu. Estava toda a gente à espera de a ouvir espirrar.
Já não nos bastava ter medo do Bin Laden, agora também morremos de medo das pombinhas brancas!