domingo, julho 29, 2007

Cidadã da Roma Antiga

 



Cidadã da Roma Antiga vestida à moda da época, no momento de ser fotografada por cidadã portuguesa do Sec. XXI, vestida à moda da época, estando as duas a serem fotografadas por por cidadã portuguesa do Sec. XXI.
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D. Urraca

 


Espanha, Idade Média
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O Papel da Moda

O Papel da Moda foi uma exposição no El Corte inglés sobre a história da moda do vestuário feminino, toda feita de vestidos em papel. fotografei ialguns.
Ver os outros no meu outro blog (clicar em "ver meu perfil" e clicar no outro nome que lá está).

DEIXAR DE FUMAR

Fez ontem cinco anos que deixei de fumar.
Dêem-me os parabéns!
Eu era uma grande, enorme fumadora, mas, a ser verdade o que dizem, dentro de 5 anos vou estar quase igual a alguém que nunca fumou. Se ainda estiver viva!

Perguntarão por que deixei. Por nada, porque fumava demais. Houve um livro que li e que me ajudou muito, encontrei-o ao procurar informação sobre o assunto.
O autor chama-se Karr ou Carr, o título em inglês é "Stop Smoking", em português tem muitos títulos.
O autor tinha sido um grande fumador e morreu recentemente de cancro de pulmão. Estou a falar a sério. Mas só morreu 20 anos depois de ter deixado de fumar e estava muito doente quando deixou. Disse sempre que foi muito feliz durante esses anos. E eu acredito.

sexta-feira, julho 27, 2007

"O Império à Deriva"

Tenho lido e relido algumas coisas e deixo aqui algumas sugestões para férias.
"O Império à Deriva" de Patrick Wilcken. Ver entrevista


Não é um romance histórico, para variar, é mesmo história real, mas contada de modo aprazível. Alguns episódios são tão incríveis que nem podiam ser inventados, como este: à chegada ao Brasil, os que lá viviam esperariam ver uma corte europeia em todo o seu esplendor, mas o que viram foi bem diverso: a nossa rainha e muitas nobres da corte chegaram lá de cabeça rapada porque tinha havido uma praga de piolhos no barco em que seguiam.
Para além disso, muitos nobres (homens e mulheres) tinham fugido com a roupa que levavam no corpo e, como a viagem foi péssima, horrível, chegaram lá imundos e esfarrapados (e carecas). Viram-se mesmo na necessidade de pedir roupa e perucas emprestadas ao que já lá viviam. Enfim, o primeiro impacto não foi famoso e parece até que os brasileiros ficaram sempre com uma impressão horrenda dessa gente. Como o autor não é português nem brasileiro, a perspectiva é interessante e fiável. Acha, além disso, que foi um momento único e irrepetido da história do mundo, explicando porquê.

Ando a ler também, à mistura com outros, "O Terramoto de Lisboa e a Invenção do Mundo" de Luís Rosa. Isto segue mais ou menos a moda do romance histórico, mas as partes que se referem à realidade histórica são muito interessantes. O autor não resiste (sabe-se lá porquê) a tentar demonstrar que os portugueses são todos mais ou menos tarados sexuais, desde os reis e até aos bispos, passando pelo povo. Isto corresponde em parte à moda do romance histórico, que seduz desta maneira, mas este torna-se chato, porque parece uma tese sobre o assunto. Também corresponde à mentalidade comum e à ideia de que os portugueses foram por esse mundo fora a fazer filhos, embora não tivessem essa intenção, nem fosse essa a ideia; eu creio que era essa a ideia, precisamente, e acredito na castidade, não só motivada pela religião, mas mesmo por razões várias.
De qualquer modo, o terramoto de Lisboa foi algo de realmente grandioso, sobretudo porque se estava no verdadeiro início da sociedade da comunicação, com os jornais. (Estou a falar a sério). Foi falado em todo o mundo e aparece nas obras de autores russos, filósofos franceses, etc. E todos os lisboetas sabem de cor a data: 1 de Novembro de 1755.

Estou também a reler um livro que me agrada por razões puramente literárias, "O Menino de Areia" de Tahar Ben Jelloun e que encontrei num alfarrabista.
Narra a história, inteiramente fictícia e às vezes falada de modo poético, de uma mulher árabe muçulmana, que o pai decidiu, logo desde o nascimento, que seria um homem. Como já tinha sete filhas e era uma humilhação para ele não conseguir ter um rapaz, além de se perder a herança, que, segundo "O Alcorão" se transmite por via masculina, resolveu espalhar aos quatro ventos que tinha um filho, obrigando-a a viver uma existência falsa, mas que não lhe desagrada, uma vez que a coloca acima de todas as outras mulheres, incluindo as irmãs, a mãe e a esposa.

quinta-feira, julho 26, 2007

Cavaco Silva e Os Lusíadas

Quando o nosso Presidente da República, Cavaco Silva, era primeiro-ministro, foi muito gozado pelas gaffes culturais que cometia.
Também é rigorosamente verdade que o pobre do homem não perseguiu ninguém por isso. A comunicão social e o cidadão comum quase que lhe chamavam ignorante, mas tudo bem, ao contrário do que faz este primeiro-ministro, que manda para a rua quem disser que ele não é mesmo Sr. Engenheiro.
Vem isto ao caso, pelo seguinte:
Nessa época criticaram muito Cavaco Silva por ter dito que Os Lusíadas tinham nove cantos. Sempre me pareceu isso um pormenor sem importância. Mas não direi o mesmo do que passo a narrar.


No dia 10 de Junho 2007, dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, antigamente também se chamava Dia da Raça (portuguesa, que deve ser uma raça rafeira, julgo eu)...
Pois no dia 10 de Junho, dia de Camões, de Portugal e etc. até ver, foi feita uma cerimónia em que personalidades importantes liam algumas estrofes de Os Lusíadas.
Naturalmente, coube ao nosso Presidente da República ler a 1ª estrofe, que muita gente sabe de cor. Muita gente, mas não o nosso presidente!
Depois de se ter enganado a ler Taprobana, que leu doutra maneira qualquer, a gosto, sai-se com esta:
" E entre gente remota identificaram [deveria ser edificaram]/ Novo reino que tanto sublimaram"


Queridos: logo na 1ª estrofe de Os Lusíadas, o tio Luís glorifica o quê? quem? porquê?
Ora, os portugueses que identificaram um novo reino... qual seria o reino? Escrever um livro daqueles só para isso?
Terem os portugueses construído um "novo reino" há-de ter sido irrelevante, no entender do tio Luís.


Curiosamente, muita gente se deu conta disto, mas não se falou no assunto.


Ver também neste blogue

quarta-feira, julho 25, 2007

Bater latas e serrar a velha

Temos falado de tradições populares como algo de interessante, mas estas duas eram péssimas.

Quando um viúvo ou viúva tinham a intenção de voltar a casar, iam pessoas (homens) de noite, colocavam-se em volta da casa deles e batiam em latas.
ouvi uma vez este barulho e tive medo, porque era a voz estrondeada e muda de gentinha que tinha uma mentalidade arcaica e não queria dar a cara. Era suposto ser divertido e devia ser para quem participava, sobretudo pelas sugestões sexuais que insinuava. Mas era um atrevimento!

Sempre ouvi falar em serrar (sarrar) a velha no Entrudo (Carnaval), mas só agora, ao ler o livro "Fogo Morto" de Lins do Rego fiquei a saber o que era:
Quando uma rapariga passava a idade de casar, iam de noite para perto da casa dela e serravam madeira, para assim gozarem com ela e insinuarem isto.

Estas duas tradições eram criancices, ou melhor dizendo, canalhices.

Vocês não acham?

terça-feira, julho 24, 2007

E ainda a propósito...

Mas talvez o problema mais grave seja este:
Encontramos hoje em dia raparigas inteligentíssimas, sensíveis, ultra-trabalhadoras, que sabem cozinhar e lavar a loiça e que são óptimas no desporto. Não é raro ver-se uma rapariga assim.
E como é que uma miúda destas vai encontrar um namorado entre os palermas que conhece e que nem lêem um livro, porque acham uma seca?
Estarão condenadas a não se reproduzirem? Ou a reproduzirem-se a que custos, aos níveis emocional, económico, de carreira e de paciência de Job?

Enxadórium! Campórium!

Aí vai uma das histórias do meu avô, que neste caso deve ser uma anedota vulgar, embora antiga.
Era no tempo em que os estudantes (todos rapazes) que não dessem para os estudos iam cavar batatas, (sendo filhos de proprietários agrícolas médios e até grandes). Existiam cursos de agricultura, mas isso seria para os bons... e ninguém tirava esses cursos, talvez fosse para os idiotas e nobres? Não sou muito entendida em sociologia...

É assim a história:

O filho chega a casa de férias e de manhã não se levanta da cama. O pai pergunta-lhe se está doente e ele responde, num latim macarrónico, pois não sabia o latim verdadeiro:

- Paizórum, querum cafézorium in camórium!
O pai, que não sabia latim, percebeu e respondeu.
- Filhórium! Esse latinórium já se cá sabórium:
Enxadórium! Campórium!

Pois. Isto não é muito politicamente correcto, mas é verdade.
andam estes tipos a aborrecerem-se de morte, pois não são capazes de ler um livro e a aborrecerem de morte os colegas e os professores. Estes últimos metem atestados aos molhos e se calhar, tudo tinha uma solução:

Enxadórium! Campórium!

LOL LOL LOL
Boas Férias!

domingo, julho 22, 2007

Sexualidade (s)

Quando hoje cheguei a casa, muito cansada por razões várias, estava a dar na televisão um programa sobre sexualidade.
(Este hoje refere-se ao dia em que escrevi, claro!)

Ouvi e vi com alguma curiosidade, por ser um assunto sobre o qual ninguém pára de falar, mas ninguém sabe dizer nada. Há pessoas que sabem fazer, mas nem isso é muito relevante. Sabem fazer com quem tiver vontade de fazer o mesmo... com elas...

A certa altura, um sexólogo disse isto: para a mulher o acto sexual pode implicar gravidez, aborto, dor, hemorragias, etc., mas para o homem não há problemas. Concluiu também que as mulheres têm uma atitude de responsabilização e os homens uma educação irresponsabilizante a respeito do assunto.

Pareceu-me muito bem este comentário. De facto, os homens geralmente não se preocupam com a hipótese de a mulher engravidar, pois isso é um problema dela...
Embora os testes de ADN tenham introduzido uma mudança absoluta, as pessoas demoram muito tempo até se darem conta das mudanças.
Penso até que os rapazes têm hoje em dia uma educação desresponsabilizante a respeito de tudo. Pois se isto é o essencial, que mais lhes pode importar?


Por exemplo, em Portugal, e é de Portugal que tenho falado, todos os anos entram para a universidade muito mais raparigas que rapazes, sobretudo nos cursos difíceis. E todos os anos reprovam muito mais rapazes do que raparigas em todos os níveis de ensino.

Que eu saiba, ainda não foi concluído que as raparigas são mais inteligentes que os rapazes. Pelo contrário, as nossas ancestrais deveriam ser quase todas ultra-ignorantes e fúteis por falta de informação e de educação.

Até quando um país com tão pouca população poderá sustentar esta irresponsabilidade e irresponsabilização completa dos rapazes e homens e continuar a viver (como sempre viveu) à custa das mulheres, parvas ou não?
Antigamente os homens com sentido de aventura iam pregar a outra freguesia, no Brasil, na Índia e não voltavam.
As mulheres, ainda que ignorantes, conseguiram laborar e manter esta terra separada de Espanha. Com a ajuda dos reis, que só saíram daqui para fugir.

Vocês não acham?

sexta-feira, julho 20, 2007

D. Afonso Henriques

 


D. Afonso Henriques, Castelo de São Jorge, Lisboa.


Só o capacete e a espada deveriam pesar uns dez quilos cada um.
Não creio que o vestuário fosse inoxidável e muito menos climatizado.
Enfim, os fundadores de nações e de impérios podem ter muitos defeitos, mas a preguiça não é um deles...
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quarta-feira, julho 18, 2007

Yá! Tá-se bem, meu

Tenho escrito aqui uns posts sobre a preguiça nacional, mas esses posts foram procurados e encontrados por pessoas que não procuravam nada disso. A Juanolla aconselhou-me até a escrever um post sobre pesquisa incríveis que trazem as pessoas aqui. Lá iremos.


E aqui vai:




- Ó mãe, traz-me um pedaço grande de pizza e uma coca-cola!
- Pede à mãe que também traga para mim um pedaço grande de pizza e uma coca-cola.
- Pede tu!
- Acho aborrecido falar tão alto.
- Fala baixo!
- E se falar baixo ela não ouve, porque a nossa televisão está com o som muito alto e a dela também!
- Fala no telemóvel
- Chega-me o telemóvel
- Ai eu não acredito! Tu só tens que estender o braço para pegar nele e queres que eu me levante do sofá para to chegar!
- Está, mãe? Traz-me um pedaço grande de pizza e uma coca-cola grande. Tá-se bem?
- Olha lá! Então tu chumbaste outra vez este ano e tu ainda tens a lata de mandares em mim? Traz-me um pedaço grande de pizza e uma coca-cola das grandes? Olha que porra! querias?!
- Ó mãe, eu não mandei em ti, eu disse "Tá-se?"
- "Tá-se?" E tu, que estás aí a falar no telemóvel e a gastar dinheiro? Não podes ir à cozinha, ou vir aqui ao meu quarto, ou mandar um berro como faz a tua irmã?
- É que a televisão está muito alto e os phones da música também...
- Então se estão muito alto, põe-nos mais baixo, olha que porra! Seu preguiçoso! E os vizinhos que estão fartos de resmungar que não conseguem dormir porque a música está muito alto e a televisão também!
- Tá-se...
- Tá-ser muito bem aí deitado no sofá, não é? E a moura que alombe!
- Também não exagere! A mãe também tá deitada na cama e é de dia...


etc.,


Filhos: o que diria o nosso rei Afonso Henriques, o fundador da pátria, se ouvisse ou lesse isto? Que a preguiça é hoje a característica principal dos jovens mancebos lusos? E das mães? (O pai não estava em casa).
Felizmente, creio que não sabia ler, como era normal à época. E espero bem que ainda não tenha aprendido, para não ler isto e não dar voltas no túmulo escandalizado com estes descendentes lusitanos! E com as mães! (O pai estava no futebol).

As maçãs também são melhores quentes

Recentemente escrevi aqui um post em que dizia que as cerejas são melhores quentes, molhadas da chuva e em cima da árvore.
Vocês se calhar nunca mais pensaram nisso, mas eu confesso que fiquei a pensar e que cheguei à seguinte conclusão:


As maçãs são melhores quentes (e molhadas da chuva em cima das árvores)
Os pêssegos são melhores quentes (e molhados da chuva em cima das árvores)
As ameixas são melhores quentes (e molhadas da chuva em cima das árvores)


E também são melhores verdes! Quem é que tem paciência para esperar que amadureçam?


Eu peço desculpa às minhas amigas brasileiras (em número crescente) mas não me posso pronunciar sobre certos temas, como estes:


Não sei se as bananas e os abacaxis são melhores quentes e verdes, pois nunca provei.


De resto, aqui (à Europa???) só chegaram há séculos as frutas muito boas no que diz respeito ao sabor. Agora estão a chegar as que são boas noutros aspectos, como o kiwi, as papaias, não sei mais o quê.
Confesso que sou muito conservadora neste aspecto.

sábado, julho 14, 2007

Tempo de reflexão

Hoje não podemos falar de política. É um dia de reflexão. Acho até que devíamos fazer jejum e abstinência, etc., enfim, um retiro espiritual. Para pensar melhor. Mas só em Lisboa.

Proponho para reflexão o seguinte poema de Sophia de Mello Breyner

Exílio

Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades



in "Livro Sexto" ou "Grades"

segunda-feira, julho 09, 2007

Surpresas tropicais e belas

Após a surpresa encantadora de ter encontrado na rua um pássaro tropical e belo, que tive a ilusão de ter ajudado (VER AQUI), surgiu-me agora outra incrível surpresa, não menos tropical e nem menos bela.
Deu-se o caso de que, em Novembro, fui à estreia de uma peça brasileira, no Teatro Nacional, que adorei .
Como fiquei muito impressionada, escrevi um comentário neste blogue sob a forma de carta dirigida, talvez à actriz, talvez à personagem, creio que às duas, pois era tal a mimese, que se tornava difícil distinguir uma da outra.
Agora a actriz, Kelzi Ecart, respondeu-nos num comentário a esse post.
Se querem ler, o post chama-se "As Confissões de Leontina - teatro" e
está aqui:

http://terraimunda.blogspot.com/2006_11_01_archive.html

Kelzi, prometo responder-lhe individualmente para o e-mail que deixou.

Ser capaz de voar

Hoje de manhã, logo ao sair de casa, tive uma surpresa: a voar à minha frente rente ao chão e a "gritar" um canto esquisito, está um pássaro magnífico, grande, amarelo e branco. Talvez uma espécie de papagaio.
Pensei a princípio que estava ferido, pois não conseguia voar, percebi depois que não sabia.
Pássaro de gaiola, recentemente fugido, tão depressa subia ao nível do 2º andar das casas, logo caía à estrada como uma pedra.
Evitando várias vezes que fosse esmagado por automóveis que passavam e que paravam por minha causa, consegui enxotá-lo para um sítio onde há árvores, arbustos e de onde não conseguiria subir voando para a estrada.
Ali ficou, não em cima duma árvore, mas plantado em cima dumas tábuas de construção, onde todos o podiam ver.
Ao regressar a casa, ao fim da tarde, julguei ouvir o seu grito rouco, talvez porque era isso que eu desejava.
Antes de ser comido por algum gato ou outro bicho, espero que o pássaro tenha conseguido descobrir a sua verdadeira natureza, o prazer de voar e de se empoleirar nas árvores sem sentir vertigens.
Já que conseguiu fugir da gaiola... a não ser que o tenham libertado. Era velho.
Também espero que não tenha começado a falar e a dizer palavrões em cima das árvores.
Porque isso não é a verdadeira natureza dos pássaros, que é a de ser volátil.


E Você, qual é a sua verdadeira natureza?


DEPOIS DISSO, TIVE UMA SURPRESA TROPICAL QUASE MAIOR. 
VER AQUI.

sexta-feira, julho 06, 2007

PRAIA!

Como os médicos me mandam apanhar sol e eu não gosto de praia, ando sempre a inventar desculpas para não ir. Não tenho tempo, está vento...
Conheci ontem, na sauna, uma romena que estava também completamente branca dos pés à cabeça. Tive curiosidade de lhe perguntar por que não ia para a praia, mas ela tinha uma desculpa fantástica:
- Está muito frio. E o sol não faz bom à pele.
Com este calor de rachar em Lisboa, uma romena tem frio? Tadinha!

segunda-feira, julho 02, 2007

Blogues

O Blog Observatório colocou este "Terra Imunda" nos top 526 +.
Estão por letra alfabética.

Se não tiver muito que fazer, veja os outros em:

http://www.blogservatorio.info/top

sábado, junho 30, 2007

Os Portugueses

"Os portugueses, em vez de transformarem os problemas em soluções, transformam os problemas em depressões. [...]
Os problemas são desafios, não são fossas. As mudanças não são fatalidades, são oportunidades". António Pinto Leite

in Jornal Expresso, 30 de junho de 2007, 1º Caderno, p. 44.

Filhos, esta é das melhores que eu tenho lido!


No mesmo Expresso também se demonstra com clareza que, nos séculos XVI e XVII, os portugueses, excepcionalmente, perceberam isso, ou alguém por eles...

Eu devo ser uma das poucas mulheres que ainda compram o Expresso, mas ele está realmente bom, cada vez melhor! Juro!

A diferença é que eu, embora ainda seja um bocado lingrinhas, faço musculação no ginásio e portanto aguento os 5 Kg de papel. Mas vejo-me grega!

sexta-feira, junho 29, 2007

Tresorelho

Vêm muitas pessoas a este blogue à procura do tressolho e da cura para ele. Muitas são do Brasil e de África. Gostaria que algumas me dissessem por que procuram isso, para além daquelas que querem mesmo a solução.
e lembrei-me do TRESORELHO!


Parece que é a papeira e existia um modo antigo de o talhar. Utilizava-se um jugo dos bois. pedi emprestado a um outro blogue o palavreado que se dizia, depois de colocar o jugo no pescoço da pessoa que está doente com o tresorelho. Acho a palavra gira...


Talhar o "tresosorelho" (Papeira): Coloca-se o jugo dos bois , ainda quente (do uso), no pescoço do doente e com uma faca faz-se o sinal da cruz 9 vezes, dizendo a seguinte crença:Tresorelho, sai-te daqui assim como boi e vaca "carregou aqui".


vide
http://crencasemitosdefelgueiras.blogspot.com/

terça-feira, junho 26, 2007

Laurie Anderson

Há cerca de mil anos, mas já na minha presente encarnação, um tipo que eu conhecia perguntou-me se eu queria ir com ele ver não sei o quê, não sei aonde, era mais ou menos um filme, não era bem um filme...

Fui.

Creio que o tipo se chamava Carlos e que era loiro, bonitinho. O espectáculo era:
"The Home of the Brave" de Laurie Anderson.

Esta frase faz parte do hino norte-americano e é tão ironizável como o nosso "contra os canhões marchar", ou talvez seja mais subtil, pois é mais recente.
A Laurie Anderson foi uma descoberta para sempre. Ainda mal se falava em computafores e já ela tinha inventado mil coisas informáticas e uma música / narrativa /histórias/ poesia /performance, etc. Enfim, inventou uma conjunção das várias artes, como se prevê que talvez sejam no futuro.

Volta cá no dia 15 de Julho, mas, além de os bilhetes estarem esgotados há séculos, creio que, pela primeira vez nas minhas encarnações, vou representar uma candidatura junto das mesas de voto. Adivinhem de quem...
São as eleições para a câmara de Lisboa...

Quem nunca ouviu falar da tia Laurie, então que ouça!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, junho 25, 2007

Como se chama uma vendedeira de peixe?

Andava eu a cirandar na secção do peixe do supermercado, a ver se conseguia tirar uma fotografia aos peixes, a que poria o título de "terra imunda", quando ouço uma conversa que sobremaneira me surpreendeu.
Dizia uma vendedora de peixe para as outras:
- O homem ofendeu-me, faltou-me ao respeito!
- Aonde?
- Aqui. Aqui mesmo, no meu local de trabalho, o homem insultou-me!
- Que te disse o homem?
- Chamou-me peixeira! "Ó sua peixeira!" - disse ele.


Já vi várias mulheres ofenderem-se por lhes chamarem peixeiras, mas nunca pensei que uma vendedeira de peixe se zangasse por lhe chamarem peixeira... esta língua portuguesa...

sábado, junho 23, 2007

Quero ir para casa! Por favor!!!!!!! (Part 2 (Two))

Todos se queixam de que, hoje em dia, ninguém quer assumir compromisso nenhum a respeito de coisa nenhuma. Talvez seja uma epidemia nacional, com laivos de pandemia (mundial).
Marca-se uma consulta no médico ou no dentista. Segundo dizem, nem se aparece, nem se diz "chus nem mus".
Convida-se gente para uma festa? toda a gente diz que talvez vá, talvez não vá. Os que dizem que vão de certeza, faltam, e "nem chus nem mus".
Diz-me assim a Isabel: devem estar à espera que lhes apareça coisa melhor. (A Isabel gosta de fazer festas, eu cá sou um tanto misantrópica (ver dicionário)).
- Estás enganada, Isabel! Estão mas é todos em casa, ou metidos na cama, ou estendidos no sofá da sala. Nas festas que tu fazes não há camas que cheguem...


(to be continued)

sábado, junho 16, 2007

Praia! Oh que bom

Eu tinha a intenção de fazer hoje o meu dia de praia, ia até passar um dia ou dois não sei aonde.

Como está a chover torrencialmente, tenho um bom pretexto para ficar em casa a ler um livro giro, a mandar mails a gozar com o ________ * (não posso dizer quem) e a surfar nos blogs.
Que bom!
(Odeio praia)


* -como se chama aquele que não conseguiu tirar um curso mas revoluciona a educação, a cultura e mais isto e mais aquilo?
- Mao Tsé Tung
- Não, não é esse, é o outro...

quinta-feira, junho 14, 2007

Único animal que

O homem é o único animal que pode escolher se quer ser carnívoro ou herbívoro.

(Não sei se alguém já disse isto, mas acho provável. Se ninguém disse, digo eu.)

quarta-feira, junho 13, 2007

Engordar! Oh que bom!

Quando eu fumava era magra, escanzelada como um cão. Não direi que fosse infeliz, pois tinha uma inquietação que talvez todos devêssemos ter, no mundo em que vivemos todos, talvez pela 1ª vez.
Quando deixei de fumar, passei uns tempos a engordar. Foi o tempo mais feliz da minha vida.
Li, mais tarde, que os animais se sentem muito felizes quando estão saciados, não porque pensem no assunto, mas porque estão fisicamente preparados para enfrentar muito tempo de fome. Se pensassem nisso sentiam-se infelizes, mas eles não pensam e eu também não pensei…
Essa extrema felicidade alimária já me passou, mas imaginem isto: como hoje é o Santo António de Lisboa, resolvi cozinhar um dos poucos pratos que faço bem, macarrão com carne à portuguesa. Fiz para o almoço e o jantar, mas comi quase tudo ao almoço.
Os meus genes animais mamíferos, sem preocupações filosóficas, estão a pensar com os botões deles que eu posso ficar vários dias sem comer nada.
- Que bom! – Dizem eles.
Que eu por mim sinto-me óptima.

Não tenho postado nos blogues muito porque estou com uma ligeira tendinite, mas isto passa.
Beijinhos.

domingo, junho 03, 2007

É muito importante que o lugar da chegada seja belo


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É importante que o lugar da chegada seja belo




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No Tempo das Cerejas

Quem nunca correu terá dificuldade em imaginar as sensações que se têm. as feromonas, que são produzidas quando se faz exercício físico, dão realmente prazer e boa disposição.
O sol em cima da nossa cabeça... só me lembrava das ceifas, em que nunca participei, como podem calcular, mas que eram dias felizes e difíceis em termos de esforço.
Tempo de abundância, este, em todos os sentidos, o tempo das cerejas é um tempo feliz.

Quase me apetece deixar aqui a sugestão, às pessoas que vivem em terras pequenas, de organizarem eventos como este. É importante que o lugar da chegada seja belo.

É bom correr e é bom chegar

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A Mulher e a Vida: Lisboa 2007



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sexta-feira, junho 01, 2007

A Portuguesa Língua

Esta Língua Portuguesa é incrível! Europeia, tropical e universal, foi buscar palavras a tudo quanto é sítio... Só para dar um exemplo, os termos da Alquimia existem em latim, mas todos têm tradução para português e às vezes até com mais do que uma tradução, como "nigredo" e "obra ao negro". Quererá isto dizer que houve muitos alquimistas portugueses? Com tanta repressão ao longo dos séculos... pensem bem. Não é estranho? Se os houve, passaram. E no respeitante às falas dos animais? Quem ainda se lembra de como se chamam?: Balir, Barrir, Zurrar... Balir e Barrir não são parecidas? Uma é da pequenina ovelhinha e a outra é do horrendo elefante, bichos tão diferentes... e a palavra zurrar não parece mais assustadora do que a palavra barrir? Bem... E que dizer destes femininos irregulares? Reparem: felá-felaína rajá-rani píton-pitonisa (uma pitonisa é uma mulher, mas a palavra é o feminino de uma espécie de cobra) Quantas felaínas conhecem vocês? e quantas ranis? Para que queremos nós estas palavras? Em traduções de romances russos, encontrei muitas vezes as palavras Generala, Coronela, enfim... em Portugal ainda nem há Generalas, mas já existe o nome. Agora, e com esta me vou: Masculino- grou, feminino- grua. A minha mãe costumava dizer "sozinho como um grou". Desconheço se esta referência era literária, ou se há uma expressão popular assim. Neste último caso, não seria expressão de Portugal, pois não creio que houvesse grous por aqui. Mas, com semelhante fémea como uma grua, é natural que o grou prefira andar sozinho. Vocês não acham? Nadinha

quinta-feira, maio 31, 2007

Navegar é preciso, viver não é preciso

Partilho agora aqui uma das minhas frases preferidas. É anónima, ao que parece, e serve de epígrafe à Mensagem de Fernando Pessoa.




"Navegar é preciso, viver não é preciso"


Tem vindo aqui muita gente à procura do significado ou sentido desta frase, que julgam ser de Camões, pois é frequente confundir a poesia da "Mensagem" de Fernando Pessoa com a de Camões em " Os Lusíadas". Isto deve-se ao facto de Pessoa ter querido tratar, de forma moderna, os mesmos temas e assuntos que Camões tratou nessa obra, até porque Pessoa não apreciava Camões. Até porque julgava ser ele mesmo o supra-Camões.


Creio que o sentido da frase é este: não importa mesmo nada a vida que viveu aquele português que embarcou para os Descobrimentos, naufragou e morreu, ou regressou, casou, procriou e morreu... tudo isso é vulgar e inútil. O importante é que essas pessoas "navegaram", ou seja, metaforicamente, fizeram obra de que a humanidade se pode orgulhar.
Devemos, segundo esta ideia, preocupar-nos em "Navegar" e não em viver: Navegar é Preciso Viver não é Preciso.
Também tem outro sentido: navegar é algo que se faz com exactidão, com mapas e instrumentos, viver é algo que se faz por improviso...


Conseguir dizer tudo isto e muito mais numa frase que ainda por cima não assume como sua... é obra: É navegação sem terra à vista do nosso caro amigo Fernando.


Ainda mais recentemente, descubro esta autoria da frase, que me parece legítima: a frase é da autoria de Pompeu, general romano: "Navigare necesse; vivere non est necesse" -no original em latim. A frase será então de Pompeu, general romano (106-48 aC.), dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra. (cf. Plutarco, in Vida de Pompeu). Ver comentário de João Paulo Cabrera.
Dado que Pessoa atribui a frase a navegantes antigos, parece-me que se refere aos antigos romanos. Quanto a ser de Camões, eu afirmo terminantemente que não é.


3 de Julho 2009: Só agora descobri a possível origem desta confusão: vi pela primeira vez o filme Nemo. Vi-o com legendas em português do Brasil. A certa altura, um dos peixes disse esta mesma frase e atribuiu-a a Camões. Não creio que exista no original... Que dizem vocês?
Eu digo que vieram aqui pessoas através de pesquisas que incluíam o peixe Nemo, o que me parecia incompreensível. Aliás, este é um dos posts mais visitados deste blogue. Juntamente com um que tem fotos do navio Santíssima Trinidad.




Ver aqui o texto integral, que pode funcionar como introdução à obra Mensagem


30 Outubro 2010: Já agora, acabo de descobrir que este post é citado num interessante site brasileiro, 


Tentei colocar lá um comentário, mas não consegui, pois para isso deveria registar-me e não consegui fazer isso bem... Deixo aqui o comment que havia escrito.


Agradeço as referências feitas aqui ao meu blogue  (http://terraimunda.blogspot.com/) e ao esclarecimento que dou sobre essa frase. No contexto da obra de Pessoa, também me parece que é mais de valorizar a ideia de que viver não é importante (necessário). Não deixa de ser curioso, também, que esta frase tão apreciada de Pessoa não seja realmente sua... tem a ver com as máscaras. E muitos até pensam que é de Camões... o que, seguramente, lhe teria desagradado. Pessoa não apreciava Camões. O "Imperador da Língua Portuguesa", para ele, seria o Padre António Vieira. O que vos deve agradar a vocês, pois o padre era meio brasileiro e amava o Brasil (cá em Portugal, chamamos brasileiros aos portugueses que vivem no Brasil).


Clicar Aqui

terça-feira, maio 29, 2007

Ministras há muitas

Encontrei por acaso, ao pé deste no blogobservatório, um blogue com um título muito curioso. Ao ler o título, é impossível adivinhar a que ministra se refere.
Clicar aqui:
http://www.asinistraministra.blogspot.com/

domingo, maio 27, 2007

Medo do Futuro

Como tenho muito Medo do Futuro, prometo que, de futuro, não voltarei a escrever as seguintes expressões que se ouvem por aí (vocês podem aumentar a lista, escrevendo nos comentários):
"Engenheiro mesmo a sério"
"Curso tirado a presuntos"

Creio que este último termo é do Eça, portanto, está completamente desactualizado. Até porque o presunto tem muito colesterol. E naquele tempo não se sabia...
Só se for de porco preto.

Nadinha

quinta-feira, maio 24, 2007

The Arrow and the Song

Eu soube este poema de cor durante milénios, mas não sabia quem era o autor, que é Longfellow.
Já o coloquei neste blog a ver se alguém o conhecia. Mas a net é maravilhosa! Encontrei os dois: o autor e o poema. Espero que os dois se voltem a encontrar por mim, talvez no coração dum amigo.


The Arrow and the Song




I shot an arrow into the air,
It fell to earth, I knew not where;
For, so swiftly it flew, the sight
Could not follow it in its flight.


I breathed a song into the air,
It fell to earth, I knew not where;
For who has sight so keen and strong,
That it can follow the flight of song?


Long, long afterward, in an oak
I found the arrow, still unbroke;
And the song, from beginning to end,
I found again in the heart of a friend.


Longfellow

terça-feira, maio 22, 2007

IMPOSSÍVEL!!!!!!!

«Todos sabemos que algumas coisas são impossíveis. Até que aparece alguém que não o sabe ... e as consegue fazer».

Albert Einstein

segunda-feira, maio 21, 2007

quinta-feira, maio 17, 2007

DIA DA ESPIGA

E outras pragas, digo eu...


Posted by Picasa

DIA DA ESPIGA , Cais do Sodré, Lisboa




Posted by Picasa

DIA DA ESPIGA

Hoje foi o DIA DA ESPIGA . Para aí a 2ª quinta-feira de Maio, ou assim...
Quando já vivia em Lisboa há vários anos, descobri isto.
Era tradição as pessopas, alíás, as raparigas, irem para os campos fazerem estes raminhos.
Os raminhos têm uma papoila (talvez simbolize a beleza, espero!), uma espiga, que simboliza o pão, os malmequeres, ou brancos ou amarelos, ou quase secos ou quase frescos, creio que simbolizam, para aí, talvez, a beleza... digo eu...
E etc....
A gente compra o raminho e coloca-o na casa, de cabeça para baixo, como se vê na foto.
As fotografias referem-se a este assunto, claro...


Afinal parece que é assim:


Papoilas – o amor e vida
Malmequeres amarelos e brancos – o ouro e prata
Ramo de oliveira - simboliza a paz
Videira – o vinho e alegria
Alecrim – simboliza a saúde e a força .


O meu não tem videira nem alecrim. Vou reclamar!

segunda-feira, maio 14, 2007

Musgo Espanhol - Spanish Moss


Foto da net 

Descobri por acaso, num blogue americano, que existe uma praga vegetal chamada Spanish Moss, que se poderia traduzir, à letra, por Musgo Espanhol, embora possa ter outro nome.
É uma planta que nasce por cima das outras e não há meio de a eliminar, a não ser tirando-a de lá, à mão (nestes tempos modernos..). A alternativa é deixá-la ficar, o que parece ser o mais frequente, mas ela pode destruir a outra planta. É bonita, apesar de tudo.
Musgo Espanhol - nem nós nos lembraríamos de inventar semelhante nome para uma praga que não sai, nem à lei da bala. E que é bonita, vejam lá!
Imagino eu que este nome tenha a ver com o colonialismo, pois por aqui não há disso.
Também o dependuram em arames para fazer recantos e ele dá-se muito bem assim dependurado. Alimenta-se da humidade do ar.


VER AQUI na Wikipédia


Tressolho

Aparecem aqui muitas pessoas à procura da palavra tressolho, que só utilizei a despropósito num texto cómico, "O Estado da Nação".
Para esclarecimento dessas e outras pessoas, creio que são brasileiras, vou dizer o pouco que sei a respeito do assunto.
Há muito tempo que não vejo nem ouço falar do tressolho, que era uma inflamação num olho, creio que na pálpebra, que ficava vermelha e inchada. As pessoas levavam esse assunto mais a brincar do que a sério, como se fosse muito normal, embora tenha deixado de o ser.
As mezinhas para o curar eram muito simples e resultavam sempre. Uma delas era assim:esfregava-se num pano um anel de ouro até ficar quente e depois encostava-se no olho. se calhar dizia-se alguma frase de que não me lembro. Uma menina de 19 anos disse-me que aprendeu uma frase no infantário e é essa que uso no texto referido: "Tressolho, tressolho, passa para aquele olho". E aponta-se o olho. Essa menina é muito querida. Chama-se Carlota.
E mais não sei. Se vocês souberem alguma coisa, escrevam-na como comentário, está bem? se calhar o lado científico não interessa, porque há-de andar por aí, na net.

Agora mais rescentemente foi-me dito que se deve imediatamente aplicar sobre o tresolho uma pomada antibiótica, própria para esse e outros efeitos.

quinta-feira, maio 10, 2007

Católico(a) eu??? Deus me livre de o ser!

Você é católico(a)?


Eu já fui. Não creio que volte a ser. E Você?
Creio que esta última pergunta é a que nos faz a todos este Papa de Roma. Sem paninhos quentes.
Como sabem os ledores deste blogue, eu gosto deste Papa. Sou suspeita de quê? De apreciar a autenticidade? Eu não gostava nada do outro...
Este Papa, em vez de ir a Fátima no 13 de Maio, como ia o outro agradecer não sei o quê, foi ao Brasil. Parece-lhes coincidência? Só se forem parvos! Coincidência?!


O tio Bento anda a excomungar os políticos católicos que são a favor do aborto. Notem que ele não excomunga os não-católicos!
Um verdadeiro católico pode ser a favor do aborto? E da promiscuidade? E um muçulmano pode beber álcool? E este Papa aprecia os bons vinhos, o que é próprio da Europa.


Será que não estamos a confundir religiosos com ateus?


Creio que um ex-amigo se zangou comigo recentemente por questões deste género. Se os meus amigos não evoluem, é um favor que me fazem em se auto-excluirem dos meus contactos.


A minha dúvida é apenas esta: todos estes católicos não-praticantes, não-cristãos, não-religiosos são ateus? Ou pelo contrário ficaram à espera daquela parte que é asssim: se se converterem à hora da morte vão ... não sei para onde... para o céu. O que é isso do céu? Eu acredito na reencarnação. Ou talvez não acredite em nada.


Penso que, antes disso, devemos tomar uma atitude. Ou sim ou sopas!
Aliás, não sou eu que penso . Fui levada a pensar assim por este Papa e não tinha sido ainda levada a pensar assim por ninguém.
A minha mãe era pouco católica e muito cristã. Achava que devíamos perdoar tudo. Perdoar, reparem.
Uma coisa é perdoar tudo, outra é fazer tudo o que nos apetece. Creio que é esta a diferença.


A outra constatação óbvia é esta:
Todos os que trocam o catolicismo por outra religião cristã andam à procura de regras mais restritas. E de maior fanatismo. Os Jeovás.... por exemplo.
Os que não são crentes não têm voto na matéria. Vocês acham mal que os budistas não comam carne? É fanatismo?
É apenas uma questão de fé.


Se calhar, ao publicar isto vou perder ledores e fregueses, mas eu nunca desejei ser lida por idiotas.


Ao escrever isto procurei problematizar a questão, por me parecer que temos tendência para ver tudo a preto e branco.

segunda-feira, maio 07, 2007

Sarko e Ségo

O discurso da vitória do Sarko e o discurso da derrota da Ségo foram um modelo de retórica política, erudita, elegante e fluente, quase natural.
Por contraste, somos levados a pensar que, em Portugal, o 25 de Abril ocasionou uma ruptura a todos os níveis políticos e não só. Do mesmo modo que não temos hoje uma polícia de nível internacional credível, capaz de dialogar com o FBI, com espionagem e contra-espionagem, só temos o SIS, também não temos um discurso político com nível, nem muito credível.
A nossa retórica política é demasiado pragmática ou demasiado revolucionária, ou as duas coisas, o que é pior. Entre nós, o poítiquês só pode ser comparado com o professorês, enfim, discursos corporativos: as corporações trocaram as respectivas fardas pelas linguagens corporativas: mas a farda despe-se e a alma não.

No seu discursoo da derrota, Madame Ségo não se lamentou, apenas mostrou pena dos que foram derrotados porque votaram nela: claro, ela teve uma grande vitória e portanto, isto nem parece retórica: parece e é a verdade.
No seu discurso da vitória, o tio Sarko exprimiu um grande orgulho de ser francês: não o orgulho crispado e arrogante daqueles que não têm orgulho nenhum neles mesmos, mas o orgulho sincero de alguém que foi eleito o presidente da república de... França, claro. Vocês não teriam orgulho se estivessem no lugar dele?
Nem parece retórica: parece e é verdade:e é retórica política no seu melhor.

quarta-feira, maio 02, 2007

Quero ir para casa! Por favor!!!!!!!

-Quero ir para casa!
-Quero ir para casa! Por favor!!!!!!!
-Oh, ainda falta tanto tempo!!!!!!




Este é o grito mudo que se ouve por toda a parte nesta cidade, se escutarmos com atenção.
Nunca compreendi porquê e por isso tenho investigado este enigma: porque é que toda a gente quer ir para casa?! E depressa? Que mistério é este? Não há nesta cidade lugares melhores? Mais variados, mais interessantes, mais artísticos? Lugares onde se pode conviver com os outros? Ou pelo menos vê-los?!
Aqui vai o resultado das minhas pesquisas.


Jovem de rua: Lá o haver, há. Mas é que eu, nesses lugares, não posso estar deitado!
Nadinha: Ah! Pois.
Homem adulto de rua/ Mulher adulta de rua: O haver há, e eue até gosto de ir a outros sítios, mas é que nesses sítios eu não posso ir ao frigorífico e comer, sempre que me apetecer! De graça, percebe?
Nadinha: Ah! Pois. Está bem...




Hoje no ginásio ouvi por acaso um diálogo que me esclareceu:
-Ó tia, o meu chinelo está virado ao contrário! Não te importas de o virar para cima e de o pôr mais para aqui, ao pé do meu pé? (voz arrastada e monocórdica, como a de alguém que já nada tem a esperar da vida).
- Vira tu! Oha que tu tens cada uma! (voz igualmente arrastada e monocórdica, ambas gordinhas).
- E eu é que tenho que fazer sempre tudo?!
Nadinha: Ai que preguiça! (Fiz mal. O investigador não deve influenciar o objecto de estudo.)
E a rapariga começou a contar, lamentosa, na sua voz de cansaço existencial, a mim e à tia:


- Estava eu ontem muito sossegada a ver televisão e o meu irmão diz-me assim:
- Ó mana, põe a televisão mais baixo, se fazes favor.
- E aí eu disse:
- Pelo amor de Deus, mano! O comando está aos teus pés!
- Eu sei, mana, mas está mais perto da tua mão do que da minha. Por favor!
- E eu é que tenho que fazer tudo?! Tu estás há horas deitado no sofá, e o comando está no teu sofá!
- Mas tu também estás há horas deitada no sofá e o comando está mais perto de ti. Basta estenderes um braço! Anda lá!
- Pelo amor de Deus! Eu é que tenho que fazer tudo? Ó tia, não acha que eu tive razão?


Também me perguntou a mim, mas eu estva com a boca tão aberta de espanto, que nem consegui responder e perguntar quanto mais tempo ficaram a ouvir televisão em altos berros e a discutir.




Acho que agora já percebi porque é que todo o mundo quer ir para casa.