quinta-feira, junho 16, 2016

Onde dormir, para passear pelo Rio Tejo? Na Quinta do Massapez.










Esta foto ficou tremida, mas dá uma ideia

Quando pensamos em ir navegar no rio Tejo, a partir da aldeia de Escaroupim, do concelho / vila de Salvaterra de Magos, várias perguntas se colocam.


A principal: ir e vir no mesmo dia? De Lisboa é fácil, até se pode ir de transportes públicos, os autocarros da Ribatejana. Mas nova interrogação se coloca: depois da tranquilidade absoluta, da paz serena, do silêncio entrecortado do canto das aves, regressamos de imediato ao bulício do trânsito e da capital? Resposta: 

- Claro que Não. que horror!


Fazendo uma pesquisa na net, não há muito por onde escolher, mas salta à vista uma hipótese tentadora. A ser verdade, claro, pois parece demasiado bom para ser verdade.



A Casa do Massapez, situada na Quinta do Massapez. (Clicar por cima para site do Facebook).



Trata-se de uma unidade de turismo rural, situada numa maravilhosa quinta de criação de cavalos lusitanos.

Tem uns quartos para alugar, nuns módulos em separado, uma espécie de bungalows, todos eles ao rés do chão, podendo nós sair descalços da casa e andar pela relva. Em vez de quartos ou além disso, há também umas casinhas com dois quartos, cozinha e sala, que podem ser alugado por uma família. Não é caro.

Podemos adormecer mal os passarinhos acabam de cantar e acordar quando eles acordam, pois o dono da quinta confessa não ser capaz de desligar esse despertador. Ouvem-se milhares de pássaros  cantar muito alto, mas esse som inscreve-se num silêncio repousante. Muito bom para quem precisa de fugir do bulício da cidade para a tranquilidade absoluta. 

Outra boa surpresa é precisamente o dono da quinta, veterinário e tratador de cavalos, muito atencioso, atento e delicado, sempre precedido por um engraçadíssimo e abelhudo cão, da raça Barbado da Terceira, chamado Café. Que se vê na imagem. E que nos raspa a pata na porta se não nos vê por ali durante muito tempo. Atrás vem o dono, se nos apetece conversar, capaz de nos maravilhar com as suas histórias. E com as suas cicatrizes, várias marcas de mordeduras na mão de vacas, de cães, etc., e de cavalos nas costas. Cada uma delas com uma história que fala de animais. E do amor pelos animais.

A quinta oferece também atividades com cavalos, não entendi muito bem, mas acho que podemos perguntar, passeios de barco pelo Tejo, concorrentes com os já mencionados da empresa Rio Adentro, uma piscina de água salgada, no verão e o que mais pudermos imaginar. 

Li o livro das visitas. Toda a gente diz maravilhas. Algumas pessoas passam lá o Réveillon e adoram, mas são elas que fazem a festa, não a quinta. Há também famílias que passam lá semanas e que regressam anos mais tarde, famílias e indivíduos, portugueses e estrangeiros.

Sentimo-nos em casa.


(Os cavalos não ficaram muito bem na foto, por falta de luz). Há um branco que se confundia com a parede branca.



terça-feira, junho 14, 2016

Passear Navegar pelo rio Tejo - Parte 2


















Creio que este é um Colhereiro. Com um bico tão grande, só pode ser um dos maus

Mas não há só aves no Tejo. Há muitas outras coisas belas e sobretudo a sensação de navegar deslizar na superfície plana e azul das águas.

 E a imensa tranquilidade, só se ouvindo o deslizar das águas e os cantos, quase sempre suaves, dos pássaros.

As árvores, muitas delas salgueiros, os ninhos nos pouco muros de terra que bordejam o rio e os cavalos. Sobretudo os cavalos, nesta terra dos cavalos lusitanos, cavalos com tanta história.
O que se vê nas fotos é uma ilha com éguas, acompanhadas das crias, dos potros. Podem andar em liberdade, ao contrário dos machos, que exigem cuidados constantes, até porque, se não forem casados,a nadam sempre atrás delas. Chama-se aguada este conjunto de éguas.

Nas duas últimas fotos podemos ver, se as ampliarmos, uma tainha a saltar, em dois saltos para fora da água. Chegaram  mesmo saltar para dentro do barco e, como é indicado noutro post deste blog, podem ser saboreadas no restaurante Taberna dos Magos, em Salvaterra de Magos.



VER TAMBÉM AQUI


Salvaterra de Magos









Salvaterra de Magos é uma terra lindíssima, carregada de pássaros de que tem grande variedade e enorme quantidade, mas ainda muito desconhecida. 


A 60 Km de Lisboa e com vários transportes regulares por dia, para quem lá vive poder trabalhar aqui, mesmo assim passa despercebida. Mas é um lugar importante para quem queira observar pássaros em plena natureza, ou navegar pelo Tejo, que ali é esplendoroso.

E por isso tem alguns aspetos muito provincianos, que se tornam engraçados. É difícil obter informações, as quais têm de ser pedidas de modo muito explicito e com o cuidado de não parecermos ignorantes ou estúpidos, cuidado que não tive.


Como os restaurantes nem têm ementa nem preços, embora a comida idêntica possa ter os preços mais diversificados, muito barata ou cara, podemos atrever-nos a perguntar. Resposta:

- O preço depende do que você comer e da quantidade que você comer. Se comer muito, paga mais , se comer pouco, paga menos.
- Como assim? Se comer muito pago mais?!
- Claro. Se comer meia dose, o preço é um, se comer uma dose, o preço é outro.


Eu nunca poderia imaginar uma coisa destas, mas saio de lá sem saber a ementa nem o preço, apesar de a senhora me olhar de alto a baixo  a tentar imaginar se como muito ou pouco e se tenho muito ou pouco dinheiro, o que aconteceu várias vezes em diferentes sítios.

Como me indicaram que há um restaurante onde se comem tainhas do rio, tainhas que vimos a saltar para fora da água e que chegam ao ponto de saltar para dentro dos barcos, pergunto se me indicam onde fica o Restaurante Magos.

- Magros?
- Magos.
- Magros? Não percebo...
- Como se chama esta terra? 
- Salvaterra de Magos.
- Então, por causa do nome, o restaurante chama-se Máááá - guuus. 
- Ah, não deve ser aqui. Volta-se para dentro e pergunta:
- Sabes onde fica o restaurante Magos? 
- Magros? 
- Magos!!!
- Magros? 

Pronto, o erro foi meu, afinal chamava-se Taberna dos Magos. Ou seria Taberma dos Magros? E lá comi a tainha, que não constava do cardápio, mas que havia. Frita e boa. O pior na comida desta terra são os acompanhamentos, um arroz grosso e empastelado, um bocado passado... mas o preço total do almoço... 6 Euros. Muito melhor e muito mais barato do que o almoço da véspera, noutro sítio.

Fotos: esta terra é conhecida pelas touradas, não se vendo aqui um único estrangeiro, apesar do boom turístico que Lisboa vive. Fotos do Campo de Touros, à beira do cemitério e da escultura de homenagem ao Campino Ribatejano, aquele rapaz que trata dos cavalos e dos touros.

Enfim, isto é a minha visão de Salvaterra de Magos. Ou será de Magros?

VER TAMBÉM AQUI

Passear Navegar pelo rio Tejo




Ilha das Garças



Íbis


Perto de Salvaterra de Magos, na margem do Tejo, existe uma pequena aldeia chamada Escaroupim ou Escaropim.

Olhando dessa terra para o rio, vemos uma ilha que parece completamente povoada de flores brancas. Olhando com mais atenção, as flores levantam-se e atravessam os ares. Pois não são flores. São aves.

É a Ilha das Garças. A colónia onde fazem ninho.

Dizem-me depois que estas centenas de garças pouca coisa são, pois ao pôr-do-sol há milhares. Dizem-me também que esta viagem será diferente ao pôr-do-sol, mais colorida e também será diferente em finais de julho e agosto, com cores provenientes das flores que desabrocham nessa altura.


Como fazer a viagem? Creio que há duas maneiras, neste post falarei da empresa recém criada Rio a Dentro. Dir-se-ia que o nome lhe vem por analogia com o filme Mar Adentro, mas é apenas uma coincidência. É que, para além das aves, também vemos a vida intensa, deslumbrante e ao mesmo tempo discreta do rio: as árvores, muitos salgueiros estendendo as suas barbas verdes para a água, alguns cortados de forma geométrica, sendo horizontais por baixo. Pergunto porquê.
O Rui, do Rio adentro, explica que são os cavalos que comem as folhas e os ramos até onde lhes chega o pescoço. E continua a explicar a enorme diferença, ao que parece, entre uma garça papa-ratos, raríssima, e uma vulgar garça não sei de quê. Ou mesmo uma garça vermelha, que só se vê no Egito. Noutras viagens tem uma clientela atentíssima, mas nós só gostamos de ver pássaros, pouco nos importa essas diferenças, próprias de biólogos e ornitólogos. Então muda o discurso, que um dia há-de ser poético de tanto o variar.
Também há bandos de Íbis, são aquelas aves pretas da imagem. Mas há também uma preta que é um milhafre, pássaro mau que come as garças e as crias e também uóutro pássaro mau, o colhereiro. Todos estão nestas fotografias, procurem e vão encontrar :)

Este senhor e o irmão formaram esta empresa, que já tem dois ou três barcos e que faz excursões para ver aves todos os dias, ou para ver o Tejo, aos fins de semana. Talvez muitas pessoas não conheçam o termo e a atividade Birdwatching. Consiste em fazer viagens para observar pássaros. 

E aqui, nesta parte do rio Tejo e nas margens, há tantos pássaros que só o som do seu canto é ensurdecedor. Até apetece às vezes desligar ou baixar o som :)

Bem, para fazer estes percursos, é ir a Salvaterra de Magos e deslocar-se até à aldeia de Escaroupim, não sem antes ter marcado a visita através deste site.

Como eu não tinha transporte próprio, o senhor foi-me buscar e levar de carro a Salvaterra de Magos, sem levar mais dinheiro por isso e entretendo-me ainda com uma conversa agradabilíssima. É gente que trabalha com uma missão e com um ideal. E que nos permite conhecer um mundo deslumbrante, até há pouco inacessível a nossos sentidos.


Continua... 


Onde ficar? Isso é o tema dos próximos posts. 







domingo, junho 05, 2016

Nuon puôde tal sôzinha!

- Nuon puôde tal sôzinha! Noun, Noun! 
- Olá.
- Olá! Queles 2 kilos de ciléjia?
- Não, não, só este bocado, esta mão cheia de cerejas. Um nadinha.
Começa então, a senhora chinesa, mulher muito bonita do Tchan, homem engraçadíssimo que nos trata por tu e que todos tratamos por tu,  a falar  muito nervosamente, a agitar os braços, com ar transtornado.
- Nuon puôde tal sôzinha! Noun, Noun, Noun!
Será que me está a criticar por não levar os dois kilos de cerejas? Mas não parece. Sobretudo porque é simpática e querida.
- Quem é que não pode estar sozinha?
Apontando com o braço para fora da porta
- Sinhôla!
Lembro-me então de ter visto, ao entrar, duas ambulâncias a porta, uma delas da polícia. Esperei dentro da loja, até que voltaram todos para dentro.
- A senhora morreu? - pergunto.
- Noun, só caiu da escada, estava sozinha. Noun puôde! Non puôde .
- Chinês nunca está sozinho? - pergunto eu.
- Chinês não. Filho, neto, filho, neto, não sozinho. Nunca. 
- Nuon puôde, Noun puôde. Sozinho, Noun.- agita muito os braços, de expressão transtornada. 
Deve pensar que esta terra é muito esquisita é perigosa. 
O perigo, claro, é o de um chinês poder não ter filhos nem netos, se ficar aqui...



segunda-feira, maio 30, 2016

Como caminhar por Lisboa?














Como caminhar por Lisboa?
A mim, parece-me fácil: é ir andando à deriva. Se me perder, melhor. Se não me perder, encontro-me e encontro mil pessoas, que são os lisboetas. Queira isto dizer os nascido sem Lisboa ou os que vieram cá parar, ninguém sabe como, nem eles...

Outra hipótese: comprar o livro de Anísio Franco Caminhar por Lisboa, lançado ontem na Feira do Livro de Lisboa (29 de maio de 2016).

Seguido de longo e muito engraçado (e sobretudo muito rápido e atlético) passeio por Lisboa.
Com algumas imagens.

Enjoy

Relação das imagens (Fotos)

Por exemplo: O palácio, ao Tourel, onde foi filmado A casa dos Espíritos de Isabel Allende.
Ou as chaminés do Palácio Almada, já muito perto do Rossio, por ruazinhas travessas e por becos.
Agrada-me a plantinha nascida no telhado da casinha de janelas partidas, descaradíssima, como se quisesse dizer que todos nós podemos nascer onde nos apetecer... oq ue não é verdade, como todos sabemos.


Seguido ou anteposto (pouco importa) de Os Paços da Rainha, sendo a rainha a rainha Dona Catarina de Bragança. Com escultura em relevo do muito pouco conhecido escultor português Laborão. Mas que está ser estudado e valorizado por gente que queima as pestanas a observar e quase a inventar o passado.


O Dr. Sousa Martins e a superstição popular, paredes meias com a Academia Médica de Lisboa, mesmo em frente...

E por último, o lançamento do livro. 

Cicatrizes...




Recordo as minhas cicatrizes: uma numa pálpebra, outra num lado do ventre, contam histórias engraçadas. E a do joelho, LOLOLOL! Não, não são histórias de heroísmos. Que pena! E as suturas em ouro lembram-me os momentos que teria esquecido completamente. Sem ouro.

Este vídeo mostra como as cicatrizes podem ser motivo de orgulho e de beleza. Refere-se aos objetos de porcelana partidos e emendados com ouro, como fazem no Japão. Técnica denominada  Kintsuji


Se pensarmos que a Europa só tem porcelana desde o Sec. XVIII... técnica importada da China...



https://www.facebook.com/763126800407202/videos/1005193386200541/

Imagens, fotos, de objetos reparados em ouro. 

Não existem imagens de pessoas reparadas em ouro.
São tão secretas, que todos desejariam ter cicatrizes! Isso não convém!

sábado, maio 28, 2016

Marcelo, um Presidente da República "agit pop"


Está na cara que o Marcelo não é afincadamente a favor dos colégios nem do acordo ortográfico. É um presidente  "agit pop", ou mesmo, um agitador. Gosta de lançar a confusão e a polémica. Como homem cosmopolita que é, pretende dar ao país o que ele não tem: diversidade de opiniões e diversidade de gentes e diversidade de tudo. 
Nunca tivemos um Presidente da República como este, por isso estranhamos. Cosmopolita e hiperativo.

quinta-feira, maio 12, 2016

Índia - Exposição de fotografia





Esta é a Índia que eu vi e mais aquela que espero ver quando lá voltar e mais aquela que não se vê, pois depende dos olhos de quem olha.
Esta exposição tem sobretudo retratos masculinos, numa espécie de pudor, pois são as figuras femininas que chamam a atenção, destacando-se da paisagem no colorido das vestes e das poses. 
Até 9 de Junho na rua Ferreira Borges número 109 A, Lisboa


Fotografias de Steve Mac Curry

domingo, maio 08, 2016

Sócrates e a Geringonça: liaisons dangereuses

Gosto da Geringonça e acho que está a geinconçar bem.
Mas a que propósito ressuscitam agora o Sócrates? 
Exemplo de transparência e de pureza anti-Corrupção? 
Que pensa disto o Bloco de Esquerda? 

Educação e austeridade

Não sei se perceberam bem, porque não é fácil:  a austeridade é ter uma escola pública às moscas, com montes de professores pagos pelo estado e, no mesmo sítio, colégios particulares pagos pelo estado. Alguém foi responsabilizado pelo roubo ao estado?


sábado, maio 07, 2016

Convento de São Pedro de Alcântara - Bairro Alto - Lisboa













O Convento  São Pedro de Alcântara não está atualmente aberto ao público, mas tem obras de arte interessantíssimas.
É um convento franciscano, que mais recentemente chegou a ser um colégio, um internato de raparigas estudantes para Assistentes Sociais, conheci duas delas...

E da está, em todo o seu oculto esplendor, em pleno Bairro Alto. 

A última imagem, com cruz é um mito de Santo Antônio de Lisboa, que terá traçado com os dedos, a cruz.

A bela imagem do conjunto  escultórico representa o passamento, ou a dormição ( vulgo, a morte) de São Francisco de Assis. Rodeado dos seus discípulos monges.

A imagem 5 é muito interessante, pois mostra São Pedro deAlcântara a ser investido do hábito de monge franciscano (ao centro) e a ver-se a si mesmo a ser investido do hábito de monge franciscano (à esquerda).

domingo, maio 01, 2016

Queima das fitas com bispo: onde está a igreja do Papa Francisco?


Será possível que o bispo de Porto benZa a benção das pastas? 4 anos a copiar dá direito a ser considerado elite? Cada vez estamos pior. 

Há muitíssimos anos, eu e muitos finalistas da universidade do Porto, todos de esquerda,  boicotamos uns engraçadinhos que introduziram no Porto uma  alegada "tradição", tradição que nunca tinha existido. Algo que se realizava pela primeira vez. 

Esta é a igreja do Papa Francisco?

Um Papa isolado e rejeitado pela igreja portuguesa, como se vê aqui



segunda-feira, abril 25, 2016

25 de abril sempre: mas sempre mudando






Não foi nada de especial, este 25 de abril nas ruas. Foi apenas o continuar da tradição. E a afirmação da liberdade que agora temos. Com os revolucionários muito mais gordos do que há uns anos.
E com muito turistas, encantados com este evento turístico inteiramente grátis.
Falei com uma mulher da América do Norte. Sabia tudo quanto há para saber sobre o assunto, fez perguntas discretas e simpáticas.



Ver notícia aqui 

domingo, abril 24, 2016

25 de abril de 2016: quase em liberdade

25 de abril?
Morro de curiosidade: como será o 25 de abril com o primeiro governo de esquerda em Portugal, desde 1143?
E que não chateia nada, ao contrário do anterior, com paspalhos da direita, revolucionários em destruir o construído com décadas de conquistas.
25 de abril Sempre! Vou dizer amanhã, bem alto, tão gritado como o disse, nas épocas em que mais parecia que sussurrávamos em voz monocórdica : "25 de abril? Nunca mais".