sábado, julho 02, 2011

Iam ao talho, de garrafita na mão, para pedir sangue de porco

Ocorre-me esta conversa que ouvi há uns meses, numa pequena terra portuguesa.

"Antigamente, * as mulheres iam ao talho, de garrafita na mão,**  e pediam ao Sr. Quintela, "pelas alminhas de quem lá tem" se lhes dava um bocadinho de sangue de porco***. E o Sr. Quintela lá fazia a caridade de dar o sangue de graça... deitava um bocado de sangue na garrafita...
E depois iam para casa e guisavam aquele sangue de porco com batatas. 

Agora!!! Agora os filhos dessas mulheres andam aí de carro novo, não dispensam de ir passar férias lá para os Algarves ou lá para o estrangeiro. E eu tenho um primo que trabalha na recolha do lixo e que diz que se deita fora tanta coisa boa! Carne, fruta... Kilos e Kilos. Kilos e Kilos de carne".

Então eu, Nadinha, fiquei a pensar: por um lado, enriquecemos muito numa geração. Por outro, não sabemos poupar... esquecendo os milhares de truques que sempre houve para se ir comendo sem gastar muito...
:)


* [ pronunciado "intigamente"]
** [a garrafa era sempre reutilizada, até se partir]
*** [não havia, ainda, talho de boi]

terça-feira, junho 28, 2011

Manuscrito Encontrado em Saragoça

É um estranho livro. Na Linha do Decameron, de Bocaccio, Heptameron, de Margarita de Navarra, ou mesmo das Mil e Uma Noites, conta "inúmeras" histórias. A trama é aqui ainda mais intricada, porque, a certa altura, esquecemo-nos de quem conta a história de quem... 


Enfim, às vezes não percebemos nada, mas tudo bem!


Nos três livros referidos, Decameron, Heptameron  e Mil e Uma Noites, os narradores estão sentados, identificados e contam uma quantidade de histórias que tem significado numérico e talvez cabalístico. No primeiro caso, dez vezes dez (dez dias, dez pessoas), no segundo, sete vezes sete (sete dias, sete pessoas), no terceiro talvez mil e uma...
No Manuscrito Encontrado em Saragoça, trata-se de 66 jornadas, mas é tudo muito mais complicado.
As personagens narradoras não estão sentadas e identificadas, mas sim em viagem. Uma viagem muito atribulada, que as leva sempre, no seu termo, para o mesmo lugar, a estalagem de "Venta Quemada", junto da forca onde estão suspensos os dois irmãos enforcados.


Venta Quemada tanto pode ser um lugar ermo e em ruínas como uma espécie de hotel cinco estrelas de luxo asiático, variando dum extremo ao outro, sem excluir nenhum. Há só um problema estranho: depois de adormecerem numa luxuosa Venta Quemada, com sonhos ou práticas eróticas com umas mulheres que são dois diabos, os homens acordam entre os dois enforcados...
Cenas dos próximos capítulos...
Há também um filme de culto baseado no romance... Ver Aqui abaixo, dobrado em Espanhol.





Este post está em atualização, porque só agora acabei de ler o primeiro volume de dois. Volte a consultar. Compre o livro, leia-o nas férias, comente aqui, se quiser.


Manuscrito Encontrado em SaragoçaJan Potocki (1761-1815)

segunda-feira, junho 27, 2011

terça-feira, junho 21, 2011

João Cristóvão


Este é o convite para a exposição de João Cristóvão, na galeria São Mamede, dia 30 a partir das 19 horas. É um evento público. 


"The Theatre" é o título genérico.


Como João Cristóvão não se interessa pela Internet, este meu blog está mais actualizado sobre a sua obra do que o seu próprio.


Por exemplo, a anterior exposição, denominada Wedding Dress, está referida AQUI, neste Terra Imunda.


O seu próprio blogue só tem uma entrada, datada de 2008, e está AQUI

domingo, junho 19, 2011

Nuno Crato: as ciências ocultas da educação



Para já, este governo conseguiu despertar a esperança e a confiança. 
Para já, antes de entrar em funções, não podia ter feito nada de melhor.


Nos governos das sinistras (a propósito, o blogue A Sinistra Ministra foi encerrado por manifesta ausência de objecto), a gramática mudou 3 ou 4 vezes ou mais e a ortografia uma, os professores não sabiam o que ensinar aos alunos, mas houve sempre exames nacionais de Português. Até ao nono ano, só a Português e a Matemática, no 12º a Português e a umas quantas. 
Este é um exemplo do desgoverno do governo.

Os Novos Jovens

Tal como há os novos ricos e os novos pobres, também há agora os novos jovens. Senão, reparem: se lermos os jornais, constatamos ser consensual que este novo governo é muito jovem, o mais jovem de todos até hoje.


É um governo muito jovem, os ministros têm quarenta e tal, cinquenta e tal (por exemplo 59) anos.
Ai que bom! Sinto-me tão jovem!


O nosso Cardeal Patriarca também era muito jovem quando foi eleito, a acreditar no comunicação social. Só tinha 62 anos. Eu e os meus amigos costumamos mesmo chamar-lhe "O Jovem".

Tendo eu convivido com a escritora Natália Correia, que nunca se ria quando achava que não devia rir, fi-la ter um ataque de riso depois de ter afirmado que a juventude depende da profissão. 
Esperando um argumento estranho ou absurdo, pronta para replicar com veemência crítica, ouviu-me responder:
- Por exemplo, os jovens agricultores têm, no mínimo, 40, 50 ou 60 anos.

A solução para controlar um ataque de riso é tossir muito e foi o que ela fez. Porque havia pessoas muito sensatas a ouvir.
(Narro este episódio para o meu muito recente amigo virtual António, que adora a nossa Natália)

sexta-feira, junho 17, 2011

Ministro da Educação: Nuno Crato


"Os bons professores sabem o que se deve fazer e tentam fazê-lo. Se às vezes não o fazem mais e melhor, essa limitação não se lhes deve. Deve-se sim às imposições avulsas do Ministério, aos currículos desconexos, aos maus manuais escolares, a um ambiente de desrespeito pela cultura e pela educação" (pág. 121).
"ideia de que o estudante cria o seu próprio currículo e reconstitui por si, em doze anos de escolaridade, as descobertas que à humanidade custaram séculos de esforço colegial constante;"


 "Assim se chegou à ideologia educativa hoje oficial, segundo a qual os negros, por exemplo, não podem interessar-se por física quântica porque isso é só para filhos de universitários, os ciganos não podem interessar-se por violino porque isso é só para filhos de médicos, etc. Logo, para que estas crianças, coitadinhas, possam ter "sucesso", temos de os ocupar e motivar com o jogo do pau e o Big Brother da TV (o de Orwell não, claro) — a física não é para eles, coitadinhos. É esta crença falsa — além de classista, racista e repugnante — que orienta e explica as políticas dos sucessivos Ministérios da Educação."


in O Eduquês em Discurso Directo: Uma Crítica da Pedagogia Romântica e Construtivista, de Nuno Crato. Lisboa: Gradiva, 2006, 132 pp. 

Esperemos que este Ministro da Educação não seja trucidado pela máquina do Ministério, alimentada por oportunistas, incompetentes e baldas.

quinta-feira, junho 16, 2011

Copiar e plagiar. Magistrados que copiam, Primeiros Ministros que obtêm um diploma dúbio...

Já foi tratada neste blogue a questão de copiar. (VER)
Não existe, na mentalidade portuguesa, nada que contrarie esta tendência, tal como são incontáveis as pessoas que compraram a carta de condução, sem reflectirem que esse sistema não pode funcionar mas funciona, num país onde a sinistralidade é maior do que seria de esperar. Há sempre desculpas: "Compras a carta e depois aprendes a conduzir..."
"Copiar é uma maneira de aprender", o importante é não ser apanhado, só são apanhados os que não sabem copiar, etc.
Temos o que merecemos: futuros magistrados que copiam, sem qualquer senso ético ou exigência com eles mesmos. 
E que, como se diz neste artigo do Público deviam ser expulsos. 

segunda-feira, junho 13, 2011

Festa do Santo António de Lisboa, em Lisboa, Portugal

Há sempre algo de novo nesta festa. A noite é para os jovens, o dia e a procissão são para os não muito jovens, os quais estão  a dormir da noitada. Fui lá.
Novidade para mim: tinha visto na net que todos os anos há o milagre do sol e encontrei lá muitas pessoas que falavam dele: as que já o tinham visto, as que esperavam vê-lo. . .
Diziam: o sol fica diferente quando sai a procissão de Santo António. E ainda mais diferente quando o Santo entra na igreja. Muitas pessoas não participam na procissão, elas mesmas mo disseram, pois preferem esperar a reentrada e ver "o milagre do sol". Milagre anual. Repetido. Frequente.
Como sou hiperativa e desportista, limitei-me a fotografar o sol, a procissão, as pessoas e ala, aí vou eu até ao largo lá em cima, Cerca Moura. Vou a pé, claro, (o trânsito está cortado), esperar a procissão, que prossegue, lenta.
Como a procissão demora, desisto de ver o "milagre do sol" e desço a pé da Cerca Moura ao Terreiro do Paço, ao Rossio, etc.
E aqui vão as fotos que tirei. Ao sol, no momento da saída da procissão, pois sei que não verei nada de diferente do usual.
Às pessoas e à imagem do Santo.
Às banquinhas do comércio. Onde pontificam  imagens do Dr. Sousa Martins. E à Inveja. "Escura e feia".





Sol, À saída da procissão


Imagem de Santo António: as pessoas batem palmas à sua passagem e dizem: "Que lindo!" A imagem, com partes de prata, brilha ao sol.




As pessoas colocam colchas bonitas, de seda, à janela, para a passagem da procissão. Este é um costume que existe em todo o país, Portugal (digo-o para os brasileiros que vêm a este blogue)(e outros).



E com a católica religião, a superstição popular. Mezinhas contra a inveja. Rezas ao Dr. Sousa Martins, médico português recente, invocado pelos espíritas como curador...
Significam, isto e o milagre do sol,  que  o culto de Santo António é sobretudo popular. Ainda hoje.




E lá vamos nós. Entre o Céu e a  Terra.




A propósito, quero ainda acrescentar o seguinte: na sua obra O Livro de S. Michele, Axel Munthe afirma que o povo italiano, na época em que escreveu o livro, na ilha de Capri, (lindíssima) acreditava mais em Santo António do que em Cristo.
VER AQUI 


(Para ver, neste blogue, mais reportagens fotográficas, feitas noutros anos, sobre o Santo António De Lisboa, clicar aqui embaixo, no link  Santo António De Lisboa)

Homenagem A Fernado Pessoa no 123º aniversário do seu nascimento


"Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso."
Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar.Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa raça."


(esta é a introdução à obra Mensagem de Fernando Pessoa, o seu único livro publicado em vida.)

Um dos posts mais procurados deste blogue é sobre a citação:
"Navegar é preciso; viver não é preciso."



VER AQUI


domingo, junho 12, 2011

Cidade linda e vária: manifestação no Rossio




Estas pessoas estão deitadas no chão como protesto. 
Um protesto agradável, dá vontade de lhes fazer companhia, depois de ter passeado pela cidade.


Vejo agora  a notícia no Público (clicar por cima do texto):


Cerca de cem pessoas deitaram-se hoje à tarde no Rossio em protesto contra “a falta de justiça social” e por uma “democracia verdadeira” em Portugal. A iniciativa, promovida pelo movimento “Democracia Verdadeira Já!” de Lisboa, surge depois de 12 dias de acampamento no Rossio.

Santo António nesta Lisboa tão linda



Casamentos de Santo António








Só para heteros. Mas também aceitaram casamento não-religioso.
Os noivos foram conduzidos em automóveis antigos.




(Para ver, neste blogue, mais reportagens fotográficas, feitas noutros anos, sobre o Santo António De Lisboa, clicar aqui embaixo, no link  Santo António De Lisboa)

Beato Zeferino, o Santo Cigano e a Cidade do Futuro



O papa Bento XVI resolveu homenagear, ontem e hoje, o povo cigano, dizendo-o vítima de discriminação e recordando que os ciganos foram também internados nos campos de concentração nazi, juntamente com os judeus.
Houve uma enorme peregrinação de ciganos de todo o mundo a Roma, ontem, e foi hoje celebrada uma missa numa igreja especial: uma igreja ao ar livre, em forma de circo romano, para que os ciganos não se sintam encurralados entre quatro paredes e dedicada ao Beato, na própria cidade de Roma.
Beato Zeferino, "El Pélé" foi mártir, tendo sido perseguido e morto em Espanha, onde vivia. Para homenagear o povo cigano, o Papa proferiu as seguintes palavras:




“Vocês estão na Igreja! Vocês são uma parte muito amada do Povo de Deus peregrino e recordam-nos que “não temos aqui em baixo uma cidade permanente, antes buscamos a cidade futura”.


Esta homenagem parece-me particularmente importante, pois encontramos o mais entranhado racismo em pessoas que parecem ser muito civilizadas e até "amorosas". Quando menos se espera, uma senhora delicada e amável, católica praticante (ou não), sai-se com uma frase como esta, para comentar um programa televisivo sobre tribos: "aqueles pretos horrorosos". (Como ouvi há poucos dias.)
Mas o próprio Papa é vítima de preconceitos, pois há pessoas que consideram nazis todos os alemães, pensando ainda que estão a ser generosas e igualitárias ao formularem este pensamento. E talvez os alemães decentes sejam obrigados a pensar, mais e mais vezes do que nós, no horror que foi o nazismo. Que aconteceu aqui. Na Europa. No século passado.
Aqui na Europa, onde o racismo e a xenofobia ainda se manifestam claramente "entre amigos e iguais", embora se proclame o pioneirismo da igualdade de direitos como valor "universal" porque foi daqui para o mundo.
Repito mais uma vez: gosto deste Papa. Acho-o muito melhor do que o anterior, pois não sou papista e não gosto de Papas.


E é tão longo caminho a percorrer! A caminho da "cidade futura"! Também chamada Jerusalém Celeste, entre outros nomes. Talvez os ciganos vão à frente, na sua deambulação. Pelo menos, procuram essa cidade. 
Onde nos encontraremos um dia. 




VER AQUI



(P.S.: A Igreja, redonda e ao ar livre, fica No Santuário de Nª Sª do Amor Divino.)

sábado, junho 11, 2011

Os gregos estão a ver-se gregos com o FMI

Os gregos estão-se a ver gregos com o FMI. Porque não trabalham, não desenvolvem...
Nós, pelo contrário, trabalhamos como galegos, como autênticos moiros, como negros, mas vemo-nos gregos na mesma.
Por causa do Sócrates que, apesar de não ser  o verdadeiro filósofo grego, nos fez a vida negra e nos está a fazer ver gregos.

quinta-feira, junho 09, 2011

Lá fomos, andando e rindo, a caminho da Troika

Fiquei a saber ontem um facto curioso: sabia que o governo de José Sócrates fez obras nas escolas, na sua maioria desnecessárias e que as ditas escolas públicas, que nunca tinham pago renda, começaram a pagar e logo foram aumentadas para o dobro. Sabia também que os professores e estudantes de Lisboa passavam muito bem sem o ar condicionado e o aquecimento central que agora têm e a que já se habituaram, extremamente dispendioso e que muitas vezes não pode ser ligado. Sabia também que em escolas velhas e talvez feias, nunca tinha chovido dentro do edifício, sendo que agora, remodeladas e tão bonitas que ficaram, chega a ser necessário encerrá-las porque ficam inundadas.
O que não sabia e fiquei a saber é que, pelo menos num caso, tendo sido abatidas as árvores existentes, foram plantadas mimosas vindas de... adivinhem de onde... não, não não... não adivinham.
Importadas de Itália. Mimosas italianas, grande luxo. 
As quatro que pegaram estão muito lindíssimas, mas as 14 que secaram...
E assim, importando mimosas de Itália, porque aqui não há árvores, lá fomos andando e rindo a caminho da Troika.

(N.B.: Parece que as mimosas italianas são o cúmulo do chique.)

quarta-feira, junho 08, 2011

Este Blogue

Este blogue, desde que existe, sempre criticou José Sócrates e a suas políticas, ao ponto de algumas pessoas o terem procurado e me terem procurado no Facebook, pensando que era de Direita.
A Nadinha é de Esquerda e também por isso se irritava tanto contra as políticas de direita do Partido assim Designado Socialista. E contra a corrupção e a incompetência, que a chocam mais numa esquerda que se pretende algo idealista, ou pelo menos ideológica.
Muito provavelmente, o blogue irá agora criticar este novo governo. Não tanto as pessoas, pois não são como Sócrates, mas sim as atitudes e as políticas.
Vou dar um tempo, talvez de dois ou três meses, que funcionará como benefício da dúvida.
É tão grande o alívio de não sermos obrigados a ver e ouvir José Sócrates, que esse alívio deve ser comemorado com o silêncio.
Acho alguma graça ao facto de o próximo primeiro ministro viver no subúrbios, o que muita gente snob acha "horrendo". Num partido de direita, onde está quase toda a gente que pensa assim... 


Acho que devemos dar um tempo e esperar para ver. 


Que importa o que foi dito em campanha... dito e desdito... alguém acredita no que é dito em campanha?
Pior do que o anterior, não pode ser.

terça-feira, junho 07, 2011

Esquerda

Nunca houve umas eleições tão dramáticas e simultaneamente tão ridículas como estas.
Ninguém sabia em que partido votar, embora toda a gente estivesse consciente de que deveria votar.
Mas o principal dilema era o da esquerda: votar PS, nunca, mas a CDU, pela primeira vez, meteu a cabeça na areia, fingindo que estava tudo óptimo, que bastava não pagar a dívida, ela que tanto acusa os outros de "alienação", usando esta mesma metáfora. O BE fez o mesmo, com  a agravante de ter apoiado, nas Presidenciais, o candidato do PS. 
Todos são inocentes até prova em contrário, mas, se Sócrates não é corrupto, é sem dúvida corruptor. Leva tudo atrás dele e sabe fazê-lo. 

domingo, junho 05, 2011

Acabou o pesadelo: Viva a derrota!

Acabou o pesadelo. O que vem aí não será bom, mas desvaneceu-se a ideia de estar sob uma força destruidora. Alguém que criou um péssimo ambiente de trabalho em quase todas as profissões, um enorme desemprego e sem haver vantagens nenhumas com isso para ninguém.
É só o que apetece dizer hoje. Este blogue já tem 5 anos, mas sempre disse mal do Sócrates, que esteve sempre no poder.
Amanhã acordaremos a lembrar-nos de que isto já está resolvido.
Onde está o empate técnico e o case-study de Sócrates ter grande popularidade? Andaram a enganar-nos.
Pela primeira vez ouvi quase até ao fim o discurso de Sócrates. Parecia o menino da lágrima.


Vai fugir!



sexta-feira, junho 03, 2011

Discurso de Sócrates em Barcelos interrompido por ovos arremessados do exterior


Vivam as galinhas!
Antigamente atiravam-se ovos podres, mas como vivemos em tempo de abundância, espatifam-se os ovos dentro do prazo de validade. Um desperdício!

Há uns anos  a esta parte, foram os estudantes que atiraram os ovos contra a malfadada ministra da educação só-cretina, a qual passou a visitar as escolas só aos sábados e aos domingos, insistindo em dar beijinhos às enojadas professoras, que lhe estendiam a mão de longe... ou não iam a tempo e tinham de dar mesmo os enojados beijinhos... que horror!
Imitados os estudantes, agora, pelos "mais velhinhos", que também atiram ovos...
CLICAR AQUI:
Discurso de Sócrates em Barcelos interrompido por ovos arremessados do exterior

quarta-feira, junho 01, 2011

A crise e as ervas do campo: Cicuta


Já coloquei esta foto tirada por mim e outras do género neste blogue e no blogue Escrevedoiros, mas nunca é demais recordar.
Trata-se de uma erva do campo, muito comum em Portugal e em todos os países mediterrânicos, bem como no Médio Oriente. Nasce nas bordas. É tão vulgar, que toda a gente já a viu. Confunde-se facilmente com  a cenoura brava por ter flores parecidas.
CLICAR AQUI CICUTA
A crise poderá fazer-nos voltar para as ervas do campo, para alimentação, tratamento de doenças, etc.
(Não entendo porque é que se riem...) mas prontus. Eu não me estava mesmo nada a referir ao suicídio de Sócrates, o grande filósofo grego. Com cicuta.



terça-feira, maio 31, 2011

Mensagem que encontrei no Facebook. Muito Importante

Sabia que nas legislativas de 2009, mais de metade dos eleitores não votaram nos partidos que nos governam há mais de 30 anos? A abstenção, o voto nulo e o voto branco reforçam os partidos dominantes e ajudam a que fique tudo na mesma. 
No dia 5, se não quer que os outros decidam por si, VOTE! 
Partilhe esta informação!

segunda-feira, maio 30, 2011

domingo, maio 29, 2011

Indícios de Oiro: Revolução Europeia... Árabe, Brasileira, ou Mundial



"Morte e Vida Severina" texto de João Cabral de Mello Neto, música de Chico Buarque. Cantado por Tânia Alves. Série da Globo.



Talvez a Europa deva voltar a dar "novos mundos ao mundo" ou, pelo menos, talvez seja o tempo de a Europa receber novos mundos do mundo.
Talvez o sistema normal já não baste. Talvez deva haver uma revolução.
Há indícios disso por toda a parte (indícios de oiro?) 
Na  África árabe, em Espanha, em Portugal, no Brasil...

Esperemos da juventude o que já não podemos esperar das pessoas instaladas na vida. Mas não esperemos que os jovens sejam tolerantes com os outros. Se não estivermos com eles.
Esta crise absurda, que parece a "Hora Absurda" significa que o caminho que seguimos é errado: não leva a lado nenhum. 
Que não seja eu mais uma sibila Cassandra, aquela em que ninguém acredita!

sábado, maio 28, 2011

O Estado da Nação : O Presente

- Ó filho, chega-me  a cadeira de rodas e os óculos de ver ao perto e os de ver ao longe e o aparelho de ouvir, porque eu tenho de ir trabalhar... ah, e a dentadura postiça, já me esquecia...
- Mas a avó já não pode...
- Ai eu não posso? E quem é que te sustenta a ti e á tua mulher e aos teus filhos? Tu já arranjaste emprego?
- Eu, não.
- E a tua mulher?
- Bem, ela trabalha na caixa do Pingo Doce...
- Pois, pois... mas ela não tirou um curso de Direito com média de 19?
- Tirar, tirou, mas não arranja emprego... até anda a fazer o doutoramento, mas...
- Então e tu não arranjaste um emprego como electricista?
- Arranjar arranjei, mas com as parcerias público-privadas... enfim... fui despedido.
- Mas e eu não te disse que te metesses na política, que arranjavas logo um emprego bom?
- Dizer disse, mamã, mas eu matriculei-me no MRPP.
- És atrasado mental? Eu não te disse que fosses para o PS, que arranjavas logo emprego na Parque Escolar e na Parpublica?
- Dizer disse...
- Chega-me as pastilhas do colesterol. E a lancheira com  a sopa, que elas lá na cantina do meu emprego só me dão alheiras de Mirandela guisadas e farinheira de Setúbal com favas e bola de carne e de presunto de Lamego. E fazem-me tão mal ao meu fígado! E ao meu castrol!
- Credo, avozinha! Porque é que só lhe dão essas comidas?
- Porque é a campanha: Comer o que é Nosso!
- Comer o que é Nosso!? Que lata! Tudo o que é nosso faz mal ao castrol. E engorda!
- Pois. Então e o teu filho, não tinha arranjado um emprego na Comunicação Social? Que acabou o curso com média de 20 valores? Deve ganhar bem...
- Não, ele só arranjou um posto como figurante nos casamentos de Santo António...
- Porquê?
- Bem, ele até é muito bom, a chefa até diz que o vai propor para a substituir quando se reformar... mas a chefa só se pode reformar quando tiver 69 anos, por causa da Merkel.
- Quantos anos faltam?
- Vinte!
- Mas o rapaz não tem SIDA? 
- Ter, tem.
- Então, nunca vai viver até a chefa se reformar...
- Pois, mas está a recibos verdes...
- Ah! Vá que não vá!
- Pois, mas não ganha nada!
- Também, porque é que ele se foi casar com aquele rapaz que tinha SIDA? E eu que tanto queria um neto!
- Vai ter duas netinhas. A irmã dele e a esposa dela estão ambas grávidas. 
- De quem?
- Era para ser deles os dois como dadores, mas como têm SIDA, são de dadores anónimos. Mas, prontos! Vai ter duas netinhas. Ou até mais! Netos é que não, que elas não querem. E votam todos no PS, por causa do casamento gay, claros. Prontos.
- Claro, vou ter uma carrada de bisnetas. Nenhum rapaz. E viveis todos à minha custa! E ainda me dizes que não vá trabalhar!
- Mas a mamã não pode...
- Já viste os outros que trabalham comigo? São todos muito mais velhos do que eu... muita sorte tendes vós, por eu ser contínua numa escola básica... e por ser candidata do PS à Junta da Freguesia.


Cenas dos próximos capítulos: 11º Referendo sobre o Aborto


(Clicando no link abaixo, encontrar-se-á outros textos com este título genérico. Aparecem todos a seguir a este.)

Finalmente, fala-se da empresa Parque Escolar

O Ministério da Educação está a pagar rendas à empresa pública Parque Escolar pela ocupação dos edifícios da Avenida de 24 de Julho, em Lisboa, que há três anos eram sua propriedade

Ver AQUI
Haverá aqui algo de estranho? Talvez não.
Ver cenas dos próximos capítulos.


VER TAMBÉM AQUI, NESTE MESMO BLOGUE, CLICAR POR CIMA

Ainda vejo muita coisa que não é minha!

Os proprietários do campo, mesmo se forem pequenos proprietários, quando deixam de ver bem ao longe, deixam de ver "tudo o que não é deles". 
- Ainda vejo muita coisa que não é minha! - Exclamam, para afirmar que vêem bem.


Pois é o meu caso. Vou mudar as lentes dos óculos, porque parti a parte de fora, mas só os uso para ver ao perto.
Contudo, há uns anos, em Cascais, caí na asneira de ir a um optometrista dono de um oculista. A consulta era grátis se comprasse os óculos. Após uma longa e conversadíssima consulta, em que, como se diz, se fartou de "arrotar postas de pescada", "o seu olho direito funciona mal, bem como a sua narina direita e o seu ouvido direito", receitou-me dois pares de óculos caríssimos, ou talvez só um par, mas com lentes progressivas... e coisa exorbitante. Como não comprei, tive de pagar a consulta, 25 Euros.


Disse-me a criatura que, quando eu tivesse uma determinada idade, não conseguiria ver um automóvel à minha frente, sem óculos. Não saberia o que era. Na altura, faltavam 5 anos para essa idade e fiquei muito assustada. Imaginava um grande automóvel vermelho à minha frente e eu a apontar e a perguntar, com uma voz fininha:
 - O que é isto? 


Agora já passaram esses cinco anos e depois passaram mais seis. Posso não ver muita coisa, mas vejo muito bem um automóvel. Anda mais se for vermelho, ou, como dizem as tias e os tios, se for encarnado. 
E, sobretudo, vejo muitíssimas coisas que não são minhas.


Profecias destas... nem a Sibila Cassandra!

sexta-feira, maio 27, 2011

Uma esquerda irreflectida e incapaz de lidar com a realidade e com o poder: violência nas Escolas: como se chegou a isto?

Nem sequer vou referir a ingenuidade das recentes teorias pedagógicas, baseadas na filosofia de Rousseau, segundo a qual "O homem é bom, a sociedade é que o corrompe", que nos oferece uma grande quantidade de anjinhos maquiavélicos. 
Nem sequer vou referir a atitude dos sucessivos Ministérios de Educação, que só querem que os alunos passem a todo o custo, mesmo sem saberem nada, para diminuirem esta coisa política e estatística chamada "insucesso escolar". 
Tal como acontece na religião, em que é tudo porreiro, menos os resultados, assim acontece na educação, em que nem são porreiros muitos dos pais, nem muitos dos professores, nem muitos dos filhos. Muito pelo contrário.
Vou só narrar um mito que existe na educação, um mito bacoco, que muito contribui para o caos actualmente existente.

Eu, Nadinha, soube dum caso, numa escola que acabou por fechar por falta de alunos... nessa e em muitas outras escolas existia (existe) o mito bacoco de que os professores e os alunos têm os mesmos direitos. As direcções que assim pensam são de esquerda, claro, uma esquerda irreflectida e incapaz de lidar com  a realidade e com o poder, como acontece com  a nossa actual esquerda.

Bem, nessa dita escola existia, como em muitas outras actualmente, a seguinte prática, e vou só dar um exemplo de práticas pedagógicas "ingénuas" e parvas: segundo a legislação, há uma tolerância de 10 minutos ao primeiro tempo e de 5 em todos os outros, para quem se atrasa. A partir daí, têm falta. 
Então, conclui-se que, sendo os direitos iguais, tanto tem falta um aluno como um professor que se atrase. Reparem nisto: se o professor se atrasa, o aluno "tem o direito" de não ter aula, o que faz imenso sentido para as crianças e os jovens, apesar de ser o contrário do direito à educação, ou seja, o direito de ter aulas. 
Então, verifica-se o seguinte: o aluno tem o direito a não ter aula e a ir brincar e fazer arruaças para onde lhe apetecer, o professor, dado que tem direitos iguais, tem o direito de ser humilhado publicamente por alunos e funcionários (são os funcionários, hierarquicamente muito inferiores aos professores, que marcam as faltas aos professores). Para além de haver funcionários muito temperamentais, é claro que o relógio dos alunos funciona segundo a conveniência dos mesmos e, neste caso, de acordo com a maioria, que o atrasa ou adianta, conforme lhe dá mais jeito.
Sendo assim, se o professor se atrasou 3 minutos poderá ter falta, embora possa não marcar falta a um aluno que se atrasou 30 minutos, ou por bondade, ou por tolerância, ou por estupidez, ou ainda porque tem medo dele. É claro que não poderá dar aula, pois todos os seus alunos têm o direito de zarpar a grande velocidade, injuriando-o enquanto se retiram e apontando para os relógios e telemóveis, cuja hora alteraram.

Não pensem que exagero: sei do que estou a falar!
O direito à não-educação é muito mais perceptível para os estudantes do que o direito a apanharem uma seca e uma estopada, tendo aulas. E os adultos não refletem de maneira muito diferente, nem muito mais profunda...
(N.B.: É por eu ser de esquerda e estar entre a espada e a parede nestas eleições que reflicto desta maneira - a crítica é importante).

segunda-feira, maio 23, 2011

Teoria da opinião contrária

"Quando todos pensam da mesma maneira, ninguém está realmente a pensar"
Walter Lippman

Esta frase é de tal modo verdadeira, que existe a "Teoria da opinião contrária", aplicável aos investimentos nas bolsas de valores. Assim: quando toda a gente pensa que a bolsa vai subir, é porque vai cair e vice-versa. Mas tem de ser mesmo uma opinião generalizada.
Giro, não é?

domingo, maio 22, 2011

Aung San Suu Kyi


Reparem nesta fotografia de Aung San Suu Kyi:

Esta mulher frágil e doce, que passou grande parte da sua vida na prisão porque protesta, porque é perigosa para o poder instituído... porque quer mudar e isso é inaceitável para quem manda, deve, ou pode, inspirar-nos.

A foto representa-a no dia em que foi libertada. Ainda agarrada às grades que a separaram do mundo e com um ar orgulhoso, sereno, firme e vitorioso re feliz... apoiada nas grades. E sem ódio.



I always consider myself free because my mind is free. Ver entrevista aqui.

sábado, maio 21, 2011

Língua Portuguesa no Brasil

Imaginam este debate aqui em Portugal? 
Considerar a linguagem popular, "não erudita, como se fosse um dialeto"?
Para sermos todos iguais, os que falam de uma maneira e os que falam da outra?
Então, foi publicado no Brasil um livro de educação para jovens e adultos, no âmbito de um programa do Ministério da Educação, em que aparecem frases no tal "dialeto" como "nós pega o peixe".
Ministério da Educação considera que não deve interferir na polémica que foi gerada, porque não lhe compete.
Questão interessante...

quinta-feira, maio 19, 2011

Quando sairá o filme americano sobre Strauss Kahn? E o francês? E o português?

Para quando o filme americano do Dominique Strauss Kahn? Acusando-o, claro, de ser um tenebroso mulherengo... sexista, violento e tremendo, como os há aos molhos nos filmes americanos? Ou é condenado no fim, ou libertado no início.
E a versão francesa, mostrando o Diretor do FMI cheio de dúvidas existenciais, dividido entre a atração que sente pela empregada do bar e a que sente pela empregada de quarto, e logo depois dividido entre a atração que sente pelos maridos das duas e pelo amante da esposa?
Na primeira cena, a personagem principal, abraçada a um jovem e belo negro, chora, afirmando que gosta demasiado de mulheres, o que lhe parece contraditório com o igualitarismo socialista, que sempre professou. Logo a seguir, pega mo Ipad e realiza cálculos sobre o juro a aplicar à dívida portuguesa.

Não perca, num cinema perto de si. 

E para muito mais tarde e com muita mais calma, o filme português do Manoel de Oliveira. O único cenário é o quarto de hotel, a única ação é a rapariga a dizer, em guineense: Ké Frô? O que foi entendido, erroneamente, como um convite a algo mais... dada a óbvia semelhança entre a palavra frô e a palavra "fror", da poesia medieval trovadoresca.
Tudo o mais se baseia no trocadilho e na indecisão conceptual entre os seguintes termos: dúvida interna, dívida externa... dívida interna, dúvida externa, etc.
Na cena final, alguém (não se percebe quem é) ri às gargalhadas, com o ar de quem não acha graça nenhuma e, após vários minutos a rir desta maneira, fica muito sério e diz: 
- Pois.
(Frase que pode ser interpretada de diversas maneiras, claro).


É nesse momento que o rapaz dos bilhetes vai acordar os três espectadores que conseguiram aguentar as cinco horas de filme sem intervalo. Um deles está morto e supõe-se que morreu de tédio existencial.

A Meretriz Nazi

A MérKula quer subir a idade de reforma na terra dela, para 69 anos. Tão pouco? E porque não 82?
E quer que os portugueses tenham menos férias e trabalhem mais e até ao 69. Esta tendência dos alemães para mandarem em casa alheia...
Mas os políticos portugueses permitem estas humilhações públicas de todo o povo português, da Mérkula e dos Verdadeiros Não-Sei-De-Aonde... Não deveriam protestar, ou pelo menos responder, como fazem os espanhóis?




"o governo de Madrid rejeitou de imediato a proposta de Merkel unificar as férias e a idade de reforma na União Europeia"

Ao que parece, os próprios alemães responderam que, em média, os portugueses trabalham até mais tarde e têm menos férias que os alemães...

quarta-feira, maio 18, 2011

A coelha e a cágada

Num curso de Escrita Criativa que ando a frequentar, a ver se me inspiro, exigiram-me que contasse o conto da lebre e da tartaruga sem nunca usar a letra u. O resultado podia ser melhor, mas... se virem algum u, digam.


Eram três vezes, digo três, por ser a "conta - Jeová a fez", a história da lebre e da alimária chamada cágado. Fémea. Eram amigas, mas destestavam-se solenemente, como se detestam às vezes os amigos, por serem diferentes e opostos: a lebre era rápida, a cágada era lentíssima. E as outras diferenças entre elas eram idênticas a estas.
Contaram-me esta história três vezes de cada vez, "por ser três a conta - Jeová a fez"  e para me ficar para sempre na memória. Até hoje. E é assim, como ides ouvir três vezes.


Certo dia, a cágada desafia a lebre:
- Vamos correr desde esta árvore, a partida, até à meta, ali abaixo. Partimos ambas ao mesmo tempo. Chega você primeiro? Vence a lenta da cágada? Vence a rápida lebre? Veremos! Borá lá?
Espantada, a coelha responde, a rir:
- Bora Lá! Mas, como é claro ser a egas a chegar primeiro, pois a egas corre mais, pode você ir andando. Espero por você três horas, pelo menos e só depois parto da linha da partida.
- A carapaçada, talhada para aproveitar todas as ocasiões, as que fazem os grandes ladrões, os grandes vilões, os grandes peixões e os marmanjões, com grande freima e com maior descaramento, aceita a enorme vantagem e começa logo a corrida, andando às vezes devagar, às vezes ficando parada, tão devagar e tão parada, ao ponto de fazer perder os nervos à coelhita. Em dado momento, a lebre desata a rir. Ri-se às gargalhadas tanto, tanto tanto... De repente, fica com dores de barriga de rir e vai à farmácia mais próxima, comprar três caixas de Kompensan.
Já na farmácia, a dita coelhone encontra a vizinha do andar de cima, a chata. A chata começa logo a lamentar-se do marido, também chato, e da tia, ainda mais chata. E da vizinha da frente, essa então... A coelhone já estava farta e ia a sair, mas a vizinha ainda acrescenta:
- Lembra-se da minha empregada doméstica?... blá blá blá...
Enfim, todos fazemos fretes...
Quando a lebre chega, a correr, à meta... Enfim, toda a gente sabe o resto: a carapaçada já lá estava à espera e satisfeitíssima:
- Estás a ver?
- Sim, claro... mas as lebres, pelo menos, ainda podem desaparecer a grande velocidade para escapar às histórias secativas dos chatos e das vizinhas. Você, pelo contrário, há-de apanhar cada seca! (e narra-lhe o episódio da farmácia)
- Não, está você enganada! Elas não têm pachorra para andar devagar. Começam a contar a história e de repente, no melhor da festa, dizem assim:
- - Olhe, gostei de falar consigo, mas o marido está farto de esperar e o jantar está no fogão e o fogão a gás ligado e, portanto, tenho de ir.
- - Ah, sorte tem você! ... Então deve ser por isso que o nosso país está na parte de trás, comprida e fininha da CEE! Os lentos e os atrasados estão sempre, entre nós, à frente, e nós, as alimárias despachadas, esforçadas e com as competências, perdemos sempre todas as corridas.


(Cenas dos próximos episódios: a cágada e a lebre concorrem às eleições presidenciais. Não perca.)

terça-feira, maio 17, 2011

Água para elefantes



Este é um daqueles filmes que nos ficam na memória e que regressam a ela sempre que podem, sempre que há espaço, como algo de belo e de suave a recordar.

sexta-feira, maio 13, 2011

Os pintassilgos de Catroga


Estive alguns dias, como quase todos os bloggers, sem ter acesso aos meus blogues, porque o blogspot esteve com um bloqueio e os blogues só apresentavam a possibilidade de leitura.
E nem pude dar uma opinião sobre assunto de suma importância para a nação: os pintassilgos de Catroga.

Terá este candidato a ministro das Finanças, Eduardo Catroga, afirmado que os jornalistas só se preocupam em discutir uma determinada variedade de pintassilgos, designada em latim por "puffinus obscurus", ou, em português, por "pintelhos", como se poderá verificar consultando um bom dicionário.

A provar que o ministro tem razão, em poucas horas esta palavra portuguesa passou a ser a mais utilizada no Twitter português. E não se falou doutra coisa em lado nenhum.

O provável futuro ministro das Finanças promete não ser tão chato como os outros, visto que tem sentido de humor, capaz de fazer rir um país inteiro e de franzir de horror os mais púdicos, o que também se torna divertido..

quarta-feira, maio 11, 2011

O Patos mudos não Voam

 
Nesta terra (Imunda) existe a ideia de que "o respeitinho é muito bonito", de que é bom não fazer ondas... etc...

Isto é particularmente fácil de fazer para quem não tem um pingo de senso crítico. Para quê, então, cansarmo-nos a desenvolver esta capacidade, mais a inteligência, a memória e todas essas coisas desnecessárias, imúteis e mesmo perigosas?

O único inconveniente é este: os patos mudos não voam