Uma minha amiga, "demasiado tímida" (ironia) para fazer aqui um comentário, respondeu por email aos posts precedentes.
Sendo uma adepta da agricultura biológica e da comida biológia, ficou banzada ao saber que existe em Lisboa um grande supermercado biológico. E tão perto da minha casa que vou lá muito e até já sabem o meu nome: não me chamam Nadinha... digo outro nome...
Aqui vai o contacto. Ainda que seja só por curiosidade, sempre se aprende alguma coisa.
http:/ www.brio.pt/
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
quinta-feira, agosto 06, 2009
Ainda as amoras
Falando outro dia com uma senhora de idade, descobri que ela não conhecia uma tradição, que deve ser só do Norte, ali pela zona de Amarante e de que já falei aqui.
A ideia de que o diabo anda à solta no dia de São Bartolomeu e urina nas amoras, portanto elas não se podem comer depois desse dia.
AQUI
Falo de Amarante, porque esta terra tem uma grande igreja que tem várias representações do Diabo e ouvi falar de qualquer coisa a respeito do assunto, que já esqueci.
Apesar de ter esquecido, tem a ver com o culto do Diabo. Satanismo? Creio que ouvi falar disto como investigação ao nível da cultura popular...
A ideia de que o diabo anda à solta no dia de São Bartolomeu e urina nas amoras, portanto elas não se podem comer depois desse dia.
AQUI
Falo de Amarante, porque esta terra tem uma grande igreja que tem várias representações do Diabo e ouvi falar de qualquer coisa a respeito do assunto, que já esqueci.
Apesar de ter esquecido, tem a ver com o culto do Diabo. Satanismo? Creio que ouvi falar disto como investigação ao nível da cultura popular...
terça-feira, agosto 04, 2009
Amoras silvestres
Hoje, no supermercado biológico, estão em promoção as amoras silvestres.
100 gramas só custam 2 Euros, mais exactamente, 1 Euro e 99 cêntimos.
Oh que saudades das amoras silvestres inteiramente grátis e altamente biológicas que há por todo o lado menos aqui!
E pensar que as pessoas não lhes dão valor: nunca vi ninguém apanhar bastantes para levar para casa, para fazer compota, tartes...
Outra coisa que tem o supermercado é beldroegas. São boas e existem por toda a parte incuindo as ruas menos movimentadas de Lisboa. Isto para nem falar das urtigas. Os espinafres selvagens são melhores do que os outros, mas não existem assim em toda a parte.
Imaginem, há pessoas que passam fome e nem lhes passa pela cabeça comer estas coisas...
Nem as beldroegas selvagens nem os espinafres ou as urtigas tiveram químicos, claro.
Oh, como me apetece comer amoras quentes, aquecidas pelo Verão!
100 gramas só custam 2 Euros, mais exactamente, 1 Euro e 99 cêntimos.
Oh que saudades das amoras silvestres inteiramente grátis e altamente biológicas que há por todo o lado menos aqui!
E pensar que as pessoas não lhes dão valor: nunca vi ninguém apanhar bastantes para levar para casa, para fazer compota, tartes...
Outra coisa que tem o supermercado é beldroegas. São boas e existem por toda a parte incuindo as ruas menos movimentadas de Lisboa. Isto para nem falar das urtigas. Os espinafres selvagens são melhores do que os outros, mas não existem assim em toda a parte.
Imaginem, há pessoas que passam fome e nem lhes passa pela cabeça comer estas coisas...
Nem as beldroegas selvagens nem os espinafres ou as urtigas tiveram químicos, claro.
Oh, como me apetece comer amoras quentes, aquecidas pelo Verão!
segunda-feira, agosto 03, 2009
Zu
- Olá! Como é que você se chama?
- .............
- O seu nome normal, quero dizer.
- Zu.
- Olá Zu.
- Olá. O que é que tu queres?
- Não quero nada, só estou a ver.
- Não queres nada? Para que é que vieste aqui?
- Para ver. Pode ser que escolha alguma coisa, depois.
- Essa tem uma tampa. Tira-se assim. Tem os dedos assim. Quer dizer que tem os olhos fechados assim.
- Ai sim? Pensei que era o Buda.
- Não, é uma chinesa.
- Ah! Uma deusa...
- Se ela tivesse os dedos assim, queria dizer que tinha os olhos abertos. Assim.
- Em que ano é que você anda a estudar?
- Na escola primária!
- Está a correr bem?
- A escola corre muito mal. Muito mal!
- Ai sim? Mas você fala bem português...
- Eu falo português mal.
- Porque é que a escola corre mal?
- Eu vomito a escola.
- Ai sim? E que mais?
- Dói barriga. Muiiiito! Assim. Aqui. Dói muito!
- Zu, você tem medo da sua professora?
- Eu tenho medo. Muiiiiiito! Eu tenho medo da professora. Muiiiiiito!
- Zu, então é por isso que lhe dói a barriga. E que vomita. É por ter muito medo da sua professora.
- Não!
- Sim!
- Porquê?
- Quando a gente tem muito medo, dói a barriga.
- E vomita?
- Se tiver muito medo, vomita.
- Ah!
- Zu, porque é que você tem tanto medo da sua professora?
- Ela bate. Ela levanta a saia e bate com a régua. Muito!
- Ah! Ela bate em todas as raparigas?
- Não. Só bate quando se portam mal.
- Ó Zu! Você porta-se mal?!!!
- Só às vezes.
- Às vezes o que é que você faz?
- Às vezes eu vomito a escola. E às vezes eu falo português mal.
Terra Imunda! Até enjoa andar aqui.
- Zu, qual é a sua escola?
- Alcântara.
- A sua mãe tem de ir falar com a sua professora. Tem de lhe dizer que não lhe bata. Ou mudá-la de escola. Diga-lhe isso, porque a sua mãe não percebe o que eu lhe digo. E para o ano vai correr bem, a escola.
[Escrito e postado dois anos depois, Setembro de 2011]: Não comprei nada. Procurei dar alguma coisa, mas não creio ter dado nada.
A Zu voltou para a China, foi viver com os avós. E como pode ser difícil, mesmo impossível, a educação na China! Agora a mãe já fala português e explica-me isto. Não se dava aqui em Portugal...
Qual terá sido a avaliação desta professora, que espancava a Zu por, alegadamente, não falar corretamente português?? Imagino que boa, até deve ser mesmo a diretora! Com a tradição de autoritarismo que temos tido...
sábado, agosto 01, 2009
Sputnik, meu amor
Confesso que adiei indefinidamente a leitura deste livro do japonês Haruki Murakami, considerado um livro de culto e um autor de culto e confesso que o fiz por puro preconceito.
Esperava, num autor japonês, que falasse do Japão e Sputnik não tem nada a ver com o Japão.
Preconceito: acaso os meus livros falam de Portugal? Realmente não. Só o texto " A Ilha das Cruzes" que é uma comédia e que se refere ao Sec. XVIII.
Num planeta global, não devemos esperar exotismo. Não há exotismo.
Sputnik refere-se àquele satélite, o primeiro, que foi para o espaço, levando uma cadela, a Laika.
Genialmente, refere-se à solidão da cadela, olhando para o espaço sideral, o primeiro ser a vê-lo, mas sem observar coisa alguma, talvez sentindo a falta das pessoas... ou dos cães e das cadelas.
Este livro fala da solidão contemporânea. Não necessariamente uma coisa má, digamos que sobretudo, uma coisa nova. E muito familiar a todos nós.
Já aqui tenho falado da solidão, mas duvido que me tenham entendido. Não estava a lamentar ninguém... a solidão não me parece pior do que o excesso de companhia. Pelo contrário.
O narrador do livro é um professor primário japonês, a passar as férias de Agosto, prosaicamente, em Tóquio, a terra onde vive. Fazendo "amor" esporadicamente com mulheres que não têm significado para si. Apaixonado por uma incipiente mas muito vocacionada escritora literária, que parece ser autista, até ao momento em que se apaixona ela mesma por...
Uma mulher casada.
E o resto... Bem, felizmente, ainda não li.
Desejem-me momentos de agradável leitura. Bem merecemos, todos nós, depois de tanto "trash".
Tradução de Trash: os americanos inventaram o lixo em múltiplos aspectos, mas também inventaram a designação de coisas que não valem nada como sendo lixo: lixo televisivo, lixo literário, lixo espacial...
Já se tornou quase difícil distinguir o que é lixo do que é oiro puro. O lixo pode ser doirado...
Este livro é oiro puro. Leiam.
Esperava, num autor japonês, que falasse do Japão e Sputnik não tem nada a ver com o Japão.
Preconceito: acaso os meus livros falam de Portugal? Realmente não. Só o texto " A Ilha das Cruzes" que é uma comédia e que se refere ao Sec. XVIII.
Num planeta global, não devemos esperar exotismo. Não há exotismo.
Sputnik refere-se àquele satélite, o primeiro, que foi para o espaço, levando uma cadela, a Laika.
Genialmente, refere-se à solidão da cadela, olhando para o espaço sideral, o primeiro ser a vê-lo, mas sem observar coisa alguma, talvez sentindo a falta das pessoas... ou dos cães e das cadelas.
Este livro fala da solidão contemporânea. Não necessariamente uma coisa má, digamos que sobretudo, uma coisa nova. E muito familiar a todos nós.
Já aqui tenho falado da solidão, mas duvido que me tenham entendido. Não estava a lamentar ninguém... a solidão não me parece pior do que o excesso de companhia. Pelo contrário.
O narrador do livro é um professor primário japonês, a passar as férias de Agosto, prosaicamente, em Tóquio, a terra onde vive. Fazendo "amor" esporadicamente com mulheres que não têm significado para si. Apaixonado por uma incipiente mas muito vocacionada escritora literária, que parece ser autista, até ao momento em que se apaixona ela mesma por...
Uma mulher casada.
E o resto... Bem, felizmente, ainda não li.
Desejem-me momentos de agradável leitura. Bem merecemos, todos nós, depois de tanto "trash".
Tradução de Trash: os americanos inventaram o lixo em múltiplos aspectos, mas também inventaram a designação de coisas que não valem nada como sendo lixo: lixo televisivo, lixo literário, lixo espacial...
Já se tornou quase difícil distinguir o que é lixo do que é oiro puro. O lixo pode ser doirado...
Este livro é oiro puro. Leiam.
sexta-feira, julho 31, 2009
E quem corrige os exames de Português?
Esta pergunta deveria ser também tema de investigação jornalística. Senão, reparem:
Os exames de Português do 12º apresentam sempre incríveis oscilações, dado que a nota depende em grande parte de quem corrige. Como se avalia uma redacção sobre a liberdade ou sobre o consumismo? Um professor acha-a original, o outro absurda. Um acha-a banal e o outro interessante.
Há ainda o caso das vírgulas, por exemplo: alguns professores acrescentam vírgulas não obrigatórias e descontam por cada uma que falta. Se o texto é extenso, arrisca-se a perder muitos pontos, por erro de quem corrigiu.
Há ainda o caso da incompetência: quem disse que todos os professores são competentes? E que todos se esforçam por fazerem o trabalho bem feito? E por merecer o que ganham, seja muito ou pouco? Mas este assunto não está na moda.
Por estas e por outras, o exame de Português era até há dois anos corrigido por um júri de 2 pessoas, mas agora já não é.
Resultado: na mesma escola, alunos que costumam ter 18 têm 10 ou mesmo 8, até à letra M. A partir dessa letra, alunos que costumavam ter negativa tiveram 11 ou 12. Porquê? Porque os exames foram corrigidos por uma pessoa até à letra M e por outra a partir daí. Isto aconteceu em várias escolas. Daí que haja muitos mais pedidos de reapreciação a Português do que a qualquer outra disciplina e nalgumas escolas quase todos pedem.
Vejamos 2 alunos ou alunas da mesma turma: uma tinha 19 a Português, a outra tinha 8, notas dadas por vários testes, comparadas com outras notas a outras disciplinas, tudo perfeitamente legítimo. No exame, corrigido apenas por uma professora, ambas tiveram 12. Pior, a de 19 teve 10, a de 8 teve 11. Isto é vulgar e banal. Basta que a aluna boa se chame Andreia e a má Teresa, ou vice-versa, o que significa que os exames foram corrigidos por pessoas diferentes.
Outra pergunta legítima: o que é que acontece a estas pessoas que corrigem mal, perguntar-se-á? Se as notas que deram forem alteradas de forma substancial?
Resposta: nem sequer são informadas disso e ainda podem oferecer-se para fazer reapreciações, que são bem pagas.
Quanto aos estudantes, se querem ver o seu exame reapreciado, deverão pagar 15 Euros e sujeitarem-se a que a nota baixe, em vez de subir. O que pode acontecer porque...
Se o professor subir a nota 2 ou mais valores, o teste será reapreciado por uma terceira pessoa. Terceira pessoa a chatear... Se baixar, mesmo que seja mais de 2 valores, não é necessária outra opinião.
Mas parece que ninguém se toma destas dores... nem de outras.
Este post comenta esta notícia do Público
quinta-feira, julho 30, 2009
Gripe suína de 1976
O medo da gripe suína, que afeta todo o mundo neste momento, foi sentido nos Estados Unidos há 33 anos. Em 1976, o então presidente Gerald R. Ford determinou a vacinação em massa da população como forma de evitar a doença, medida que resultou em um fim trágico: uma pessoa morreu pela gripe --e ao menos 25 por terem tomado a vacina.
Clicar em cima deste texto
Também recebi este mail, não sei qual é a sua origem, mas faz sentido, pelo menos em parte.
Que interesses económicos se movem por detrás da gripe porcina??? No mundo, a cada ano morrem milhões de pessoas vitimas da Malária, que se podia prevenir com um simples mosquiteiro. Os noticiários, disto nada falam! No mundo, por ano morrem 2 milhões de crianças com diarreia que sepoderia evitar com um simples soro que custa 25 cêntimos. Os noticiários disto nada falam! Sarampo, pneumonia e enfermidades curáveis com vacinas baratas,provocam a morte de 10 milhões de pessoas a cada ano. Os noticiários disto nada falam! Mas há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves… …os noticiários mundiais inundaram-se de noticias… Uma epidemia, a mais perigosa de todas…Uma Pandemia! Só se falava da terrífica enfermidade das aves. Não obstante, a gripe das aves apenas causou a morte de 250 pessoas,em 10 anos…25 mortos por ano. A gripe comum, mata por ano meio milhão de pessoas no mundo. Meio milhão contra 25. Um momento, um momento. Então, porque se armou tanto escândalo com a gripe das aves? Porque atrás desses frangos havia um “galo”, um galo de crista grande. A farmacêutica transnacional Roche com o seu famoso Tamiflú vendeu milhões de doses aos países asiáticos. Ainda que o Tamiflú seja de duvidosa eficácia, o governo britânico comprou 14 milhões de doses para prevenir a sua população. Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram milhões de dólares de lucro. Antes com os frangos e agora com os porcos. Sim, agora começou a psicose da gripe porcina. E todos os noticiários do mundo só falam disso… Já não se fala da crise económica nem dos torturados em Guantánamo… Só a gripe porcina, a gripe dos porcos… E eu pergunto-me: se atrás dos frangos havia um “galo”… atrás dos porcos… não haverá um “grande porco”? A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflú.O principal accionista desta empresa é nada menos que um personagem sinistro, Donald Rumsfeld, secretario da defesa de George Bush, artífice da guerra contra Iraque…
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Também recebi este mail, não sei qual é a sua origem, mas faz sentido, pelo menos em parte.
Que interesses económicos se movem por detrás da gripe porcina??? No mundo, a cada ano morrem milhões de pessoas vitimas da Malária, que se podia prevenir com um simples mosquiteiro. Os noticiários, disto nada falam! No mundo, por ano morrem 2 milhões de crianças com diarreia que sepoderia evitar com um simples soro que custa 25 cêntimos. Os noticiários disto nada falam! Sarampo, pneumonia e enfermidades curáveis com vacinas baratas,provocam a morte de 10 milhões de pessoas a cada ano. Os noticiários disto nada falam! Mas há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves… …os noticiários mundiais inundaram-se de noticias… Uma epidemia, a mais perigosa de todas…Uma Pandemia! Só se falava da terrífica enfermidade das aves. Não obstante, a gripe das aves apenas causou a morte de 250 pessoas,em 10 anos…25 mortos por ano. A gripe comum, mata por ano meio milhão de pessoas no mundo. Meio milhão contra 25. Um momento, um momento. Então, porque se armou tanto escândalo com a gripe das aves? Porque atrás desses frangos havia um “galo”, um galo de crista grande. A farmacêutica transnacional Roche com o seu famoso Tamiflú vendeu milhões de doses aos países asiáticos. Ainda que o Tamiflú seja de duvidosa eficácia, o governo britânico comprou 14 milhões de doses para prevenir a sua população. Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram milhões de dólares de lucro. Antes com os frangos e agora com os porcos. Sim, agora começou a psicose da gripe porcina. E todos os noticiários do mundo só falam disso… Já não se fala da crise económica nem dos torturados em Guantánamo… Só a gripe porcina, a gripe dos porcos… E eu pergunto-me: se atrás dos frangos havia um “galo”… atrás dos porcos… não haverá um “grande porco”? A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflú.O principal accionista desta empresa é nada menos que um personagem sinistro, Donald Rumsfeld, secretario da defesa de George Bush, artífice da guerra contra Iraque…
quarta-feira, julho 29, 2009
Romances best-sellers esquecidos
Continuando o post anterior, são de facto vários os escritores e mesmo as escritoras que foram autores de best-sellers a meados do século XX e que, algumas décadas depois, foram já inteiramente esquecidos.
Ouviram falar da escritora portuguesa Virgília Vitorino? Ainda são muitos os que sabem ou souberam de cor os seus poemas, mas são muitos mais aqueles que nunca ouviram falar de tal personagem.
E o livro famosíssimo "John o Chauffer Russo"? Li-o, assim que ouvi falar dele, comprado num alfarrabista, isto já há uns anos. O autor é Max du Veuzit.
Pessoalmente não tenho memória destes escritores, apenas sei que foram uma coqueluche do seu tempo, uma nacional e a outro internacional.
De quem me lembro bem é do Lobsang Rampa. Muita gente ainda tem a obra completa deste autor, que se dizia tibetano mas era um inglês que nunca tinha ido sequer, ao Tibete. Afirmava, logo no início, que o livro era verdadeiro e finalmente, para explicar todas estas incongruências, disse que tinha sido todas aquelas personagens em encarnações anteriores.
A própria mulher, senhora qualquer coisa Rampa, chegou a publicar uns livros sobre gatos, sobre as reencarnações do seu gato, livro que também foi best-seller.
Parece que estamos sempre no mesmo ponto.
Pessoalmente, estou a reler pela eneésima vez um livro da Pearl Buck "Mulheres": Não é o meu preferido, mas não posso ler sempre "Terra Bendita" e "Os Filhos de Wang Lung (Estes último livro é a continuação do primeiro referido). De certa forma, é um dos poucos escritores que ganhou o prémio Nobel da Literatura e que o mereceu.
Seguramente, Winston Churchill não foi um dos outros, apesar de o ter ganho com a sua autobiografia. Para só dar um exemplo. Há neste momento um movimento na Internet contra a sua atribuição ao dramaturgo italiano Dario Fo, para dar outro exemplo.
Ouviram falar da escritora portuguesa Virgília Vitorino? Ainda são muitos os que sabem ou souberam de cor os seus poemas, mas são muitos mais aqueles que nunca ouviram falar de tal personagem.
E o livro famosíssimo "John o Chauffer Russo"? Li-o, assim que ouvi falar dele, comprado num alfarrabista, isto já há uns anos. O autor é Max du Veuzit.
Pessoalmente não tenho memória destes escritores, apenas sei que foram uma coqueluche do seu tempo, uma nacional e a outro internacional.
De quem me lembro bem é do Lobsang Rampa. Muita gente ainda tem a obra completa deste autor, que se dizia tibetano mas era um inglês que nunca tinha ido sequer, ao Tibete. Afirmava, logo no início, que o livro era verdadeiro e finalmente, para explicar todas estas incongruências, disse que tinha sido todas aquelas personagens em encarnações anteriores.
A própria mulher, senhora qualquer coisa Rampa, chegou a publicar uns livros sobre gatos, sobre as reencarnações do seu gato, livro que também foi best-seller.
Parece que estamos sempre no mesmo ponto.
Pessoalmente, estou a reler pela eneésima vez um livro da Pearl Buck "Mulheres": Não é o meu preferido, mas não posso ler sempre "Terra Bendita" e "Os Filhos de Wang Lung (Estes último livro é a continuação do primeiro referido). De certa forma, é um dos poucos escritores que ganhou o prémio Nobel da Literatura e que o mereceu.
Seguramente, Winston Churchill não foi um dos outros, apesar de o ter ganho com a sua autobiografia. Para só dar um exemplo. Há neste momento um movimento na Internet contra a sua atribuição ao dramaturgo italiano Dario Fo, para dar outro exemplo.
terça-feira, julho 28, 2009
Romances Pink
Morreu recentemente Corin Tellado, a autora mais lida em Espanha a seguir a Cervantes e à Bíblia. A sua morte passou quase despercebida, pois os seus romances cor-de-rosa já não são lidos, as pessoas têm mesmo vergonha de os ter e as bibliotecas deitam-nos ao "lixo" (reciclagem) aos milhares para desentupir as estantes, até porque estão estragados e mesmo apodrecidos de terem sido lidos tanta vez.
Vem isto a propósito de 2 best-sellers que li recentemente, um deles promovido planetariamente pela Oprah, juntamente com tachos e panelas e sem nenhum lucro para ela, claro.
Chama-se esse "Comer, Orar, Amar".
Conta a história verídica duma americana que resolveu divorciar-se e se sentiu muito culpada por isso. Ficou tão infeliz que resolveu passar a vida a viajar para esquecer.
Em Itália fica um pouco melhor de tanto comer massa, no Oriente, sobretudo na Índia e depois na Indonésia, sente-se muito melhor devido às experiências místicas que decidiu viver, tudo muito "new age" e na Indonésia, no fim do livro, acaba por se sentir fantástica, devido a um rapagão que conheceu e com o qual descreve um relacionamento tórrido à americana. Resta acrescentar que este homem seria dum nível sócio-económico muito inferior, sobretudo porque, nos Estados Unidos, seria imigrante, asiático e não-branco. Acabou tudo muito bem, ele ficou na terra dele, ela foi para a dela e encontram-se muitas vezes.
Segundo livro "O Quarto Mágico". Este livro oferece um saquinho vermelho com chá de alfazema e com fitinhas.
É uma história muito complicada, passada numa terreola da América do Norte (Estados Unidos), com toda aquela mentalidade hiper-moralista, tendo à mistura fantasmas que falam e interagem com todo o mundo.
Donde se concui que os bons e desinteressados têm sempre sucesso, ao contrário dos maus e interesseiros que são sempre castigados. Como todos nós sabemos, de resto.
Os rapagões dão murros uns nos outros, à americana, as raparigas sentem-se protegidas. Tal como no romance de que falei antes e nos de Corin Tellado, os rapagões pobres são desinteressados, bons e belos.
Neste último, por exemplo, o carteiro entra no enorme Cadillac da namorada e diz-lhe qualquer coisa assim: "Este carro não é mau. Chega-te para lá, que eu conduzo." A jovem sente-se muito agradecida, claro, embora se surpreenda que um rapaz que nem tem automóvel só ache que o Cadillac não é mau.
Neste interim, a mãe da rapariga, uma viúva riquíssima e cheia de manias chiques, reapaixona-se pelo taxista da cidade (mais aldeola que cidade) e são todos muito felizes.
Todos estes livros se lêm muito bem e depressa, até por nos quererem fazer acreditar que o mundo é exctamente como deveria ser. O amor resolve tudo, o dinheiro não importa mas está sempre do lado dos bons e do amor.
Curioso este repescar do tópico romântico (sec. XIX) da união amorosa entre pessoas de classes diferentes. É estranho porque hoje em dia, através da educação e do desenvolvimento económico, há um cero nivelamento e as pessoas tendem a esquecer estas diferenças. A não ser as pessoas que gostam de ler as revistas cor-de-rosa e os romances que antigamente se chamavam cor-de-rosa e eram lidos às escondidas por esse motivo e que agora se chamam pink (traduzido: cor-de-rosa) e que toda a gente lê.
Como mais de metade da nossa população não é capaz de ler uma história a uma criança, ou se ler, a criança não a percebe por ser muito mal lida, ainda bem que há livros simples e fáceis...
Vem isto a propósito de 2 best-sellers que li recentemente, um deles promovido planetariamente pela Oprah, juntamente com tachos e panelas e sem nenhum lucro para ela, claro.
Chama-se esse "Comer, Orar, Amar".
Conta a história verídica duma americana que resolveu divorciar-se e se sentiu muito culpada por isso. Ficou tão infeliz que resolveu passar a vida a viajar para esquecer.
Em Itália fica um pouco melhor de tanto comer massa, no Oriente, sobretudo na Índia e depois na Indonésia, sente-se muito melhor devido às experiências místicas que decidiu viver, tudo muito "new age" e na Indonésia, no fim do livro, acaba por se sentir fantástica, devido a um rapagão que conheceu e com o qual descreve um relacionamento tórrido à americana. Resta acrescentar que este homem seria dum nível sócio-económico muito inferior, sobretudo porque, nos Estados Unidos, seria imigrante, asiático e não-branco. Acabou tudo muito bem, ele ficou na terra dele, ela foi para a dela e encontram-se muitas vezes.
Segundo livro "O Quarto Mágico". Este livro oferece um saquinho vermelho com chá de alfazema e com fitinhas.
É uma história muito complicada, passada numa terreola da América do Norte (Estados Unidos), com toda aquela mentalidade hiper-moralista, tendo à mistura fantasmas que falam e interagem com todo o mundo.
Donde se concui que os bons e desinteressados têm sempre sucesso, ao contrário dos maus e interesseiros que são sempre castigados. Como todos nós sabemos, de resto.
Os rapagões dão murros uns nos outros, à americana, as raparigas sentem-se protegidas. Tal como no romance de que falei antes e nos de Corin Tellado, os rapagões pobres são desinteressados, bons e belos.
Neste último, por exemplo, o carteiro entra no enorme Cadillac da namorada e diz-lhe qualquer coisa assim: "Este carro não é mau. Chega-te para lá, que eu conduzo." A jovem sente-se muito agradecida, claro, embora se surpreenda que um rapaz que nem tem automóvel só ache que o Cadillac não é mau.
Neste interim, a mãe da rapariga, uma viúva riquíssima e cheia de manias chiques, reapaixona-se pelo taxista da cidade (mais aldeola que cidade) e são todos muito felizes.
Todos estes livros se lêm muito bem e depressa, até por nos quererem fazer acreditar que o mundo é exctamente como deveria ser. O amor resolve tudo, o dinheiro não importa mas está sempre do lado dos bons e do amor.
Curioso este repescar do tópico romântico (sec. XIX) da união amorosa entre pessoas de classes diferentes. É estranho porque hoje em dia, através da educação e do desenvolvimento económico, há um cero nivelamento e as pessoas tendem a esquecer estas diferenças. A não ser as pessoas que gostam de ler as revistas cor-de-rosa e os romances que antigamente se chamavam cor-de-rosa e eram lidos às escondidas por esse motivo e que agora se chamam pink (traduzido: cor-de-rosa) e que toda a gente lê.
Como mais de metade da nossa população não é capaz de ler uma história a uma criança, ou se ler, a criança não a percebe por ser muito mal lida, ainda bem que há livros simples e fáceis...
segunda-feira, julho 27, 2009
Até ao fim da existência
Esta frase "até ao fim da existência", parece bastante bombástica e filosófica, mas engana muito.
Vemo-la em cartazes publicitários que dizem assim:
- Esta promoção é válida só até ao fim da existência.
Se entrarmos na loja e perguntarmos:
- Então esta promoção é válida até ao fim dos tempos, ou seja, para sempre?
Ou, se V. for muito religioso e for até ao ponto de perguntar:
Então esta promoção é válida até ao juízo final, ao Apocalipse, ao 2º Advento, etc...?
Invariavelmente respondem assim:
- Ó Nadinha, não seja ingénua! Isto quer dizer até ao fim do stock, que, em português, se chama existência! Deve acabar já amanhã.
- Mas eu pensei... então amanhã já é o fim da existência?
- Ó Nadinha, não seja filosófica. Não faça filosofias caras! Ou então ponha-as em promoção até ao fim da existência. Para serem filosofias baratas.
sexta-feira, julho 24, 2009
Gripe A - Não é Esquisito?
Estávamos todos exactamente à espera de um pretexto qualquer para que fosse proibido, ou pelo menos desaconselhado e considerado suspeito, abraçar e beijar os amigos.
E também benzermo-nos com água-benta ou mesmo tomar uma hóstia da maneira normal (não é que eu faça estas últimas coisas, mas...).
Sejamos razoáveis e sensatos: é muito bom as pessoas aprenderem que lavar as mãos, lavar mesmo a sério, pode salvar vidas, ou pelo menos livrar-nos a nós e a outros, de doenças.
Isto não é evidente: as pessoas dizem que os "antigos" vivem muito mais tempo, até aos 100, esquecendo que é por haver mais cuidados de higiene e de saúde que vivemos, todos nós, mais tempo. Que poderemos nós viver até aos 100 anos (não os antigos, cuja esperança de vida chegou a andar pelos 30 e tal anos). Há pessoas que, ao mesmo tempo, sabem isto e afirmam o contrário, o que também é esquisito, como se a cultura pertencesse a um donmínio do conhecimento que não é o da realidade.
Mas esta questão da gripe A é muito estranha: sempre houve gripes, esta cura-se como as outras...
Vou referir aqui uma opinião de um jornalista americano, que me enviaram por mail. Existem vídeos deste homem no youtube, em Inglês, se alguém quiser, procure. Aqui vai a citação.
Uma maneira fácil de reduzir a população mundial, deixando acreditar que tudo é feito para seu bem.
- Propor vacinas e tratamentos que, não só são ineficazes contra vírus em constante mutação, mas que também prejudicam gravemente a saúde das populações.
- Criaram o problema (vírus) nos laboratórios militares dos E.U.A e sugerem soluções (vacinas).
Isto permite obter vários resultados:
1 - reduzir a população mundial devido à superlotação,
2 - controle populacional pela injecção, através das vacinas, do chip RFID micronizados ao estado de grãos em pó
3 - o enriquecimento de Laboratórios farmacêuticos
Autor: Jornalista dos E.U.A Alex Jones
Isto continua por aí fora, deve ser a teoria da conspiração, ou não.
E também benzermo-nos com água-benta ou mesmo tomar uma hóstia da maneira normal (não é que eu faça estas últimas coisas, mas...).
Sejamos razoáveis e sensatos: é muito bom as pessoas aprenderem que lavar as mãos, lavar mesmo a sério, pode salvar vidas, ou pelo menos livrar-nos a nós e a outros, de doenças.
Isto não é evidente: as pessoas dizem que os "antigos" vivem muito mais tempo, até aos 100, esquecendo que é por haver mais cuidados de higiene e de saúde que vivemos, todos nós, mais tempo. Que poderemos nós viver até aos 100 anos (não os antigos, cuja esperança de vida chegou a andar pelos 30 e tal anos). Há pessoas que, ao mesmo tempo, sabem isto e afirmam o contrário, o que também é esquisito, como se a cultura pertencesse a um donmínio do conhecimento que não é o da realidade.
Mas esta questão da gripe A é muito estranha: sempre houve gripes, esta cura-se como as outras...
Vou referir aqui uma opinião de um jornalista americano, que me enviaram por mail. Existem vídeos deste homem no youtube, em Inglês, se alguém quiser, procure. Aqui vai a citação.
Uma maneira fácil de reduzir a população mundial, deixando acreditar que tudo é feito para seu bem.
- Propor vacinas e tratamentos que, não só são ineficazes contra vírus em constante mutação, mas que também prejudicam gravemente a saúde das populações.
- Criaram o problema (vírus) nos laboratórios militares dos E.U.A e sugerem soluções (vacinas).
Isto permite obter vários resultados:
1 - reduzir a população mundial devido à superlotação,
2 - controle populacional pela injecção, através das vacinas, do chip RFID micronizados ao estado de grãos em pó
3 - o enriquecimento de Laboratórios farmacêuticos
Autor: Jornalista dos E.U.A Alex Jones
Isto continua por aí fora, deve ser a teoria da conspiração, ou não.
terça-feira, julho 21, 2009
Sugestão de férias no mar
Como todos vocês sabem, não gosto de praia, mas sou passada dos carretos pelo mar e por tudo o que sejam navegações.
Este ano há um cruzeiro da Pullmantur, chamado Jóias do Atlântico, que parte de Lisboa, num navio óptimo. Vai muita gente. Não é demasiado caro, dada a qualidade. Não digo que seja barato. Eu vou e uma pessoa, visistante deste blogue, também vai, a 16 de Agosto.
Aquilo é como passarmos uma semana numa pequena aldeia, morando em casas separadas: encontramo-nos quando queremos, separamo-nos quando queremos. Ou em Marrocos, ou em Lanzarote. Mas se houver algo que desejem esconder de todo o mundo, é melhor não irem.
Se quiserem ir, já sabem, é escolher essa data. Talvez haja promoções last minut. E lá vamos pelo mar fora.
Digo isto aqui, porque às vezes há pessoas que não vão a lado nenhum por não encontrarem companhia: a companhia existe mas quer ir para outro sítio, a companhia existe mas é uma praga, a companhia nem existe, são todos umas pragas... nos cruzeiros vê-se muita gente sozinha.
Enfim, quando chegarem lá, procurem a Nadinha, ou enviem uma mensagem para aqui. Nos navios há Internet quando estão perto da terra.
Enfim, até hoje ainda não me apareceu aqui nenhum doido insuportável... apareceram só malucos simpáticos... LOL
Este ano há um cruzeiro da Pullmantur, chamado Jóias do Atlântico, que parte de Lisboa, num navio óptimo. Vai muita gente. Não é demasiado caro, dada a qualidade. Não digo que seja barato. Eu vou e uma pessoa, visistante deste blogue, também vai, a 16 de Agosto.
Aquilo é como passarmos uma semana numa pequena aldeia, morando em casas separadas: encontramo-nos quando queremos, separamo-nos quando queremos. Ou em Marrocos, ou em Lanzarote. Mas se houver algo que desejem esconder de todo o mundo, é melhor não irem.
Se quiserem ir, já sabem, é escolher essa data. Talvez haja promoções last minut. E lá vamos pelo mar fora.
Digo isto aqui, porque às vezes há pessoas que não vão a lado nenhum por não encontrarem companhia: a companhia existe mas quer ir para outro sítio, a companhia existe mas é uma praga, a companhia nem existe, são todos umas pragas... nos cruzeiros vê-se muita gente sozinha.
Enfim, quando chegarem lá, procurem a Nadinha, ou enviem uma mensagem para aqui. Nos navios há Internet quando estão perto da terra.
Enfim, até hoje ainda não me apareceu aqui nenhum doido insuportável... apareceram só malucos simpáticos... LOL
segunda-feira, julho 20, 2009
Cidadãos (de Lisboa)
Recebi uma curiosa mensagem sms, perguntando-me se me quero candidatar à minha junta de freguesia, aqui em Lisboa, como cidadã por Lisboa. LOL! Morri a rir, claro.
Os cidadãos do partido PS devem estar a morrer de inveja: com poucos meses ou semanas de militância, os cidadãos já se podem candidatar a cargos elegíveis? Em juntas tão grandes como a minha?
Então e nós ? Quero dizer: então e eles?
Os cidadãos do partido PS devem estar a morrer de inveja: com poucos meses ou semanas de militância, os cidadãos já se podem candidatar a cargos elegíveis? Em juntas tão grandes como a minha?
Então e nós ? Quero dizer: então e eles?
Continuando um post anterior
No post anterior, anterior às fotografias também, conto um episódio que nos aconteceu, a mim e à Isabel por causa do seu filho deficiente. Ela leu e gostou, por isso posso, como prometi, contar outro episódio destes.
Iam os dois num ferry-boat de Lisboa para o Barreiro, muito sossegados, quando o João se ergueu e puxou pelo cabelo duma senhora que ia sentada na fila da frente.
A mulher levantou-se em gritos estertóricos, como se a estivessem a matar.
A Isabel pediu desculpa e explicou a situação. Resposta:
-Este rapaz devia estar preso! Não pode andar por aqui à solta! É um perigo!
A Isabel tentou explicar que o filho não é perigo nenhum, que não tem de estar preso...
- Eu só queria que alguém lhe puxasse pelo cabelo a si, para você ver como é bom!
A Isabel lá tentou responder a isto, sem grande eficácia argumentativa...
- Eu vou-lhe puxar pelo cabelo a si, para você ver o que é bom! Ouviu?
Habituadíssima a que o filho lhe faça o mesmo, com frequência, a pobre mãe submeteu-se a esta exigência que não lhe pareceu grave. Sorridente, levantou-se e disse:
- Está bem, então puxe!
Ia a mulher para fazer o gosto ao dedo, quando todos os passageiros do navio, até aí estupefactos mas calados, decidiram reagir ao mesmo tempo, defendendo a mãe e o filho, o que obrigou a outra a remeter-se à sua insignificância.
A Isabel acha que este episódio caracteriza bem a nossa sociedade e o modo como reage à deficiência.
Iam os dois num ferry-boat de Lisboa para o Barreiro, muito sossegados, quando o João se ergueu e puxou pelo cabelo duma senhora que ia sentada na fila da frente.
A mulher levantou-se em gritos estertóricos, como se a estivessem a matar.
A Isabel pediu desculpa e explicou a situação. Resposta:
-Este rapaz devia estar preso! Não pode andar por aqui à solta! É um perigo!
A Isabel tentou explicar que o filho não é perigo nenhum, que não tem de estar preso...
- Eu só queria que alguém lhe puxasse pelo cabelo a si, para você ver como é bom!
A Isabel lá tentou responder a isto, sem grande eficácia argumentativa...
- Eu vou-lhe puxar pelo cabelo a si, para você ver o que é bom! Ouviu?
Habituadíssima a que o filho lhe faça o mesmo, com frequência, a pobre mãe submeteu-se a esta exigência que não lhe pareceu grave. Sorridente, levantou-se e disse:
- Está bem, então puxe!
Ia a mulher para fazer o gosto ao dedo, quando todos os passageiros do navio, até aí estupefactos mas calados, decidiram reagir ao mesmo tempo, defendendo a mãe e o filho, o que obrigou a outra a remeter-se à sua insignificância.
A Isabel acha que este episódio caracteriza bem a nossa sociedade e o modo como reage à deficiência.
domingo, julho 19, 2009
sábado, julho 18, 2009
Está a apetecer-me contar-vos isto
Tenho uma grande amiga, mesmo das poucas pessoas, entre as mil conhecidas, que me deu provas de amizade inequívocas... é minha professora de yoga há milénios, ou melhor, foi, pois agora dedico-me ao desporto não-místico... mas foi a melhor que conheci e muitos pensam da mesma maneira. Quem a teve, não quer outra.
Essa mulher tem um filho deficiente severo, talvez autista: não fala, não conhece as pessoas...
A mãe encara isto tão bem, como só alguém que dá mais importância ao espírito do que às coisas terrenas. E até se diverte às vezes e diverte os outros, contando as atitudes absurdas de pessoas aparentemente "normais".
Acaba de me telefonar para irmos amanhã ao Jardim da Estrela passear e ver se vemos a "escandalosa".
Já nem me lembrava disso, mas ri-me às gargalhadas só de evocar o caso... que vou contar.
Íamos a passear no Jardim da Estrela. Parece que este jardim tem fama de ser o sítio dos engates, ou tinha. Uma minha tia do Norte ouviu falar disso: há décadas, no Século Vinte.
A Isabel levava o filho de 20 anos, agarrando-o pelas duas mãos. Eu ia ao lado.
De repente, uma mulher sentada num banco desatou a gritar, numa voz bem colocada e muito sonora de cantora de ópera, chamando escandalosa a uma de nós. Ambas achamos que "a escandalosa" era aquela que ia agarrada a um rapaz muito mais novo (o rapaz até é bastante bonito, mas comporta-se de forma a que não se pode ir com ele a lado nenhum: se estão coisas numa mesa deita-as ao chão, agarra no cabelo das pessoas, etc.)
E então a senhora prosseguiu, em altos gritos:
- Ó sua porca! Sua badalhoca!
Achei que era eu, mas a Isabel acha que eu ando tão limpa que ninguém me podia chamar tal coisa. A Isabel estava um pouco embaraçada, embora eu me risse às gargalhadas.
- Larga o rapaz! Sua badalhoca escandalosa!
Ambas achamos que era a Isabel.
- Mas de que se ri você? - Perguntava ela - Não vê que estou atrapalhada?
- Ó suas (***)! Suas porcas! Badalhocas! Suas escandalosas!
- Bem, eu pensava que era eu, mas ela agora foi bem clara. Somos mesmo as duas! - Exclama, muito aliviada, a Isabel.
Cenas dos próximos capítulos: outros episódios como este, que a Isabel me contou.
Nota: (***)! - Palavra portuguesa, intraduzível para português . Apóstrofe frequentemente atribuída a qualquer mulher.
A mãe encara isto tão bem, como só alguém que dá mais importância ao espírito do que às coisas terrenas. E até se diverte às vezes e diverte os outros, contando as atitudes absurdas de pessoas aparentemente "normais".
Acaba de me telefonar para irmos amanhã ao Jardim da Estrela passear e ver se vemos a "escandalosa".
Já nem me lembrava disso, mas ri-me às gargalhadas só de evocar o caso... que vou contar.
Íamos a passear no Jardim da Estrela. Parece que este jardim tem fama de ser o sítio dos engates, ou tinha. Uma minha tia do Norte ouviu falar disso: há décadas, no Século Vinte.
A Isabel levava o filho de 20 anos, agarrando-o pelas duas mãos. Eu ia ao lado.
De repente, uma mulher sentada num banco desatou a gritar, numa voz bem colocada e muito sonora de cantora de ópera, chamando escandalosa a uma de nós. Ambas achamos que "a escandalosa" era aquela que ia agarrada a um rapaz muito mais novo (o rapaz até é bastante bonito, mas comporta-se de forma a que não se pode ir com ele a lado nenhum: se estão coisas numa mesa deita-as ao chão, agarra no cabelo das pessoas, etc.)
E então a senhora prosseguiu, em altos gritos:
- Ó sua porca! Sua badalhoca!
Achei que era eu, mas a Isabel acha que eu ando tão limpa que ninguém me podia chamar tal coisa. A Isabel estava um pouco embaraçada, embora eu me risse às gargalhadas.
- Larga o rapaz! Sua badalhoca escandalosa!
Ambas achamos que era a Isabel.
- Mas de que se ri você? - Perguntava ela - Não vê que estou atrapalhada?
- Ó suas (***)! Suas porcas! Badalhocas! Suas escandalosas!
- Bem, eu pensava que era eu, mas ela agora foi bem clara. Somos mesmo as duas! - Exclama, muito aliviada, a Isabel.
Cenas dos próximos capítulos: outros episódios como este, que a Isabel me contou.
Nota: (***)! - Palavra portuguesa, intraduzível para português . Apóstrofe frequentemente atribuída a qualquer mulher.
sexta-feira, julho 17, 2009
Filmes
Mudando de assunto para um mais levinho, vi dois filmes na televisão de que gostei, no TVCine.
Um chama-se seda e é baseado no romance homónimo do italiano Alessandro Baricco, também ele digno de se ler e com um estilo original, o que é raro hoje em dia.
O outro passa-se na China, creio eu, com uma paisagem campestre belíssima e estranha. Chama-se: Primavera numa pequena terra (ou vila?).
A única coisa que gosto de ver na televisão é cinema, mas também é raro encontrar algo que me agrade muito.
São filmes muito tranquilos, muito baseados na sensibilidade.
Um chama-se seda e é baseado no romance homónimo do italiano Alessandro Baricco, também ele digno de se ler e com um estilo original, o que é raro hoje em dia.
O outro passa-se na China, creio eu, com uma paisagem campestre belíssima e estranha. Chama-se: Primavera numa pequena terra (ou vila?).
A única coisa que gosto de ver na televisão é cinema, mas também é raro encontrar algo que me agrade muito.
São filmes muito tranquilos, muito baseados na sensibilidade.
quarta-feira, julho 15, 2009
Cidadãos por Lisboa
Tenho aqui partilhado algumas informações pessoais com os meus amigos e amigas deste blogue. Há muitas outras que não partilho, claro. Só quem não tem vida própria (como dizem os americanos) e quem não tem ideias corre o risco de contar tudo. Partilho o que me apetece e o que é partilhável.
E devo aqui um esclarecimento.
Integrei activamente o movimento Cidadãos por Lisboa, candidato à Câmara de Lisboa, por me parecer e por ser dos seus princípios fundamentais o seguinte:
1.- Era um movimento de cidadãos, como os há por essa Europa fora, que aparecia como alternativa aos partidos: o presidente da Câmara poderia ser um "homem bom" " homem bô" independentemente de estar neste ou naquele partido. E de acordo com a nossa tradição histórica.
2. - Este movimento resultava de uma cisão do PS e, portanto, opunha-se sobretudo ao PS.
Acabo de ser informada, em primeira mão por delicadeza, sendo membro do movimento, de que o mesmo se vai candidatar nas listas do PS.
Percebo perfeitamente: sendo as eleições autárquicas em simultâneo com as camarárias, é óbvio que os Cidadãos não teriam lugar. Pela parte do candidato PS, fica-lhe bem ter domesticado a fera ex-PS e de novo PS.
Obviamente, já me desvinculei dos Cidadãos por Lisboa. Estarei a ser incoerente??????????
E devo aqui um esclarecimento.
Integrei activamente o movimento Cidadãos por Lisboa, candidato à Câmara de Lisboa, por me parecer e por ser dos seus princípios fundamentais o seguinte:
1.- Era um movimento de cidadãos, como os há por essa Europa fora, que aparecia como alternativa aos partidos: o presidente da Câmara poderia ser um "homem bom" " homem bô" independentemente de estar neste ou naquele partido. E de acordo com a nossa tradição histórica.
2. - Este movimento resultava de uma cisão do PS e, portanto, opunha-se sobretudo ao PS.
Acabo de ser informada, em primeira mão por delicadeza, sendo membro do movimento, de que o mesmo se vai candidatar nas listas do PS.
Percebo perfeitamente: sendo as eleições autárquicas em simultâneo com as camarárias, é óbvio que os Cidadãos não teriam lugar. Pela parte do candidato PS, fica-lhe bem ter domesticado a fera ex-PS e de novo PS.
Obviamente, já me desvinculei dos Cidadãos por Lisboa. Estarei a ser incoerente??????????
terça-feira, julho 14, 2009
E também a palhaçada das novas oportunidades
Existem agora cursos para aqueles estudantes que têm dificuldades em aprender teorias... ideias... isto antigamente tinha um nome... esqueçam o nome.
Recomeço: existem agora cursos para aqueles estudantes que têm dificuldades em aprender teorias, ideias e que podem aprender coisas práticas. Esses estudantes são, na maioria dos casos, oriundos de famílias com dificuldades, ou económicas ou sócio-económicas ou algo do género, vulgo, são pessoas que não têm dinheiro.
Um desses cursos, que até eu tirava, consiste em tratar de cavalos. Tratar é um modo de dizer. Hoje em dia, os cavalos são usados, por exemplo, para tratar pessoas com problemas psicológicos e também os chamados "deficientes", emocionais, motores, etc.
Quero dizer com isto que este curso pode ter futuro e seguimento. Quem tiver jeito, pode seguir por aí fora. E quem não gosta de cavalos? Eu gosto.
Falando hoje com a mãe duma jovem com dificuldades de aprendizagem, conta-me ela isto:
- Sim, a minha filha ia tratar de cavalos, a única coisa em que ela é realmente boa: equitação.
Quando fomos à escola para a inscrever, disseram-nos que nós é que temos de comprar o cavalo!
Comprar é o menos, podemos comprar uma pileca barata. E a alimentação? E os custos com o veterinário? E pomos o cavalo debaixo da cama no nosso apartamento?
- Ó Nadinha, o que é que eu faço?
Boas perguntas! O que é que vocês acham?
Aconselhei mãe e filha a irem para a Sic e para a TVI.
Antigamente chamava-se burras às pessoas que não tinham jeito para aprender teorias e ideias. Os assim designados burros podiam tratar de cavalos, mas não tinham de os comprar...
domingo, julho 12, 2009
Ainda a Palhaçada dos Exames
No blogue do Público Nota Final, referido aqui em post, óptimos estudantes do 12º ano dão conta do seu exagerado esforço e da sua decepção.
Como comentário, pessoas fanáticas pelo governo, quase todas da classe média baixa, como se vê pela pobreza argumentativa, põem-nos na lama da rua.
Deixei lá um comentário que diz:
Vocês já têm 18 anos? Não se esqueçam de votar.
O PS vai perder por várias razões e também porque os estudantes do 12º, na sua maioria, vão votar.
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