Fui ontem ver uma peça extraordinária, As Confissões de Leontina , no Teatro Nacional D. Maria II, com a actriz brasileira Kelzi Ecard, que não conhecia, mas adorei.
Vou escrever o meu comentário sob a forma de carta a esta actriz.
Talvez Você:
Este Verão fui a São Salvador à procura de Jorge Amado, mas não o encontrei lá.
Não gostei do que vi e morri de medo do mundo em que vivemos: um oásis perdido em imensos desertos.
Ao ver a sua peça, encontrei, na primeira pessoa, aquilo que suspeitei, imaginei e pressagiei sem ter desejado fazê-lo, na minha muito breve estadia por essas terras. A miséria nua e crua, a ausência da beleza, o isolamento absoluto de tudo. E a fragilidade dos oásis.
Mas também encontrei o afecto, a beleza, a alegria pura, a sensação completa.
No fim da peça, senti o impulso de a abraçar, talvez a si, talvez à personagem, talvez às duas.
Mas sinto que ainda não vivemos no tempo dos abraços.
3 comentários:
Escute, de quem é a peça? Lygia Fagundes Telles?
Li um conto dessa escritora, a menos que existam duas histórias com sob o mesmo título...
É dela? Hein, é dela? Eu a aprecio deveras!!!!!
Sim, Jubi, "a sumida". O texto é da lígia Fagundes Telles e esté bem adaptado ao teatro. É fantástico. A actriz também...
por incrível que pareça, só hoje li seu comentário sobre o espetáculo. quero agradecer suas palavras tão amáveis e sensíveis, de coração. eu adorei minha estada em Lisboa, espero que muitas outras vezes possa ir a Portugal e encontrar uma acolhida tão calorosa.
Forte abraço,
Kelzy Ecard.
kelzy@oi.com.br
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