sábado, junho 26, 2021

O pacote das bolachas

Uma minha amiga, que foi minha professora quando fiz o Mestrado, viveu um tempo na América (USA).

Contou que, nos primeiros tempos, se sentia muito bem acolhida por uma rapariga da caixa de um supermercado, que lhe sorria sempre muito simpaticamente, como se fosse a própria América a sorrir-lhe (é muito otimista).

Um dia resolveu agradeceu à rapariga, comovida como se sentia. Respondeu-lhe que, se a Isabel não obtivesse sempre aquele sorriso esfuziante, podia reclamar e tinha direito a um pacote de bolachas ou a uma certa quantidade de café.

Nas Amoreiras há tempos, numa geladaria Hagen Dazs, também uns rapazes elogiaram uma rapariga por ser muito simpática, ao que ela respondeu que iria para a rua se não fosse muito simpática. Só a propósito, a marca Hagen Dazs nada tem de nórdico, sueco, ou seja o que for, tem este nome porque as coisas nórdicas estavam na moda quando foi criada. Também me deram essa informação na dita gelataria.

Enfim, com tanta sinceridade, não existe muito o risco da hipocrisia. E também se evita a situação muito comum: estamos doentes e aflitos, mas somos tratados com pesporrência pelos administrativos, logo seguidos pelos enfermeiros e pelos médicos. Precisamos de tomar uma simples injeção, mas ficamos a coxear 15 dias.

Sem direito ao pacote de bolachas…

quinta-feira, junho 24, 2021

Os donos da loja

Habituada a ir a clínicas particulares e mesmo aí, poucas vezes, habituada a ser atendida por toda a gente com grande amabilidade, fico abismada quando agora tenho de telefonar para o sns 24, por não haver alternativa.

Algumas pessoas que atendem o telefone comportam-se como se fossem os donos da loja, tratando os utentes como fregueses que lhes queriam roubar um sabonete ou um pacote de bolachas.

Outros são simpáticos e delicados. Cada um mostra-se como é, bom, mau, antipático, amoroso. E o profissionalismo, onde para?

Chamei a atenção a um deles para o facto de que a chamada estava a ser gravada e que ele não tinha o direito de tratar assim os utentes. Mesmo assim, rangeu os dentes e continuou a falar num tom irritadíssimo, só porque eu lhe disse que, no link que me enviaram, clicando no botão “Lista de Laboratórios” não existia nenhuma lista de laboratórios. Depois de muito insistir, explicou-me onde encontrar a lista de laboratórios pagos pelo SNS 24. O teste custa 90 Euros, se não for pago pelo SNS e não vale para o efeito de parar o isolamento profilático.

Outra questão: quem faz estes sites e por que razão funcionam assim, tão mal, que nem eu os entendo…

Apesar do muito mal que se diz dos professores e embora não me identifique com todos, talvez nem com a maioria, não vejo os professores do ensino público a tratarem as pessoas conforme os seus caprichos e impulsos… a não aceitarem críticas e sugestões…

Talvez sejam os donos da loja, porque são mesmo. Mas não se comportam como donos da loja… geralmente, tratam bem os “fregueses”.

quinta-feira, junho 10, 2021

Exames nacionais

 O Ministério da Educação decidiu e é agora notícia, que os exames, este ano, vão ser mais difíceis do que no ano passado. 

Tem imensa lógica: no ano passado, os alunos que iam a exame só tinham tido um ano de confinamento, todos da mesma maneira. Os que vão este ano, já levam dois anos, todos de maneira diferente: turmas em casa enquanto outras estão na escola, turmas na escola com professores confinados em casa, incapazes de lhes dar aulas pela internet porque não é possível segurá-los sozinhos numa sala. 

Outra diferença: o ano passado os alunos estavam preocupados com o exame, como as notas foram maravilhosas, este ano estão-se nas tintas e acham que ainda vai ser mais fácil, como seria de esperar.

Por que será que os organismos do estado mostram tanta incompetência e estão tão desligados da realidade?

quinta-feira, junho 03, 2021

Extraterrestres

 

Se, aparentemente, é preciso ter uma espécie de “fé” para acreditar na existência de extraterrestres inteligentes e evoluídos, na verdade é preciso ter muita fé para não acreditar em nada disso.
Pela lógica, num universo tão imenso, seria improvável só existir gente num minúsculo planeta. A única explicação para acreditar nisso é a visão católica medieval de que o homem está no centro do universo, que Deus tudo fez para o homem.
Talvez tenha feito o resto do imenso universo, só para que o homem possa ver estrelas de noite...