Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo.
Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
quinta-feira, setembro 13, 2007
Ode Marítima
Quem me mete aqui uns versos da Ode Marítima?
Agradeço a C. e à Maria os versos tão lindos que até me fizeram arrepiar a espinha. Ver Comentários.
"Olho de longe o paquete, com uma grande independência de alma,/ E dentro de mim um volante começa a girar, lentamente. (...) Ah o Grande Cais donde partimos em Navios-Nações! / O Grande Cais Anterior, eterno e divino! (...) Ah, a frescura das manhãs em que se chega, E a palidez das manhãs em que se parte, Quando as nossas entranhas se arrepanham E uma vaga sensação parecida com um medo - O medo ancestral de se afastar e partir, o misterioso receio ancestral à Chegada e ao Novo - (...)No mar, no mar, no mar, no mar, Eh! pôr no mar, ao vento, às vagas, A minha vida! (...) A vida flutuante, diversa, acaba por nos educar no humano."
Ode Marítima. Álvaro de Campos.
(tinha de aceitar o desafio.:) ficam apenas alguns dos meus versos preferidos.)
(...) Ah, todo o cais é uma saudade de pedra! E quando o navio larga do cais E se repara de repente que se abriu um espaço Entre o cais e o navio, Vem-me, não sei porquê, uma angústia recente, Uma névoa de sentimentos de tristeza Que brilha ao sol das minhas angústias relvadas Como a primeira janela onde a madrugada bate, E me envolve como uma recordação duma outra pessoa Que fosse misteriosamente minha. (...)
2 comentários:
"Olho de longe o paquete, com uma grande independência de alma,/
E dentro de mim um volante começa a girar, lentamente.
(...)
Ah o Grande Cais donde partimos em Navios-Nações! /
O Grande Cais Anterior, eterno e divino!
(...)
Ah, a frescura das manhãs em que se chega,
E a palidez das manhãs em que se parte,
Quando as nossas entranhas se arrepanham
E uma vaga sensação parecida com um medo
- O medo ancestral de se afastar e partir,
o misterioso receio ancestral à Chegada e ao Novo -
(...)No mar, no mar, no mar, no mar,
Eh! pôr no mar, ao vento, às vagas,
A minha vida!
(...)
A vida flutuante, diversa, acaba por nos educar no humano."
Ode Marítima. Álvaro de Campos.
(tinha de aceitar o desafio.:) ficam apenas alguns dos meus versos preferidos.)
(...)
Ah, todo o cais é uma saudade de pedra!
E quando o navio larga do cais
E se repara de repente que se abriu um espaço
Entre o cais e o navio,
Vem-me, não sei porquê, uma angústia recente,
Uma névoa de sentimentos de tristeza
Que brilha ao sol das minhas angústias relvadas
Como a primeira janela onde a madrugada bate,
E me envolve como uma recordação duma outra pessoa
Que fosse misteriosamente minha.
(...)
in Ode Marítima, Álvaro de Campos
(Fica o meu contributo...)
Enviar um comentário