Quando começamos a ler este livro, ficamos perplexos e divertidos, pois a narradora é uma santa de pau situada num navio em que viajam escravos negros, passageiros de primeira classe, cavalos, etc. A santa tem uma perspectiva irónica a respeito de toda a gente, obrigada que está a ouvir tudo o que lhe dizem e pedem.
Após e durante um naufrágio, as relações dos sobreviventes mudam, radicalmente. Por exemplo, uma "senhora" pede à escrava preta e ama que lhe dê o seu filho para o salvar, morrendo a preta, mas esta não lho dá, desaparecendo os dois por entre as ondas.
Os sobreviventes também mudam de estatuto, pois os que sabem fazer superam os que não sabem fazer, sendo, porém, superados pelos que sabem gerir.
Os sobreviventes também mudam de estatuto, pois os que sabem fazer superam os que não sabem fazer, sendo, porém, superados pelos que sabem gerir.
É difícil de ler, a princípio, pelas muitas paráfrases de literatura antiga.
Muito bem escrito, bem apanhado, o final desilude pelo negativismo e pela falta de esperança, talvez na humanidade.
Se fossemos um rei medieval, iríamos exigir que todos sobrevivessem ao naufrágio, em vez de dois morrerem perto da liberdade, depois de muito terem contribuído para ela.
É um livro sobre a solidão existencial, a indiferença e a maldade.
Uma maldade que passa despercebida ao próprio sujeito, que se julga bom, pois decorre do poder. essa é a parte mais interessante da obra.
É também um livro sobre a culpa, sobre atitudes irremediáveis que não se podem desfazer.
O título não se entende muito bem, já que há vários cães importantes na intriga, anteriores ao estatuto de pets, mas não há nenhum gato individual. Não se pode morar nos olhos de um gato, ou não se pode murar nos olhos de um gato *?
A obra tem muitas intertextualidades, incluindo a "Alegoria da Caverna", de Platão. Mas isto teria panos para muitas mangas. Até mesmo para um mamãozeiro. :)
E o título tem muito que se lhe diga, demasiado ocupado e demasiado preocupado com a gramática.
* Murar: Espreitar (os ratos, para caçá-los).
Muito bem escrito, bem apanhado, o final desilude pelo negativismo e pela falta de esperança, talvez na humanidade.
Se fossemos um rei medieval, iríamos exigir que todos sobrevivessem ao naufrágio, em vez de dois morrerem perto da liberdade, depois de muito terem contribuído para ela.
É um livro sobre a solidão existencial, a indiferença e a maldade.
Uma maldade que passa despercebida ao próprio sujeito, que se julga bom, pois decorre do poder. essa é a parte mais interessante da obra.
É também um livro sobre a culpa, sobre atitudes irremediáveis que não se podem desfazer.
O título não se entende muito bem, já que há vários cães importantes na intriga, anteriores ao estatuto de pets, mas não há nenhum gato individual. Não se pode morar nos olhos de um gato, ou não se pode murar nos olhos de um gato *?
A obra tem muitas intertextualidades, incluindo a "Alegoria da Caverna", de Platão. Mas isto teria panos para muitas mangas. Até mesmo para um mamãozeiro. :)
E o título tem muito que se lhe diga, demasiado ocupado e demasiado preocupado com a gramática.
* Murar: Espreitar (os ratos, para caçá-los).
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