Uma minha amiga, que foi minha professora quando fiz o Mestrado, viveu um tempo na América (USA).
Contou que, nos primeiros tempos, se sentia muito bem acolhida por uma rapariga da caixa de um supermercado, que lhe sorria sempre muito simpaticamente, como se fosse a própria América a sorrir-lhe (é muito otimista).
Um dia resolveu agradeceu à rapariga, comovida como se sentia. Respondeu-lhe que, se a Isabel não obtivesse sempre aquele sorriso esfuziante, podia reclamar e tinha direito a um pacote de bolachas ou a uma certa quantidade de café.
Nas Amoreiras há tempos, numa geladaria Hagen Dazs, também uns rapazes elogiaram uma rapariga por ser muito simpática, ao que ela respondeu que iria para a rua se não fosse muito simpática. Só a propósito, a marca Hagen Dazs nada tem de nórdico, sueco, ou seja o que for, tem este nome porque as coisas nórdicas estavam na moda quando foi criada. Também me deram essa informação na dita gelataria.
Enfim, com tanta sinceridade, não existe muito o risco da hipocrisia. E também se evita a situação muito comum: estamos doentes e aflitos, mas somos tratados com pesporrência pelos administrativos, logo seguidos pelos enfermeiros e pelos médicos. Precisamos de tomar uma simples injeção, mas ficamos a coxear 15 dias.
Sem direito ao pacote de bolachas…
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