Aos domingos de manhã alguém vai deitar comida aos cães, muita comida numa grande gamela.
Mas eles comem-na toda no domingo.
Mal abro a minha janela, eles reconhecem o som e vêm logo a correr. Às vezes nem é preciso abrir, vêem-me, como se estivessem sempre à minha espera, e vêm. Raramente é preciso assobiar.
Faz-me isto lembrar algo que me comoveu: li no jornal que o Mickey Rourke, quando já era muito famoso, meteu-se nas drogas e no álcool. Um dia esteve para se suicidar, mas não o fez porque viu nos olhos do cão que o bicho gostava dele. Salvou-se e curou-se, apesar de sentir que ninguém gostava dele, a não ser um cão. E depois de ter tudo o que milhões desejam.
É uma história bonita e triste.
Acham que três cães podem comer só uma vez por semana?
Isto é apenas uma faceta visível da crise. As pessoas pensam que ajudam cães e gatos guiando-se por um impulso, mas esquecem os momentos de crise.
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
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domingo, março 01, 2009
sábado, fevereiro 28, 2009
Terra Imunda!
Há um lindo jardim por baixo das minhas janelas. Nesse lindo jardim havia dois idosos simpáticos e felizes e quatro cães simpáticos e felizes. A casa e o jardim pertencem a um conde que os deixou viver lá até morrerem.
O senhor morreu há pouco tempo, a senhora foi viver para outro sítio, ficaram lá três cães esfomedos. Os vizinhos, incluindo eu, atiram-lhes da janela alguma comida, que chega lá esfrangalhada e dispersa, mas o cão maior consegue apanhar tudo. Agarra no maior bocado, segura-o e tenta apanhar os bocados dos outros. Observá-lo faz lembrar um estudo sociológico e confrangedor. Os outros parecem não ter fome nem faro, ficam assim, sem nada.
Não tenho feitio para tratar de três cães, nem para me preocupar com isso, mas também não aguento vê-los definhar assim.
Que faço? Aceitam-se sugestões.
O senhor morreu há pouco tempo, a senhora foi viver para outro sítio, ficaram lá três cães esfomedos. Os vizinhos, incluindo eu, atiram-lhes da janela alguma comida, que chega lá esfrangalhada e dispersa, mas o cão maior consegue apanhar tudo. Agarra no maior bocado, segura-o e tenta apanhar os bocados dos outros. Observá-lo faz lembrar um estudo sociológico e confrangedor. Os outros parecem não ter fome nem faro, ficam assim, sem nada.
Não tenho feitio para tratar de três cães, nem para me preocupar com isso, mas também não aguento vê-los definhar assim.
Que faço? Aceitam-se sugestões.
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