Oferecer souvenirs para os outros se lembrarem de nós.
Acabo de quebrar um minúsculo recipiente bonitinho de barro, no feitio da base de uma avelã. Foi-me oferecido há muito tempo por um antigo amigo.
Esse amigo costumava queixar-se de que as pessoas se esqueciam dele, o que não era verdade. As pessoas esquecem-se umas das outras, simplesmente. Mas, de cada vez que eu via a metade de avelã lembrava-me logo do Jorge. Lembro-me de que era gordo, amoroso, querido. Gordinho e fofinho, pródigo em abraços quentinhos. Professor de ginástica, ensinava todo o mundo a nadar, a fazer desporto...
Em ocasiões em que me senti doente, coloquei a a avelazinha na mesa de cabeceira com os comprimidos. E lembrava-me logo dele. Avelazinhas agora substituídas por muitas tacinhas azuis que trouxe da Turquia.
A tacinha que quebrei era do Jorge não sei quê, que foi muito meu amigo no Algarve quando vivi no Algarve.
Agora parti-o, escaqueirei-o. Adeus, Jorge.
Se calhar nunca mais me vou lembrar de ti.
Sorry!
Foste um amigo Real.
Agora só me lembro dos amigos virtuais. Beijinhos, Jorge.