Há um ou doi anos escrevi aqui o texto Medo de Ver - I . esqueci-me de continuar, mas vai agora. Um dia andei a vaguear por perto do palácio de Belém (residência oficial do presidente da República Português). Qual não é o meu espanto ao notar que a bandeira hasteada no palácio não era vermelha e verde, mas sim toda verde!
Abanei a cabeça com força, esfreguei os olhos, mas lá estava: tudo verde, com excepção da esfera armilar, que era igual à outra. estava uma pessoa sentada num banco de jardim a olhar para lá e eu chamei-lhe a atenção para isso. Resposta imediata: - Não, essa bandeira é igual às outras, aliás tem de ser porque é o palácio de... Insisti, pedi-lhe que olhasse melhor. Por fim lá concordou que a bandeira era diferente (mas era só nesse dia, porque estava ali nodosos dias e nos outros dias era igual).
Eu convivia muito nessa altura com pessoas que passavam por lá todos os dias e que tinham o hábito de olhar sempre para a bandeira, pelo seguinte: se a bandeira estiver hasteada isso significa que o Presidente está presente, se estiver ausente, também o Pesidente está ausente. São pessoas rotineiras, que todos os dias, ao passar, diziam, com voz monocórdica:- Hoje o presidente está! - hoje o presidente não está. Várias pessoas. Quando lhes falei no assunto, disseram logo: - Não, a bandeira é igual às outras, aliás tem de ser porque é o palácio de...
Pela lógica ear igual às outras, portanto, ninguém tinha reparado que era diferente. Mais tarde, durante uma campanha presidencial, deram a explicação para isso, que era só assim: a bandeira da Presidência é diferente das outras. Ponto.
Por essa altura, as pessoas fizeram excursões para verem como a bandeira da Presidência era diferente das outras. Porque, embora a falta de lógica continuasse a ser a mesma, a declaração legitimou a visão e todos puderam ver. Quantas coisas como esta não serão vistas?
O que vemos ou não vemos porque está de acordo ou em desacordo com a nossa lógica particular?
Abanei a cabeça com força, esfreguei os olhos, mas lá estava: tudo verde, com excepção da esfera armilar, que era igual à outra. estava uma pessoa sentada num banco de jardim a olhar para lá e eu chamei-lhe a atenção para isso. Resposta imediata: - Não, essa bandeira é igual às outras, aliás tem de ser porque é o palácio de... Insisti, pedi-lhe que olhasse melhor. Por fim lá concordou que a bandeira era diferente (mas era só nesse dia, porque estava ali nodosos dias e nos outros dias era igual).
Eu convivia muito nessa altura com pessoas que passavam por lá todos os dias e que tinham o hábito de olhar sempre para a bandeira, pelo seguinte: se a bandeira estiver hasteada isso significa que o Presidente está presente, se estiver ausente, também o Pesidente está ausente. São pessoas rotineiras, que todos os dias, ao passar, diziam, com voz monocórdica:- Hoje o presidente está! - hoje o presidente não está. Várias pessoas. Quando lhes falei no assunto, disseram logo: - Não, a bandeira é igual às outras, aliás tem de ser porque é o palácio de...
Pela lógica ear igual às outras, portanto, ninguém tinha reparado que era diferente. Mais tarde, durante uma campanha presidencial, deram a explicação para isso, que era só assim: a bandeira da Presidência é diferente das outras. Ponto.
Por essa altura, as pessoas fizeram excursões para verem como a bandeira da Presidência era diferente das outras. Porque, embora a falta de lógica continuasse a ser a mesma, a declaração legitimou a visão e todos puderam ver. Quantas coisas como esta não serão vistas?
O que vemos ou não vemos porque está de acordo ou em desacordo com a nossa lógica particular?
Ver Aqui a Parte I em 18 de Setembro de 2006