Há vários milénios que eu não via uma telenovela brasileira, não que tenha alergia, mas porque não me tem apetecido. Lembro-me que nessa altura, quando era assediada pela insónia, me punha a imaginar: como será que vai continuar aquele episódio, e o que será que vai fazer aquela mulher? Tão menos dramáticos do que os pensamentos sobre a realidade, estes faziam-me adormecer imediatamente. Telenovelas portuguesas ainda vi menos, pois o original costuma ser melhor do que a cópia.
Quando fui ao Brasil (por uma única vez até agora) constatei que qualquer semelhança entre as telenovelas e o Brasil é mera coincidência. Tudo aquilo parece acontecer num país como Portugal, Espanha, França... ou mesmo melhor. Mas o Brasil não é assim, nem nada que se pareça.
Agora ando a ver uma novela que começou há dias: Duas Caras.
Não será ainda o Brasil real, mas também já não é o das histórias da carochinha. É parecido com aquilo que me foi dado ver, embora muito mais bonito (que me desculpem os brasileiros, vi pouca paisagem natural e a urbana esteve longe de me seduzir).
Como vem aí o Inverno, ainda não veio mas esperemos que não tarde pois estamos quase no Natal, que tal ver isto, que até é cómico? Bem, aquilo que é comico nunca é uma reprodução muito exacta do real, que só é risível sob certos pontos de vista.