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quinta-feira, dezembro 06, 2012

Nós somos tão queridos!

Nós somos tão queridos, que até achamos normal alguém enriquecer, ou viver melhor do que nós, por fugir ao fisco, enquanto nós pagamos até ao último cêntimo... 

É o caso desta notícia, do jornal de negócios. Clicar:

Impostos fugidos ao Fisco dariam para pagar 60% da Saúde


Eu, ter de pagar mais para ser tratada num hospital? Eu, ficar sem tratamento por falta de verbas? 

Isso não é nada, o importante é que eu sou boa camarada e não faço queixa daquele tipo que, contratado em julho para me consertar o telhado no verão, foi adiando, adiando, e me respondeu em novembro, após as primeiras chuvas: 

- Procure outra pessoa. Eu ainda tenho telhados em aberto e vai chover torrencialmente no próximo fim de semana!

Ao ouvir os meus argumentos, respondeu:

- Você está-me a ofender! Eu sou um homem de palavra, ouviu? Você não tem um único papel assinado por mim, ouviu? - Numa estranha confusão entre a palavra da honra e a  palavra escrita.

Confesso que não fiz queixa, acho que tive pena, ou assim, ou que me dava muito trabalho, ou assim e além disso, ninguém faz queixa de ninguém, nesta maravilhosa terra de "brandos costumes", em que só se safa quem não tem costumes brandos. Quanto a pagar impostos, ele não paga.

Impostos são papeis e ele não assina papeis.

Os impostos aumentaram? No problem para aqueles, muitos, que não pagam impostos. Quase um quarto da população (23%).

Os brandos costumes de uns repousam sobre a ausência de escrúpulos dos outros.

Delicadeza? Medo? Costumes brandos?

Estupidez? Ingenuidade? Palermice?

sábado, setembro 29, 2012

Opiniões fraudulentas: também já chegámos aí



Circula na net um texto relativamente interessante, que mostra um retrato aterrador do Portugal contemporâneo.
Na fase que atravessamos, funciona: gostamos e ao mesmo tempo detestamos e ao mesmo tempo concordamos e discordamos, etc...
O texto é atribuído a um filósofo francês que não existe, tal como não existe a versão francesa desse texto, como se o famosíssimo filósofo francês escrevesse num português oral e familiar.
Intitula-se: 
Artigo de Jacques Amaury, acerca de Portugal, acrescentando que o autor é um sociólogo e filósofo francês muito famoso, professor na Universidade de Estrasburgo.
O texto também circula no Brasil, sendo pretexto para criticar os "Tugas", embora surja em alguns sites como texto APÓCRIFO. Mas quem sabe o que quer dizer essa palavra? Apócrifo? Quem não conhece a palavra atribui-lhe o sentido contrário.

Isto faz lembrar um tipo que a Nadinha conheceu em tempos, chamado Carlos (nome fictício): inventava autores e as respetivas opiniões, sempre de acordo com as suas, e todos esses famosos pedagogos, filósofos e sábios inventados comprovavam a tese que o Carlos pretendia demonstrar, ou seja, nenhuma. 
Isto foi-me confessado pelo próprio Carlos como gabarolice. Professor de Liceu e da Universidade Lusófona, recentemente aposentado.
A corrupção também já chegou às ideias. 
Já agora, podem procurar na net o dito artigo do famoso filósofo francês (aliteração em f). Mas esta fraude está datada, indicando a idade aproximada do autor e sua modernidade ou arcaísmo: who cares about os filósofos franceses?