sábado, março 09, 2024

Caravelas e criptomoedas e guerra da Ucrânia e Macron

 


A Europa controlou o mundo todo menos a China durante séculos. Os Estados Unidos foram atrás e controlaram o mundo, com a ajuda da Europa, durante talvez um século, o que parece muito mas não é.

Controlamos o mundo através da economia, é claro, mas sem dispensar a carne para canhão. A guerra. Durante séculos, soldados pobres, com a família a morrer à fome, hastearam bandeiras, as bandeiras dos ricos do mesmo país, que arrecadaram incontáveis extensões de território. 


Atualmente, a Europa e os estados unidos continuam a ter sonhos imperialistas, pensando que vão buscar o ouro aqui, o petróleo acolá, mas o mundo inteiro já percebeu que esse tempo acabou. 

Vocês conhecem algum rapaz português disposto a empunha4 uma bandeira, a de Portugal, a da Europa, a do Ocidente e a partir para a guerra, esperando vencer ou morrer com heroísmo? 

Não. Se vocês são como eu, só conhecem rapazes que querem ter o mais recente modelo de computador e de telemóvel e que, além de quererem ter todos os gadgets, também querem ter todo o tempo tempo para fazerem os seus jogos de vídeo, os seus prazeres interneticos solitários, na melhor das hipóteses para fazerem os seus investimentos em criptomoedas. Isto entra em confronto com os militares voluntários russos, que estão dispostos a morrer ou a enriquecerem a pobre família com as indemnizações referentes ao seu heroísmo. 

Enfim, a carne para canhão heróica que está na base de todas as conquistas, nós não a temos e ainda bem. Mas há muito quem a tenha. 

Por isso, caro Macron, que já foste corrido dos países africanos em que eras mais do que rei (os reis eram súbditos dos países “ocidentais”) esquece a ideia heróica de dominar o mundo, de derrotar a Rússia, de ir buscar o petróleo de graça onde ele existe. 

Vive e deixa viver os europeus, agarrados aos gadgets e muito felizes. Esquece a guerra. 

Quanto aos ucranianos, ou pensam como nós, porque querem ser europeus, ou se identificam com os russos. Porque querem ser russos. 


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