Há nas Amoreiras um café em que todos os empregados são lindos e amorosos.
Eu não sei se vocês já notaram que em certas lojas só há empregados lindíssimos, sobretudo lojas de moda: creio que são recrutados nos cursos de modelo, que custam uma grana e não servem para nada.
Neste caso, não sei se é coincidência. Hoje, enquanto eu lia atentamente o Expresso, ouvi uma terrível discussão ao meu lado: a rapariguinha acusava uma senhora chiquérrima de que passava lá demasiadas horas, consumindo apenas um café e bebendo muitos copos de água gratuitos e reclamando se a água não tinha gelo suficiente.
A senhoreca gabava-se de que tinha amigos importantes que iam deixar de lá ir: não acredito, custa muito deixar um poiso habitual.
Desde que vim para Lisboa, fiquei a saber que uma verdadeira senhora, também aqui nesta terra designada por uma lady,
1. Nunca discute com ninguém. (Cá entre nós, mais depressa leva duas lambadas nas trombas), excepto:
1.1. Com a criadagem (que não conta)
1.2. Com todos os inferiores e demais ínfimos, que pode insultar à vontade, com palavrões (que também não contam).
1.3. O difícil, às vezes, é fazer a destrinça.
Eu, Nadinha, já desisti há muito de ser uma verdadeira senhora!!!
Vocês já me conhecem: no meio desta guerra de gritos e insultos, eu fiquei a olhar para o jornal com uma tal atenção, que… até parecia uma verdadeira senhora!
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