Pergunto-me se a personagem era real ou também fictícia, aquela que apostava sempre no cavalo errado em termos de polémica: pelo comunismo no pós-comunismo e no pós-muro de Berlim, estalinista décadas depois de se ter percebido o que foi o estalinismo, por Fidel quando os cubanos fugiam de Cuba em embarcações improvisadas para serem pasto de tubarões... contra a religião numa época em que o mundo inteiro regressa à religião, tentando livrar-se do materialismo que até hoje tem empedernido o planeta.
Fica a sua obra e deixa de existir, a partir de agora, essa diferença entre obra e autor, razão pela qual muitos irão dar o dito por não-dito.
E fica a satisfação de ter regressado a Portugal.
Quanto à obra, essa ficará para sempre no nosso coração e no nosso imaginário. Personagens como Baltazar Sete Sóis e Blimunda Sete Luas... são tão de lado nenhum, que podem muito bem ser portuguesas.
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