Toda a minha experiência futebolística se resume a alguns jogos que vi no terreno entre o Arouquense Futebol Clube e o Paivense. Duas equipas rivais e duas terras rivais por causa da comarca de Arouca, pegavam-se sempre à batatada muito antes de haver "hooligans". Aliás, a gente aqui nunca precisou de expressões escritas noutra língua para fazer o que nos deu na bolha.
Como mulher do norte que sou, adorava ver a bagunça, (embora não batesse nem apanhasse) e só acompanhava os meus amigos ao estádio(zinhinhinho) nessa ocasiões e por este motivo. Também era quando tinha mais fregueses... ia todo o mundo.
Era um estádio com chão de terra, tinha uma corda a separar o público dos jogadores, tudo muito familiar, por entre a poeira da tarde.
Lembro-me, em particular, dos olhos abertos de surpresa e de espanto duma mulher, no momento em que alguém lhe partiu na cabeça o cabo dum guarda-chuva daqueles grandes e pretos, por exemplo, mas o momento mais emocionante foi quando uma jovem paivense mordeu o dedo dum jogador arouquense (arouquês?), o qual teve a ousadia e o desplante de lhe fazer aquele gesto do Pedro Abrunhosa... bem perto da cara... e da boca.
Imagino que lhe tenha servido de escarmenta e que nunca mais na vida tenha feito tal gesto, até porque me parece que ela lhe arrancou o dedo fora...
Bons tempos! Mas ainda não havia vuvuzelas.
Outra das minhas reivindicações contra o Mundial de Futebol (a primeira é a vuvuzela, uma tradição muito nossa) é que não posso ver na televisão o canal italiano Rai Uno, que gosto de ver... como também passa os jogos, não pode fazer concorrência ao nosso canal dos jogos. Talvez a RTP... não sei.
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