Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
sábado, julho 11, 2015
Minas do Pejão e Santa Bárbara
As minas do Pejão, já encerradas há muito tempo, fizeram parte da vida quotidiana de todos os habitantes de Castelo de Paiva.
Condenados à escuridão, apenas vagamente atenuada por um gasómetro, os mineiros nunca esqueciam Santa Bárbara, a sua padroeira.
Nas imagens, vê-se uma pequena capela que existiu numa das entradas da mina e a sua principal figura, a Santa Bárbara, representada com a torre de três janelas.
Segundo as ultimas informações, parece que esta imagem se encontra agora na capela da Póvoa. Outra figura venerada era a Nossa Senhora.
É curioso que as figuras tutelares fossem femininas, apesar de ser interdita a mulheres a entrada nas minas. Por motivos de superstição. E também porque não se esperava que as mulheres tivessem a coragem necessária àquele modo de vida.
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3 comentários:
BOA NOITE
AQUI DIZ QUE ERA INTERDITA A ENTRADA DE MULHERES NAS MINAS!ME DESCULPE,SÓ SE FOSSE PARA TRABALHAR É QUE ELAS NÃO PODIAM ENTRAR,PORQUE FORAM MUITAS AS MULHERES QUE TIVERAM O PREVILÉGIO DE VISITAR AS MINAS,NESTE CASO,AS MINAS DO PEJÃO.CLARO QUE,AS VISITAS IAM SEMPRE AOS MELHORES LOCAIS,AOS LOCAIS MENOS BRAVIOS E MAIS ARRUMADOS,LOCAIS QUE SE DESIGNAVAM PELO NOME DE ZONAS E ESSAS ZONAS QUE ERAM VIZITADAS POR NORMA NÃO ERAM TÃO PERIGOSAS,ISTO APARENTEMENTE,PORQUE O PERIGO ESTAVA EM TODO LADO,EM TODAS AS ZONAS...
O que quero dizer é que as mulheres não podiam trabalhar nas minas.
Boa noite,
Ainda era eu criança quando um primo meu, que teria vinte e poucos anos, morreu lá soterrado. E eu, mesmo longe das minas, ainda sofri com as exploração do carvão, pois o minério era transportado para a central que fica na minha aldeia. Conta-se que naquele tempo as árvores nada davam (ao menos havia uma contrapartida financeira - ui se fosse hoje nada receberíamos), mas ainda tínhamos de levar com a barulheira infernal, noite adentro, das cestas a passar nos postes que as transportavam, e um desses postes ficava mesmo ao lado e minha casa.
Quanto às mulheres nas minas, aposto que se fosse hoje, um qualquer grupo de mulheres exigiria trabalhar nas minas ao lado dos homens e ganhar o mesmo que eles. Ou então não. Porque a questão da igualdade muitas vezes é só para o que interessa.
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