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terça-feira, agosto 02, 2022

Oh, lá se vai o nosso património!

 



Escrevi isto no meu blogue Escrevedoiros em 2006, sobre os lavadouros públicos, hoje considerados património municipal. Lembrei-me do texto, a propósito deste atentado ao património que se vê na image. A câmara autorizou que se construísse uma esplanada devrestaurante exatamente por cima de um destes lavadouros públicos, que faz conjunto arquitectónico com um chafariz, dois dos poucos elementos do património construído desta terra. Assim se faz em Portugal inteiro. 

Foto e texto meu


“Antigamente as pessoas lavavam a roupa nos lavadoiros públicos. Alguns eram locais idílicos a meio dos campos cultivados, ou da folhagem dos bosques.

Lavavam-se as nódoas conhecidas e vulgares. Quanto às outras, que poucas seriam nessas épocas, desconhecidas e invulgares, poderiam ser imperceptíveis, mas duvido que passassem despercebidas.

É como agora, nos modernos escrevedoiros públicos. Cada um mostra o que quer… mas vê-se sempre mais.

Havia o gorgolejar da água no tanque, a frescura acariciante da erva, o convívio murmurejante das mulheres de saias largas e compridas, o cheiro da terra.

E a fonte, ou o curso do regato, onde se inclinavam mulheres com panos.

- O que é que o seu homem andou a fazer, para ficar com essa camisa tão suja?

- Sei lá!..- Que fez a sua filha, para ter esse vestido rasgado?

- Sei lá!...

- E você, porque tanto esfrega esse pano que está limpo?

Viver é viver! E Rima.” 

Texto de Graciete Nobre

sábado, julho 11, 2015

Minas do Pejão e Santa Bárbara






As minas do Pejão, já encerradas há muito tempo, fizeram parte da vida quotidiana de todos os habitantes de Castelo de Paiva.
Condenados à escuridão, apenas vagamente atenuada por um gasómetro, os mineiros nunca esqueciam Santa Bárbara, a sua padroeira.

Nas imagens, vê-se uma pequena capela que existiu numa das entradas da mina e a sua principal figura, a Santa Bárbara, representada com a torre de três janelas. 
Segundo as ultimas informações, parece que esta imagem se encontra agora na capela da Póvoa. Outra figura venerada era a Nossa Senhora.

É curioso que as figuras tutelares fossem femininas, apesar de ser interdita a mulheres a entrada nas minas. Por motivos de superstição. E também porque não se esperava que as mulheres tivessem a coragem necessária àquele modo de vida.

sexta-feira, abril 06, 2012

Sexta Feira Santa



Imagem de Senhor dos Passos exposta numa Igreja, beijada nos pés e na testa por mulheres devotas.






Igreja matriz de Castelo de Paiva.

domingo, dezembro 25, 2011

Natal




"Barragem do Seixo". Também faz lembrar um postal de Natal.

Natal
















Posted by Picasa

Esta terra chama-se Seixo, como se vê lendo a placa de lousa, onde algum engraçado apagou uma letra.
E faz lembrar um presépio, ainda muito intocada que está.

segunda-feira, agosto 31, 2009

Moinho de linho







Interrompo o diário de bordo para mostrar uma coisa que vi agora e achei interessante: o fabrico artesanal de linho.
Isto é uma associação de preservação do património e tem um antigo moinho de linho. Que funciona.
Dentro desta roda fica uma matéria que depois será transformada em linho, o resto da erva é triturada e antigamente era aproveitada como tudo, então. É uma massa que está no chão.
Situa-se no Douro Litoral, em Castelo de Paiva.

terça-feira, abril 14, 2009

Páscoa no Norte

 

 

 

A tradição, como se diz, ainda é o que era em certas terras do Norte de Portugal. E há outras tradições futuras a serem inventadas. A terem sido inventadas.
Com as opas vermelhas é a visita pascal em Castelo de Paiva. Em branco, em Espiúnca, uma lindíssima e pequeníssima aldeia do concelho de Arouca.
É assim: algumas pessoas, em substituição do padre, que ia antigamente mas já não vai, vão a casa dos leigos, transportando a cruz a ser beijada e também chocalhando as campainhas da Páscoa. Atiram água-benta para cima das pessoas, com toda a descontração, alegria e descaramento.
Devo avisar de que a água-benta, ou seja, água sagrada, é igual à outra água no sentido de ficarmos encharcados. Bem, se calhar eu fiquei encharcada da água sagrada, mas, como estava muito frio, pareceu-me esta água igual à outra. Seria???!!!
Infelizmente, não é possível ouvir aqui as campainhas da Páscoa, um som alegre, feliz e auspicioso.
Pelo menos para mim e para o Papa de Roma, que fazemos anos no próximo dia 16 de Abril, quinta-feira próxima futura. Ele para aí uns 80, eu menos. Juro! Muito menos!Ambos temos tido os presentes de aniversário misturados com as amêndoas da Páscoa, que muitas vezes é neste dia.
Para quem pouco entende de geografia: estas terras ficam no Douro Litoral e na Beira Litoral.
Posted by Picasa