domingo, julho 17, 2016

A Turquia, o Erdogan, a Merkel, A União Europeia e o elétrico da democracia



Quem é que ganha com este golpe de Estado na Turquia? O fascista e apoiante de terroristas e líder da Turquia, Erdogan.
Ele próprio resumiu esse bónus que recebeu, dizendo que foi um "presente de Deus".

Na verdade, só pode ser um presente que o Erdogan deu a ele mesmo.
A criatura define assim a democracia: é um elétrico que nós abandonamos quando chegamos à paragem.


Ele não podia abandonar o elétrico, mas agora já pode: mandou prender os militares que o criticavam, os juízes que não faziam o que queria e ainda quer reinstituir a pena de morte.

Enfim, quer destruir tudo o que fez o grande herói da Turquia, o Ataturk, que a modernizou e ocidentalizou, como queriam as elites.

Este, ao contrário das elites, procura o apoio do povão ignorante e fanático, que é a maioria. Povão que se põe à frente dos tanques, a pedido de Erdogan, deixando-se matar pelo próprio Erdogan. Que quer ser o grande herói da Turquia, o segundo Ataturk, pois o nome significa: pai dos turcos.

Quem quiser entender um pouco mais do que é a Turquia, ler o livro do prémio Nobel, autor turco que nunca saiu de Istambul, a não ser por poucos dias. Comprei-o lá em inglês, mas existe em tradução portuguesa.

IstambulMemórias de uma Cidadede Orhan Pamuk

Que vai fazer a Europa da Merkel e do Hollande? Apoiar este ditador, como sempre o apoiou. Eles também querem sair na próxima paragem do elétrico da democracia, mas não podem e põem os seus interesses à frente dos da Europa.

Quando a Turquia for um regime fundamentalista islâmico dispostos invadir a Europa, a Europa pede socorro aos Estados Unidos.

E se os Estados Unidos conseguirem coser um remendo na situação, todos nós vamos criticar os Estados Unidos, sentados no sofá.

Como até aqui sempre aconteceu, desde a Segunda Guerra Mundial. Mas os sofás não duram para sempre.


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