Hoje em dia, muitos professores do ensino público consideram que o alunos do ensino básico se portam mal, porque são adolescentes com as hormonal aos saltos.
Os pais também pensam assim, permitindo que os estudantes façam tudo o que lhes apetece.
Quer isto dizer, se bem entendi, que no nosso tempo não éramos adolescentes com as hormonas aos saltos e que existem muitas turmas, sobretudo as dos colégios, mas também algumas ou até muitas no ensino público, em que os alunos da mesma idade não são adolescentes nem têm as hormonal aos saltos.
Claro que não. Que as hormonas vão saltar para os recreios, as 24 de julhos ou para outro sítio qualquer, que não as aulas.
E isto faz-me lembrar o filme português, se não me engano, Canção de Lisboa.
O tipo gordo, vigarista e ignorante, consegue a muito custo acabar o curso de medicina, e logo decide entrar nos eixos: deixar de cantar o fado, deixar de fazer vida noturna, deixar de beber e, enfim, tornar-se um cão de fila do regime.
Pouco importa se esse médico não sabe nada e se por esse motivo vai matar ou deixar morrer a maioria dos doentes. Importante mesmo é corresponder à imagem do Senhor Doutor, agora que chegou a senhor doutor..
O que surpreende é que nada mudou, desde o início do século XX.
É o que os pais e os professores desejam para os jovens: que gastem todas as capacidades de contestação e de irritação nas aulas enquanto são adolescentes e que se tornem cães de fila do regime, como eles, mal acabem sua formação.
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