Quando eu fumava era magra, escanzelada como um cão. Não direi que fosse infeliz, pois tinha uma inquietação que talvez todos devêssemos ter, no mundo em que vivemos todos, talvez pela 1ª vez.
Quando deixei de fumar, passei uns tempos a engordar. Foi o tempo mais feliz da minha vida.
Li, mais tarde, que os animais se sentem muito felizes quando estão saciados, não porque pensem no assunto, mas porque estão fisicamente preparados para enfrentar muito tempo de fome. Se pensassem nisso sentiam-se infelizes, mas eles não pensam e eu também não pensei…
Essa extrema felicidade alimária já me passou, mas imaginem isto: como hoje é o Santo António de Lisboa, resolvi cozinhar um dos poucos pratos que faço bem, macarrão com carne à portuguesa. Fiz para o almoço e o jantar, mas comi quase tudo ao almoço.
Os meus genes animais mamíferos, sem preocupações filosóficas, estão a pensar com os botões deles que eu posso ficar vários dias sem comer nada.
- Que bom! – Dizem eles.
Que eu por mim sinto-me óptima.
Não tenho postado nos blogues muito porque estou com uma ligeira tendinite, mas isto passa.
Beijinhos.