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quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Como o bispo de Lisboa e outros foram mortos e lançados da torre da Sé a fundo.


Fernão Lopes, Crónica de D. João I 

 "Como o bispo de Lisboa e outros foram mortos e lançados da torre da Sé a fundo."

"E elles, quando viram que não repicaram na Sé, e que o bispo d'aquella guisa estava na torre e as portas da egreja fortemente cerradas, que as não podiam tão azinha quebrar, houveram escadas e entraram por uma fresta, e foram mui á pressa abertas, e entraram entonce quantos quizeram, sen- do muito poucos, em respeito dos que estavam fora. E a commum voz de todos era que fossem acima ver quem estava na torre, e porque não repicara, como nas outras egrejas •, e se fosse o bispo que o deitassem a fundo. " 
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"A sanha trigava os corações, e com mencoria co- meçaram de bradar, olhando todos pêra cima, di- zendo: Que tardada é essa que vós lá fazeis, que não deitaes esse trédor a fundo ? Já vos tornastes castellãos com elle ? De mais se vos peitou que o não deitásseis, e sois já todos de um accordo ?» Então começaram todos de jurar que se o não deitassem iam acima, que todos viessem a fundo com. elle. "


Ou, mais recentemente:

Rede de Cuidadores confirma denúncias contra bispo

Isto está tudo igual à revolução de 1383- 1385

Fernão Lopes: Lisboa, Revolução: (1383-1385)



Pois, era chato, mas não seria a primeira vez que o povo assaltava os paços de Lisboa. Não com cantigas, mas com lenha e carqueija.

"Alguns deles bradavam por lenha e que viesse lume para porem fogo aos Paços e queimar o traidor e a aleivosa. Outros se afincavam pedindo escadas para subir acima e verem que era doMestre, e em tudo isto era o arruído tamanho que se não entendiam uns com os outros nem determinavam coisa nenhuma. E não somente era isto à porta dos Paços mas ainda ao redor deles, por onde homens e mulheres pudessem estar. Uns vinham com feixes de lenha, outros traziam carqueja para acender o fogo, e cuidavam queimar assim o muro dos Paços, dizendo muitos doestos contra a Rainha"
Fernão Lopes, in Crónica de D. João I