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domingo, dezembro 11, 2022

Após a tempestade

Belo outono. Folhas de tília e de gingko-biloba. Jardim de Campo de Ourique













terça-feira, fevereiro 01, 2022

Deambulando por Lisboa

 Deambulando por Lisboa e descobrindo belezas desconhecidas ou esquecidas, todas "à mão de semear".

Na primeira etapa, perguntam-me se as fotos são montagens, mas é mesmo um hotel novo bem no centro da cidade, na Praça do Saldanha. Passa despercebido, pessoas que por lá andam ficam surpreendidas com estas fotos, porque passamos pela cidade sem reparar em nada. Como se vê na segunda foto, é o hotel Evolution, muito moderno e confortável.

O segundo lugar é a  estação do metro do Campo Pequeno, com muitas esculturas femininas,
do escultor Francisco Simões, que quase se confundem com as mulheres reais, como também se vê na foto.

 



 



segunda-feira, julho 13, 2020

Diário do confinamento e do desconfinamento: quantos ratos, quantas formigas?




Quando vim viver para Lisboa, há muito tempo, porque passava por aqui a caminho do Algarve e ficava sempre deslumbrada com tanta beleza, chocou-me particularmente aquilo que nada tinha a ver com a beleza pura, estética: uma certa mesquinhez inquisitorial, ou digamos pidesca, um provincianismo que nunca me teria passado pela cabeça, ao ponto de haver cafés, como existe ainda hoje o célebre Galeto, que eram considerados lugares de engate, como se estivéssemos numa vilória, com lugares marcados para gente impura e para gente decente. Lugares de imoralidade... de ignomínia...

Chocou-me o não ver uma diferença imensa entre uma capital europeia e uma terriola do “interior”, que eu conhecia bem.

Impressionou-me também, pelo lado do ridículo, um fator curioso: era nesse tempo Presidente da Câmara de Lisboa aquele marido da mulher do já então falecido Sá Carneiro. Creio que o Presidente se chamava Abecassis, como a mulher.

Espalhados por todo o lado, havia cartazes enormes com uma mensagem que era algo deste género: A Câmara de Lisboa já conseguiu exterminar milhões de ratos. Diziam mesmo um número aproximado, vamos supor, 5 milhões, 100 milhões…

Tinha uma imagem com muitos ratos, representados como figuras antipáticas. 
Ponho-me a pensar: e se fosse hoje? Se fosse hoje pré-covid, ou seja, ontem, e se fosse hoje, ou mesmo após a pandemia, (pois haverá um pós-pandemia)?

Bem, se fosse hoje, haveria os que tinham muita pena dos ratinhos mártires, haveria o PAN, sigla que nada parece ter a a ver com PANdemia, a não ser o próprio PAN que é uma espécie de epidemia… haveria os artistas a protestar contra tal feiura de cartaz, que terá custado muito dinheiro à dita autarquia… haveria os vegetarianos a reclamar, os budistas e os hindus, enfim, não seria possível.

Como não é politicamente correto falar destas coisas, existem atualmente em Lisboa muitas pragas: de ratos, de baratas, de formigas…. milhões de milhões de bichos que, alegadamente, de acordo com essa teorias, se forem mortos, irão talvez encarnar em bichos ainda piores… para nos atazanarem ainda mais. Então, mais vale não falar muito no assunto.
Afinal, ainda nos falta o mosquito do dengue, que talvez emigre para cá em breve.

Lidemos com os ratos, as formigas, as baratas de esgoto e as baratas alemãs, como se vivêssemos num terriola do terceiro mundo (Ah, não se diz terceiro mundo), enfim, como é que se diz????

Alguém sabe?

(Imagem: rato sem máscara, Bansky, Street Art)

sábado, janeiro 18, 2020

A beleza da manhã em Lisboa






A caminho do trabalho, a pé, contemplando a beleza da manhã citadina, o céu como uma tela desenhada pelos jatos, talvez prenunciando múltiplas viagens pelas nuvens. Nefelibatas.

sexta-feira, novembro 01, 2019

Terramoto de Lisboa e as crenças ou as descrenças europeias


Ex-voto da época



Alegoria ao Terramoto de Lisboa, por João Gambla

A notícia do terramoto de Lisboa, no primeiro de novembro de 1755, simbolicamente o dia dos mortos que foram para o Paraíso (Todos os Santos) foi o primeiro fenómeno mediático quase global do mundo, daí que seja mencionado em livros de autores europeus tão diferentes como Dostoyevsky, ou  como Voltaire, no seu Cândido...



Há poucas imagens feitas por pintores que tenham estado presentes na catástrofe, mas há pelo menos duas: um ex-voto, em que uma senhora agradece por a filha ter sobrevivido à derrocada de uma varanda e uma grande pintura em tela de João Glama.



Como alguns dos edifícios mais destruídos foram precisamente as igrejas católicas, essa circunstância pareceu ser um sinal da decadência do catolicismo. Daí as opiniões de Kant, Rousseau, Voltaire..

Na verdade, sendo Lisboa uma cidade tão religiosa, tendo ocorrido o terramoto precisamente durante uma importante festa litúrgica,  foi mesmo colocada a questão da inexistência de Deus.

Mas fiquem-nos pelas imagens...
Na primeira, o ex-voto de autor anónimo, vê-se bem o que aconteceu.

Na segunda, o pintor, João Glama aparece representado por duas vezes, com o mesmo vestuário verde, uma do lado esquerdo, auxiliando uma senhora caída e outra do lado direito. Sendo uma obra barroca, combina o realismo das cenas representadas com uma visão alegórica, em que entram anjos, pairando sobre os destroços.

VER TAMBÉM:

terça-feira, junho 25, 2019

Procissão do Corpo de Deus, Lisboa





Para além das festas populares, temos ainda em Lisboa e em junho, as Procissões de Santo António e do Corpo de Deus. Delícias para os turistas, mas os participantes ostentam uma régia indiferença pelo turismo.
Lisboa tem tradições. Muitas. Ao contrário de muitas das capitais do mundo.
Para os turistas, o Santo António é apenas "A festa das Sardinhas". Mas pouco importa.












Fotos da procissão de 2019, foto de D. Manuel II pegando no pálio e foto de pintura de Amadeu de Sousa Cardoso sobre o tema.

Houve também uma exposição no Museu de Lisboa intitulada Procissão de Corpus Christi. A foto que segue é da Câmara Municipal de Lisboa.

terça-feira, março 19, 2019

Dinheiro, falta de dinheiro, prazer, culpa, hedonismo, ou o que quiserdes

Indo ontem ao Centro Comercial Amoreiras, em Lisboa, fui tomar a um café ao Café Central, não que goste muito do sítio, mas porque uma vez perdi lá um telemóvel Samsung novo em folha e devolveram-mo. Penso nisso sempre que indecido qual café ou sítio preferir, portanto decido ir lá, poucas pessoas me deram tanto sem pedir nada... Estava eu lá ontem tranquilamente, quando uma senhora, e podem crer que eu sei muito bem o que é uma senhora, quero dizer, uma tia, o que é e o que não é uma tia (eu não sou mesmo nada uma tia) meteu conversa comigo. Teve 33 abortos , mas finalmente saiu um filho, agora ia buscar os netos ao Liceu Francês onde andam os filhos da Madona e depois levava-os ao Sr. General (aqui fazia uma pausa como se batesse a pala). Sr. General, o outro avô, ia dar-lhes explicações de matemática. Não, não conheciam os filhos da Madonna, eles já se foram embora e só andavam lá porque a Madona é francesa, não é?! Disse então o preço das propinas do Liceu Francês e o preço da sua casa, uma habitação de luxo, onde é vizinha da Ana Gomes, e eu disse à Ana Gomes, Ó Ana Gomes! Todos os preços me pareceram muito exorbitantes, imensos, absurdos … Estava eu tranquilamente a ler o jornal em papel, tinha escolhido o Jornal I, achei interessante a conversa, mas talvez demasiado impositiva e absorvente, eu fico muito feliz por poder pagar coisas caras, mas quase me sinto culpada por outros passarem fome, não em Portugal, julgo eu, entretanto a senhora pediu ao empregado chocolates grátis para o neto e um grande copo de vinho para ela, perguntando-me se era servida, não era servida, gosto muito de vinho, mas também gosto de chá r de café. A história continuou, o senhor general e a casa da Ana Gomes e o filho que só não era o gerente da General Eletrics porque não queria separar-se da mãe, se fosse gerente da General Eletrics tinha de ir para a América e eu não me posso separar da minha querida mãe… E finalmente percebi, pois dizia ela: a minha mãe e a minha irmã sofrem de Alzheimer… porque é que os médicos não descobrem a cura do Alzheimer? Se a mãe e a irmã têm Alzheimer, a senhora também irá ter, provavelmente, ela não o disse, mas tenho conhecido outros casos assim... Os médicos já deviam ter descoberto a cura, eu até já escrevi para… e o meu advogado também .... Sim, o sofrimento não depende assim muito do dinheiro que se tem… ou será que depende?

domingo, fevereiro 10, 2019

Feliz ano novo, outra vez! Feliz ano do Porco!




Feliz ano do Porco!

A festa chinesa, em Lisboa, que culminou na Fonte Luminosa, foi grande e grandiosa, com um desfile pela maior avenida da cidade, toda engalanada.


A associação das mulheres chinesas, ou algo com este nome, desfila em manifestações contra a violência doméstica, com grande orgulho e graça.

Sinto a maior admiração pelos chineses. Foram eles que inventaram a seda, a porcelana, o chá, enfim ... as coisas mais delicadas do mundo.



E as meninas da foto vão crescer em Portugal, muito à vontade e talvez felizes, pois aqui os pais não ficam infelizes por terem filhas em vez de filhos.
Vão, além disso, contrariar e diminuir o envelhecimento da nossa população...

Sejam bem-vindas, meninas!

domingo, agosto 05, 2018

Lisboa e suas fases urbanísticas.







Quando vim morar para Lisboa, há bués, pode custar a crer, mas a baixa da cidade, ou seja, o centro de Lisboa era intransitável à noite, perigosíssimo.

Quase só havia prédios degradados, habitados por velhinhos e as ruas estavam infestadas de ladrões, de carteiristas, de traficantes. 

Antes de vir viver para cá e de passagem, estando eu instalada no Hotel do Chiado, no Chiado, fui a uma farmácia aberta à noite para comprar algo, creio que gotas para os ouvidos. O farmacêutico informou-me que eu estava a arriscar muito, aquele zona era péssima, corria sérios riscos... seria o Rossio, ou o Martim Moniz ou algo assim. 

Como nunca fui medrosa, ou já não era nessa época, considerei um exagero, tal aviso. 

A certa altura, andei à procura de casa para morar e encontrei uma que me pareceu razoável,  na Avenida da Liberdade. Era uma casa mobilada e partilhada, com espaços comuns. Como há agora para estudantes estrangeiros, mas não era o caso.

A senhora que ma mostrou incidiu muito na informação de que os colchões tinham proteção de plástico. 

Como eu vivia noutro planeta, e apesar de a senhora me parecer um pouco grosseira, disse-lhe que não via vantagem nenhuma em tal coisa. Proteção de plástico?! para quê? Respondeu: 

- Você é uma menina muito ingénua e muito bem educada, não é pessoa para viver aqui, mantenha-se a milhas da Avenida da Liberdade, é o conselho que lhe dou. Isto não é para si.

Alguns anos depois, a Avenida da Liberdade era uma das zonas mais caras e mais chiques de Lisboa. 

Neste momento, Lisboa ainda se encontra com casas degradadas, prédios inteiros devolutos, como se vê nas fotos que tirei, caminhando dois ou três minutos numa zona central. 

Especulação imobiliária? Gentrificação? 
Outra fase. 

(CONTINUA)

sexta-feira, junho 29, 2018

O Céu e a Terra



Foto tirada de janela de Lisboa, onde se vê ser mais importante o céu do que a terra.


"Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que ha gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura." - Miguel Torga




quinta-feira, maio 10, 2018

Dia da Espiga









Em Lisboa, quinta feira da Ascensão é o dia da Espiga. Colhem-se, já raramente, compra-se ou oferece-se um armarinho destes, que se dependura na casa para dar sorte, até ao ano seguinte, em que é substituído por um novo.
Para além de ser uma tradição bonita, que embeleza Lisboa neste dia  e as casas o ano inteiro, alegadamente dá sorte. 
Cada planta ou flor tem um dimensão simbólica daquilo que desejamos.

Simbologia da Espiga

Espiga de trigo (em número ímpar): pão;
Malmequer: ouro e prata;
Papoila: amor e vida;
Oliveira (um ramo): azeite e paz; luz, divino;
Videira (1 ramo): vinho e alegria
Alecrim: saúde e força.


A tradição tinha também um pãozinho pequeno, mas essa parte foi esquecida. Algumas poucas vendedoras de espigas trazem o pãozinho para as suas freguesas, a grande maioria não. 

Um dia de alegria em Lisboa, que ainda tem muitas tradições. E não são para inglês ver.

Este blogue tem já vários posts sobre o Dia da Espiga. VER Link abaixo.


terça-feira, abril 10, 2018

Lisboa no centro da primeira era da Globalização





Análise do quadro Chafariz do Rei como Lisboa no centro da primeira era da Globalização.
"Lisboa parece uma capital do século XX."
Uma cidade cosmopolita. Tem escravos negros, escravos brancos, mas também tem um cavaleiro negro.
Ver o Vídeo da BBC.

Sempre nos queixámos de não darem importância a Portugal, de não lhe reconhecerem os méritos. 

Tudo mudou.

domingo, outubro 30, 2016

D. Sebastião do Rossio



Naquele nichinho entre as arcadas, belíssima entrada da Estação de comboios do Rossio, havia um D. Sebastião em que ninguém reparava. 

Um rapaz escaqueirou-o em nadinhas pequenos, com o objetivo de o imortalizar para sempre numa selfie. 
Agora, todos desejamos o regresso de mais este D. Sebastião.


quarta-feira, outubro 12, 2016

Já podemos ficar por debaixo da Ponte. Vai ser chic







Vai ser o novo Museu Berardo. Ainda em construção / restauração, mas já chama muito a atenção. 
 Fica por baixo da ponte 25 de abril, ver fotos, e chama-se Por baixo da Ponte, ou melhor, Under the Bridge. Conheceis:) ?

Rua da Junqueira, mesmo por baixo da ponte.

Nem seria mau se um museu sediado em Lisboa tivesse um nome português, por exemplo:
Por Debaixo da Ponte

sábado, outubro 08, 2016

Há ou não há público para a cultura, em Portugal?




Existe um novo fenómeno na sociedade lisboeta: a afluência em massa a eventos culturais gratuitos, como a inauguração do novo museu, visitas ao Palácio de São Bento, ou a adesão, também em massa, a campanhas como a do "crowdfunding" para comprar o quadro do Sequeira, promovido pelo Museu Nacional de Arte Antiga, para só dar dois exemplos. 

Alguns veem com consternação ou com ironia esta gente, que consideram movida pelas televisões, quando se veem  às moscas tantos outros produtos e equipamentos culturais...

Mas também é caso para perguntar por que razão nem uma décima dessas pessoas está disposta a gastar tempo e dinheiro, ou só tempo, ou só dinheiro naquilo a que chamamos cultura. 
Comeu muito gato por lebre?
Os eventos e os produtos culturais são caros? 
São feitos para uma elite que não existe? 
São um subproduto de outros subprodutos, como os livros portugueses comerciais e light, ou parte do teatro?  
Creio que cada uma destas respostas é verdadeira, caso a caso.

Muitas pessoas que frequentavam os teatros e outros eventos, agora ficam em casa e não sentem a falta das grandes e inúmeras secas que apanharam.
Por baixo, por cima ou ao lado, floresce uma sociedade que lá vai fazendo evoluir o país.

Caso para perguntar: 
Há ou não há público para a cultura, em Portugal?
Público é o que não parece faltar.

segunda-feira, maio 30, 2016

Como caminhar por Lisboa?














Como caminhar por Lisboa?
A mim, parece-me fácil: é ir andando à deriva. Se me perder, melhor. Se não me perder, encontro-me e encontro mil pessoas, que são os lisboetas. Queira isto dizer os nascido sem Lisboa ou os que vieram cá parar, ninguém sabe como, nem eles...

Outra hipótese: comprar o livro de Anísio Franco Caminhar por Lisboa, lançado ontem na Feira do Livro de Lisboa (29 de maio de 2016).

Seguido de longo e muito engraçado (e sobretudo muito rápido e atlético) passeio por Lisboa.
Com algumas imagens.

Enjoy

Relação das imagens (Fotos)

Por exemplo: O palácio, ao Tourel, onde foi filmado A casa dos Espíritos de Isabel Allende.
Ou as chaminés do Palácio Almada, já muito perto do Rossio, por ruazinhas travessas e por becos.
Agrada-me a plantinha nascida no telhado da casinha de janelas partidas, descaradíssima, como se quisesse dizer que todos nós podemos nascer onde nos apetecer... oq ue não é verdade, como todos sabemos.


Seguido ou anteposto (pouco importa) de Os Paços da Rainha, sendo a rainha a rainha Dona Catarina de Bragança. Com escultura em relevo do muito pouco conhecido escultor português Laborão. Mas que está ser estudado e valorizado por gente que queima as pestanas a observar e quase a inventar o passado.


O Dr. Sousa Martins e a superstição popular, paredes meias com a Academia Médica de Lisboa, mesmo em frente...

E por último, o lançamento do livro.