Estive em Itália poucos meses depois da proibição de fumar, em 2005. Era completamente impossível fumar em lado nenhum, o que constatei por ir acompanhada de pessoa fumadora, que se queixava constantemente.
Pareceu-me que seria questão de meses até o mesmo acontecer aqui, claro.
Muito antes disso vivi dois anos no Algarve e vi coisas que não tinha visto no Norte nem voltei a ver em Lisboa. Por exemplo, o abuso da autoridade dos maridos e dos polícias... A mulher e a filha espancadas chamavam a polícia e os agentes achavam que o marido tinha feito muito bem. Houve um polícia que tentou "seduzir-me" ameaçando-me de me levar presa se eu não alinhasse com ele, imaginem! Até me mostrou os documentos...
Agora volta à baila O Chaparro. O dono do café, talvez por excesso de zelo chamou a polícia porque o cliente se recusava a apagar o cigarro.
A polícia não fez nada, por limitações que lhe são naturais: o fumador tinha-se pisgado em tempo útil.
O Chaparro, já que não podia exercer a autoridade sobre o fumador acusado, passou uma multa descomunal ao queixoso com excesso de zelo!
Este tipo de tipo, na minha terra chama-se "Choupo" - leia-se "Tchoupo".
E aqui mais a sul acho que se pode chamar "Chaparro" - leia-se "Tchaparro".
Também são do Norte as palavras murcão e padamão - leia-se "murcom e padamon". Mas não são bem o mesmo que choupo. O Murcom não reage, o tchoupo age e reage.
Embora eu seja uma nortenha convertida a lisboeta, às vezes sinto falta desta palavras. Ou de quem mas entenda. Esta portuguesa língua...
Melhor, só mesmo a palavra "Tchabouco" e o facto de algumas destas não terem feminino.
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
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sexta-feira, janeiro 04, 2008
quinta-feira, janeiro 03, 2008
Não fumar é não mexer
Fui durante muito tempo uma grande, mesmo enorme fumadora. Entendo muito bem os fumadores e melhor ainda os que não fumam.
Enquanto fumei era imune a toda a lógica, tal como os meus ex-colegas continuam a ser. Vou dar um exemplo.
Um baixinho aproxima-se de mim, agressivamente:
- Apague o cigarro imediatamente!
- Não apago!
- Não ouviu? Apague já o cigarro, ou...
- Vai-me bater? - Perguntei calmamente.
- Não, claro que não. Por quem me toma?!
- Então chegue-se para lá. - E continuei a fumar o cigarro até ao fim, perante o espanto das muitas pessoas que assistiram à cena e que consideravam o baixinho um autêntico Hitler.
Deixei de fumar quando conheci uma mulher doentíssima, que ficava vários dias de cama só por estar perto de quem fumasse.
Nós fumávamos, bebíamos álcool, jantávamos feijoda à transmontana às 11 da noite. Porque éramos saudáveis. Ela ficava de cama só de nos ver fazer isto, ou de respirar o ar que respirávamos.
Até aí eu não tinha acreditado que o cigarro fazia mal aos outros e se me fazia mal a mim o problema era meu, na lógica implacável de quem fumava imenso e nunca estava doente.
Algumas pessoas não acreditam quando digo isto: à boa portuguesa, tentam mil vezes deixar de fumar porque estão preocupadas apenas com a sua própria saúde. E não conseguem.
Perguntem-me o que é preciso fazer para deixar de fumar.
- Ó Nadinha, o que é preciso fazer para deixar de fumar?
- Nada. Não fumar é não mexer.É fácil.
Vocês já imaginaram como é bom não termos que andar sempre a comprar cigarros, a procurar e limpar cinzeiros, isqueiros, caixas de fósforos... É só cruzar os braços e não fazer nada. Juro!
Enquanto fumei era imune a toda a lógica, tal como os meus ex-colegas continuam a ser. Vou dar um exemplo.
Um baixinho aproxima-se de mim, agressivamente:
- Apague o cigarro imediatamente!
- Não apago!
- Não ouviu? Apague já o cigarro, ou...
- Vai-me bater? - Perguntei calmamente.
- Não, claro que não. Por quem me toma?!
- Então chegue-se para lá. - E continuei a fumar o cigarro até ao fim, perante o espanto das muitas pessoas que assistiram à cena e que consideravam o baixinho um autêntico Hitler.
Deixei de fumar quando conheci uma mulher doentíssima, que ficava vários dias de cama só por estar perto de quem fumasse.
Nós fumávamos, bebíamos álcool, jantávamos feijoda à transmontana às 11 da noite. Porque éramos saudáveis. Ela ficava de cama só de nos ver fazer isto, ou de respirar o ar que respirávamos.
Até aí eu não tinha acreditado que o cigarro fazia mal aos outros e se me fazia mal a mim o problema era meu, na lógica implacável de quem fumava imenso e nunca estava doente.
Algumas pessoas não acreditam quando digo isto: à boa portuguesa, tentam mil vezes deixar de fumar porque estão preocupadas apenas com a sua própria saúde. E não conseguem.
Perguntem-me o que é preciso fazer para deixar de fumar.
- Ó Nadinha, o que é preciso fazer para deixar de fumar?
- Nada. Não fumar é não mexer.É fácil.
Vocês já imaginaram como é bom não termos que andar sempre a comprar cigarros, a procurar e limpar cinzeiros, isqueiros, caixas de fósforos... É só cruzar os braços e não fazer nada. Juro!
domingo, julho 29, 2007
DEIXAR DE FUMAR
Fez ontem cinco anos que deixei de fumar.
Dêem-me os parabéns!
Eu era uma grande, enorme fumadora, mas, a ser verdade o que dizem, dentro de 5 anos vou estar quase igual a alguém que nunca fumou. Se ainda estiver viva!
Perguntarão por que deixei. Por nada, porque fumava demais. Houve um livro que li e que me ajudou muito, encontrei-o ao procurar informação sobre o assunto.
O autor chama-se Karr ou Carr, o título em inglês é "Stop Smoking", em português tem muitos títulos.
O autor tinha sido um grande fumador e morreu recentemente de cancro de pulmão. Estou a falar a sério. Mas só morreu 20 anos depois de ter deixado de fumar e estava muito doente quando deixou. Disse sempre que foi muito feliz durante esses anos. E eu acredito.
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