Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Desenhos meus
E então, como prometido, aí vai a fotografia da plantinha que se recusa a morrer e mais os dois desenhos que fiz dela antes de a plantar (ver 22/11/06).
Ninguém é obrigado a saber desenhar bem, e quem me convenceu a mim a pôr isto aqui foi a hfm. De momento, foi o que se pôde arranjar.
Tinta da China sobre papel rugoso
domingo, dezembro 03, 2006
Cabeça de Garoupa (para a Laurindinha)
Aqui em Lisboa existem pessoas que comem cabeças de peixe e que lhes chamam um figo (nunca percebi o que quer dizer isto, porque não gosto muito de figos…) (acho que não é o do futebol). Resolvi experimentar.
Trouxeram-me uma imensa metade de uma imensa cabeça de uma garoupa grelhada, que ocupava o prato todo e ainda transbordava.
Bem no meio daquilo tudo, havia um olho enorme a olhar para mim, com um ar plácido e grelhado, como se dissesse:
- Terra Imunda! E tu ainda andas por aqui? Mais valia ter sido devorada por um tubarão do que ser grelhada e vendido às metades. Onde é que está o meu outro olho? Quem é que o vai comer?
Chamei a empregada e perguntei:
- Ó Patrícia, você acha-me capaz de comer este bicho que não tira de mim o olho atento?!
Delicadamente, levaram o prato e voltaram a trazer-me tudo menos o olho. Ainda fiquei mais agoniada…
Eu gostava de ser vegetariana, mas… ninguém é perfeito!Pelo menos eu não sou.
Trouxeram-me uma imensa metade de uma imensa cabeça de uma garoupa grelhada, que ocupava o prato todo e ainda transbordava.
Bem no meio daquilo tudo, havia um olho enorme a olhar para mim, com um ar plácido e grelhado, como se dissesse:
- Terra Imunda! E tu ainda andas por aqui? Mais valia ter sido devorada por um tubarão do que ser grelhada e vendido às metades. Onde é que está o meu outro olho? Quem é que o vai comer?
Chamei a empregada e perguntei:
- Ó Patrícia, você acha-me capaz de comer este bicho que não tira de mim o olho atento?!
Delicadamente, levaram o prato e voltaram a trazer-me tudo menos o olho. Ainda fiquei mais agoniada…
Eu gostava de ser vegetariana, mas… ninguém é perfeito!Pelo menos eu não sou.
quinta-feira, novembro 30, 2006
Gatos Malteses
Vocês já ouviram falar dos gatos malteses. Sabem o que são?
Estes lindos gatinhos da ilha de Malta, uma das poucas atracções turísticas da ilha e seguramente a mais conhecida, logo a seguir à Ordem de Malta...
E ainda podemos encontrar, em vez dos nossos arrumadores de carros, os simpáticos alimentadores de gatos malteses. Também ameaçam de nos fazerem represálias, mas os bichaninhos adoram-nos!
Isto é um postal que lá comprei.
quarta-feira, novembro 29, 2006
segunda-feira, novembro 27, 2006
domingo, novembro 26, 2006
Caldo!
Quando eu vivia na minha terra, há muitos e muitos anos, havia lá uma família muito pobre, entre muitas, claro. O pai era mineiro, os filhos eram sete, a mãe não trabalhava, quero dizer, só trabalhava a cuidar dos filhos e do casinhoto…
Comiam caldo todos os dias, e davam graças a Deus pelo caldo que recebiam.
Mas às vezes, a mãe fazia umas tainadas, verdadeiras manjorradas, por exemplo, fritava umas batatas, uns ovos…
Quando o Sr. Manel Joaquim chegava a casa depois duma dessas manjorradas, vindo de um dia de escuridão, entrando para uma noite de escuridão, até parecia que lhe cheirava! E perguntava, laconicamente, que era de poucas falas:
- Vós que comeros?
A esta pergunta, respondiam todos em coro com a mãe:
- Caldo!
E assim enganavam o pobre do homem.
Até que um dia… bem, há sempre um dia, nas histórias, não é?
Até que um dia… havia uma menina, que era a mais nova e que quase ainda nem sabia falar, mas que já ia dizendo umas coisas…
O Sr. Manel era esperto. Pegou na menina ao colo, tratou-a bem, (os pais não tratavam bem os filhos, tinham de impor respeito, claro!) e depois perguntou:
- Ó minha menina, vós que comeros?
O suspense foi geral, na sala-cozinha-quarto de dormir-camarata-hall de entrada-casa de banho-Cinco assoalhadas em uma. Seis ou sete em um. Estavam todos à espera de apanhar uma surra, porque tinham comido um chouriço com ovos.
É que ninguém se tinha lembrado de industriar a pobre da pequena. E a pobre da pequena também não estava habituada àqueles afectos… “de pequenino… (diz o ditado) se troce o” não sei o quê.
E por fim, a menina já estava quase a adormecer no ombro do pai.
- Ó minha menina, vós que comeros?
E a pequenita abriu a boca, pensou, repensou e disse:
- Caldo!
Comiam caldo todos os dias, e davam graças a Deus pelo caldo que recebiam.
Mas às vezes, a mãe fazia umas tainadas, verdadeiras manjorradas, por exemplo, fritava umas batatas, uns ovos…
Quando o Sr. Manel Joaquim chegava a casa depois duma dessas manjorradas, vindo de um dia de escuridão, entrando para uma noite de escuridão, até parecia que lhe cheirava! E perguntava, laconicamente, que era de poucas falas:
- Vós que comeros?
A esta pergunta, respondiam todos em coro com a mãe:
- Caldo!
E assim enganavam o pobre do homem.
Até que um dia… bem, há sempre um dia, nas histórias, não é?
Até que um dia… havia uma menina, que era a mais nova e que quase ainda nem sabia falar, mas que já ia dizendo umas coisas…
O Sr. Manel era esperto. Pegou na menina ao colo, tratou-a bem, (os pais não tratavam bem os filhos, tinham de impor respeito, claro!) e depois perguntou:
- Ó minha menina, vós que comeros?
O suspense foi geral, na sala-cozinha-quarto de dormir-camarata-hall de entrada-casa de banho-Cinco assoalhadas em uma. Seis ou sete em um. Estavam todos à espera de apanhar uma surra, porque tinham comido um chouriço com ovos.
É que ninguém se tinha lembrado de industriar a pobre da pequena. E a pobre da pequena também não estava habituada àqueles afectos… “de pequenino… (diz o ditado) se troce o” não sei o quê.
E por fim, a menina já estava quase a adormecer no ombro do pai.
- Ó minha menina, vós que comeros?
E a pequenita abriu a boca, pensou, repensou e disse:
- Caldo!
sexta-feira, novembro 24, 2006
Tão Inacontecente
A Jubi, A Mariana e outras pessoas devem andar banzadas por eu andar tão virada para a realidade portuguesa, que é tão pequena e tão inacontecente.
Os países felizes não têm história, acho que dizem, mas os países infelizes nem existem.
Portanto, eu vou voltar a falar dos bonequitos Maias chamados “Quitapenas”, que se estão a tornar conhecidos no planeta, vindos directamente de alguma aldeola do Terceiro mundo. E aí vai.
“Quando descobri os bonequitos Maias, eu andava deprimida e com insónias.
Coloquei um debaixo da almofada e, sempre que me lembrava dele, dava-me vontade de rir. É suposto a gente falar com eles, mas as figuras têm um ar tão tosco e tão parvo… e são minúsculas…
Dias depois, a D. Aurora fez a cama, aspirou o chão e aspirou também e deitou ao lixo o bonequito (ou, como se diz no Norte, não sei porquê, “macaquito”, ou, como creio que se diz no Brasil, mais logicamente, “hominho”).
E Ódespois, de cada vez que eu me lembrava que o hominho Maia tinha ido parar ao lixo, depois de ter sido aspirado, dava-me vontade de rir.
Em conclusão: o “Espanta Penas” resulta. E eu até poupei bué dinheiro em psicanalistas, psiquistas, espíritas, pastilhas e outros modos de não ceder ao sentido de humor."
Os países felizes não têm história, acho que dizem, mas os países infelizes nem existem.
Portanto, eu vou voltar a falar dos bonequitos Maias chamados “Quitapenas”, que se estão a tornar conhecidos no planeta, vindos directamente de alguma aldeola do Terceiro mundo. E aí vai.
“Quando descobri os bonequitos Maias, eu andava deprimida e com insónias.
Coloquei um debaixo da almofada e, sempre que me lembrava dele, dava-me vontade de rir. É suposto a gente falar com eles, mas as figuras têm um ar tão tosco e tão parvo… e são minúsculas…
Dias depois, a D. Aurora fez a cama, aspirou o chão e aspirou também e deitou ao lixo o bonequito (ou, como se diz no Norte, não sei porquê, “macaquito”, ou, como creio que se diz no Brasil, mais logicamente, “hominho”).
E Ódespois, de cada vez que eu me lembrava que o hominho Maia tinha ido parar ao lixo, depois de ter sido aspirado, dava-me vontade de rir.
Em conclusão: o “Espanta Penas” resulta. E eu até poupei bué dinheiro em psicanalistas, psiquistas, espíritas, pastilhas e outros modos de não ceder ao sentido de humor."
quarta-feira, novembro 22, 2006
Que lata!
A minha professora de Desenho, uma artista verdadeira, escultora, que ensina desenho gratuitamente como caridade, (juro!)
Enfim, a minha professora de Desenho deu-me este raminho de folhas para desenhar e disse que oferecia os raminhos aos alunos que os quisessem plantar…
Desenhei-o, mas tão mal que não me atrevo a publicar aqui o resultado, (A NÃO SER QUE VOCÊS ME PEÇAM), enfim… nem é modéstia, é mesmo inabilidade…
Depois, distraidamente, levei o ramelho para um restaurante das Amoreiras onde jantei. A criatura que servia à mesa pegou nele para o deitar ao lixo, mas o encarregado das criaturas explicou-lhe que ninguém vai com uma plantinha para um restaurante com a intençao de a deitar ao lixo!!!!!!! PERCEBES???? Percebestes? Ouvistes?
A rapariga pediu desculpa e devolveu-me o esquecido vegetal, o que agradeci distraidamente. Ao chegar a casa, tarde da noite, ocorreu-me a ideia de colocar as folhas num vaso com água, onde tenho um salgueiro (juro!) um salgueiro vivo só em água e que dá carneirinhos na Páscoa. A D. Aurora, dias mais tarde, viu esta as folhitas e plantou-as aí onde as vedes.
E elas ainda tiveram o descaramento de dar flor! Pode?!
É por isso que eu gosto dos italianos
É por isso que eu gosto dos italianos. Aqui temos um blog em que se faz um libelo a favor do véu islâmico. Quem não entender italiano pode ver a mensagem, na fotografia de 14 de Novembro.
http://omardottorpitxurri.blogspot.com/
A rapariga que serve no bar chama-se Sílvia
http://omardottorpitxurri.blogspot.com/
A rapariga que serve no bar chama-se Sílvia
Vivam os Artistas Vivos
Como apreciadora de poetas vivos, artistas vivos e demais viventes, vou acrescentar aos meus blogs favoritos um de Israel, que, aliás, já estava aqui referido há meses, da pintora israelita Hadasa Stoler. Descobri-a por acaso na net.
Ela não entenderá o que escrevo, mas talvez entenda o esssencial do que quero dizer.
Ela não entenderá o que escrevo, mas talvez entenda o esssencial do que quero dizer.
segunda-feira, novembro 20, 2006
domingo, novembro 19, 2006
Esperem...
Há uma expressão popular que é assim:
É lindo como o sol de Inverno.
Vou ver se capto esta beleza, em fotografias.
E, já agora, em textos, mas é claro que não coloco aqui nem a décima parte do que escrevo...
Esperem...
É lindo como o sol de Inverno.
Vou ver se capto esta beleza, em fotografias.
E, já agora, em textos, mas é claro que não coloco aqui nem a décima parte do que escrevo...
Esperem...
Fotografias
Juro-vos que, antes de ter estes blogs, eu nem sabia que tinha jeito para a fotograia. Sabia que era criativa, claro, mas a fotografia é hoje bem mais simples e barata do que há uns anos atrás.
Devo agradecer à Carla os vários elogios que têm sido feitos às minhas fotos, não só nos blogs, mas por aí (na vida real).
vejo que tenho muito que aprender e que descobrir, mas também entendo que este pode ser um dos meus caminhos.
E aconselho todo o mundo a fazer um blog.
Devo agradecer à Carla os vários elogios que têm sido feitos às minhas fotos, não só nos blogs, mas por aí (na vida real).
vejo que tenho muito que aprender e que descobrir, mas também entendo que este pode ser um dos meus caminhos.
E aconselho todo o mundo a fazer um blog.
quinta-feira, novembro 16, 2006
terça-feira, novembro 14, 2006
O Estado da Nação O Futuro Parte II
(Algures no futuro, talvez 2015 ou 2020)
- Ó progenitora, porque é que tu não me acordaste às 4 da manhã?
- Ó pá, porque só acordei ás 10 e meia, filha. E porque hoje é Domingo!
- Mas eu tenho de acabar de ler as obras completas de Dostoievsky…
- Ó filha, mas tu acabaste de ler as obras completas de Turgueneyev e de Dante Allighieri!
- Esqueces-te de que a minha professora de Português diz que nós não sabemos ler nem escrever Português, aliás, toda a gente diz isso da nossa geração…
- Mas também já diziam isso da minha, e da do teu avô…
- Tens a certeza?
- Pois, a tua avó, aliás, não gosta nada que tu lhe chames “antepassada ancestral”.
- Só porque gosto de falar bem? Ora, a juventude não é compreendida.
- Falar bem, falar bem... Nós temos o Camões como modelo… era o dia da raça e de Camões, agora é o dia de Camões e das Comunidades Portuguesas, até parece que nos estamos constantemente a comparar ao zarolho…
- Ora, chamar-lhe zarolho, ó progenitora!
- Que até gostava de beber o seu copo… que nisso, realmente somos quase todos como ele, é verdade… e de namorar…
- Na tua geração, até admito que falem assim, mas eu preciso de ter uma média de 19,87 para entrar para o meu curso, e a minha Professora de Português idolatra o Camões. Acho que nunca leu “Os Lusíadas” duma ponta à outra, claro!
- Credo! Alguém alguma vez terá feito tal coisa?
- Creio quer o próprio Camões o deve ter feito…
- Ó filha, mas por que não tiras um cursinho mais fácil? Engenharia, Direito, Medicina?
- Ora, francamente! Os correligionários dessas profissões agora pertencem à classe média!!!...
- Pois, realmente…
- E a classe média está completamente a zeros. Em termos de dinheiro, bem entendido. Não é?
- Ai, lá isso é. Mas…
- Qual mas? Eu vou tirar o curso de canalizadora. E depois vou ser especialista em canalização de esgotos…
- Uma coisa que cheira mal…
- Mas que dá dinheiro!
- Lá isso! Já antigamente, no dicionário de interpretação dos sonhos, sonhar com m,,,, quer dizer, sonhar com isso, queria dizer dinheiro.
- E eu sonho com isso e com dinheiro.
- E como não vou ser classe média e sim proletária, tudo bem. Nem a esquerda nem a direita nem o centro se atrevem a contestar os direitos dos proletários.
P.S.. (Cruzes, credo! O que eu quero dizer é: “Post Scriptum”): Talvez vocês tenham notado que eu, Nadinha, nem sou muito de dizer palavrões. Talvez por ser do Norte… Ganhei alergia…
- Ó progenitora, porque é que tu não me acordaste às 4 da manhã?
- Ó pá, porque só acordei ás 10 e meia, filha. E porque hoje é Domingo!
- Mas eu tenho de acabar de ler as obras completas de Dostoievsky…
- Ó filha, mas tu acabaste de ler as obras completas de Turgueneyev e de Dante Allighieri!
- Esqueces-te de que a minha professora de Português diz que nós não sabemos ler nem escrever Português, aliás, toda a gente diz isso da nossa geração…
- Mas também já diziam isso da minha, e da do teu avô…
- Tens a certeza?
- Pois, a tua avó, aliás, não gosta nada que tu lhe chames “antepassada ancestral”.
- Só porque gosto de falar bem? Ora, a juventude não é compreendida.
- Falar bem, falar bem... Nós temos o Camões como modelo… era o dia da raça e de Camões, agora é o dia de Camões e das Comunidades Portuguesas, até parece que nos estamos constantemente a comparar ao zarolho…
- Ora, chamar-lhe zarolho, ó progenitora!
- Que até gostava de beber o seu copo… que nisso, realmente somos quase todos como ele, é verdade… e de namorar…
- Na tua geração, até admito que falem assim, mas eu preciso de ter uma média de 19,87 para entrar para o meu curso, e a minha Professora de Português idolatra o Camões. Acho que nunca leu “Os Lusíadas” duma ponta à outra, claro!
- Credo! Alguém alguma vez terá feito tal coisa?
- Creio quer o próprio Camões o deve ter feito…
- Ó filha, mas por que não tiras um cursinho mais fácil? Engenharia, Direito, Medicina?
- Ora, francamente! Os correligionários dessas profissões agora pertencem à classe média!!!...
- Pois, realmente…
- E a classe média está completamente a zeros. Em termos de dinheiro, bem entendido. Não é?
- Ai, lá isso é. Mas…
- Qual mas? Eu vou tirar o curso de canalizadora. E depois vou ser especialista em canalização de esgotos…
- Uma coisa que cheira mal…
- Mas que dá dinheiro!
- Lá isso! Já antigamente, no dicionário de interpretação dos sonhos, sonhar com m,,,, quer dizer, sonhar com isso, queria dizer dinheiro.
- E eu sonho com isso e com dinheiro.
- E como não vou ser classe média e sim proletária, tudo bem. Nem a esquerda nem a direita nem o centro se atrevem a contestar os direitos dos proletários.
P.S.. (Cruzes, credo! O que eu quero dizer é: “Post Scriptum”): Talvez vocês tenham notado que eu, Nadinha, nem sou muito de dizer palavrões. Talvez por ser do Norte… Ganhei alergia…
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