- Ó Nadinha, tu já reparastes que esta juventude não sabe ler nem escrever?
- Ai não? Eu tinha a ideia de que eles até sabem ler e escrever em inglês, pelo menos na Internet…
- Não sabem falar nem ler nem escrever português. Eu, por mim, quando andava na Escola Primária já não dava nenhum erro, dava zero erros.
- Ai sim?
- Eu e os outros, claro! Percebestes? Fostes tu mesma que me dissestes…
- Mas tu ainda outro dia disseste que um carro ficou “subterrado (1)debaixo de água”
- E ficou!
- Mas tu também disseste que os políticos “camufulam”(2) a realidade…
- E camufulam!
- E que a CEE não é uma “panaceira”(3) universal…
- Não é nenhuma panaceira, não é uma panaceira!
- Ó filha, se tu já não davas erros na Escola Primária, quando é que começaste a dar erros por uma pá velha? (4)
Tradução para português: (1) submerso ou imerso, (2) camuflar, camuflam; para evitar palavras esquisitas como esta e outras, usar o infinito, a perifrástica: tentam camuflar, estão a camuflar. (3) Panaceia universal: remédio para todos os males, como os procurados pelos alquimistas (não tem nada a ver com peneira). (4) Quando as pás estão velhas, ao apanhar terra ou areia, ela foge pelos buracos, em tanta quantidade como a aqui representada.
Todas estas palavras e expressões correspondem à realidade, foram ditas pela mesma pessoa e são apenas um exemplo entre muitos.
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