domingo, julho 23, 2006

Consolação

Espero que as histórias que eu vou contar sirvam de consolação a muitos.
Quando era suposto eu ter entrado para a Universidade, ou seja, há mil anos, nesse ano exacto o Governo decidiu que não entraria ninguém para o 1º ano da Universidade.Estávamos em pleno PREC. E então, que fazer às milhares de pessoas que, como eu, não tinham que fazer?
A mim, deram-me 3 ou 4 bolas diferentes, umas maiores outras mais pequenas, dois ou três livros fininhos e com muitas figuras, 20 ou 30 ganapos da minha terra e mandaram-me ensinar-lhes futebol, andebol, basquetebol e mais não sei o quê. Ainda hoje não entendo nada disso nem quero entender. Perguntei:
- E agora o que é que eu faço?
Responderam-me:
- Eu não sei, eu estou só a cumprir ordens.
Creio que também me deram umas redes, que eu também não entendi para que serviam, nem eu nem as minhas duas ou três colegas de infortúnio, todas raparigas, que rapidamente sumiram por razões várias. Até essa data eu tinha tido 6 ou 7 aulas de ginástica, no total (também é verdade que me baldava).
Enfim, para encurtar a história, os miúdos acabaram por decidir que eu era guarda-redes, por ser alta, e eles lá se entendiam para jogar futebol. Chegar à rede foi canja, o pior era que quando eu batia na bola me doía a mão, portanto retirava a mão e a bola entrava. A minha outra função era levá-los à farmácia quando algum sangrava pelo nariz ou por qualquer outro lugar.
Eu havia pedido que me pusessem a fazer alfabetização de adultos, uma vez que era vocacionada para as letras e que nessa época havia muitos analfabetos, mas...

Cenas dos próximos capítulos: Eu e a Alfabetização de adultos. Mas só conto se vocês pedirem.

1 comentário:

Anónimo disse...

I like it! Good job. Go on.
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