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Sem nunca ter sido fã de Michael Jackson, dei por mim, inesperadamente, a lamentar a sua morte. É uma das pessoas que fazem falta neste mundo que, sem elas, ameaça tornar-se cada vez mais monótono e mais estandardizado.
Tenho a ideia de que todos nós somos até certo ponto incompreendidos. Digo mesmo que somos todos príncipes e princesas no exílio. Cada um à sua escala e à sua maneira.
Mas este foi ser incompreendido ao nível planetário e há grandeza nisto.
Só gostamos das pessoas brancas e, de entre as brancas, das pessoas belas. Um homem belo é alguém que parece uma mulher, ou melhor, uma menina.
Censuramo-lo por ter encarnado estes sonhos e estes pesadelos.
Brancos e negros acusavam-no de querer ser branco. Belos e feios, de querer ser belo.
Provavelmente foi ainda acusado injustamente de muitas outras coisas.
Mas é necessário que alguém encarne os sonhos de todos.
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